Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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16/09/2018 (Nº 65) ENTREVISTA COM JOÃO MIGUEL O. COTRIM PARA A 65ª EDIÇÃO DA REVISTA VIRTUAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM AÇÃO
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ENTREVISTA COM JOÃO MIGUEL O. COTRIM PARA A 65ª EDIÇÃO DA REVISTA VIRTUAL EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM AÇÃO

POR BERE ADAMS

Apresentação - O entrevistado desta edição é João Miguel O. Cotrim, que reside em Portugal, na cidade de Lisboa. Fazer a sua apresentação mais detalhada não é tarefa fácil, uma vez que ele tem um vasto currículo, refletindo a sua brilhante carreira. João Miguel é licenciado em Relações Internacionais, Master of Arts em Media & Cultural Analysis, Mestre em Relações Internacionais, especialização em Negócios Internacionais, e MBA Executivo, com Major em Liderança Aplicada. É Investigador e Doutorando em Gestão, com especialização em Recursos Humanos e Comportamento Organizacional. Foi Diretor de RH de um grupo empresarial (ALCR) e foi Fellow Lecturer de Gestão de Equipas – premiado com uma Bolsa Interna do ISCTE; Publicou artigos e trabalhos acadêmicos. Foi Visitant Professor e Palestrante em Escolas de Educação Executiva em São Paulo (Brasil), Braga e Leiria (Portugal), Orador na ICSS XIII, 13th International Conference on Social Sciences, University of Vienna, Vienna, Austria. Foi Orador, também da 4th International Conference on Social Sciences, Athens, Greece, e da 2nd OFEL International Conference on Governance, Management &Entrepreneurship, Dubrovnik, Croatia. É, ainda, Mentor de Projetos de Impacto Social na IES – Social Business School (powered by INSEAD), Membro Académico do Athens Institute for Education and Research e Membro do Conselho Editorial da Independent Journal of Management &Production (IJM&P). Como é possível perceber, teremos muito a aprender com a sua contribuição.

Imagem 1 – High School Diploma pela C.I.S. (Copenhagen International School), Copenhaga, Dinamarca | 1995 (fonte: acervo pessoal).



Bere – João Miguel, agradeço-lhe, em nome de toda equipe da revista Educação Ambiental em Ação, pela sua disponibilidade em nos conceder esta entrevista, muito obrigada! Para iniciar, pergunto-lhe: qual é a sua visão sobre a situação ambiental planetária?

Imagem 2 – Professor Convidado de "Negócios e Cenários Locais e Internacionais" no âmbito do Programa Internacional de Pós-MBA em Gestão Global e Empreendedorismo e Inovação, pelo B.I. International, São Paulo, Brasil | 2013 (fonte: Google).



João Miguel – Caríssima Bere, em primeiro lugar, deixe-me muito agradecer o seu convite para conceder esta entrevista à Educação Ambiental em Ação. É uma honra poder compartilhar com o nosso público algumas ideias fundamentais que tenho vindo a assimilar ao longo dos anos sobre o caminho que as sociedades globais e, em particular, o nosso planeta como um todo, está levando:

Infelizmente, não vejo com bons olhos. Apesar de haver alguns sinais que de que algo já começa a ser feito (exemplos: a) Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, assinado em dezembro 2015; e b) Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU), há ainda muito caminho para desbravar.

Não posso, na minha total consciência, dizer que está tudo bem (ao contrário do que o atual Presidente dos Estados Unidos da América descaradamente advoga). Está mais do que provado cientificamente que algo (na verdade, já muito) está errado com a saúde do nosso planeta mãe. As alterações climáticas estão na ordem do dia já, eu diria, de uns 20, 30 anos para cá. Ainda está na minha retina e memória os mais recentes relatos de icebergs desprendendo-se de plataformas de gelo em ambos os polos do planeta, nomeadamente o desprendimento em julho passado de um Iceberg gigante (de cerca de 6 quilômetros de largura)de um glaciar no leste da Gronelândia. Outros 2 exemplos: (i) a já famosa (pelas piores razões) chamada “Ilha do Lixo” – ilha gigantesca de plástico a flutuar no Oceano Pacífico entre a Califórnia e o Havai – e que detém 16 vezes mais detritos do que se pensava anteriormente (cientistas, recentemente, concluíram que esta massa de lixo representa uma ameaça significativa à cadeia alimentar); (ii) o dar à costa, em Julho passado, de toneladas de plástico, lixo e diversos detritos na República Dominicana.i

Face a todo um conjunto evidências, só não vê quem não quer! Algo terá de ser feito para mitigar este declínio da saúde do nosso planeta. Deveremos refletir sobre que metodologias a usar para prevenir e proteger as populações, catástrofes desta natureza e, em última instância, a saúde do planeta! A este respeito, a mais recente “promessa” (não passa disso, por hora, ainda) do atual Presidente da França, Emmanuel Macron, em intensificar esforços para um verdadeiro combate contra o mal que os Estados mais industrializados do mundo estão fazendo ao planeta pode revestir-se de alguma esperança. No entanto, quando se olha para o outro lado da mesa das negociações, vemos uma postura nos antípodas da de Macron e completamente abjeta (perdão pela minha corrosividade) de uma personagem que nunca poderia, jamais (embora tenha acontecido), ter chegado ao Poder do País mais influente do mundo (Estados Unidos da América) – Donald Trump. Perante isto, tenho sim que continuar preocupado e expectante, claro.

Bere – Fale-nos um pouco sobre a Economia Compartilhada(EC) e como ela funciona:

Imagem 3 – Orador sobre “Economia Compartilhada” na 4th International Conferenceon Social Sciences, Athens, Greece|Julho de 2017 (fonte: acervo pessoal).



João Miguel – Bom, seria magnifico poder dizer e resumir o que é a EC numa frase. Na qualidade de académico que sou, e para ser honesto intelectualmente e em bom rigor, não posso nem devo simplificar em 1 ou 2 pontos o que ela consubstancia. E porquê? Porque, segundo as mais recentes pesquisas e estudos científicos, a EC é um fenómeno multifacetado, com vários arquétipos de atividades e, inclusive, mostra sinais de ser ainda ambíguo e contraditório, por vezes (Acquier, Daudigeos & Pinkse, 2017). Explicando melhor: ainda parecemexistir vários paradoxos, tensões e incertezas em relação aos seus limites reais, efeitos e lógicas (Richardson, 2015), onde alguns entendem-na como uma alternativa ao capitalismo tradicional de mercado, mas, ao mesmo tempo, ela parece também instigar o capitalismo em si (Schor et al., 2016); E, mesmo que ela defenda e promova “práticas de consumo e produção mais sustentáveis”, também pode “reforçar o atual paradigma econômico insustentável” (Martin, 2016, p. 159).

Só para que os nossos leitores tenham uma ideia, só no ano passado (2017) é que houve o primeiro boom (nunca visto, até então) de um grande número de artigos e estudos científicos sobre a matéria. Tudo é ainda muito recente.

No entanto, posso deixar aqui uma definição (muito resumida),a qual acredito que possa ser consensual: a EC trata-sede um fenômeno relativamente novo por meio de padrões tecnológicos (Zifkin, 2015), nascido da Era da Internet (Belk, 2014), e no qual você não está ajudando um amigo de graça, mas fornecendo serviços de EC a um estranho em troca de dinheiro (Sundararajan, 2016).

Exemplos concretos de práticas e negócios de mercado da EC: as plataformas Airbnb (sector da acomodação) e Uber (sector dos transportes). Haverão muitos mais exemplos, mas deixo para outra oportunidade. Levaria muito tempo a explanar cada um deles.

Imagem 4 – Apresentação sobre “Economia Compartilhada” na 4th International Conferenceon Social Sciences, Athens, Greece|Julho de 2017 (fonte: acervo pessoal).



Bere – De que forma as questões ambientais estão inseridas nos projetos que você desenvolve?

Imagem 5 – Master of Arts em Media & Cultural Analysis pela Loughborough University, Inglaterra, Reino Unido| 2003 (fonte: Google).

João Miguel – Bere, primeiramente, sobre os projetos que tenho desenvolvido e que continuo a desenvolver, tenho a sorte (mas, trabalhei para ela!) e o privilégio de, hoje em dia,poder dizer que me ocupo daquilo que mais gosto: ser académico, investigador (de acordo com a metodologia de pesquisa científica) e mentor de projetos de impacto social com o propósito principal de poder contribuir com a minha pequeníssima, mas gratificante, parte para um mundo melhor. Tenho contribuído para o conhecimento científico desde o ano de 2002 em temas ligados (i) à cidadania global, (ii) à globalização e os seus efeitos nas sociedades, (iii) ao papel determinante dos Media na difusão da informação e formatação das mentalidades nas sociedades por todo o mundo, (iv) à Liderança (com especial enfoque para a premência de novas abordagens sobre o tema, nos dias conturbados que vivemos, à escala mundial), e (v), mais recentemente, a um tema inovador que está crescendo cada vez mais no planeta inteiro e que já está tendo impactos disruptivos na forma como consumimos, partilhamos, produzimos, nos relacionamos uns com os outros e, com isso, promovemos uma melhor sustentabilidade ambiental para o planeta: a Economia Compartilhada (Sharing Economy, em inglês).

Respondendo, especificamente, sobre de que forma as questões ambientais estão inseridas nestes projetos, eu diria que todos eles estão envolvidos com a temática ambiental. No sentido de que, para que se consiga alterar de facto o rumo das preocupações ambientais atuais, é fundamental adquirir e a aprimorar certas valências, atributos e pilares-chave de consciência cívica nos cidadãos. E, para chegar-se lá, é necessário, a montante, sensibilizá-los e reeducá-los para as questões correlacionadas. Nomeadamente:

1 – A importância de uma reabilitação da dita “cidadania global” para uma sensibilização mais eficaz para as questões ligadas ao meio ambiente;

2 – Entender muito bem o que é a globalização contemporânea e quais os seus impactos geopolíticos nas sociedades, cidades e regiões do planeta;

3 – Compreender o papel determinante dos Media na forma como difundem, partilham a informação e, com isso, nos formatam (nós, cidadãos) a forma de pensar e, em última análise, agir perante os elementos à nossa volta;

4 – Assimilar a importância de se reformular todo o nosso olhar sobre a Liderança, e com isto, quero dizer reinventar-se a forma como olhamos e percepcionamos o que deverá ser um verdadeiro Líder (seja no ramo político ou empresarial) nesta Era em que vivemos (assim como as demais vindouras), onde as sociedades anseiam por um novo paradigma que responda às questões atuais de proteção, preservação e resgate do Planeta como um todo. Já não há volta a dar: há que existir um comprometimento de todos os stakeholders envolvidos.

5 – Semear e disseminar a emergência de um fenómeno inovador que tem todo o potencial de ser uma ferramenta disruptiva ao serviço do Ser Humano para responder a essa inquietação atual de querer-se construir esse novo paradigma: a Economia Compartilhada.

Ora, só sensibilizando os cidadãos para estes pilares primários é que, à posteriori, num segundo patamar, conseguir-se-á fazê-los entender a importância de também se preocuparem com questões ligadas à proteção e sustentabilidade do meio ambiente e planeta.

Imagem 6 – PROGRAMA DE FORMAÇÃO AVANÇADA PARA A NEGOCIAÇÃO EUROPEIA no Parlamento Europeu, Bruxelas, Bélgica| Outubro de 2017 (fonte: acervo pessoal).



Bere – Para reverter o cenário ambiental caótico é preciso agir com muita determinação e persistência, promovendo uma nova visão sobre a forma de viver, enfatizando a necessidade de mudanças de hábitos e posturas. Neste sentido, a Economia Compartilhada pode ser uma ferramenta da Educação Ambiental para promover estas mudanças?

Imagem 7 – Orador sobre "A Marca Portugal" – no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Competências Transversais de Competências EEG na Universidade do Minho, Portugal| 2014(fonte: Google).



João Miguel – Sem dúvida alguma! No entanto, eu diria da seguinte forma:

Tal como explanei atrás, os estudos científicos mais recentes demonstram que a EC reveste-se de um fenómeno multifacetado, onde mostra sinais de ainda existirem certas atividades dentro dela que são ambíguas e, em certos casos, contraditórias. Ainda estamos a meio caminho, assim por dizer, no sentido de que ainda não se consegue abordar o tema de uma forma consensual. Uns argumentam que ela pode ser, sim, uma ferramenta ao serviço de uma reeducação ambiental para promover as mudanças necessárias para se alcançar um novo paradigma, mas, por outro lado, há quem diga que a EC não tem nada de inovador, pois ela consubstancia nada mais nada menos do que uma mera nova forma de capitalismo (espécie de Neocapitalismo) onde a única coisa substantiva que mudou foi o uso da Internet (Web 2.0.) como uma ferramenta para disseminar e intensificar as trocas comerciais (sejam peer-to-peer, sejam business-to-peer).

A meu ver, eu acredito convictamente na primeira argumentação, ou seja, numa EC que promova e se ponha ao serviço da agenda da “sustentabilidade ambiental”, instigando toda uma nova forma de viver, produzir, consumir, poupar, usar os recursos da natureza, relacionarmo-nos uns com os outros e, principalmente, conectarmo-nos como planeta.

Num dos meus mais recentes artigos, eu faço referência precisamente a esta visão. Nele, resumidamente, eu defendo que algo terá de ser feito para a promoção de melhores índices de sustentabilidade ambiental no planeta, e, para isso, o uso da Web 2.0 (condição inerente à EC) tem de ser uma ferramenta chave para esse fim. Vou mais longe e advogo que “está nas mãos de todos os stakeholders agarrar a oportunidade que a Web 2.0 trouxe consigo para, sem desculpas, finalmente inovarmos o pensamento de forma a preservarmos o nosso bem mais precioso: a nossa própria “casa”, a Terra, porque sem ela a vida não teria lugar”.

Imagem 8 – Economia Compartilhada (fonte: Google).





Bere – De uma forma mais ampla, como a Economia Compartilhada interfere na sustentabilidade planetária?

Imagem 9 – Economia Compartilhada (fonte: Google).

João Miguel – A EC interfere no sentido de que deverá ser aproveitado todo o seu potencial, nomeadamente o uso da Web 2.0. (e as demais que possam advir), que é condição inerente a ela.

Num contexto de sustentabilidade planetária, escrevi também recentemente que a EC deverá ser olhada e usada como estando em sintonia com dois dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Agenda 2030 da ONU, mais precisamente, com as ODSs 12 (“Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis”) e 17 (“Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável”). Dentro de ambos estes ODSs, vale destacar alguns dados, pontos críticos recentes que dão para pensar e refletir sobre como a EC poderia ajudar a mitiga-losii:

  1. A população global deve chegar a 9,6 biliões (“bilhões” em Português do Brasil) de pessoas até 2050 e o equivalente a três planetas seriam precisos para prover os recursos naturais necessários para sustentar o estilo de vida atual;

  2. A população mundial apresentou um aumento do uso da internet de 6% em 2000 para 43% em 2015, no entanto, mais de 4 biliões de pessoas não usam esta rede, e 90% delas são originárias de países em desenvolvimento.

Perante estes dois dados, pergunto: como poderíamos combater quer o estilo de vida insustentável atual, quer o fato de 4 biliões de pessoas ainda não usurem a internet (Web 2.0.)? Bom, já existem no mercado respostas para tal. Os exemplos mais crassos são a Airbnb (sector da acomodação), a Uber e a Drive Now (ambos no sector dos transportes). Só faltará multiplicar, alavancar e disseminar cada vez mais práticas de mercado que estejam alinhadas com elas.

A meu ver, a grande causa pela qual a EC deve-se mover deverá ser a de constituir uma potencial ferramenta para aproximar as pessoas, possibilitar a partilha de informação e a melhor racionalização dos recursos que levem a padrões de consumo consideravelmente mais sustentáveis. Na minha opinião, pode haver uma verdadeira “parceria” entre a EC e Agenda 2030 da ONU, contribuindo-se dessa forma para uma verdadeira missão global para o alcance de um desenvolvimento sustentável de toda a sociedade. Em baixo, segue a figura 1 esquematizando esta correlação entre EC, ONU e Agenda 2030.

Figura 10 – Parceria entre EC, ONU e ODS (Agenda 2030) (fonte: Google).



Bere – Aponta-nos alguns exemplos para que possamos perceber como a Economia Compartilhada pode colaborar com a sustentabilidade planetária:

Imagem 11 – Orador sobre “Economia Compartilhada” na ICSS XIII, 13th International Conferenceon Social Sciences, University of Vienna, Vienna, Austria| Outubro de 2017 (fonte: acervo pessoal).



João Miguel – Dou estes alguns exemplos questionando o leitor: o conceito de partilha de apartamentos e quartos que a Airbnb e outros serviços afins trouxeram vieram ou não vieram alterar a forma como os cidadãos olham para o setor de hospedagem/acomodação e, sobretudo, conseguiram ou não dar uma resposta para uma melhor racionalização da construção civil? A meu ver, sim, porque este conceito de partilha está a evitar que se continue a construir novos edifícios habitacionais e a saturar as cidades com mais concreto, utilizando-se da lógica do aproveitamento de recursos (quartos e apartamentos) que existem em abundância. É precisamente isto que eu apelido de melhor racionalização dos ativos já presentes na sociedade.

Por outro lado, caro leitor, serviços como o Uber ou o Drive Now (este último, em Portugal) consubstanciam soluções de partilha de automóveis e viagens a serem exploradas para fazer face ao constante frenesi em construir e produzir automóveis. E porquê? Porque ambos promovem um novo comportamento de consumo, de uma forma mais racional, onde o cidadão, ao invés de comprar um automóvel para sua utilização exclusiva, opta por usar veículos de ótima qualidade (pelo menos assim o é na Europa, por exemplo), usufruindo de um “motorista privado”, assim por dizer. No caso particular da Drive Now, o contributo para a mudança de paradigma em direção à sustentabilidade ambiental é ainda mais flagrante: as suas frotas são elétricas, ajudando com isso a instigar o emprego de fonte não-fóssil e, dessa forma, combater as atuais alterações climáticas devidas às emissões de CO2 e o consequente efeito estufa no planeta. Ambos estes dois serviços de transporte promovem uma nova visão sobre a forma de viver nas cidades, promovendo, na prática, mudanças de hábitos e posturas perante o consumo, onde o cidadão, mesmo que já possua um automóvel, poderá optar por usar um tipo de serviço de transporte que lhe garanta (1) qualidade do carro , (2) baixo custo quer em termos de preço, quer em termos de tempo e (3) assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis (indo de encontro à ODS 12 mencionada atrás).

Quer a Uber, quer a Drive Now (e outros exemplos análogos) concorrem ainda para uma reinvenção da mobilidade, sobretudo nas cidades, levando a uma melhor reorganização da sua própria estrutura.

Há, portanto, um enorme potencial nas novas plataformas da Economia Compartilhada de constituírem um meio de implementação de práticas mais sustentáveis e, dessa forma, contribuírem para a revitalização de uma verdadeira parceria global para o desenvolvimento sustentável (indo de encontro à ODS 17 mencionada atrás).

Imagem 12 – Objectivos de Desenvolvimento Sustentável 17 (fonte: Google).





Bere – Em seu artigo “Sustentabilidade ambiental e Economia Compartilhada: a grande inovação”iii você comenta que a Web 2.0 é uma importante ferramenta da Economia Compartilhada. Você pode nos trazer maiores detalhes sobre o conceito Web 2.0?

Imagem 13 – Web 2.0 (fonte: Google).



João Miguel – Claro, Bere. É muito simples: a Web 1.0. refere-se ao início (aparecimento) da Internet, onde a informação passada nas várias plataformas só dava para ser emitida e recepcionada, não permitindo qualquer tipo de interação entre o emissor e o receptor. Ora, a Web 2.0. trata-se de uma segunda fase da evolução da Internet, a qual permite uma interação, troca de informação e dados in loco, de uma forma instantânea. Exemplo muito concreto: se não fosse a Web 2.0., seria impossível existirem plataformas como o Facebook (onde os usuários trocam vários tipos de informação e dados entre si) ou a Uber (onde os usuários podem interagir e pedir em minutos um carro através da aplicação no seu celular) ou ainda a Airbnb (onde os usuários podem reservar também em minutos um apartamento ou quarto usando a respectiva aplicação no seu celular).

Em baixo segue a Figura 2 ilustrando as diferenças entre a Web 1.0 e 2.0.





Figura 14 – A Diferença entre Web 2.0 e Web 1.0 (fonte: Google).



A ideia a reter é: é graças à Web 2.0. que hoje em dia estamos falando na Economia Compartilhada, pois foi pelo motivo de se poder interagir via plataformas web que vários arquétipos de atividades nasceram (peer-to-peer e/ou business-to-peer). A primeira vez que alguém usou o termo “Economia Compartilhada”, exatamente para descrever esses tipos de atividades de mercado, foi um Professor da Harvard Business School de nome Lessig (anos de 2007/2008).


Imagem 15 – Mentor de Projetos de Impacto Social na IES – Social Business School, Cascais, Portugal| Desde Fevereiro de 2017 (poweredby INSEAD).





Bere – Tendo em vista que os problemas ambientais são globais e se acentuam, poderíamos afirmar que há falta de lideranças para engendrar ações que visam solucionar ou minimizar, desde pequenos até grandes, problemas ambientais?

Imagem 16 – MBA Executivo com especial enfoque em Gestão e Liderança Aplicada na University of Wales, País de Gales, Reino Unido| 2016 (fonte: Google).



João Miguel – Sim e não. Exemplo crasso de não-liderança: o atual Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump – simplesmente “rasgou” o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, abandonando um tratado que levou anos a fio (de trabalho árduo) a ser alcançado. No outro extremo, temos um exemplo evidentede boa-liderança: o atual Presidente da França, Emmanuel Macron – veio recentemente propor à China “relançar a batalha climática” e “preparar um aumento dos compromissos” contra o aquecimento global, tendo anunciado para os anos de 2018 e 2019 a organização de um “ano franco-chinês da transição ecológica”. Além disso, no final do ano passado, Macron idealizou a organização de uma cimeira One Planet Summit, chamando a atenção, dessa forma, para a premência da discussão do tema das alterações climáticas. Ainda mais recentemente, no passado dia 27 de Julho deste ano, Macron juntamente com Pedro Sanchez (recentemente eleito novo Presidente do Governo de Espanha) e António Costa (atual Primeiro Ministro de Portugal) firmaram um acordo na “II Cimeira para as Interligações Energéticas”, onde pode-se ler no documento assinadoiv: "Comprometidos com a criação da União Europeia da Energia e com a transição energética europeia, os signatários reafirmam o objetivo estratégico das interligações para a concretização de um mercado interno da energia, plenamente operacional, seguro, competitivo, limpo e interligado, e comprometem-se com o incremento da sustentabilidade da energia".

Tendo estas duas referências de não-liderança e boa-liderança, eu sou forçado a afirmar que, sim, há ainda a falta de um verdadeiro movimento global para solucionar, no mínimo minimizar, os problemas atuais ambientais à escala global. Necessitamos de mais “Macrons”, e mais do que isso, verdadeiras ações concretas para mitigar os problemas ambientais, sejam eles pequenos ou grandes.

No que toca ao Brasil e a Portugal, países que me dizem muito, ambos não podem deixar-se ficar de lado em torno desta discussão. Temos que estar no centro destes acordos globais e regionais e aproveitar a onda gerada com a chegada de Emmanuel Macron ao Poder. A este respeito, e por exemplo, foi anunciado muito recentemente, durante o mês de Julho deste ano, que no próximo ano (de 15 a 19 de Abril) terá lugar em Cascais, Portugal, um “Fórum Global de Economia Sustentável” (que nasce com a ambição de ser “a nova Davos”)e que decorrerá no novo campus da Nova School of Business & Economics (Nova SBE), o qual reunirá mais de 11 mil líderes empresariais e governamentais, académicos e responsáveis de agências da ONU. O objectivo será debater o tema da sustentabilidade ambiental, social e económica, tendo em vista o cumprimento da Agenda 2030 da ONU, com especial enfoque ao debate à volta de como se poderá formar novos líderes necessários para fomentar soluções mais sustentáveis para o planeta. Tal como o CEO da Sustainable Society Initiative, Beto Ferreira, argumentou no lançamento do evento: “Vamos reunir num único evento global todos os problemas e soluções que a nova economia sustentável representa. E todos os protagonistas”v.

Por outro lado, sem querer estender-me muito sobre o assunto (levaria muito tempo), estamos a presenciar uma alteração nas lógicas do exercício de lideranças. Ou seja, estamos a viver um período de transição, muito vincada precisamente pela EC, onde o exercício do Poder já não é mais ditado pelas hierarquias verticais tradicionais, onde quem está no topo da pirâmide é quem tem mais influência e poder de persuasão. Não! No caso concreto da EC, ela veio, por exemplo, alterar de uma forma disruptiva essa lógica: começam a surgir “pequenos poderes”, “pequenas lideranças”, “pequenas vozes” oriundos diretamente do cidadão, ele mesmo. Ele tem cada vez mais o poder da palavra e influenciar as massas com novos ideais, comportamentos e práticas mais sustentáveis. As plataformas Web 2.0. atuais tiveram e continuam a ter um papel de gatilho para instigar todos nós a podermos ser ouvidos (ex: via redes sociais).A este respeito, vale, por exemplo, ressaltar o papel do denominado net ativismo(expressão cunhada por um Professor da Universidade de São Paulo –Massimodi Felicevi).Há que aproveitar todo este potencial da Web 2.0! Há muito por fazer ainda!

Imagem 17 – Orador sobre “Liderança e Ética” – palestra aberta sobre Deontologia e Ética no curso de Contabilidade e Finanças da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Instituto Politécnico de Leiria, Portugal| 2014(fonte: Google).





Bere – Quais são as habilidades e as capacidades que devem ser desenvolvidas para “formar” um bom líder, ou, como muitos ainda pensam, liderança é um dom?

Imagem 18 – Orador sobre “Elaborating a Master Model of Leadership called The Mastering of 5 Key Elements” na2nd OFEL International Conference on Governance, Management & Entrepreneurship, Dubrovnik, Croatia| 2014 (fonte: acervo pessoal).



João Miguel – Bere, liderança é com certeza um dom. No sentido de que, quantas mais valências natas você tiver para ser um líder, melhor! Mas, no entanto, ter atributos natos de líder não chega per si.Tentando explicar da forma mais resumida possível:

Há duas grandes correntes de pensamento sobre Liderança. Uma, a mais tradicional (e que está cada vez mais obsoleta), que defende precisamente que um pessoa só conseguirá chegar a uma posição de líder se tiver certas características natas para o ser. A segunda, e que decorre sobretudo dos tempos que vivemos atualmente, advoga que não basta ter certos atributos natos, naturais de líder. É ótimo sim ter já certas valências natas (quem descartaria isso?!), mas esta corrente de pensamento defende que a Liderança tem de ser também treinada, aprimorada. No sentido de que, é impossível uma pessoa possuir todas as valências necessárias para ser um bom líder, e sobretudo, um que seja eficaz. A pessoa pode, sim, ter, por exemplo, um estilo de liderança mais “autoritário” ou, no outro extremo, mais “democrático”, mas isso não chega. Ela terá que treinar a aquisição de outros demais atributos para que consiga ministrar de uma forma mais eficaz todas as situações que possam surgir no seio da sua equipa, seus subordinados, colaboradores. O atributo central e que está correlacionado e influencia todos os demais é a chamada “Inteligência Emocional” (IE), cujo grande cunho foi dadopor Daniel Goleman (2000). É ela que qualquer pessoa aspirante a ser líder deverá prestar muita atenção, cuidar, treinar e aprimorar.

Além da habilidade IE, há 4 mais que se tornam também chave para auxiliar uma pessoa a tornar-se um melhor lídervii:

  1. Dependendo das circunstâncias, qualquer líder deve estar pronto para aplicar um estilo diferente de liderança. Deverá ser capaz de entender que estilo de liderança – ser coercivo, autoritário, afiliativo, democrático, hierárquico ou coacher – cada situação exige (Goleman, 2000);

  2. Ser líder significa, intrinsecamente, que você gere uma equipa. Desta forma, torna-se importante encontrar maneiras de torná-la coesa e focada nas suas tarefas, para que as metas sejam atingidas. Como fazê-lo? A contribuição de Tuckman (1965), por exemplo, dá-nos uma visão muito valiosa a esse respeito, já que as suas 4 etapas sugeridas para o desenvolvimento de uma equipa – Forming, Storming, Norming e Performing – constituem uma ferramenta preciosa nas mãos do líder. A capacidade de aplicar e gerenciar cada uma destas etapas, igualmente pode ser treinada, adquirida e, consequentemente, dominada;

  3. O líder deverá ser um denominado Líder Quintessencial (Doyle, 2006). O que é? Segundo esta teoria, existem 8 atributos fundamentais para o líder tornar-se um que seja mais eficaz: 1–Passar para a sua equipa uma visão clara da missão e uma declaração de valores chave que você e o seu projeto consubstanciam; 2–Ter uma estratégia a curto, médio e longo prazos, e o seu grupo deverá entender muito bem todas elas; 3–Não ter qualquer tipo de receio em contratar para a sua equipa alguém que seja tão ou mais inteligente que você, pois ela será uma mais valia e irá agregar sempre qualidade ao trabalho; 4–Ter sempre em mente que a comunicação com a sua equipa é essencial e deve ser feita de forma apurada. Qualquer falha poderá levar o líder a perder os seus seguidores. É primordial existir uma sinergia muito próxima entre o líder e os membros da sua equipa; 5–Promover um ambiente ao redor da sua equipa que seja motivador. O líder deverá ter sempre presente de que o seu objetivo é ter o seu grupo sempre consigo; 6–Premiar os desempenhos excepcionais dos seus colaboradores/seguidores. Dessa maneira, o líder estará a dar um sinal ao seu subordinado de que ele (o líder) está atento não só à sua equipa como um todo, mas sobretudo, que se preocupa com cada um dos seus membros individualmente e tal atitude será por eles valorizada; 7– O líder deverá mostrar que é exigente e que espera dos seus subordinados uma auto-responsabilização das suas tarefas e performance. Se o líder aplicar as qualidades anteriores em conjunto com esta, ele mostra que é premiador, tem ótimas soft skills, mas não é benevolente, pelo contrário, é exigente. Só com esse rigor é que os subordinados saberão que podem ganhar o reconhecimento do seu líder; 8–Finalmente, o líder deverá preocupar-se e empenhar-se no desenvolvimento dos seus subordinados que deverão sentir a sua entrega neste propósito e, consequentemente, eles perceberão que podem sempre progredir se continuarem dedicados com a sua equipa e com o seu projeto.

  4. Finalmente, há uma ferramenta ao dispor de todos nós (sejamos líderes dentro da nossa própria família, ambiente de trabalho, cargo político ou outras situações das nossas vidas) que ajuda, precisamente, a adquirir, melhorar, desenvolver e aplicar todo um conjunto de valências chave (incluindo a IE). É a chamada ferramenta de auto monitoramento desenvolvido por Lennox & Wolfe (1984) e que explano muito bem na minha Dissertação no âmbito do meu MBAviii.

Em baixo, as figuras 3 e 4 tentam esquematizar tudo isto que estou a explanar (a intersecção einterdependência de 5 grandes pilares, habilidades para tornar-se um melhor líder):

Imagem 19 – Intersecção de 5 pilares para uma Liderança eficaz (fonte: acervo pessoal).

Imagem 20 – Interdependência de 5 habilidades para uma Liderança eficaz (fonte: acervo pessoal).



Bere – Como a Educação Ambiental pode contribuir para a formação de líderes que atuem e se posicionem, de forma efetiva, no enfrentamento dos problemas ambientais e no encaminhamento de soluções?



Imagem 21 – Oradorsobre “Elaborating a Master Model of Leadership called The Mastering of 5 Key Elements” na 2nd OFEL International Conference on Governance, Management & Entrepreneurship, Dubrovnik, Croatia| 2014 (fonte: acervo pessoal).



João Miguel – O exemplo de Emmanuel Macron, Presidente da França, julgo ser um ótimo exemplo contemporâneo de um líder que parece estar a querer efetivamente enfrentar e solucionar os problemas atuais ambientais globais. Mas muitos mais exemplos são necessários.

Para que possamos ter líderes (sejam eles no mundo empresarial, político ou até vindos dos cidadãos eles mesmos) que finalmente entendam a verdadeira extensão do perigo que o nosso planeta mãe está a incorrer, torna-se necessário que haja cada vez mais uma divulgação, difusão, planos de educação e ações concretas vindos de todos os stakeholders envolvidos, sem exceção (entidades governamentais, não governamentais, meio empresarial, esfera pública, media, comunidade científica e demais agentes e interessados)! Exemplo muito concreto e em jeito de sugestão: poderia passar a haver desde a Escola Primária uma disciplina sobre Educação Ambiental e que se estendesse por todos os outros anos escolares até, inclusive, ao último ano escolar antes de se entrar na Universidade. Objetivo primordial: a sensibilização e educação ambiental tem de passar a fazer parte do nosso DNA, da nossa linguagem. Tal como a língua que falamos(no nosso caso, a portuguesa) é muito do que somos, a nossa identidade (foi-nos nutrido e enraizado desde muito cedo). Temos que preparar o caminho para as gerações vindouras. E, para isso, há que semear já durante a presente geração. Serão os nossos filhos e netos que irão herdar o que construirmos hoje! Arregacemos as mangas, então, e façamos a parte que nos cabe!



Bere – O que te inspira a realizar os seus projetos?

Imagem 22 – PROGRAMA DE FORMAÇÃO AVANÇADA PARA A NEGOCIAÇÃO EUROPEIA no Parlamento Europeu, Bruxelas, Bélgica| Outubro de 2017 (fonte: acervo pessoal).

João Miguel – O que me inspira está intrinsecamente relacionado com a minha própria missão: auxiliar, ajudar, apoiar, orientar, nortear, passar todo o meu conhecimento (quer no plano pessoal, quer profissional) já adquirido, beber novos conhecimentos, descobrir e desbravar terrenos desconhecidos, novos mundos, novas pessoas, reinventar-me, formar melhores Seres Humanos, cidadãos e, no final das contas, tornar-me, eu mesmo, um Ser Humano e Cidadão melhor preparado e mais realizado. Enfim, contribuir para um mundo melhor. Não é retórica! É, sim, o legado que eu quereria deixar nesse mundo e aos meus filhos e netos!

Bere – Por gentileza João, deixa uma mensagem, - pode ser uma palavra, uma frase, uma ideia - algo que possa incentivar os nossos/as leitores/as,e que possa servir de inspiração para todos os que acreditam que é possível mudar o mundo para melhor.

Imagem 23 – PROGRAMA DE FORMAÇÃO AVANÇADA PARA A NEGOCIAÇÃO EUROPEIA no Parlamento Europeu, Bruxelas, Bélgica| Outubro de 2017 (fonte: acervo pessoal).



João Miguel – Claro! Com todo o gosto. Primeiro passo: tente encontrar a sua verdadeira vocação. Cada um de nós veio a este mundo com as suas próprias valências, características e mais valias para contribuir para um mundo melhor. Acredito cada vez mais nisto. Mesmo que esteja, atualmente, e por exemplo, a ter uma profissão, ocupação profissional que não lhe agrade, que seja tormentoso, crie a sua própria visão daquilo que verdadeiramente gostaria de fazer na vida. E, com isto, quero dizer tente encontrar uma ocupação que lhe faça feliz e que lhe permita dar algo em troca para o mundo que o rodeia. Que a sua felicidade seja, per si, a melhor forma de você “doar” um pouco dessa mesma felicidade para todos os demais.

Use a ferramenta “auto monitoramento” que mencionei atrás para aprimorar ainda mais certas valências pessoais (sobretudo, emocionais) em si. Encontre a sua Inteligência Emocional! Seja amigo/a de si mesmo/a. Verá que o mundo lhe retribuirá na mesma moeda. Abrace o mundo ao seu redor, nomeadamente a sua Casa Mãe – o Planeta –, e verá o quão ele te agradecerá de volta.

E lembre-se:

O conhecimento não ocupa lugar! Há sempre espaço para aprender, adquirir novas ferramentas, evoluir e, em última análise, tornarmo-nos melhores seres humanos. Parafraseando Albert Einstein, “a mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”.

Fique sempre alerta e disponível para tal! Verá o quanto ganhará e a sociedade lhe agradecerá de volta.

Imagem 24 – PROGRAMA DE FORMAÇÃO AVANÇADA PARA A NEGOCIAÇÃO EUROPEIA no Parlamento Europeu, Bruxelas, Bélgica| Outubro de 2017 (fonte: acervo pessoal).



Bere – Prezado João Miguel, em nome de toda equipe da Educação Ambiental em Ação, agradeço muito pelo seu compartilhamento de tão preciosas experiências, orientações e informações, que, sem dúvida, serão muito bem recebidas pelo nosso público leitor, e desejo que a sua jornada, uma inspiração para todos nós, continue sendo brilhante. Muito obrigada!

Bere Adams e Equipe da Educação Ambiental em Ação



Contato com o entrevistado:

  1. E-mail: jmocm@iscte-iul.ptou joaocotrim@yahoo.com.br

  2. Link para ORCID (Conectando Pesquisas e Pesquisadores):

https://orcid.org/0000-0003-3321-5713

  1. Link para acesso ao acervo de artigos científicos e de opinião:

https://www.researchgate.net/profile/Joao_Miguel_Cotrim

  1. Link para acesso ao Blog “InspiringChange” (“Inspirando Mudança”):

http://inspiring-change.mozello.pt

  1. Link para acesso ao Perfil do LinkedIn:

https://www.linkedin.com/in/joaomiguelcotrim/

  1. Link para acesso ao Perfil Profissional do Facebook:

https://www.facebook.com/JoaoMiguelCotrim/

iPoderá ler com mais detalhe sobre estes desastres ambientais flutuantes em: (i) https://www.dn.pt/mundo/interior/ilha-de-lixo-e-16-vezes-maior-do-que-se-pensava-9208860.html e (ii) https://www.jn.pt/mundo/interior/toneladas-de-lixo-dao-a-costa-na-republica-dominicana-9616452.html

iiiO artigo “Sustentabilidade ambiental e Economia Compartilhada: a grande inovação” está disponível em: http://inspiring-change.mozello.pt/blog/params/post/1600409/sustentabilidade-ambiental-o-papel-inovador-da-economia-compartilhada-na-pr

vPoderá ler com mais detalhe sobre o “Fórum Global de Economia Sustentável” em: https://www.dinheirovivo.pt/economia/forum-global-traz-a-cascais-as-pessoas-que-estao-a-mudar-o-mundo/

viiPoderá ler com mais detalhe sobre os “5 pilares para uma Liderança eficaz” em: http://inspiring-change.mozello.pt/blog/params/post/1600416/lideranca-5-grandes-dicas-para-ser-um-lider-eficaz

Ilustrações: Silvana Santos