Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Cidadania Ambiental
05/03/2018 (Nº 63) MOVIMENTO DE ECOPEDAGOGIA NA ESCOLA
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Movimento de Ecopedagogia na Escola



               Por Luciana Ribeiro


O movimento de ecopedagogia, denominado por Francisco Gutiérrez, surgiu nos anos 90 com o objetivo de reorientar educadores e comunidades do Brasil e de outros países para o reconhecimento de atitudes, que priorizam  os princípios de sustentabilidade, respeitando a preservação do meio ambiente.


Neste sentido, direciona-se a educação ecopedagógica ao cidadão para a compreensão dos malefícios de capitalismo como o consumo irracional dos recursos naturais como água, petróleo, areia e outros para a produção de produtos e bens no geral, e ainda, as conseqüências para o planeta Terra (desmatamento de áreas verdes, disposição incorretos de lixos, falta de saneamento básico e outros) tornando-se desafio constante no enfrentamento desses problemas que ocorrem nas cidades brasileiras.


O movimento e sua base educativa auxiliam na mobilização de pessoas que reconheçam a natureza como sendo local digno, justo e democrático e articulam-se também  para a socialização das contribuições socioculturais a serem compartilhadas por meio de ações individuais e coletivas. Por isso, o debate ambientalista insere a responsabilidade da comunidade escolar de poder valorizar, discutir, implementar e divulgar trabalhos, atividades e projetos que respeitam as várias dimensões da vida: histórica, cultural, social, política, econômica e religioso.


Com as reflexões dos fundamentos da ecopedagogia, e se os governantes atuarem junto ao sistema educacional, cidadãos no geral e profissionais diversos trabalharíamos com mais vigor e organização para implementar e divulgar a educação socioambiental nos currículos dos Cursos de Pedagogia, dos currículos do ensino infantil e fundamental, e nos espaços de convivência humana no geral.


Dessa forma, exemplifico ações políticas-educativas que são de fato aconselhadas por especialistas da área ambiental, as quais são desenvolvidas como campanhas educativas que venham auxiliar os educadores e os cidadãos de modo geral:


*Fazer a coleta seletiva do lixo;

*Implementar uma horta escolar;

*Reflorestar áreas verdes;

*Divulgar conhecimentos por meio de panfletos, placas e recursos audiovisuais que facilitam o reconhecimento da problemática ambiental;

*Trabalhar a arte teatral, musical e artesanal e várias outras.




Fundadores do Instituto Paulo Freire/ Ecopedagogia


 Paulo Freire

Graduado pela Faculdade de Direito de Recife (Pernambuco). Foi professor de Língua Portuguesa do Colégio Oswaldo Cruz e diretor do setor de Educação e Cultura do SESI (Serviço Social da Indústria) de 1947-1954 e superintendente do mesmo de 1954-1957. Ao lado de outros educadores e pessoas interessadas na educação escolarizada, fundou o Instituto Capibaribe. Ele foi quase tudo o que deve ser como educador, de professor de escola a criador de ideias e "métodos".


Sua filosofia educacional expressou-se primeiramente em 1958 na sua tese de concurso para a universidade do Recife, e, mais tarde, como professor de História e Filosofia da Educação daquela Universidade, bem como em suas primeiras experiências de alfabetização como a de Angicos, Rio Grande do Norte, em 1963.


A coragem de pôr em prática um autêntico trabalho de educação que identifica a alfabetização com um processo de conscientização, capacitando o oprimido tanto para a aquisição dos instrumentos de leitura e escrita quanto para a sua libertação fez dele um dos primeiros brasileiros a serem exilados.


Em 1969, trabalhou como professor na Universidade de Harvard, em estreita colaboração com numerosos grupos engajados em novas experiências educacionais tanto em zonas rurais quanto urbanas. Durante os dez anos seguintes, foi Consultor Especial do Departamento de Educação do Conselho Mundial das Igrejas, em Genebra (Suíça). Nesse período, deu consultoria educacional junto a vários governos do Terceiro Mundo, principalmente na África. Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil para "reaprender" seu país. Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).


Em 1989, tornou-se Secretário de Educação no Município de São Paulo, maior cidade do Brasil. Durante seu mandato, fez um grande esforço na implementação de movimentos de alfabetização, de revisão curricular e empenhou-se na recuperação salarial dos professores. A metodologia por ele desenvolvida foi muito utilizada no Brasil em campanhas de alfabetização e, por isso, ele foi acusado de subverter a ordem instituída, sendo preso após o Golpe Militar de 1964. Depois de 72 dias de reclusão, foi convencido a deixar o país. Exilou-se primeiro no Chile, onde, encontrando um clima social e político favorável ao desenvolvimento de suas teses. Desenvolveu, durante 5 anos, trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Foi aí que escreveu a sua principal obra: Pedagogia do oprimido.

Em Paulo Freire, conviveram sempre presente senso de humor e a não menos constante indignação contra todo tipo de injustiça. Casou-se, em 1944, com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira, com quem teve cinco filhos. Após a morte de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria Araújo Freire, uma ex-aluna.

Paulo Freire é autor de muitas obras. Entre elas: Educação: prática da liberdade(1967), Pedagogia do oprimido (1968), Cartas à Guiné-Bissau (1975), Pedagogia da esperança (1992) e À sombra desta mangueira (1995).


Foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa através de numerosas homenagens. Além de ter seu nome adotado por muitas instituições, é cidadão honorário de várias cidades no Brasil e no exterior (conheça a comunidade freiriana).


A Paulo Freire foi outorgado o título de doutor Honoris Causa por vinte e sete universidades. Por seus trabalhos na área educacional, recebeu, entre outros, os seguintes prêmios: Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento (Bélgica, 1980);Prêmio UNESCO da Educação para a Paz (1986) e Prêmio Andres Bello da Organização dos Estados Americanos, como Educador do Continentes (1992). No dia 10 de abril de 1997, lançou seu último livro, intitulado Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Paulo Freire faleceu no dia 2 de maio de 1997 em São Paulo, vítima de um infarto agudo do miocárdio.


Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, em Recife, Pernambuco, na época, uma das regiões mais pobres do país, onde logo cedo pôde experimentar as dificuldades de sobrevivência das classes populares.

:: Saiba mais sobre a vida, a obra e o legado do educador na versão virtual do Centro de Referência Paulo Freire

Francisco Gutiérrez

 

Prof. Dr. Francisco Gutiérrez Pérez – Costa Rica


Doutor em Educação com especialização em Pedagogia da Comunicação e Mediação Pedagógica. Autor de numerosos livros sobre Educação formal, Educação popular e comunicação: Pedagogía para el desarrollo sostenible, Sentido y sin sentido en la educación, La mediación pedagógica para la educación popular (com Daniel Prieto), Ecopedagogia e cidadania planetária (com Cruz Prado). Atualmente é diretor do Instituto Paulo Freire e consultor em Educação e Comunicação.
Fonte:http://eieosasco.net/pt/palestrantes/


 Moacir Gadotti


Livre docente na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp, 1986) e doutor em Ciências da Educação na Universidade de Genebra (Suiça, 1977). Mestre em Filosofia da Educação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, 1973). Licenciado em Pedagogia (1967) e em Filosofia (1971).


Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP). Foi professor de História e Filosofia da Educação em cursos de graduação e pós-graduação em Educação e Filosofia de diversas instituições, entre elas a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a Universidade Estadual de Campinas e a Pontifícia Universidade Católica de Campinas.


Foi assessor técnico da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (1983-1984) e Chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo (1989-1990), na gestão de Paulo Freire. Atualmente é presidente do Conselho Deliberativo do Instituto. Possui um grande número de publicações em que desenvolve uma proposta educacional cujos eixos são a formação crítica do educador e a construção da Escola Cidadã, numa perspectiva dialética integradora da educação e orientada pelo paradigma da planetariedade. 

E para saber mais, acesse O Instituto Paulo Freire e responsáveis pelos projetosdesenvolvidos:http://www.paulofreire.org/Capa


Documento utilizado para abordar o movimento de Ecopedagogia/aconselhado pelo movimento ecopedagógico: http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html




Ilustrações: Silvana Santos