TURISMO
RURAL NO SÍTIO PONTES: ALTERNATIVA ESTRATÉGICA PARA O
DESENVOLVIMENTO RURAL
Deinne
Airles da Silva1,
Rodrigo Machado Moreira2
1Mestra
em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UFPB), Bacharela em Ciências
Biológicas (UEPB), Especialista em Agroecologia (UEPB) e
Técnica Agrícola com habilitação em
Agroindústria (UFPB), deinne_airles@hotmail.com
2Doutor
em Agroecologia, Sociologia e Desenvolvimento Rural Sustentável.
Professor
Efetivo de Extensão Rural e Coordenador do NERA - Núcleo
de Extensão Rural Agroecológica na Universidade
Estadual da Paraíba - Campus II da UEPB - Lagoa Seca –
PB, Coordenador do
Instituto Giramundo Mutuando, Pesquisador do INTERSSAN – Centro
de Ciência e Tecnologia em Soberania e Segurança
Alimentar e Nutricional, rodrigoagroecologia@hotmail.com
RESUMO
Esse
trabalho tem por objetivo usar como modelo de agroecossistema o Sítio
Pontes, o qual possui práticas do turismo rural sustentável.
A pesquisa é do tipo estudo de caso. Foi possível
conhecer o perfil socioeconômico, produtos comercializados e
ações sustentáveis vinculadas às
atividades turísticas.
Palavras-chaves:
Turismo rural. Agroecologia. Desenvolvimento
rural.
ABSTRACT
The
objective of this work is to use as a model of agroecosystem the
Sítio Pontes, which has practices of sustainable rural
tourism. The research is case-study type. It was possible to know the
socioeconomic profile, commercialized products and sustainable
actions linked to tourist activities.Keywords:
Rural tourism. Agroecology.
Rural development.
1.
INTRODUÇÃO
O meio
rural vem passando por transformações - como a
modificação na forma como organiza a sua produção
e o seu trabalho, devido à globalização e
intensificação da produção agrícola.
Nesse processo outras áreas da agricultura foram impactadas
negativamente, como as atividades agropecuárias, devido à
inserção de modernas tecnologias para a criação
de animais, etc.
Ao
mesmo tempo, outras transformações foram ocorrendo em
âmbito ambiental, como a revalorização do meio
ambiente natural (rios, florestas, animais, plantas, sítios,
parques e reservas ecológicas, etc.) por parte da população
mundial, com o propósito de contemplar a natureza, voltar as
suas origens e refletir sobre o seu estilo de vida e revalorizar
valores e princípios esquecidos, como cidadania, educação
e respeito ao próximo.
Na
realidade, o ambiente rural tem passado por ressignificações,
podendo ser visto como um local de encontro com a natureza, paz e
harmonia; onde há excursões para práticas de
atividades de lazer, de ecoturismo; onde o homem pós-moderno
encontra-se com suas origens, suas raízes.
Nesse
cenário de transformações, os agricultores
familiares têm visto em sua propriedade rural a possibilidade
de utilizar essa área não apenas para atividades
agrícolas, mas também em setores e atividades
alternativas que dinamizem a economia local e melhorem a sua renda
familiar, já que acreditam que a terra apresenta
multifuncionalidade e pluriatividade. A primeira diz respeito à
propriedade rural ter múltiplas funções, que vão
além da produtiva e abrange a social, ambiental, etc.
Segundo
MORAES (2013, p. 19), “a pluriatividade nos espaços
rurais se desenvolve como um rearranjo ou como estratégia para
que as famílias de agricultores possam se articular com os
mercados e assim permanecer nos espaços rurais”.
A
multifuncionalidade refere-se ao fato da terra ser utilizada para a
prática de várias atividades agrícolas e
não-agrícolas. Algumas dessas atividades estão
vinculadas ao Turismo Rural, por exemplo.
O
Turismo Rural é um segmento econômico definido como um
conjunto de atividades não-agrícolas, mas voltada para
o lazer, na qual “o homem urbano procura, junto às
propriedades rurais produtivas, a busca do contato com a natureza, a
valorização do cotidiano caipira” (RAMIRO et al.,
2009, p. 1), “dos aspectos naturais, da cultura e da atividade
produtiva das comunidades familiares e o estímulo a
recuperação e conservação da economia do
território” (QUEIROZ, 2005, p. 6), sempre levando em
consideração as características peculiares de
cada local para que possa desenvolver a região.
Outros
fatores também têm contribuído para que o
agricultor familiar torne a sua propriedade rural propícia
para o turismo rural, como a questão de resgastar a sua
auto-estima, agregar valor ao produto primário, gerar novas
oportunidades de trabalho e renda, promover o intercâmbio e
enriquecimento culturais, melhorar o saneamento básico,
incorporar a mulher ao trabalho remunerado, além de
estabelecer o contato direto do agricultor com o consumidor e
oferecer serviços de hospedagem, entretenimento e alimentos
beneficiados ou in natura, etc (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2010).
Diante
disso, tem-se como exemplo o Sítio Pontes, um agroecossistema
localizado no Assentamento Gurugi II, no município do Conde –
PB, o qual realiza cotidianamente algumas ações
agrícolas sustentáveis e implantou o Turismo Rural,
aproveitando as potencialidades da região e oportunidades
vinculadas a projetos e planos ofertados por setores públicos
e privados.
Esse
trabalho põe como problematização, o fato das
atividades agrícolas não serem o único meio do
agricultor familiar melhorar sua renda, preservar e conservar os
recursos naturais e interagir enquanto sujeito social. Dentro desse
contexto, esse trabalho justifica-se por propor uma alternativa
viável para o Sítio Pontes: a implantação
do Turismo Rural Agroecológico, já que é uma
atividade que une aspectos da agricultura e turismo e serve para
complementar a renda e colocar o ambiente e as paisagens naturais
como elementos essenciais para fortalecer a economia, relações
sociais, de gêneros, cultura local e solidificar a relação
homem-ambiente, valorizando o ambiente natural e artificial, os
costumes e crenças de um povo, a diversidade biológica
do local, além de imergir o turista na realidade cotidiana da
comunidade.
Essa
inserção do Turismo Rural Agroecológico no Sítio
Pontes baseia-se em contribuir para eliminar as degradações
e/ou minimizar os problemas ambientais existentes, provocados pelas
atividades produtivas rurais impactantes no local e na região.
Nessa
perspectiva e diante dessa abordagem, esse trabalho tem por objetivo
conhecer o Sítio Pontes em relação ao perfil
socioeconômico, produtos comercializados e ações
sustentáveis (identificadas com os métodos de manejo
agroecológicos) que estivessem vinculadas às
atividades turísticas desenvolvidas nessa propriedade rural.
Além de identificar os pontos fortes, fracos, ameaças e
oportunidades oriundas da implantação do Turismo Rural
Agroecológico.
2.
REVISÃO DA LITERATURA
2.1
- Premissas sobre o Turismo Rural
A
história da humanidade confunde-se com a do turismo, pois “as
viagens sempre estiveram presentes na vida dos homens. Enquanto
nômade deslocava-se de um lugar para outro, em busca de
alimentos para sua sobrevivência” (BECKER e CIPPOLAT,
2010, p. 1).
O
conceito de turismo é muito controverso, pois vários
autores apresentam múltiplos conceitos sobre turismo.
De
acordo com a Organização Mundial de Saúde (1994,
p. 11) apud
Edra (2005, p. 4), “o turismo compreende as atividades
realizadas pelas pessoas durante suas viagens e estadas em lugares
diferentes do seu entorno habitual, por um período consecutivo
inferior a um ano, por lazer, negócios ou outros”.
ANDRADE
(1998, p. 10) apud
Muniz et. al (2005, p. 3) tem outra definição para
turismo como sendo “o complexo de atividades e serviços
relacionados aos deslocamentos, transportes, alojamentos,
alimentação, circulação de produtos
típicos, atividades relacionadas aos movimentos culturais,
visitas, lazer e entretenimento”.
Todos
os conceitos apresentam os seguintes traços em comuns: viagem
ou deslocamento de pessoas; permanência fora do domicílio;
temporalidade; o homem como sujeito do fenômeno do turismo;
bens e serviços turísticos para satisfazer os turistas.
Além disso, todas as definições de turismo dadas
por acadêmicos, empresas e órgãos governamentais
apoiam-se em três perspectivas: econômica, técnica
e holística (BENI, 2001).
Como
todas as atividades humanas, o turismo apresenta impactos ambientais
negativos, os quais também devem ser minimizados, para que se
trabalhe dentro de uma visão de desenvolvimento sustentável.
Esses impactos podem ser ecológicos, estéticos,
econômicos, sociais e/ou culturais.
Nessa
perspectiva e evolução de ideias e ideais, surgiu o
Ecoturismo: capaz de manter o turismo de maneira conciliável
com o meio ambiente; usar, sem destruir, mantendo-o conservado para
que a atividade turística possa ser continuada pelas próximas
gerações, de forma a manter os mesmos atrativos de
hoje.
Atualmente
há disseminação de várias formas de
turismo: turismo sustentável, turismo alternativo, turismo
ecológico, turismo rural, turismo brando. Os quais têm
por objetivo principal integrar homem, natureza, comunidade e cultura
locais. Porém nem sempre isso ocorre, pois há
predominância no mercado de um turismo preocupado apenas com as
questões econômicas.
Segundo
SOUZA (2008, p. 18), “o centro das atenções no
mundo do turismo nos últimos anos, com certeza, foi o ‘Turismo
Sustentável’, termo que vem gerando controvérsias
quanto ao seu real significado”. Já o Ecoturismo “tem
sido promovido como uma alternativa sustentável ao turismo de
massas. É considerado um instrumento para a conservação
do ambiente e para a melhoria do bem-estar das comunidades locais”
(DINIS, 2005, p. 2). Na realidade é um segmento do Turismo
Sustentável.
Os
primeiros registros de viagens para explorar o meio rural foram
feitos pelos guerreiros espartanos no século V a.C., que
viajavam pela Península de Peloponeso. Outras situações
também deixam indícios da ocorrência de Turismo
Rural como foi o caso dos Caminhos de Santiago de Compostela,
percorridos por peregrinos e em que os donos das propriedades rurais
ofereciam local para dormir e alimentações para esses
indivíduos.
O
surgimento do Turismo Rural ocorreu na Europa na década de 50
e estendeu-se por outros continentes e passou por várias
transformações juntamente com o meio rural ao longo do
tempo, isso “indica que vem ocorrendo uma desagregação
das maneiras tradicionais de produção, buscando-se
novas fontes de renda que tenham força para dinamizar este
espaço, sendo o turismo uma delas” (QUEIROZ, 2012, p.
48).
O
Turismo Rural ganhou forças com a crise ambiental, a qual
“tornou-se evidente na década de 60, refletindo-se na
irracionalidade ecológica dos padrões dominantes de
produção e consumo, e marcando os limites do
crescimento econômico”. LEFF, 2005, p 15).
Ele
foi difundido em todo o mundo como uma estratégia para o
desenvolvimento regional e para o futuro, já que contribui
para melhorar a renda, fixar, desenvolver social e economicamente a
população rural, além de preservar e/ou
conservar os recursos naturais da região.
Chegou
ao Brasil em 1986, mais precisamente na cidade de Lages, no estado de
Santa Catarina. Nessas áreas, os proprietários rurais
enfrentavam dificuldades financeiras e viram no turismo uma
oportunidade para superar os problemas da época e também
podiam “criar uma alternativa turística aproveitando a
estrutura existente nas fazendas e estâncias de criação
de gado de cortes e leiteiro, bem como de eqüinos predominante
na região serrana”. (NOVAES, 1994, 43).
No
Brasil, a história do Turismo Rural está diretamente
relacionada com a ocupação do território e o
crescente aumento da população, vinculados à
fixação do homem no meio rural, assim como o
desenvolvimento das atividades agrícolas e sua diversificação
da produção.
O
Turismo Rural é um segmento que está alicerçado
e deve se orientar pelos princípios do desenvolvimento
sustentável, ou seja, administrar de forma adequada os
ambientes, comunidades, cultura local e os recursos naturais, para
que sejam conservados e possam ser utilizados racionalmente pelas
futuras gerações, não esquecendo de atender as
necessidades socioeconômicas das populações
locais atuais (RUSCHMANN, 2000 apud
GRANADO et al, 2011).
Nesse
segmento, o ambiente natural funciona como parte essencial do
atrativo turístico e todas as atividades exercidas na
propriedade rural são vistas como parte do todo da
multifuncionalidade que a terra oferece.
Diante
desse cenário e de acordo com o Ministério do
Desenvolvimento Agrário (2004, p. 6) entende-se como Turismo
Rural:
a
atividade turística que ocorre na unidade de produção
dos agricultores familiares que mantêm as atividades econômicas
típicas da agricultura familiar, dispostos a valorizar,
respeitar e compartilhar seu modo de vida, o patrimônio
cultural e natural, ofertando produtos e serviços de qualidade
e proporcionando bem estar aos envolvidos.
Essas
unidades de produção correspondem às
propriedades rurais e que são os locais onde ocorre a
interação do agricultor familiar com o homem do
ambiente urbano e deste com a natureza. “É um meio rural
dinâmico, em que supõe-se que a população
faça dele um lugar de vida e de trabalho e não apenas
um campo de investimento ou uma reserva de valor” (WANDERLEY,
2001).
O
Turismo no meio rural apresenta várias modalidades de acordo
com a oferta, tais como: agroturismo, turismo ecológico,
ecoturismo, turismo de aventura, turismo de negócios, turismo
de saúde, turismo cultural e turismo esportivo (GRAZIANO DA
SILVA et al., 1998 apud
CAMPOS, 2010).
Dependendo
da modalidade, o agricultor irá implantar diversas atividades
como: fabricação e comercialização de
produtos artesanais; produção e comercialização
de alimentos processados, beneficiados ou in natura; caminhadas por
trilhas ecológicas; banhos em reservatórios de água
(rios, açudes, etc); pesca; assistir as apresentações
culturais de grupos locais (festas populares, religiosas); eventos
esportivos; entre outros.
Esse
segmento turístico, em alguns momentos, reunirá outras
modalidades, ou seja, não estará o tempo todo ligado a
apenas uma modalidade turística. Por exemplo, há casos
em que um sítio pratica o Turismo Rural com ênfase no
Turismo Ecológico e no Agroturismo. O primeiro “é
caracterizado por possuir um deslocamento de pessoas para espaços
naturais, com ou sem equipamentos receptivos, visando ao usufruto da
paisagem de forma passiva” (ALVES, 2010, p. 71); e o segundo
define-se como um turismo formado por um conjunto de atividades que
complementam as atividades agrícolas, ou seja, não há
o abandono da vocação principal da propriedade: a
agricultura, mas o agricultor utiliza a terra e a rotina familiar
para atrair os turistas (EMBRATUR, 2009 apud
GAVIOLI, 2011).
Diante
desse cenário, observa-se que o Turismo Rural é um
segmento que tem crescido cada vez mais no século XXI e a
sociedade vem descobrindo a importância de se preservar ou
conservar o ambiente rural para a manutenção da sua
própria vida e das gerações subsequentes. Nessa
perspectiva, tornam-se importantes ações concretas no
Turismo Rural, que envolvam desde os agricultores familiares,
turistas até entidades públicas e privadas.
2.2
- Orientações e ações concretas para a
implantação do Turismo Rural Agroecológico e
desenvolvimentos locais sustentáveis
Para
que esse segmento turístico possa revitalizar aspectos
sociais, econômicos, ambientais e culturais da área
rural, o agricultor familiar deve antes de tudo planejar. Na
realidade, o planejamento aparece como um meio de se obter os
“contributos do Turismo no espaço rural em termos de
desenvolvimento das comunidades e áreas da sua implantação,
quer em termos reais, quer receptivos” (SILVA, 2006).
O
planejamento é um instrumento que “se faz necessário
em qualquer área de atuação, pois estabelece
estratégias viáveis para a criação de
futuros empreendimentos, bem como auxilia no conjunto de decisões
a serem tomadas” (LOCH; WALKOWSKI, 2009, p. 49).
Deve-se
também ter em mente que a partir da instalação
do Turismo em uma propriedade rural terá início um
processo que alterará a ocupação e organização
territorial do meio rural. Além de que esse tipo de atividade
tem um papel fundamental na gestão do território, pois
estimula o desenvolvimento endógeno do local e permite que o
agricultor seja também criador de paisagens, bem como um
agente importante das Ciências Agrárias (CAIS et al,
1995 apud
GOMES, 2004)
O
Turismo realizado no meio rural sempre se expande por novas áreas
ainda não ocupadas por tal empreendimento ou negócios,
podendo ser feito de forma sustentável.
A
sustentabilidade aparece em 1979, referindo-se ao termo
desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade tem duas
origens: a primeira está ligada à capacidade de
resiliência dos ecossistemas em relação às
ações naturais ou antrópicas; a segunda
refere-se ao desenvolvimento econômico, relacionado com a
percepção de que é crescente a produção
e o consumo no mundo. Dessa forma, unificou-se o conceito de
sustentabilidade como sendo a percepção de que os
recursos naturais são finitos e que há uma gradativa e
perigosa degradação universal (NASCIMENTO, 2012).
O termo
sustentabilidade sempre está atrelado ao tripé do
desenvolvimento sustentável: desenvolvimentos econômicos,
sociais e ambientais guiados pela lógica das mudanças
de paradigmas dos padrões de produção e consumo
locais e globais. Para OLÍVIO et al (2010, p. 24) “uma
comunidade humana sustentável deve ser organizada de modo que
os seus estilos de vida, suas atividades econômicas e
tecnologias não prejudiquem a capacidade da natureza de manter
indefinidamente a vida”.
Nessa
perspectiva, é impossível não citar a
Agroecologia dentro do universo do Turismo Rural sustentável,
visto que ela engloba técnicas ecológicas de cultivo
com sustentabilidades social e econômicas. Diante disso, a
Agroecologia também é vista como uma ciência,
porém não está
limitada a ser apenas um corpo de conceitos consensualmente aceitos
pela comunidade acadêmica, mas também tem por objetivos
trazer mudanças políticas, ecológicas complexas
e sociais, como alterar os modos de vidas das pessoas, além de
mudar a forma de produzir alimentos (BALEM; SILVEIRA, 2002), fazer o
mercado valorizar o produto agroecológico da mesma forma como
valoriza os produtos provenientes da agricultura convencional.
A
peça-chave para ter um Turismo Rural Agroecológico com
desenvolvimento local sustentável e consistente é a
mobilização e exploração das
potencialidades do local para torná-las oportunidades sociais
viáveis e competitivas para a economia local. Ao mesmo tempo,
deve assegurar a conservação dos recursos naturais
existentes, lembrando que estes são elementos que constituem
as bases do Turismo Rural e a qualidade de vida da população.
Esses
sujeitos, como os agricultores familiares, criam em suas terras novas
estratégias de negócios para poder enfrentar as
dificuldades cotidianas e encontram no Turismo uma alternativa para
enfrentar problemas sociais, econômicos, ambientais e
culturais, passando a exercer o papel de empresários (SANTOS
et al., 2010) do novo empreendimento do Turismo Rural. Nessa
perspectiva é primordial a capacitação do novo
empreendedor, que deve conhecer bem o projeto turístico, as
legislações envolvidas, se capacitar ou qualificar
algum membro da família para exercer a função de
Guia de Turismo durante as caminhadas e excursões na
propriedade rural.
Diante
disso é preciso seguir alguns passos para a implantação
do Turismo Rural, são eles: 1) verificar por meio de estudos a
viabilidade da atividade turística; 2) valorizar a paisagem
como um dos atrativos principais; 3) aprofundar o conhecimento sobre
a propriedade rural e a região para que sejam possíveis
as identificações das vantagens e desvantagens desse
empreendimento.
O
agricultor familiar deve levar sempre em conta: o fato de agregar
valor ao produto agropecuário por meio do beneficiamento ou
processamento de alimentos; colocar os produtos em embalagens
bonitas, para chamar atenção pela estética e
torná-los mais atraentes; diversificar e certificar os
produtos agrícolas; diversificar as atividades turísticas.
Outra
questão diz respeito à sazonalidade dos produtos
agrícolas, visto que a produção de alguns
alimentos agrícolas decai em determinada época do ano,
por isso os produtos devem ser oferecidos de acordo com a
temporalidade e sazonalidade. Esse fato é influenciado pela
presença direta ou indireta de estações do ano,
as quais interferem no índice pluviométrico,
temperatura e umidade, alterando a disponibilidade dos produtos,
preços, oferta e custos (VAREJÃO NETO, 2008).
Deve-se
também implantar práticas educativas que incorporem a
gestão ambiental por parte dos agricultores familiares,
comunidade rural e dos turistas, pois esses atores envolvidos irão
“gerir a utilização dos recursos naturais, com
vistas a minimizar os impactos gerados pelo o homem enquanto ser
social” (SILVA; PESSOA, 2009, p. 3), ou seja, todos terão
que administrar os recursos naturais de forma racional para que
ocorram os mínimos impactos negativos na propriedade rural.
Por
isso afirma-se que “o turismo rural deve contemplar importantes
benefícios, mas deve estar presentes as possíveis
consequências negativas (impactos negativos) do desenvolvimento
da atividade nesse espaço” (VEZZANI, 2008, p. 33).
De
acordo Fávero (2000, p. 23) “uma das principais
preocupações dos planejadores e estudiosos na
implantação do Turismo Rural refere-se ao perigo de
descaracterizar cultural e social os espaços destinados à
atividade turística”. Há também impactos
negativos que podem ocorrer nos espaços rurais como
degradações ambientais, abandono das atividades
agrícolas, aumento do custo de vida na zona rural do
empreendimento, perdas da identidade e autenticidade, etc.
Algumas
atitudes sustentáveis também podem ser realizadas pelos
agricultores familiares, como: separar os diferentes tipos de lixos;
cuidar do solo; valorizar a sua cultura local; adaptar estruturas
hídricas para economizar água e energia; tratar as
águas residuais; entre outras, como forma de usar
racionalmente os recursos naturais.
E por
último e durante o planejamento, o agricultor familiar deve
procurar por empréstimos ou financiamentos, como a linha de
crédito Pronaf, para investir no Turismo Rural e pedir
orientação técnica a órgãos que
trabalham com extensão rural ou a empresas que incentivem esse
tipo de empreendimento, como o Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Apesar
da existência dessas empresas, várias iniciativas
privadas e públicas tem se mostrado insuficientes quanto à
promoção e fomentação desse segmento
turístico, pois não existe um conceito concreto e único
sobre Turismo Rural. Há ainda a ausência de critérios,
regulamentações e orientações que
funcionem de forma eficaz para que o agricultor familiar possa
empreender e ter êxito no mundo rural nesse segmento turístico.
Cabe às empresas privadas e públicas acompanharem,
mesmo que distante, as atividades turísticas nas propriedades
rurais que receberem a sua assessoria, para que os agricultores
possam ter resultados positivos nesse segmento, sem perder a essência
e princípios das atividades agrícolas e consonância
com o Turismo Rural.
Diante
dessas orientações, observa-se a necessidade de
planejar a implantação de atividades turísticas
em propriedades rurais seja realizado de forma organizada e
responsável, para que a possibilidade de dar errada seja
minimizada. Vale lembrar que quando o Turismo Rural tem seus detalhes
planejados, os impactos negativos não são notados, já
que os resultados positivos sobressaem sobre os anteriores.
Nessa
perspectiva de trazer sustentabilidade para as atividades turísticas,
sugere-se a implantação da Agroecologia em áreas
que pratiquem o Turismo Rural, pois ambos têm seus princípios
alicerçados na busca por um desenvolvimento rural sustentável.
Na Agroecologia, torna-se fundamental que os próprios
habitantes de uma dada localidade, onde se observa um evidente
potencial endógeno de natureza social e ambiental, se
apropriem deste potencial, o que coloca ao conjunto dos agricultores
familiares novos desafios que passam pela participação
social e pela articulação de propostas de
desenvolvimento local realmente sustentáveis. Para SEVILLA
GUZMAN (2006), o potencial endógeno, de natureza humana e
social, é a base para se construir as condições
para a conquista da sustentabilidade, que significa: promover a
diversificação das atividades produtivas no campo;
preocupa-se com todos os aspectos da vida no campo; promover a
organização social e a autonomia dos agricultores;
promover a harmonia e o equilíbrio entre homem e natureza; e
valorizar e aprimorar o conhecimento local. Para o autor, nascer
desde dentro é necessário, maximizando os recursos, a
organização e o controle social no nível local.
3.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A.
Delimitação e
caracterização da área de estudo
A
propriedade rural utilizada como referência na atividade de
Turismo Rural é o Sítio Pontes, localizado no
Assentamento Gurugi II, no município do Conde, na Paraíba.
O acesso pode ser feito pela Rodovia
PB 008. Em
um dos limites territoriais do Sítio passa o rio Gurugi, o
qual deságua no Oceano Atlântico.
Os
agricultores familiares, os quais são os atuais proprietários,
trabalham e moram na terra desde 1985, desde a época que
pagavam arrendamento ao anterior dono da terra. A desapropriação
ocorreu há 24 anos por meio da atuação do Incra
e resultou no surgimento do Assentamento Gurugi II.
O Sítio
Pontes tem cerca de 6,4 hectares, onde são desenvolvidas
atividades de agricultura familiar convencional e ações
sustentáveis vinculadas a Agroecologia e ao Turismo. São
cultivados diversos produtos, tais como macaxeira, inhame, feijão,
milho, feijão, manga,
maracujá, goiaba, jaca, caju, mamão, côco,
banana, pitanga, araçá, goiaba, acerola, pitomba, jaca,
etc.
Nesse
Sítio pratica-se a agricultura convencional, embora haja a
prática de algumas técnicas agrícolas
sustentáveis.
Apresenta
uma diversidade de espécies de plantas e animais, que compõem
a sua paisagem e servem como atrativo turístico para os seus
visitantes.
Apresenta
um reservatório, em que a água é proveniente do
Rio Gurugi. Esse reservatório serve para criar alguns peixes e
tem a sua água bombeada para a horta mandala.
Atualmente
faz parte do Roteiro “Mares Quilombolas”, um projeto
turístico que envolve várias comunidades do Conde.
B.
Métodos e técnicas
Este
trabalho foi caracterizado por ser uma pesquisa
descritiva-explicativa, por descrever as
características de uma experiência de Turismo Rural,
além de expor e explicar os fatos que determinaram a
ocorrência desse fenômeno no Sítio Pontes.
Foi
utilizada a abordagem sistêmica como base lógica da
pesquisa, em que foram relacionados dados com as dinâmicas
social, ambiental, cultural e econômica do Sítio Pontes.
Também foi realizada a pesquisa bibliográfica e os
dados foram analisados de forma qualitativa.
Este
trabalho foi dividido em dois momentos cronológicos: o
primeiro teve como base o reconhecimento da realidade espaço-social,
visando conhecer melhor o Sítio Pontes, por meio de visitas
realizadas nos meses de maio de 2013 a fevereiro de
2015. Também ocorreu uma
visita no mês de agosto de 2014 ao Instituto de Colonização
e Reforma Agrária (INCRA) para obtenção da
versão provisória do Plano de Recuperação
do Assentamento Gurugi II, o qual ajudou na caracterização
do ambiente estudado nesse trabalho. Essa visita caracterizou-se como
pesquisa documental.
O
segundo momento caracterizou-se
pela obtenção dos dados, por meio de uma entrevista com
roteiro semi-estruturado, realizada em setembro de 2014. O
pesquisador seguiu perguntas pré-definidas de acordo com o
contexto (QUARESMA, 2005) e o roteiro contendo tópicos
organizados previamente. Essa entrevista envolveu temas como o perfil
socioeconômico familiar e a caracterização do
Sítio Pontes em relação ao Turismo Rural, as
ações agrícolas sustentáveis existentes
na propriedade, extensão rural e comercialização
dos produtos agrícolas, além de identificar pontos
fontes, fracos, ameaças e oportunidades para o Turismo Rural
no Sítio Pontes e na região.
Foram
feitas visitas nos meses de Julho a Novembro de 2014 para acompanhar
as atividades e a rotina da família. Também foram
feitas visitas em 2015 e 2016. Mais precisamente em alguns sábados
e domingos, dias em que havia maior quantidade de turistas visitando
a propriedade rural.
Foram
empregadas as
seguintes técnicas e instrumentos de pesquisa: o estudo de
caso, que corresponde a “uma investigação
empírica, que estuda um fenômeno contemporâneo em
profundidade e em seu contexto de vida real” (YIN, 2010 apud
MARQUES,
2014); as conversas informais
foram necessárias, pois serviram para complementar a
entrevista com roteiro semi-estruturado e sanar dúvidas sobre
pontos específicos importantes; o diário de campo, que
serviu para registrar informações sobre entrevistas
informais e tudo que dissesse respeito ao tema da pesquisa (MINAYO,
1993 apud CARDOSO, 2007) juntamente com a câmera fotográfica.
Foi
utilizada a avaliação estratégica em novembro de
2014 com a participação dos membros da família
do Sítio Pontes, com o propósito de conhecer os pontos
fortes, fracos, oportunidades e ameaças as atividades
turísticas e do desenvolvimento ambiental, social e econômico
do Sítio Pontes. No final da avaliação
estratégica foi montada uma matriz contendo as informações
dadas pelos participantes. Esse tipo de avaliação
baseia-se no método de SWOT, “uma avaliação
sistemática que aponta as forças, fraquezas,
oportunidades e ameaças da empresa em estudo” (NETO,
2011, p. 4).
Fez-se
uso de uma metodologia adaptada da árvore dos sonhos, em que a
agricultora foi indagada sobre os seus sonhos a curto e longo prazos
e depois os dados coletados foram sistematizados, por meio do desenho
da árvore em uma cartolina e ordenados os sonhos de acordo com
as prioridades e o tempo planejado para concretizá-los. Na
base da árvore ficaram os sonhos a serem realizados a curto
prazo e no topo, a longo prazo.
4.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Perfil
socioeconômico da família
São
apenas duas pessoas que residem no Sítio Pontes - um casal de
agricultores familiares, com idades entre 55 e 60 anos, que cultivam
e administram as atividades agrícolas e não agrícolas
desde 1985. Seus filhos e netos residem próximo ao Sítio
e com frequência participam das atividades realizadas e do
cotidiano do Assentamento Gurugi II.
A renda
média mensal entre 1 e 2 salários mínimos, a
qual inclui as atividades voltadas para a agricultura e as que
envolvem o Turismo Rural.
Tanto o
agricultor como a agricultora possuem baixa escolaridade, tendo
abandonado a escola, quando estavam cursando o ensino fundamental I.
Os
agricultores são membros da Associação
Comunitária dos Trabalhadores Rurais do Gurugi II, onde a
agricultora ocupa a função de presidente, o que lhe
propicia conhecer os projetos que envolvem o Assentamento Gurugi II,
organizar a comunidade e lutar pelos direitos dos agricultores
assentados.
A
agricultora participa de feiras, eventos de culinária
regional, oficinas e capacitações oferecidas pela
empresa de assistência técnica e extensão rural e
Sebrae, com o objetivo de qualificação profissional, já
que a agricultora utiliza os diversos frutos cultivados na
propriedade rural para produzir doces, geleias, bolos, sucos, etc e
comercializar no próprio Sítio Pontes.
Turismo
Rural no Sítio Pontes
O
Turismo Rural no Sítio Pontes iniciou-se com o Projeto “Mares
Quilombolas” (produto do Projeto Talentos do Brasil),
idealizado em parceria com o Ministério do Turismo, Ministério
do Desenvolvimento Agrário e Sebrae. Foi implantado em áreas
indígenas, quilombolas e assentamentos rurais dos municípios
de Conde e Pitimbu no ano de 2013, onde os turistas tem contato com
roteiros turísticos ricos em produtos da agricultura familiar,
patrimônio histórico e belezas cênicas e naturais
preservadas e conservadas.
O
Projeto Talentos do Brasil proporciona as pessoas envolvidas
empreenderem e implantarem o Turismo Rural de base comunitária,
este entendido pelo Ministério do Turismo (2007, p. 86) como
sendo aquele “enraizado num processo situado de
desenvolvimento; uma modalidade do turismo sustentável cujo
foco principal é o bem-estar e a geração de
benefícios para a comunidade receptora”, como também
fortalecer e dinamizar a economia local, assim como as relações
sociais dos moradores das comunidades.
No caso
do Sítio Pontes, as frutas e outros produtos cultivados antes
eram vendidos nas feiras livres ou diretamente para atravessadores,
mas depois da implantação do Turismo Rural essa
realidade mudou, sendo os produtos beneficiados ou processados e
consumidos no próprio local por meio do restaurante rural
criado pela agricultora, denominado Restaurante Rural Tia Nice, o
qual foi elaborado um folheto contendo o texto da autora deste
trabalho científico. O texto descreve o que é o Sítio
Pontes, seus objetivos e serviços prestados (Figura 01).
Figura
01: Folheto do Restaurante da Tia Nice, no Sítio Pontes, no
Conde - PB
Fonte:
dados da pesquisa, 2016.
Juntamente
com o Sebrae também foram elaborados cartões de visita
(Figura 02), agindo como um instrumento de divulgação
do Sítio Pontes.
Figura
02: Cartão de visita do Sítio Pontes.
Fonte:
dados da pesquisa, 2016.
De
acordo com Silva et al. (2010, p. 8), “o turismo proporciona
uma possibilidade de escoamento de produção e um
aumento na receita de produtos agrícolas antes não tão
colaboradores a renda familiar”.
No
roteiro rural do Sítio Pontes, o turista tem a oportunidade de
conhecer os sabores da culinária nordestina e contemplar a
natureza, tomando banho nas águas do Rio Gurugi, assistindo a
apresentações culturais do grupo de Coco de Roda do
Quilombo Gurugi, visitando o museu Quilombola, apreciando as
refeições ofertadas pelo Sítio Pontes, além
dos deliciosos doces e sucos das mais diversas frutas locais.
O local
possui palhoças com mesas e cadeiras (Figura 03), além
de redes (Figura 04). para os turistas e visitantes relaxarem e
descansarem, curtindo o canto dos pássaros, o barulho das
águas e a luz do sol
Vale
citar que antes de iniciar o Turismo Rural no Sítio Pontes, os
proprietários participavam de oficinas, capacitações,
dias de campos e palestras sobre culinária, agricultura
sustentável (agroecologia), agropecuária,
associativismo, etc oferecidos pela Consultoria e Planejamento de
Projetos Agropecuários Ltda. (Consplan), a qual prestava
serviços de (ATES) para alguns Assentamentos Rurais da Zona da
Mata Sul vinculados ao Incra. Além dessas instituições,
há a EMATER, que também contribuiu para capacitar e
qualificar agricultores familiares por todo o país.
Figura
03: Palhoça no Sítio Pontes
Fonte:
dados da pesquisa, 2016.
Figura
04: Redes
no Sítio Pontes
Fonte:
Dados da pesquisa, 2015.
Extensão
rural e comercialização dos produtos agrícolas
A
agricultora que antes das atuações de instituições
privadas e públicas em sua propriedade rural vendia seus
produtos agrícolas em feiras livres. Viu por meio das
atividades de extensão rural de empresas como Consplan, EMATER
e Incra a oportunidade de investir nos seus produtos agrícolas
e deixar de comercializá-los nas feiras.
A forma
encontrada para melhorar a renda familiar e juntar agricultura, ações
sustentáveis e produção agrícola veio
através de seu gosto e afinidade com a culinária. Com a
proposta do Projeto Mares Quilombola pode colocar em prática e
se aperfeiçoar ainda mais na arte culinária e
finalmente começou a produzir e vender seus produtos
artesanais agroindustriais, tais como: bolo de macaxeira, pudim
pé-de-moleque, bolo de milho, pamonha, doce de mamão,
pasta de acerola, geleia de mangaba, geleia de limão, doce de
jaca, doce de pitomba, etc.
A
agricultora aproveita a diversidade de produtos agrícolas que
sua terra apresenta para produzir os mais diversos alimentos e, dessa
forma, atrair mais turistas e visitantes.
A
agricultora é bastante conhecida na zona rural do Conde,
devido à sua habilidade em cozinhar e por isso já
participou como ministrante de cursos culinários em vários
congressos e eventos na Paraíba e em outras regiões do
país.
Nesse
cenário encontra-se o Sítio Pontes e fica possível
confirmar a importância da extensão rural voltada para a
agricultura familiar quando há a integração do
conhecimento da realidade local (para atender aos diversos tipos de
produtores/agricultores); integração da família
nas atividades da propriedade rural; fortalecimento da segurança
alimentar; incorporação de práticas
ambientalmente saudáveis; usar racionalmente os insumos e
equipamentos agrícolas; agregação de valor à
produção agrícola; além de incentivar a
venda direta e o atendimento as necessidades sociais das famílias
agrícolas (BRASIL, 2004). Dessa forma haverá o
desenvolvimento socioeconômico desses grupos, a preservação
e conservação dos recursos naturais, assim como da
própria cultura local.
Ações
sustentáveis no Sítio Pontes
Está
cada vez mais crescente, o emprego de práticas sustentáveis.
Embora o Sítio Pontes pratique a agricultura convencional, há
algumas ações sustentáveis vinculadas a
Agroecologia na propriedade rural, tais como:
1)
Horta Mandala: de caráter orgânico, esse tipo de sistema
holístico e permacultural (agroecológico) é
bastante eficiente e produtivo. De acordo com Soares (2011, p. 3)
“consiste na máxima interação dos
elementos que compõem a natureza. (...) de forma que os
elementos integrantes retirem o máximo proveito das funções
entre si, visando atender as necessidades uns dos outros”. Na
Horta Mandala do Sítio Pontes (Figura 05) cultiva-se
leguminosas nos círculos laterais e há a criação
de algumas galinhas no centro. A irrigação desse
sistema utiliza a água do pequeno açude presente na
propriedade rural.
Figura
05: Horta Mandala no Sítio Pontes
Fonte:
dados da pesquisa, 2015.
2) Uso
de adubos orgânicos: no Sítio Pontes há o uso de
adubos orgânicos, porém esse insumo é comprado,
já que não possui grande quantidade de animais para
produzir estercos no local. Sabe-se que “os adubos orgânicos
são produtos obtidos de matérias-primas de origem
animal ou vegetal, sejam elas provenientes do meio rural, de áreas
urbanas ou ainda da agroindústria” (EMBRAPA, 2008, p.
1). Vale citar que em outras áreas usa-se o NPK, um produto
químico utilizado na agricultura convencional rico em
nitrogênio, potássio e fósforo.
3)
Produtos artesanais agroindustriais comercializados: os sucos,
geleias, doces e bolos não possuem conservantes para prolongar
o tempo de prateleira do produto no mercado de consumidor. Sendo essa
característica um ponto positivo para os produtos ofertados
pelo Sítio Pontes.
4)
Consórcio e rotação de culturas: verificou-se a
presença de cultivos plantados associados com outras culturas
agrícolas em uma mesma área, ou seja, no Sítio
Pontes há a plantação de diferentes espécies
de plantas que se complementam e estão no mesmo local. Tanto o
consórcio como a rotação são práticas
agrícolas conservacionistas, que envolvem o solo e há
uma troca mútua de substâncias (água e sais
minerais) envolvendo a relação solo-planta-água.
Essas práticas “consistem no conjunto de medidas que
visam minimizar os impactos ambientais, ensinando a sociedade local a
usar os seus recursos naturais, em especial solo, de forma nacional
com o mínimo de perdas possíveis” (BASÍLIO,
2009, p. 108).
5)
Margens do rio Gurugi preservadas: ao longo do Sítio Pontes
observou-se que a vegetação ciliar mantém-se
intacta e não há cultivos agrícolas, portanto,
essa propriedade rural segue o Código Florestal no que se
refere às áreas de preservação
permanente, como é o caso das margens dos rios.
Identificação
dos pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades do Turismo
Rural no Sítio Pontes e na região
-Pontos
fortes:
1)
Venda direta dos produtos da propriedade para outros comerciantes,
turistas e visitantes;
2)
Agricultora qualificada na arte culinária local, a qual
diversifica os alimentos, cozinhando a típica comida
nordestina para os almoços e lanches do ofertados no Sítio;
3)
Entrada da propriedade com boa sinalização, contendo o
nome do Sítio e os serviços oferecidos;
4)
Ambiente hospitaleiro, contendo área para a prática de
camping, redes e mesas, deixando o turista e visitante diretamente em
contato com a natureza;
4)
Presença da Horta Mandala;
5) Os
membros do Sítio Pontes participam ativamente dos projetos e
eventos que envolvem o Assentamento Gurugi II e outras localidades do
município do Conde e circunvizinhos.
6)
Criação em 2013 da página oficial do Sítio
Pontes em uma rede social (Figura 04), ajudando a divulgar esse
empreendimento do Turismo Rural e a agricultura familiar;
7)
Presença do museu do Quilombo no Assentamento Gurugi II, serve
como atrativo turístico;
8)
Apresentação do grupo de dança de Côco de
Roda ao longo do rio Gurugi e no próprio Assentamento, também
serve como atrativo para os turistas e visitantes.
9)
Criação em 2016 da página oficial do Restaurante
Rural Tia Nice.
Figura
06: Página oficial do Sítio Pontes em uma rede social
Fonte:
dados da pesquisa, 2015.
-Pontos
Fracos:
1)
Ainda não possuem um membro da família qualificado para
exercer a função de Guia de Turismo;
2)
Nenhum membro fala um segundo idioma (Espanhol, Inglês,
Francês, etc), já que a propriedade recebe vários
estrangeiros durante o ano;
3)
Costumam confundir agricultura convencional com Agroecológica
e divulgam o Sítio Pontes como sendo Agroecológico;
4)
Apesar de existir área de camping, ainda não foi usada
para tal prática;
5)
Pouca divulgação do Sítio Pontes em jornais,
revistas, eventos, etc;
6) Não
apresenta dormitórios para os turistas;
7) O
Sítio Pontes não está incluso no roteiro
turístico dos Guias de Turismo de João Pessoa –
PB;
8)
Apresenta caderno para assinaturas de seus turistas e visitantes,
porém é pouco usado, pois não está em um
local visível nos cômodos da casa do Sítio;
9)
Utiliza pouquíssimas técnicas agroecológicas,
dificultando a sustentabilidade ambiental do empreendimento
turístico;
-Ameaças:
1)
Degradação ambiental da propriedade rural por parte dos
turistas e visitantes;
2)
Desinteressar as populações das comunidades ao redor em
trabalhar nas atividades agrícolas, podendo abandonar a
agricultura;
3)
Desestímulo dos agricultores em dar continuidade as atividades
de Turismo Rural, devido à ausência de financiamentos e
programas governamentais;
4)
Especulação imobiliária, dificultando o
desenvolvimento do Turismo Rural e da Agroecologia no Assentamento
Gurugi II, assim como em outros Assentamentos Rurais da Zona da Mata
Sul da Paraíba;
5)
Conflitos entre turistas/visitantes e a população
local, devido às diferenças culturais;
6) O
desenvolvimento do Turismo Rural pode acarretar aparecimento de
crime, tráfico de drogas e prostituição no
Assentamento Gurugi II;
7)
Provavelmente a procura por produtos ofertados pelo Sítio
Pontes provocará aumento dos preços, implicando na
diminuição das vendas;
8)
Sobrecarga da infra-estrutura turística, ou seja, recebimento
de grande quantidade de turistas e visitantes.
-Oportunidades:
1) O
Sítio Pontes tem potencial para iniciar o processo de
transição agroecológica para construir um
Turismo Rural sustentável;
2) A
propriedade rural pesquisada deveria utilizar seu espaço para
realizar festas sobre a cultura local e incluir o Grupo de Côco
de Roda para realizar apresentações mensalmente em sua
área, como forma de divulgar o empreendimento turístico,
a agricultura familiar e valorizar a cultura;
3)
Aproveitar os cursos gratuitos oferecidos pelo SENAC e PRONATEC, como
o Guia de Turismo, para qualificar algum membro da família
para exercer tal função;
4)
Determinar e divulgar uma área específica para a
prática do camping;
5)
Realizar reuniões e parcerias com agências e guias de
turismo de João Pessoa para que o Sítio Pontes seja
incluído nos roteiros turísticos dessas empresas;
6) Há
um grande mercado de produtos regionais que a Zona da Mata Zul tem
potencialidades para explorar;
7) As
belezas naturais, agricultura familiar, cultural local, entre outras
características constituem atrativos para os turistas e
visitantes;
8) O
Sítio Pontes pode elaborar um Plano de Manejo e programas de
preservação e conservação ambiental, como
utilizar restos orgânicos e transformar em matéria
orgânica para as plantações;
9) Os
membros da família do Sítio Pontes devem participar de
mais cursos, capacitações e oficinas sobre Turismo,
Agroecologia, comercialização, cursos de idiomas etc.
10) A
Horta Mandala não é utilizada para que os turistas e
visitantes colham as leguminosas compradas por eles;
11)
Investir e implantar mais técnicas agroecológicas no
Sítio Pontes, aproveitando as potencialidades e pontos fortes
do local para que possa ter sustentabilidade socioeconômica e
ambiental.
O
Sítio Pontes possui particularidades que o classificam como
uma propriedade rural da agricultura convencional, porém
apresenta alguns métodos agroecológicos, os quais não
devem ser descartados e devem servir como base inicial para o
aprofundamento da transição agroecológica,
dentro das dimensões ecoprodutiva, sociocultural e
sociopolítica, como orienta MOREIRA (2011). .
Esse
Sítio além de praticar o Turismo Rural, também
está caracterizado por praticar o agroturismo.
Ao
identificar as oportunidades e os pontos fortes viu-se caminhos para
transformar o Sítio Pontes em uma propriedade rural
autossuficiente, que impacte positivamente de formas direta e
indireta na vida de todos os seres que compõem aquela
localidade, pois quando o agricultor cuida da sua terra,
cultivando-a, conservando o solo, preservando as matas, entre outras
ações, pode aproveitar essas características e
tornar o ambiente propício para a implantação do
Turismo Rural e, dessa forma, caminhar rumo ao desenvolvimento local.
Árvore
dos Sonhos
Fez-se
uso de uma metodologia participativa adaptada da árvore dos
sonhos, em que a agricultora foi indagada sobre os seus sonhos a
curto e longo prazos e depois os dados coletados foram
sistematizados, por meio do desenho da árvore em uma cartolina
e ordenados os sonhos de acordo com as prioridades e o tempo
planejado para concretizá-los (Figura 07).
Figura
07: Árvores dos sonhos a curto e longo prazos
Fonte:
dados da pesquisa, 2016.
-Sonhos
a curto prazo:
O
primeiro sonho dos agricultores do Sítio Pontes refere-se a
ter na propriedade um poço artesiano, o qual facilitaria o
cotidiano deles, pois gastam cerca de 2000 reais com a bomba
implantada as margens do Rio Gurugi. A água atualmente é
utilizada em todas as atividades humanas, servindo para saciar a
sede, higiene pessoal, produção de alimentos em
indústrias, agricultura, entre outros e no Sítio Pontes
isso não é diferente. É um elemento primordial
tanto para a família quanto para a sobrevivência da
terra e de outros seres vivos.
Outros
sonhos dizem respeito a melhorar a infraestrutura do Sítio,
com a construção de uma piscina, chalés para
receber os turistas e de cercar toda a propriedade rural.
Um
sonho citado foi o fato de regularizar as atividades da cozinha de
acordo com a legislação sanitária. Para isso
terá seguir a Política Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional (PNSAN), a qual regulamenta, formaliza,
padroniza procedimentos e simplifica a situação dos
microempreendedores individuais (MEIs), do empreendimento familiar
rural e do empreendimento econômico solidário quanto à
sanitização na produção de alimentos
(SHOTTZ et al., 2014).
-
Sonhos a longo prazo:
No topo
da árvore, os agricultores colocam o tema família. E a
agricultora declarou: “Eu
sempre digo, eu não estou fazendo isso só pra mim. Eu
estou fazendo um pé de meia para eles.”
E completa: “As coisas que
eu passei, eu não quero que eles passem.”
A agricultora refere-se a todo o esforço que ela e o marido
fazem para darem um futuro melhor para seus filhos e netos, sem que
precisem passar pelas necessidades financeiras que já passaram
ao longo da vida e antes de serem proprietários do Sítio
Pontes.
Notou-se
que os proprietários estão preocupados se seus
descendentes irão continuar o trabalho árduo e
disciplinado que realizam no Sítio, se realmente vão
continuar investindo na propriedade rural como hoje em dia fazem os
atuais proprietários.
5.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Sítio
Pontes é um dos diversos exemplos de agroecossistemas que
possuem a agricultura como sua principal atividade, mas que devido às
dificuldades impostas pelo atual sistema econômico ao
agricultor familiar, os proprietários do Sítio vêm
buscando alternativas econômicas para aumentar a sua renda
familiar e tentam obter melhorias sociais, ambientais e culturais por
meio da implantação da atividade não-agrícola:
o Turismo Rural.
Ficou
clara que a implantação do Turismo Rural no Sítio
Pontes transformou positivamente o território, mas ainda é
preciso investir em alguns aspectos, como: infraestrutura, ambientais
como a prática de mais técnicas agroecológicas,
apresentar para os turistas as manifestações culturais
locais, entre outros, para que esse segmento turístico
torne-se realmente sustentável na propriedade rural e a
perspectiva da transição agroecológica se
aprofunde.
Viu-se
também que o Turismo Rural, embora praticado em um Sítio
de agricultura convencional, apresenta comprometimento e ações
agroecológicas voltadas para relações e
interações do homem com a natureza.
O
processo de desenvolvimento vivenciado pelo Sítio Pontes
caminha baseado na realidade local e está diretamente
relacionada com a agricultura familiar.
É
importante citar também que esse desenvolvimento está
sendo construído diariamente pelos moradores do Sítio e
da população do seu entorno, a qual está
envolvida direta ou indiretamente no Turismo Rural.
Cabe
citar também que a implantação do Turismo Rural
deve trazer benefícios para todos, não apenas para os
agricultores familiares, turistas e visitantes, mas para a comunidade
local. E estas melhorias devem dizer respeito à qualidade de
vida (saneamento básico, coleta de lixo, educação,
saúde, etc).
A
preocupação nessa pesquisa é do Sítio
Pontes não ser transformado em mais uma propriedade propícia
para gerar dinheiro, sem preocupação com a
Agroecologia, conservação e preservação
do meio e da cultural local. Enfim, há uma grande preocupação
no Sítio Pontes enveredar pelo caminho do agronegócio e
olvidar de buscar e contribuir pela qualidade de vida de todos.
Na
verdadeira essência do Turismo Rural também há os
obstáculos que devem ser superados: conseguir desenvolver-se
social, econômico, cultural e ambientalmente numa comunidade,
tendo que ser sustentável em todas as dimensões
mencionadas anteriormente.
Para
que o Sítio Pontes seja uma propriedade rural agroecológica
é necessário transpor os obstáculos ditados pela
agricultura convencional e caminhe por mais ações
sustentáveis agroecológicas, rumo ao esperado
desenvolvimento rural.
Para
tanto, é indispensável que se implante um programa de
gestão ambiental realmente eficiente, que insira a pesquisa,
manejo dos recursos naturais, monitoramento, recreação,
lazer, educação ambiental, administração
e manutenção, além de ser primordial a
elaboração de políticas públicas que
incentivem o Turismo Rural sustentável para que a população
local em parceria com outras instituições inicie,
fortaleça e amplie ações contínuas, que
englobem as diversas dimensões da sustentabilidade e sejam
viáveis para a comunidade envolvida. Do contrário,
jamais o Turismo Rural alcançará o status de
sustentável, seja por meio de práticas agroecológicas,
permaculturais, etc.
6.
REFERÊNCIAS
ALVES,
A. R.; SILVA, E. V.; GORAYEB, A. O
turismo ecológico como caminho para a inclusão social
de idosos e de portadores de necessidades especiais.
Disponível em:
.
Acesso em: 20 fev. 2016.
BALEM,
T. A.;
SILVEIRA, P. R. C. Agroecologia:
além de uma Ciência, um modo de vida e uma política
pública.
In: V Simpósio Latino-Americado sobre Investigação
e Extensão em Sistemas Agropecuários-IESA e V Encontro
da Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção, 2002,
Florianópolis. Anais V IESA/SBSP, 2002.
BASÍLIO,
J. Processos erosivos na pequena propriedade rural. In: Giovanni
Seabra (Org.). Educação
Ambiental. 1ed. João
Pessoa – UFPB, 2009.
BECKER,
E. L. S.; CIPPOLAT, G. A. Turismo em espaços rurais. In:
VI Seminário Latino
Americano de Geografia Física e II Seminário Ibero
Americano de Geografia Física,
2010, Coimbra, Portugal. Anais do VI Seminário Latino
Americano de Geografia Física e II Seminário Ibero
Americano de Geografia Física, 2010.
BECKER,
E. L. S.; CIPPOLAT, G. A. Turismo
em espaços rurais.
Disponível em:
.
Acesso em: 01 dez. 2016.
BENI,
Mário Carlos. Análise
estrutural do turismo. São
Paulo: SENAC, 2001.
BRASIL.
Ministério do Desenvolvimento Agrário. Política
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural.
2004. 23 p. Disponível em <www.mda.gov.br >.
Acesso em 20
fev. 2016.
_______.
Ministério do Desenvolvimento
Agrário. Programa de
Turismo Rural na Agricultura Familiar 2004-2007.
2004. 22p. Disponível em:
. Acesso
em: 20 fev. 2016.
CAMPOS,
S. S. Segmentos do Turismo.
Disponível em:
<https://grupootium.files.wordpress.com/2011/07/suzana-campos-completo.pdf>.
Acesso em: 19 fev. 2016.
CARDOSO,
L. M. Diário de campo.
Disponível em:
.
Acesso em: 11 de dez. 2014.
CASADO,
Glória Guzman, SEVILLA-GUZMÁN, Eduardo e MOLINA, Manuel
Gonzalez . Introducción a la Agroecología como
Desarrollo Rural Sostenible.
Madrid:
Ed. Mundi-Prensa, 2000
DINIS,
S. M. O Ecoturismo: um
instrumento para o Desenvolvimento Sustentável? Disponível
em:
.
Acesso em: 30 set. 2014.
EDRA,
F. P. M. A relação
entre turismo e transporte aéreo no Brasil.
109 p. Dissertação apresentada nos Programas de
Pós-Graduação de Engenharias. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, RJ. 2005.
FÁVERO,
I. M. R. Diretrizes para o
desenvolvimento sustentável do Turismo Rural.
Disponível em:
<http://www.caminhosdepedra.org.br/pdf/Ivane_Remus_Favero-2000.pdf>.
Acesso em: 17 fev. 2016.
GAVIOLI,
F. O agroturismo.
Disponível em:
<http://www.cienciaemcurso.unisul.br/interna_capitulo.php?id_capitulo=191>.
Acesso em: 16 fev. 2016.
GRANADO,
D. C.;
BUENO, F. P.; RAMIRO, P. A. O
turismo como alternativa de conservação ambiental no
espaço rural.
In: I Seminário Internacional Ruralidades Trabalho e Meio
Ambiente, 2011, São Carlos, SP. Anais do I Seminário
Internacional Ruralidades Trabalho e Meio Ambiente, 2011.
LEFF,
E. Saber ambiental:
sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder.
Tradução de Lúcia Mathilde Endlich Orth
-Petropolis, RJ : Vozes, 2005.
LOCH,
Carlos; WALKOWSKI, Marinês da Conceição. O
processo participativo no planejamento turístico do espaço
rural de Alfredo Wagner/SC. Revista
Brasileira de Pesquisa em Turismo,
v. 3, n. 1, p. 46-67, abril 2009.
MARQUES,
K. C. M.; CAMACHO, R. R.; ALCANTARA, C. C. V. Avaliação
do rigor metodológico de estudos de caso em Contabilidade
Gerencial publicados em periódicos no Brasil. Revista
Contabilidade Financeira, v. 26,
n. 67, p. 27-42, jan./fev./mar./abr. 2015.
MORAES,
A. F. O turismo rural
agroecológico no contexto de uma metrópole: o caso de
Porto Alegre. Monografia
apresentada no curso de Graduação Tecnológica em
Desenvolvimento Rural. Faculdade de Ciências Econômicas
da UFRGS. Porto Alegre, RS, 2013.
MOREIRA,
R. M. DA HEGEMONIA DO AGRONEGOCIO
À HETEROGENEIDAD RESTAURADOURA DA AGROECOLOGÍA:
estratégias de fortalecimento da transição
agroecológica na agricultura familiar camponesa do Programa de
Extensão Rural Agroecológica de Botucatu e Região
– PROGERA, São Paulo, Brasil. Tese de doutorado na
Universidade de Córdoba – Espanha, 2012.
MUNIZ,
F. S.; PIRES, L.; CUNHA, N. O
turismo em Teresinha e as novas tendências das agências
de viagens. Disponível
em: .
Acesso em: 30 set. 2014.
NASCIMENTO,
E. P. Trajetória da
sustentabilidade. Disponível
em: . Acesso
em: 15 fev. 2016.
NETO,
E. R. ANÁLISE SWOT – Planejamento Estratégico
para Análise de Implantação e Formação
de Equipe de Manutenção em uma Empresa de Segmento
Industrial Conclusão de Curso. Disponível em: <
http://www.icap.com.br/biblioteca/172349010212_FORMATADA.pdf>.
Acesso em: 11 out. 2017.
NOVAES,
Marlene Huebes.
Turismo
Rural em Santa Catarina.
Turismo em Analise, São Paulo - USP, v. 5, n.2, p. 43-50,
1994.
OLÍVIO,
D. H. V.; CARVALHO, J. L.; BIANCARDI, L.; GALLO, Z. A
ética do consumo.
Disponível em:
<http://www.faer.edu.br/revistafaer/artigos/edicao2/denis.pdf>.
Acesso em: 15 fev. 2016.
QUARESMA,
V. B. S. J. Aprendendo
a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais.
Disponível em: < http://www.emtese.ufsc.br/3_art5.pdf>.
Acesso em: 12 out. 2013.
QUEIROZ,
O. T. M. M. O Meio Rural e Sua
Apropriação pelo Turismo.
Disponível em:
.
Disponível em: 18 fev. 2016.
SANTOS,
A. A.; ALCÂNTARA, V. C.; SILVA, E. A. Turismo
rural e desenvolvimento local sustentável.
Revista Administração Pública e Gestão
Social, v.2, n.4, p. 423-443, out./dez. 2010.
SHOTTZ,
V.; CINTRÃO, R. P.; SANTOS, R. M. Convergências
entre a Política Nacional de SAN e a construção
de normas sanitárias para produtos da Agricultura Familiar.
Revista Visa em Debate, v. 2, n. 4, p. 115-123, set./out. 2014.
SILVA,
L. Os impactos do turismo no
espaço rural. Disponível
em:
<http://docplayer.com.br/1665496-Os-impactos-do-turismo-em-espaco-rural.html>.
Acesso em: 15 fev. 2016.
SILVA,
M. R. F.;
PESSOA,
Z. S.;
Educação
como Instrumento de Gestão Ambiental.
In: TORRES, M. B. R.; RIBEIRO, M. F. R.; LEANDRO, A. L. A. L.;
CAMACHO, R. G. V. (Org.). Teorias e Práticas em Educação
Ambiental. 1ed. Mossoró-RN: UERN, 2009, v. 1, p. 77-94.
SILVA,
T. N.; CASIMIRO FILHO, F.; LIMA, P. V. P. S. Turismo
rural: uma estratégia de desenvolvimento rural para o
Assentamento Coqueirinho – Fortim/CE.
In: 48º Congresso SOBER, 2010, Campo Grande. Anais 48º
SOBER, 2010.
SOARES,
S. A. Horta Mandala: mãos
na terra. Disponível em:
.
Acesso em: 12 fev. 2016.
SEVILLA-GUZMAN,
Eduardo. De la Sociologia Rural a la Agroecologia: bases ecológicas
de la producción. Barcelona: Icaria Editorial, 2006.
SOUZA,
G. D. C. Turismo Sustentável
Como Alternativa de Desenvolvimento e Conservação do
Meio Ambiente em Picãozinho – Município de João
Pessoa – PB. 137 p.
Dissertação apresentada no Programa de Pós-Graduação
Regional em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Universidade Federal da
Paraíba e Universidade Estadual da Paraíba. João
Pessoa, PB. 2008.
VAREJÃO
NETO, E. S. Análise
Teórica e Empírica da Sazonalidade na Agropecuária
Brasileira. Rio de Janeiro. 38
p. Dissertação (Mestrado) – Escola de
Pós-Graduação em Economia, Fundação
Getúlio Vargas, 2008.
VEZZANI,
M. A. Turismo rural e responsabilidade ambiental e ecológica
no espaço rural brasileiro. Caderno
Virtual de Turismo, v. 8, n.1,
p. 27-39, 2008.
WANDERLEY,
M. N. B. A ruralidade no Brasil
moderno. Por um pacto social no desenvolvimento rural.
Disponível em:
.
Acesso em: 02 dez. 2016.