Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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05/03/2018 (Nº 63) METAIS PESADOS, HORMÔNIOS E AGROTÓXICOS ESTÃO NA ÁGUA QUE CHEGA ÀS TORNEIRAS
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METAIS PESADOS, HORMÔNIOS E AGROTÓXICOS ESTÃO NA ÁGUA QUE CHEGA ÀS TORNEIRAS


O controle da qualidade da água para abastecimento público segue uma regulamentação falha, que exclui de sua lista de produtos tóxicos os contaminantes perigosos que vão para o copo da população. (Creative Commons – CC BY 3.0)

Cida de Oliveira – Rede Brasil Atual


Medicamentos, hormônios sintéticos, metais pesados como chumbo, cádmio, alumínio e urânio e compostos orgânicos nocivos à saúde e ao meio ambiente, entre eles o agrotóxico glifosato, estão na água aparentemente pura e cristalina que chega às torneiras da população. Provenientes do esgotos doméstico e industrial, além de atividades agropecuárias, despejados em mananciais destinados ao consumo humano, atravessam estações de tratamento que adotam processos inócuos e obsoletos, que seguem protocolos defasados e parâmetros científicos superados.


A advertência é da engenheira química e professora titular do campus Curitibanos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Sonia Corina Hess. Autora de pareceres técnicos para órgãos públicos, como defensorias e promotorias, a especialista é organizadora de um livro em fase de edição na Editora Expressão Popular, que reúne ensaios sobre poluição e doenças no Brasil. No capítulo de sua autoria, Sonia reúne dados de suas pesquisas, além de outros cientistas nacionais e estrangeiros que apontam para a necessidade de o poder público priorizar políticas relativas ao acesso à água e, principalmente, o tratamento de esgotos.


No Brasil, coletamos apenas 57% dos esgotos gerados, e tratamos apenas 45% do total. É por isso que a cada verão as praias ficam impróprias para banho, inclusive em Santa Catarina. Quanto mais gente, mais esgoto… Nas regiões de pecuária intensiva, o problema é pior ainda. As águas recebem grandes quantidades de dejetos, resíduos de agrotóxicos e de medicamentos utilizados nas granjas. Também por isto nossos rios estão totalmente poluídos”, explica a professora.


É destes rios, conforme lembra, que sai a maior parte da água que vai para abastecimento público. “Ou seja, jogamos esgotos sem tratamento nas mesmas águas que captamos para beber depois. As águas que passam pelas estações de tratamento para o abastecimento, em geral, ficam livres de microorganismos patogênicos, mas ainda contêm resíduos de substâncias químicas potencialmente perigosas. Também é triste verificar que nem todo esgoto coletado é tratado. As próprias empresas de saneamento fazem a coleta, para dar fim aos esgotos a céu aberto, e os lançam no ambiente, sem tratamento”, destaca. “Em São Paulo, estado mais rico da federação, dados oficiais mostram coleta de 87% e tratamento de 62%. Ou seja, 25% do esgoto que é coletado não é tratado”.


Conforme o Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, relativo a 2016, apenas 57% do esgoto é coletado no Brasil. E desse total, 74,87% recebe tratamento, conforme a tabela.


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Fonte: https://www.sul21.com.br/ultimas-noticias/geral/2018/03/metais-pesados-hormonios-e-agrotoxicos-estao-na-agua-que-chega-as-torneiras/


Ilustrações: Silvana Santos