Meio ambiente: uma preocupação comunitária e
escolar
Environment: a community and school concern
Autoria:
SOARES, Brenda Maria – mestranda em Profissional em Ciência,
Tecnologia e Educação pelo IVC,professora da rede
estadual-SEDU-Jacaraipe-Serra/ES.
E.mail:brendaprofessorinha@hotmail.com
NUNES,Marcus Antonius da Costa
Doutorado em Engenharia Mecânica,área Vibrações
e Ruído,pela Universidade Federal de Santa Catarina.Docente e
coordenador de mestrado em Ciência,
Tecnologia e Educação do IVC,São Mateus/ES.
Email:marcaonunes@hotmail.com
SILVA, F. José Geraldo – Doutorado em Engenharia
Agrícola pela universidade de Viçosa-Minas
Gerias.Docente de mestrado em Ciência,
Tecnologia e Educação do IVC,São Mateus/ES.
Email:jgeraldo@incamper.es.gov.br
Resumo
O ambiente em que
vive o homem é continua e sistematicamente agredido pelo ser
humano, por isso, o presente artigo aborda a questão sob a
ótica de estudiosos que se debruçaram sobre o tema, mas
também sob a ótica pessoal com o objetivo principal de
despertar mais consciência em torno do tema na coletividade e
tendo objetivos específicos como demonstrar como está a
situação atual, por que o ambiente sofre, ou seja, as
causas desse sofrer, e demonstrar o que o sistema escolar faz e o que
deverá fazer para que os alunos consigam construir um
conhecimento amplo e consistente para se tornarem cidadãos
engajados em prol da preservação e melhora do meio em
que vivem. Implicitamente as ideias trazidas à tona, ancoradas
em diversos dados estatísticos com gráficos e tabelas,
visam demonstrar que a natureza é prodiga se respeitada, mas
pode se vingar, retrucando as agressões sofridas. Nos três
itens e em seus vários subitens, o leitor encontra dados e
considerações feitas por autores no assunto e a opinião
nossa sobre cada caso, com fortes apelos à ação
decisiva nas escolas de todas as partes do país. Em cada papel
poupado e em cada gota de água não desperdiçada
pode residir um futuro melhor para todos os seres humanos.
Palavras-chave: meio ambiente, preservação,
coleta, lixo, consciência
Abstract
The
environment in which man lives is continually and systematically
assaulted by the human being. Therefore, the present article
approaches the question from the point of view of scholars who have
studied the subject, but also from a personal point of view with the
main objective of arousing more awareness about the theme in the
community and having specific objectives such as demonstrating how
the current situation is, why the environment suffers, ie the causes
of this suffering, and demonstrate what the school system does and
what it should do so that students to build a broad and consistent
knowledge to become citizens engaged in the preservation and
improvement of the environment in which they live. Implicitly the
ideas brought to the surface, anchored in various statistical data
with graphs and tables, aim to demonstrate that nature is lavish if
respected, but can take revenge, by repressing the aggressions
suffered. In the three items and in their various sub-items, the
reader finds data and considerations made by authors on the subject
and our opinion on each case, with strong calls for decisive action
in schools in all parts of the country. In every paper saved and in
every drop of undisturbed water there can reside a better future for
all human beings.
Key-words: environment,
preservation, collection, garbage, awareness
INTRODUÇÃO
A preocupação
com a temática ambiental deve ser uma constante quando se
percebe que muitas pessoas ainda não se preocupam e imaginam
que somente os outros são responsáveis pelas agressões
aos elementos constitutivos da natureza da Terra.
Por esse motivo,
o presente artigo aborda alguns aspectos, inclusive com dados
estatísticos, visando demonstrar que muito falta a ser feito
em termos de preservação ambiental e também na
educação de jovens e adultos, portanto, nas escolas,
para que a sobrevivência humana e de muitas das ainda
existentes espécies animais e vegetais.
Fizemos uma ampla
pesquisa bibliográfica para embasar as afirmações
que trazemos e as constatações são de que
bastante mudou a consciência nos últimos tempos, porém
enormes são os desafios para que uma conscientização
ampla de todos os cidadãos brasileiros e do mundo pela
melhoria das situações ambientações possa
ser alcançada.
Verificando,
pois, que a escola é um espaço onde se aprende a
ciência da vida e nela também falta, em muitos casos,
mais ação proativa, chegamos ao ponto de sugerir
atividades a serem desenvolvidas para facilitar e melhorar a
construção de um conhecimento em relação
a esses aspectos.
Assim, os
objetivos do presente trabalho já ficam claros, ou seja,
precisa ser mais intenso o trabalho escolar para que os alunos
aprendam a coletar corretamente o lixo, percebam a importância
do cuidado no uso da água, sintam a necessidade de preservação
das florestas para a melhora da qualidade do ar. Também
objetivamos que a coletividade toda se envolva, iniciando com a
comunidade do entorno escolar.
O trabalho todo
está dividido em três itens, cada um com vários
subitens para melhor entendimento do assunto abordado. No primeiro
item, trazemos detalhes sobre o ambiente em que atualmente vivemos,
no segundo mostramos como ambiente é agredido na atualidade e,
no terceiro, abordamos o papel da escola na questão ambiental,
apresentando várias sugestões de atividades que podem e
devem ser adaptadas para cada localidade e situação.
1 O AMBIENTE EM QUE VIVEMOS
Historicamente as
pessoas se preocupam em providenciar sua alimentação e
moradia, desejando o maior conforto possível, extraindo da
natureza tudo de que necessita. Dessa forma consomem grande
quantidade de recursos naturais, muitos deles renováveis e
bastantes outros não-renováveis. De acordo com Cortez,
2009, “O consumo atual dos recursos naturais supera em 20% a
capacidade da terra de se regenerar” (CORTEZ, 2009, p. 45).
Isso mostra que o meio ambiente natural é fortemente afetado e
poderá chegar a se exaurir. Logicamente, se a terra não
consegue atender a tudo que de que a humanidade necessita, grande
parte das pessoas passará necessidades e não terá
atendidos seus anseios alimentares e de consumo em geral. Por isso,
segundo Cortez, 2009, “Um terço da população
não tem acesso à energia, como eletricidade e
combustíveis fósseis”. (Idem)
Durante milênios,
a humanidade vivia da coleta de produtos vegetais, da caça e
da pesca, depois de uma rudimentar produção agrícola
e pastoril. Isso causava apenas pequeno impacto natural, facilmente
regenerável, inclusive em função do nomadismo
fortemente predominante, assim, quando os recursos em alguma região
ficavam escassos, os grupos se deslocavam para outra, ainda intocada
ou já regenerada.
Com o advento da
agricultura moderna e da formação das cidades, muitos
problemas ambientais passaram a ser perenes, e as pessoas, sem saber
como resolver esses problemas, simplesmente se acomodaram e deixaram
que eles aumentassem cada vez mais. Assim foram surgindo o
esgotamento do solo cultivável em muitas regiões e a
consequente migração de agricultores para regiões
ainda inexploradas e o problema sério com o lixo, constituído
pelos restos descartáveis nas moradias e nas indústrias.
A partir da
segunda metade do século XX, o aumento desmedido do consumo
pela população de renda mais equilibrada e alta começou
a exigir cada vez mais a instalação de indústrias
de alta tecnologia que produzem equipamentos de duração
cada vez mais curta e sendo seguidamente mais aperfeiçoados.
Isso provoca a substituição a cada vez períodos
mais curtos, causando o descarte dos ultrapassados, virando no lixo
eletroeletrônico, por demais nocivo ao meio ambiente se o
descarte for de forma indevida.
Atualmente, há
muita preocupação com as enormes quantidades de
descarte de elementos de longa permanência na natureza sem que
haja a desintegração dos mesmos. Cite-se a borracha –
pneus de veículos, equipamentos hospitalares – o
material plástico, os diversos tipos de baterias – de
celulares, de computadores, de veículos e pilhas as mais
diversas.
Como a maioria
das pessoas ainda está pouco conscientizada com relação
ao descarte mais correto do lixo, o mesmo chega a estar todo
misturado e vai aos lixões indevidamente embalado.
Com o advento das
garrafas pet – principalmente para água mineral e
refrigerantes de todos os tipos, o volume do descartável
aumentou por demais. Pior foi, nos primeiros tempos de seu
surgimento, década final do século XX, quando ainda não
se pensava em reciclá-las e foram jogadas fora, gerando
entupimento de bueiros do esgoto pluvial e pequenos riachos, com
consequências graves como inundações em casos de
enxurradas de chuva, invadindo as residências ribeirinhas de
riachos e rios, até de ruas em áreas de baixa altitude.
1.2 O ambiente sofre demais na atualidade
Consoante Cortez, 2009
“Com a expansão
da sociedade de consumo, amplamente influenciada pelo estilo de vida
norte-americano, o consumo transformou-se em uma compulsão e
um vício, estimulados pelas forças do mercado, da moda
e da propaganda. A sociedade de consumo produz carências e
desejos, tanto materiais quanto simbólicos, e os indivíduos
passam a ser reconhecidos, avaliados e julgados por aquilo que
consomem, vestem ou calçam, pelo carro e pelo telefone celular
que exibem em público.” CORTEZ, 2009, p. 37)
Para dar conta à
necessidade de tanta quantidade de produtos solicitados nos dias
atuais e por não se produzir mais os produtos agrícolas
com ferramentas simples, adota-se o uso de máquinas potentes e
tecnologicamente avançadas, com necessidade de enorme
quantidade de energia, como se recorre a venenos cada vez mais
sofisticados para combate de pragas – insetos, fungos –
herbicidas em vez de enxadas – contra o inço, o que
afeta a biodiversidade no solo, elimina inimigos naturais dos
agressores às plantações, gerando resistência
em insetos, fungos, plantas invasoras. Isso faz com que sempre mais
sofisticados precisem ser os produtos usados na agricultura, matando
muitos do micro-organismos, insetos úteis como abelhas, as
aves – quase todos os tipos, que, muitas vezes pela ausência
de florestas e áreas de preservação natural, têm
a sobrevivência das espécies ameaçada.
Os venenos, as
máquinas consumindo combustíveis fósseis, afetam
a qualidade da água das fontes superficiais, dos lagos
naturais e dos cursos de água, obrigando a abertura de poços
artesianos para o abastecimento humano no interior, e exigindo
tecnologia muito cara para o tratamento da água captada em
rios para o abastecimento nas áreas urbanas.
A compactação
do solo, pelo excessivo movimento de máquinas preparadoras,
semeadoras e colhedoras faz com que a água das chuvas penetre
pouco, escorra rapidamente, causando inundações cada
vez maiores nas várzeas, atingindo níveis nunca vistos
antes. Por outro lado, essa pouca penetração de água
no subsolo – muito compactado – impede que a mesma seja
limpa pela terra e rochas e sequer chegue aos lençóis
freáticos, escasseando nas fontes que acabam secando e matando
córregos, riachos e até rios maiores que antes eram
perenes.
Em virtude do uso
excessivo de agrotóxicos, inclusive pela aviação
agrícola, alimentos de origem animal e vegetal acabam chegando
contaminados aos consumidores. Assim, a carne, o leite, o peixe, as
hortaliças, as frutas, os tubérculos chegam a
apresentar índices altos da presença de elementos
químicos que podem causar doenças como a depressão,
o câncer e o AVC, até o infarto em pessoas até
relativamente jovens. Cortez, 2009, corrobora o acima afirmado quando
explica:
“Há evidências
de que o padrão de consumo das sociedades ocidentais modernas,
além de ser socialmente injusto e moralmente indefensável,
é ambientalmente insustentável. A crise ambiental
mostrou que não é possível a incorporação
de todos no universo de consumo em função da finitude
dos recursos naturais, não somente para serem explorados como
matéria-prima, mas também por receberem resíduos
após a utilização dos produtos.
O ambiente natural está
sofrendo uma exploração excessiva que ameaça a
estabilidade dos seus sistemas de sustentação: exaustão
de recursos naturais renováveis e não-renováveis,
degradação do solo, perda de florestas e da
biodiversidade, poluição da água e do ar e
mudanças climáticas, entre outros.” (Idem p.42).
Assim como a
atividade produtora no âmbito agropecuário e no
industrial agride por demais o ambiente, também a mineração
de metais afeta fortemente o ambiente, sendo que essa atividade fere
a superfície e também o interior da terra. Na extração
do ouro e pedras preciosas, elementos como o mercúrio,
utilizado para a purificação, acaba contaminando as
águas dos leitos dos rios. Na mineração de ferro
e outros minerais, é necessário haver barragens de
contenção de resíduos, outro problema que afeta
a redondeza. Quem não lembra da tragédia em Mariana –
MG, no ano de 2015, que causou a morte de mais de 20 pessoas?
Não
bastasse que a humanidade fizesse o ambiente sofrer com suas ações
de exploração, ela o agride com quase tudo o que
descarta, contaminando, pelo lixo jogado na natureza, a terra, o ar e
a água. Também o uso dos meios de transporte com
motores movidos à energia fóssil causa sérios
problemas ao ar, principalmente nas grandes cidades. O CO² é
tanto que os vegetais – árvores – existentes no
perímetro urbano não dão conta de sua absorção
e o O² liberado pelos mesmos não consegue gerar o
equilíbrio necessário, ficando uma poluição
do ar praticamente visível em dias que a atmosfera está
mais pesada ao natural. No livro “Poluição &
Desenvolvimento” em que estão os anais da Comissão
Parlamentar para o Estudo, a Ação e a Defesa do Meio
Ambiente, da Assembleia Legislativa do RS, 1972, é apresentada
a seguinte afirmação:
“A poluição
do ar geralmente se manifesta por uma diminuição da
visibilidade; uma ação nociva sobre os vegetais e os
animais; ataque a certos materiais, ou ainda por diversos efeitos
sobre o homem.
Certos poluentes apresentam
odores fortes e sabor ácido e provocam irritação
das mucosas. Mas existe boa quantidade de poluidores atmosféricos
que não apresentam sinais detectáveis sem aparelhamento
mais ou menos complexo, como é o caso típico da
radioatividade, do monóxido de carbono e de outros.”
(Assembleia Legislativa – RS, 1974, p. 23).
1.2.1 Fatos estatísticos
Uma das causas
por que o meio ambiente sofre é o consumo desmedido de parte
da população mundial, díspar em termos
regionais. Outro problema é a aglomeração urbana
nos últimos tempos. Cortez, 2009, traz dados explicativos a
respeito:
“Quase metade da
população mundial (47%) vive em áreas urbanas, e
espera-se que esse número cresça 2% ao ano entre 2000 e
2015 (United Nations Population Division, 2001). Não há
dúvida de que a aglomeração populacional, os
padrões de consumo e de deslocamento
e as atividades econômicas
urbanas exercem intensos impactos sobre o meio ambiente em termos de
consumo de recursos e eliminação de resíduos. E
o resultado dessa exploração excessiva não é
dividido igualmente para todos, e apenas uma minoria da população
da Terra se beneficia dessa riqueza.” (CORTEZ, 2009, P. 43)
A mesma autora
enfatiza e traz dados:
“De acordo com o
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA), Fundo Monetário
Internacional (FMI) e a World Wildlife Foundation (WWF), há
uma real e visível relação entre as atividades
econômicas e a qualidade das características naturais do
planeta, como a água, ar, solo e biodiversidade (figura 1). O
Índice Planeta Vivo é um indicador criado pela WWF que
reflete a saúde dos ecossistemas do planeta: florestas,
oceanos, rios e outros sistemas naturais. Entre 1970 e 2000, o índice
perdeu cerca de 35%; uma tendência global que sugere que
estamos deteriorando os ecossistemas naturais a um ritmo nunca visto
na história da humanidade.”
(Idem)
3,0
-
2,5
-
2,0
-
1,5
-
1,0
-
0,5
-
0,0
-
|
Índice
Planeta Vivo
Índice
do Produto
Mundial
Bruto
|
1970
1975 1980 1985 1990
1995 2000
Figura 1 – Mudanças
na Atividade Econômica e na Saúde dos Ecossistemas,
1970-2000 - Fonte: WWI, 2004. (Idem).
Seguindo com
dados estatísticos, apresentamos dados trazidos por Amaral,
2013, que, segundo ela se configuram, em relação à
alteração dos biomas brasileiros, causados pela
exploração agrícola intensiva, alterando o
equilíbrio ecológico e diminuindo a biodiversidade, em
função da ocupação com estabelecimentos
agropecuários:
Ordem
|
Tipo de Bioma
|
Porcentagem de
Ocupação de sua área
|
1º lugar
|
Pampa
|
71%
|
2º lugar
|
Pantanal
|
69%
|
3º lugar
|
Mata Atlântica
|
66%
|
4º lugar
|
Cerrado
|
59%
|
Tabela 1 – Ocupação
de biomas brasileiros pela exploração agropecuária.
Dados do Atlas do Espaço
Rural Brasileiro, do IBGE. (AMARAL, 2013, p. 25)
Na terra, com
cerca de dois terços compostos por água precisa-se
considerar, para aproveitamento de consumo humano e de suas
atividades os seguintes dados:
Tipos de Água
|
Porcentagem
existente
|
Salgada
|
97%
|
Doce
|
3%
|
Tabela 2 – Tipos de água
na terra
Onde existe água
doce
|
Porcentagem
aproximada
|
Em forma de gelo nas
calotas polares
|
Cerca de 67%
|
No subsolo, em camadas
bastante profundas
|
15%
|
Facilmente disponível
|
12%
|
Tabela 3 – Formas e
locais de existência de água doce
Pode-se observar
por esses dados que a disponibilidade de água doce é
muito pequena em relação ao total de água no
planeta.
Conforme o portal
N10,
pode montar as seguintes tabelas em relação aos 10
países com maiores reservas de água doce:
Colocação
|
Países
|
Quantidade
|
1ª
|
Brasil
|
6.950 km³
|
2ª
|
Rússia
|
4.500 km³
|
3ª
|
Canadá
|
2.900 km³
|
4ª
|
China
|
2.800 km³
|
5ª
|
Indonésia
|
2.530 km³
|
6ª
|
Estados Unidos
|
2.480 km³
|
7ª
|
Bangladesh
|
2.360 km³
|
8ª
|
Índia
|
2.085 km³
|
9ª
|
Venezuela
|
1.320 km³
|
10ª
|
Birmânia
|
1.080 km³
|
Tabela 4 – 10 países
com maior quantidade de água doce.
Nesse mesmo
portal, há informações que mostram que nesses 10
países a ordem de disponibilidade de água doce por
pessoa segue a seguinte tabela:
Colocação
|
Países
|
Quantidade
|
1ª
|
Canadá
|
98.500 m³
|
2ª
|
Venezuela
|
60.300 m³
|
3ª
|
Brasil
|
43.000 m³
|
4ª
|
Rússia
|
30.500 m³
|
5ª
|
Birmânia
|
23.300 m³
|
6ª
|
Bangladesh
|
19.600 m³
|
7ª
|
Indonésia
|
12.200 m³
|
8ª
|
Estados Unidos
|
2.400 m³
|
9ª
|
China
|
2.300 m³
|
10ª
|
Índia
|
2.200 m³
|
Tabela 5 –
disponibilidade de água doce por habitante nos 10 países
de maior quantidade total.
Considerando as
estatísticas acima, percebe-se que tanto a comunidade toda
como a escola precisam criar uma consciência ambiental e
estudar as questões necessárias que a possam despertar
e perenizar.
2 A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL NA COMUNIDADE E NA ESCOLA
A consciência
ambiental, nos últimos tempos, foi abordada por inúmeras
pessoas em artigos publicados na internet e em livros. Enquanto
alguns explicam como ela se constitui, outros falam da sua
importância e dão conselhos de práticas de
consumo sustentável. Basta ter vontade de ler sobre o assunto
para que os cidadãos comuns, os professores e alunos das
escolas consigam se inteirar de muito do que se apregoa como
importante. Essencial, no entanto, será ter discernimento do
problema “agressão ambiental” para que a leitura
não seja apenas um descargo de consciência, mas que leve
à ação.
2.1 Tópicos abordados em livros, sites e blogs
com citações
Bidinotto, (2009)
afirma:
“o lixo é o maior
causador da degradação do meio ambiente e pesquisas
indicam que o homem produz, em média, pouco mais que um quilo
por dia. Desta forma, torna-se difícil o desenvolvimento de
uma cultura de reciclagem, tendo em vista a escassez dos produtos
naturais e não renováveis e falta de espaço para
guardar propriamente o nosso lixo.” (BIDINOTO, 2009).
Essa constatação
tem a falta de consciência ambiental de grande parte da
população como implícita.
Conforme
Lavorato, s.d., há uma luz no fim do túnel e afirma:
A
conscientização ambiental de massa, só será
possível com percepção e entendimento do real
valor do meio ambiente natural em nossas vidas. O meio ambiente
natural é o fundamento invisível das diferenças
sócio econômicas entre países desenvolvidos e em
desenvolvimento. O dia em que cada brasileiro entender como esta
questão afeta sua vida de forma direta e irreversível,
o meio ambiente não precisará mais de defensores. A
sociedade já terá entendido que preservar o meio
ambiente é preservar a própria pele, e fragilizar o
meio ambiente, é fragilizar a economia, o emprego, a saúde,
e tudo mais. Esta falta de entendimento compromete a adequada
utilização de nossa maior vantagem competitiva frente
ao mundo: recursos hídricos, matriz energética limpa e
renovável, biodiversidade, a maior floresta do mundo, e tantas
outras vantagens ambientais que nós brasileiros temos e que
atrai o olhar do mundo. (LAVORATO, Marilena Lino de Almeida)
Fica claro, portanto, que a sociedade toda precisa ser consciente em
relação à preservação ambiental.
Roos & Becker, 2012, destacam:
“A escola é o
espaço social e o local onde poderá haver sequência
ao processo de socialização. O que nela se faz se diz e
se valoriza representa um exemplo daquilo que a sociedade deseja e
aprova. Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos
na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a
formação de cidadãos responsáveis. Assim
a Educação Ambiental é uma maneira de
estabelecer tais processos na mentalidade de cada criança,
formando cidadãos conscientes e preocupados com a temática
ambiental.” (ROOS & BECKER, 2012, p. 5)
Em cima do que as
autoras afirmam, continuaremos o assunto no próximo item, em
que será discutido o que é necessário fazer nas
escolas para que a consciência ambiental seja assumida pela
parte da população ainda jovem e que tem as melhores
condições de ser a propagadora das ideias junto às
famílias da sua comunidade e até em debates nas redes
sociais.
3 A ESCOLA FORMADORA DE CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
Roos &
Becker, 2012, destacam:
Considerando, então, a
importância da temática ambiental e a visão
integrada do mundo, no tempo e no espaço, a escola deverá
oferecer métodos efetivos para a compreensão dos
fenômenos naturais, as ações humanas e suas
consequências para sua própria espécie, para os
outros seres vivos e para o meio ambiente. É fundamental que
cada pessoa desenvolva as suas potencialidades e adote posturas
pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a
constituição de uma sociedade socialmente justa, em um
ambiente saudável e acima de tudo sustentável.
Com os conteúdos
ambientais permeando todas as disciplinas do currículo e
contextualizados com a realidade da comunidade, a escola ajudará
a perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão
holística, ou seja, integral do mundo em que vive. Para isso a
Educação Ambiental deve ser abordada de forma
sistemática e transversal, em todos os níveis de
ensino, assegurando a presença da dimensão ambiental de
forma interdisciplinar nos currículos das diversas disciplinas
e das atividades escolares se terá a integração
das pessoas nas suas comunidades/sociedades, fazendo com que a
Educação Ambiental não fique somente nas escolas
e sim permeie a todas as esferas sociais, proporcionando, com isso a
preservação ambiental e conscientização
cada vez mais pessoas para se buscar o desenvolvimento sustentável.
(Idem).
É
essencial que a gestão escolar tenha bem presente a
importância de um planejamento que contemple a educação
ambiental. Tanto os professores da área de comunicação,
por meio de análise textual, escrita de redações,
como os da área das ciências naturais, usando
laboratórios e a internet para análises e pesquisas e
os da área de estudos sociais, notadamente de Geografia, devem
fazer perceber os locais mais afetados por diversos tipos de agressão
ambiental.
A propósito,
Roos e Becker, 2012, sugerem:
“A fundamentação
teórico/prática dos projetos pode ocorre por intermédio
do estudo de temas geradores que englobam palestras, oficinas e
saídas a campo. Esse processo oferece subsídios aos
professores e demais interessados em repassar conhecimento para
atuarem de maneira a englobar toda a comunidade escolar, e também
a sociedade, e assim todas as pessoas possam ter conhecimento quanto
aos problemas ambientais que os circundam, seja no bairro, no
município e até mesmo no mundo em que vivem. Os
conteúdos trabalhados serão necessários para o
entendimento dos problemas e, a partir da coleta de dados, à
elaboração de pequenos projetos de intervenção.”
(Idem, Ibidem).
Em termos
estatísticos, há uma disparidade marcante com relação
à educação ambiental nas escolas de ensino
fundamental como se depreende da leitura no livro “O que fazem
as escolas que dizem que fazem educação ambiental?”
(MEC, 2007) a partir do que se pode construir as seguintes tabelas:
Escolas com oferta de educação ambiental no Brasil:
Ano
|
Nº de Escolas
|
2001
|
115 mil
|
2004
|
152 mil
|
Tabela 6
“As taxas de crescimento para esse período alcançaram
aproximadamente 90% para as modalidades Projetos e Disciplinas
Especiais, enquanto que a taxa de crescimento para a Inserção
da Temática Ambiental nas Disciplinas foi de apenas 17%.”
(Idem)
a) Taxas correspondentes em números absolutos:
Ano 2001
|
Ações
|
Nº de Escolas
|
Inserção
da
Temática
Ambiental nas Disciplinas
|
94 mil
|
Oferta de Projetos
|
33,6 mil
|
Desenvolvendo
disciplinas especiais
|
2,9 mil
|
Ano 2004
|
Ações
|
Nº de Escolas
|
Inserção
da
Temática
Ambiental nas Disciplinas
|
110 mil
|
Oferta de Projetos
|
64,3 mil
|
Desenvolvendo
disciplinas especiais
|
5,5 mil
|
Tabela 7
As
escolas que realizavam educação ambiental, em 2004,
agiam, em relação ao lixo, de forma diversa.
Destino do lixo produzido nas escolas:
Ações
|
Porcentagem
de Escolas que as usavam
|
Coleta
periódica como destino final do lixo
|
49,3%
|
Queima
do lixo
|
41,3%
|
Jogada
do lixo em outras áreas
|
11,9%
|
Reciclagem
do lixo na escola
|
5%
|
Tabela 8
3.1 Atividades sugeridas para serem feitas nas escolas como
formas de conscientização.
3.1.1 Gerais no âmbito das instalações:
* coleta do lixo
e colocação do mesmo em recipientes com cores diferente
para materiais diversos;
* estímulo
à destinação específica de elementos
altamente como baterias de celulares, pilhas, etc.
* orientações
e cobranças sobre o uso consciente da água e de
material higiênico sempre com vistas à poupança
dos mesmos;
* aproveitamento,
sempre que possível da luz diurna pela abertura das janelas
das salas de aula;
* acostumar
desligar luzes e equipamentos das tomadas sempre que não em
uso e desnecessário.
3.1.2 No âmbito das turmas de alunos:
* visitas a
locais degradados no entorno escolar;
* debates sobre
as observações feitas e indicação de
causas da degradação;
* oportunizar a
vinda de palestrantes sobre problemas ambientais;
* produção
textual sobre problemas ambientais e sugestões para a solução
dos mesmos;
* pesquisas em
periódicos da mídia citadina sobre notícias
falando de problemas ambientais e/ou de bons exemplos;
* pesquisas na
internet sobre temas como uso da água, poluição
do ar, uso de agrotóxicos, fontes de energia alternativa e
limpa, etc.
* concursos que
envolvem boas ações em prol de um ambiente preservado
saudável envolvendo alunos e familiares e também a
comunidade em geral.
CONCLUSÃO
Tendo em vista
que a problemática ambiental é muito ampla, foi
necessário limitar o assunto deste artigo a alguns aspectos
importantes, no que diz respeito à criação de
uma conscientização em prol da preservação
do meio ambiente. Abordamos no item primeiro o tipo de ambiente em
que a humanidade vive nos dias atuais e como esse mesmo ambiente
sofre com a muitas e múltiplas agressões, já no
item dois, verificamos, inclusive com dados estatísticos como
está a consciência ambiental na comunidade e na escola e
no item três ressaltamos a importância da escola na
formação de cidadãos comprometidos com a questão
da preservação e da melhoria do meio ambiente. Sentimos
a necessidade de sugerir algumas ações/atividades que
podem e devem ser desenvolvidas nas escolas do país para que a
construção do conhecimento referente ao tema aconteça
de forma a que todos os alunos saiam das instituições
de ensino engajados com a missão de serem multiplicadores de
ideias e ideais em prol de uma natureza mais sadia e medos agredida
pelo consumismo exacerbado e pela vontade do lucro fácil no
agronegócio e em todo o âmbito econômico que
perpassa o viver humano, animal e vegetal.
Longe, muito
longe fica o esgotamento do assunto e esperamos que este trabalho
motive mais estudiosos – acadêmicos em especial – a
se debruçar para ampliar as pesquisas e escrever a respeito
deste tema de vital importância para a toda a coletividade e
responsabilidade especial para as escolas e para quem nelas labuta e
estuda.
Em suma, o estudo
em torno da necessidade de contribuir para uma conscientização
ampla referente a pequenas, mas decisivas, ações como é
uma correta separação do lixo, o aproveitamento desse
mesmo lixo para poupar florestas e reservas minerais, para preservar
a limitada água potável, para ocupar o solo de forma
menos invasiva em termos do uso de agrotóxicos, este estudo
não pode fechar os olhos para tantas desculpas que são
dadas, mas que só aumentam os problemas já existentes.
É muito importante que os estudos futuros possam detectar
ações beneficentes ao ambiente e denunciar tudo que de
errado ainda acontece.
Se este objetivo
de chamar a atenção para o tema for alcançado
terá valido muito a pena termo-nos debruçado sobre essa
problemática tão ampla e importante.
Referências bibliográficas:
http://www2.fm.usp.br/gdc/docs/biblioteca_212_meioambiente.pdf
- ver se precisa
CORTEZ, Ana Tereza Caceres. Consumo e desperdício.
Disponível em
http://books.scielo.org/id/n9brm/pdf/ortigoza-9788579830075-03.pdf>
acesso em 13/10/2017.
LAVORATO, Marilena Lino de Almeida. A Importância da
consciência Ambiental para o Brasil e para o Mundo.
Disponível em
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/gestao/artigos/a_importancia_da_consciencia_ambiental_para_o_brasil_e_para_o_mundo.html
> acesso em 13/10/2017.
ROOS, Alana & BECKER, Elsbeth Leia Spode. Educação
ambiental e sustentabilidade. In: Revista
Eletrônica em Gestão, Educação e
Tecnologia Ambiental REGET/UFSM (e-ISSN: 2236-1170).
Disponível em
https://periodicos.ufsm.br/reget/article/viewFile/4259/3035
> acesso em 13/10/2017.
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