Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Relatos de Experiências
11/09/2016 (Nº 57) EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO ESCOLAR

  EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR

 

 

 

ARAUJO, Maria Raimunda Carvalho [1]

 

 

 

 

RESUMO: A questão ambiental é uma discussão atual, urgente e emergente no cenário mundial e requer o envolvimento de todos os segmentos da Sociedade. Este trabalho intitulado “Educação Ambiental e Sustentabilidade no Contexto Escolar”, direciona-se à ação e intervenção nas práticas pedagógicas de Educação Ambiental no contexto escolar. O presente estudo foi elaborado a partir de um projeto de intervenção, apresentado como requisito obrigatório parcial à disciplina Organização de Contextos de Educação Escolar, do Mestrado Profissional, ofertado pela Universidade Federal de Goiás, por meio do Programa de Pós Graduação Mestrado em Ensino na Educação Básica. O objetivo principal é propiciar aos alunos oportunidade de aprendizagem acerca das relações sociais e culturais a partir do ambiente em que a escola está inserida. Está sendo realizado em um contexto de Educação Ambiental Formal, em duas fases, sendo a primeira a diagnóstica e a segunda, a proposição de estratégias de ação. A fase diagnóstica se deu mediante observação dos diferentes espaços da unidade escolar. Na fase proposição de estratégias de ação constam os desdobramentos do trabalho de aprofundamento teórico prático, no que diz respeito às ações voltadas à Educação Ambiental a serem implementadas, de acordo com as constatações no diagnóstico. Assim, esperamos contribuir para a consciência ambiental e mudança de postura dos sujeitos da unidade escolar envolvida.

 

Palavras- chave: educação. meio ambiente. currículo escolar.

 

 

ABSTRACT: The environmental issue is a current, urgent and emerging discussion on the world stage and It requires the involvement of all segments of society. This work entitled "Education Environmental and Sustainability in the School Context ", is directed to the action and intervention practices teaching environmental education in the school context. This study was prepared from an intervention project, presented as a mandatory partial requirement to discipline Organization Contexts of School Education, Professional Master, offered by Federal University of Goiás, through the Graduate Program Master in Education in Basic education. The main objective is to give students learning opportunity about the social and cultural relations from the environment in which the school is located. it is It is held in the context of Environmental formal education, in two phases, the first the diagnostic and the second, to propose action strategies. The diagnostic phase has by observation of the different spaces of the school unit. In phase proposition action strategies set out the consequences of theoretical and practical further work, with regard to actions aimed at environmental education to be implemented in accordance with the findings for the diagnosis. Thus, we hope to contribute to environmental awareness and change of posture of the subjects of school unit involved.

 

 

 

key-words: education. environment. school curriculum.

 


1 – INTRODUÇÃO

 

De acordo com Freud (2011, p.32), “nas ultimas gerações a humanidade fez progressos extraordinários nas ciências naturais e em sua aplicação técnica, consolidando o domínio sobre a natureza de um modo antes inimaginável”. No entanto, a exploração desenfreada dos recursos naturais, principalmente, por meio das atividades econômicas, em função da lógica socioeconômica do sistema capitalista vigente, tem provocado efeitos desastrosos no meio ambiente.

 Visando evitar, minimizar ou compensar esses impactos, a questão ambiental é uma discussão atual, urgente e emergente no cenário mundial e requer o envolvimento de todos os segmentos da Sociedade.

A Educação não é alheia a essa discussão, visto que a ela incumbe a função transformadora de formar seres humanos historicamente emancipados, que, por sua vez, são os responsáveis pelas transformações culturais, sociais e econômicas que desencadeiam nas questões ambientais.

Para tanto, a educação ganha um víeis, denominado “Educação Ambiental”.  Regulamentada no Brasil, pela Lei Nº 9.795 de 25 de abril de 1999, que em seu Capítulo I, art.2º preceitua que:

 

A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal (BRASIL. 1999).

 

Na década de 90, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), introduziram a Educação Ambiental como tema transversal em todas as disciplinas dos componentes curriculares.

É importante considerar que, no Brasil, a Política de Educação Ambiental não se restringe ao ambiente escolar. Vários órgãos, como o Ministério do Meio Ambiente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos – IBAMA, as Secretarias e/ou Organizações Estaduais e Municipais do Meio Ambiente e várias organizações e empresas não governamentais desenvolvem programas e atividades de Educação Ambiental.

Diante do exposto, este projeto direciona-se à ação e intervenção nas práticas pedagógicas de Educação Ambiental no contexto escolar. Trata-se de uma exigência parcial obrigatória da disciplina Organização de Contextos de Educação Escolar do Mestrado Profissional, ofertado pela Universidade Federal de Goiás, por meio do Programa de Pós Graduação Mestrado em Ensino na Educação Básica.

O projeto está sendo realizado em um contexto de Educação Ambiental Formal, desenvolvido em uma unidade escolar da rede estadual de ensino da cidade de Palmas-TO[2], envolvendo duas fases: a diagnóstica e a proposição de estratégias de ação.

A diagnóstica foi realizada mediante observação dos diferentes espaços da unidade escolar e a proposição de estratégias de ação, nas quais constam os desdobramentos do trabalho de aprofundamento teórico prático, no que diz respeito às ações voltadas à Educação Ambiental a serem implementadas, de acordo com as constatações no diagnóstico.

Balizado no objetivo geral de “propiciar aos alunos oportunidades de aprendizagens acerca das relações sociais e culturais a partir do ambiente em que a escola encontra-se inserida”, O problema levantado foi: Quais aspectos favorecem ou dificultam a prática da Educação Ambiental no Contexto Escolar? 

Os objetivos específicos são:  integrar a educação ambiental ao currículo da escola, oferecendo aos professores e aos alunos, experiências e vivências de uma prática de Educação Ambiental; diminuir os riscos de impactos ambientais e sociais e, melhorar o ambiente escolar e a qualidade de vida.

Assim, esperamos contribuir para a consciência ambiental e mudança de postura dos sujeitos da unidade escolar envolvida. 

 

 

 

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

De acordo com Freud (2011, p.37), reconhecemos o alto nível cultural de um país quando nele está disponível e é passível de ser conseguido tudo o que pode contribuir para a exploração da Terra pelo homem e sua proteção contra as forças da natureza. Segundo esse autor,  

 

Em tal país, [...] o solo é cuidadosamente trabalhado e plantado com vegetação que for apropriada, os tesouros minerais das profundezas são extraídos com diligência e usados na fabricação dos instrumentos e aparelhos necessitados. Os meios de transportes são abundantes, rápidos e confiáveis, [...], e prospera a criação dos animais domésticos (FREUD,2011, p.37).

 

Nessa perspectiva, a Educação Ambiental é uma forte aliada para que esse nível cultural se estabeleça. Quando usamos a expressão “Educação Ambiental”, logo nos remetemos ao termo “natureza”.

Por natureza, Charlot (2013, p.238), afirma ser “um conjunto de significados e de sentidos conscientes e inconscientes e de recursos para sobrevivência”.  De acordo com o referido autor “o homem e a natureza não são duas realidades exteriores uma à outra”. Dessa forma, embasado no materialismo histórico dialético de Marx[3], este autor sustenta que ao abordar sobre a natureza, o homem fala também de si próprio. O homem é natureza, faz parte da natureza e se relaciona com a natureza. No entanto, na busca da sobrevivência, este transforma e humaniza a natureza por meio de seu trabalho, e com isso, transforma a si próprio.

Nesse sentido e coadunando com Marx, Paro (1999) sustenta que o homem é natureza, mas também é transcendência da natureza. Esse é um sujeito histórico que constrói sua própria história e pelo trabalho se constrói construindo um mundo novo ao seu redor em uma relação vertical com a natureza, onde o homem é considerado sujeito e a natureza é considerada objeto.

A Constituição Federal de 1988 traz um capítulo específico à temática “Meio Ambiente”. O Art. 225 garante a todos os cidadãos um meio ambiente “ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.( BRASIL,1988)  

A Lei Nº 6.938/81, que institui a Política Nacional de Meio Ambiente conceitua meio ambiente como ”conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981).

Entendemos meio ambiente como uma construção coletiva com foco nas relações sociais. Segundo Guimarães (2010, p. 40) é a qualidade do meio ambiente que vai garantir a qualidade de vida em uma sociedade mais justa.

De acordo com a Constituição Federal de 1988, é competência do Poder Público a preservação do meio ambiente. Para tanto foi estabelecida a Educação Ambiental – EA, visando promover a conscientização pública.

 Paranhos (2009, p. 52), enfatiza que somente depois de onze anos de promulgação da Carta Mágna, a EA foi incorporada às políticas públicas de forma abrangente, por meio da Aprovação da Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA (Lei nº 9.795/99) que regulamenta o inciso VI do & 1º do artigo 225 da Constituição, o qual incumbe ao poder público, “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.

Conforme o art. 1º da Lei Nº 9.795[4] de 25 de abril de 1999, entende-se por Educação Ambiental - EA:

 

os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.(BRASIL, 1999)

                           

Em seus estudos sobre a EA, especificamente sobre a relação do homem com o meio, Paranhos (2009, p. 43), percebe e afirma que “é consenso considerar que a Educação Ambiental não está voltada para o meio ambiente em si, mas visa discutir a relação do homem com o ambiente”.

 Corroboramos com Charlot (2013, p.231) ao afirmar que a educação ambiental, “contribui para a formação de um espírito crítico e de um indivíduo solidário com os demais seres humanos, as demais espécies vivas e o Planeta Terra”. Porque não dizer, com os demais planetas?

 

3 – MATERIAIS E MÉTODOS

 

A Educação Ambiental pode acontecer em diferentes espaços de aprendizagem, denominados como: A Educação Ambiental Formal (EAF), Educação Ambiental Não-Formal (EANF) e Educação Ambiental Informal (EAI).

De acordo com Goldschimidt (2010, p.56)

A Educação Ambiental Formal (EAF) envolve a rede de ensino, através da atuação curricular, tanto no planejamento quanto na execução de currículos. A EA que ultrapassa os limites da escola se caracteriza como Educação Ambiental Não-Formal (EANF). Já a Educação Ambiental Informal (EAI) é aquela realizada fora dos recintos escolares, podendo ocorrer por meio de campanhas populares que visem a formação de atos e atitudes que possibilitem a preservação dos recursos naturais e a correção de processos degenerativos da qualidade de vida. (GOLDSCHIMIDT, 2010, p.56)

Assim, esse projeto de intervenção foi pensado para um contexto de Educação Ambiental Formal - EAF, envolvendo duas fases: a diagnóstica e a proposição de estratégias de ação.

A primeira, mediante observação dos diferentes espaços da U.E e a segunda, mediante a proposição de estratégias de ação, nas quais constam os desdobramentos do trabalho de aprofundamento teórico prático, no que diz respeito às ações voltadas à Educação Ambiental a serem implementadas, de acordo com as constatações no diagnóstico de uma unidade escolar da rede estadual de ensino do Tocantins, localizado em Palmas-TO.   

 

 

3.1- Identificação da Escola e Operacionalização da Fase Diagnóstica

 

É uma unidade escolar da rede estadual de ensino situada na zona urbana de Palmas – TO e atende cerca de 1245 alunos das três séries do ensino médio regular distribuídos nos períodos matutino, vespertino e noturno.

A fase Diagnóstica se deu nos dias 13 e 17 de novembro de 2015, por meio de contato inicial com a direção da unidade escolar para apresentar a proposta e solicitar autorização para realizar o projeto de intervenção na referida unidade. Assim como o contato com professores e Coordenadores Pedagógicos em busca de parcerias e realização de observação/diagnose e registro fotográfico nos diferentes espaços da unidade escolar (dependências, pátio e entorno da escola),  com fulcro nas situações que necessitam de intervenção ambiental.

 

3.2 - Situação diagnosticada e Proposta de Intervenção

 

De acordo com as evidências percebidas na fase diagnóstica, as ações propostas foram divididas em duas vertentes: As ações emergenciais e as ações as ações sustentáveis.

As emergenciais são pontuais e voltadas a solucionar situações urgentes diagnosticadas e que incorrem em riscos ambientais e sociais para a população escolar e local. Foram realizadas pela equipe gestora da unidade escolar em curto prazo de tempo.

As ações sustentáveis são ações duráveis a serem realizadas no processo de ensino e aprendizagem permanente e contínuo.  Foram inseridas no currículo escolar, não necessariamente formalizadas em uma disciplina e terão duração de médio e longo prazo, e os alunos e professores são os sujeitos diretamente envolvidos. 

 

4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

Ressaltamos que após a apresentação da situação diagnosticada e a exposição da necessidade de elaborar e desenvolver um projeto de intervenção houve adesão do coletivo da unidade escolar e assim, de imediato algumas ações já foram realizadas, as quais denominamos de ações “emergenciais”.  Destacamos a ação da equipe gestora que providenciou a retirada do lixo, dos vasos sanitários e dos pneus dispostos no pátio da escola.

No entanto, de acordo com Goldschimidt (2010, p.57)

 

é necessário que a EA seja um processo de ensino-aprendizagem permanente e contínuo dentro da escola, não necessitando necessariamente de ser formalizado em uma disciplina, pois é a partir da interação com outras disciplinas que se promove a formação da cidadania. (GOLDSCHIMIDT, 2010, p.57)

 

Assim, também foram propostas ações de médio e longo prazo a serem inseridas no currículo escolar e realizadas de forma contínua e interdiscipliar, as quais denominamos de “sustentáveis” e podem ser observadas no quadro 2.

 

4.1 - Plano de Ação e resultados parciais

 

Quadro 1- Ações Emergenciais

Situação Diagnosticada

Proposta de Intervenção

Responsável/envolvidos

Período de Realização

Situação atual

vasos sanitários e pneus  que não serão mais  utilizados, pela U.E, descartados de forma inapropriada no pátio, podendo armazenar água e  ser um potencial criador do mosquito Aedes aegypti 

doar os vasos para instituições ou moradores  da quadra e  usar os pneus no paisagismo/ ornamentação da U.E

Equipe Gestora da U.E

novembro de 2015

Ação realizada

mobiliários e equipamentos descartados  no pátio da escola pegando sol e chuva, deteriorando e servindo de potenciais  abrigo para o mosquito Aedes aegypti

dar baixa dos patrimônios e fazer doação a instituições/cooperativas da região

Equipe Gestora da U.E

novembro de 2015 a janeiro  2016

Ação realizada

 lixo e galhadas no entorno, inclusive na calçada da escola, podendo servir de abrigo  do mosquito do calazar e Aedes aegypti.

no aplicativo “Alô Pequi” solicitar a retirada dos lixos e entulhos

Equipe Gestora da U.E

novembro de 2015

Ação realizada

Fonte: Registros/ observação da autora

 

No quadro 1, nota-se que, por serem emergenciais, as ações propostas são pontuais e voltadas a solucionar situações urgentes diagnosticadas. Por sua vez, todas foram realizadas no período de 1 a 3 meses, conforme observa-se nas colunas realização e situação atual, bem como no registro fotográfico que consta da figura 1, exposta a seguir.

 

Figura 1-  Escola em ação: resultados parciais

 
1453678335175

 

Fonte: Registro fotográfico da autora

 

Quadro 2-  Ações Sustentáveis

Situação Diagnosticada

Proposta de Intervenção

Ações a serem implementadas 

Responsável

envolvidos

Período de realização

- Alunos bebem água direto na torneira do bebedouro e usam as mãos para aparar água e    embora haja pias e  torneiras próximas, lavam as mãos no próprio bebedouro desperdiçando muita água e correndo risco de contaminação

Elaborar um projeto interdisciplinar sobre a  temática “higiene, saúde e meio ambiente” e inserir no currículo da escola  trabalhar no decorrer do ano

- Promover a Campanha adote sua garrafinha ou copo.

- Afixar indicadores nas pias “lave as mãos aqui” e no bebedouro “lave as mãos nas pias”.

-Trabalhar o tema transversalmen-te, com foco em saúde, higiene e desperdício de água 

Coordenado-res pedagógicos, professores e alunos

Ação em andamento: ano letivo de 2016 (fevereiro à dezembro)

- Lixos inorgânicos jogados aos arredores da escola, principalmente da quadra de esportes (papel de balas, embalagens de bolachas , bombons, copos descartáveis, garrafas d’água, etc), apesar da escola disponibilizar lixeiras nas salas e pátio

Elaborar um projeto interdisciplinar sobre a  temática “higiene, saúde e meio ambiente” e inserir no currículo da escola  trabalhar no decorrer do ano

- Fazer um mutirão de limpeza com os alunos e trabalhar a temática “lixo,  saúde e meio ambiente”  transversalmen-te nas aulas

Coordenado-res pedagógicos, professores e alunos

Ação em andamento: ano letivo de 2016 (fevereiro  à dezembro)

Piso dos banheiros cheios d’água , pois os alunos lavam os pés ou jogam água na cabeça  pegando água das pias, apesar da escola disponibilizar varias torneiras e pias no pátio da escola que poderiam ser usadas para essa finalidade.

Elaborar um projeto interdisciplinar sobre a  temática “higiene, saúde e meio ambiente” e inserir no currículo da escola  trabalhar no decorrer do ano

-Afixar indicadores nas pias “lave as mãos aqui” e no bebedouro “lave as mãos nas pias”.

-Trabalhar o tema transversalmen-te, com foco em saúde, higiene e desperdício de água 

Coordenado-res pedagógicos, professores e alunos

Ação em andamento: ano letivo de 2016 (fevereiro  à dezembro)

Fonte: Registros/ observação da autora

 

O quadro 2 refere-se às ações sustentáveis. Conforme se observa, na 3ª coluna foram propostas ações de intervenção. Na 2ª coluna percebe-se que estas devem ser contempladas no currículo escolar ao longo do ano de 2016, afim de mitigar as situações diagnosticadas que constam da 1ª coluna. As ações estão em andamento, sendo realizadas interdisciplinarmente e contam com o envolvimento dos coordenadores pedagógicos, professores e alunos da unidade escolar pesquisada.

 

 

5– CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Com a realização desse estudo, foi possivel verificar a necessidade de conscientização e participação dos indivíduos no processo de preservação do meio ambiente, realizado por meio da difusão de valores, formação de hábitos e atitudes que visem evitar, minimizar ou compensar os impactos ambientais causados pelo próprio homem. Principalmente, pela exploração desenfreada dos recursos naturais em função da lógica socioeconômica do sistema capitalista.

Assim, acreditamos que este projeto de intervenção dará mais vida ao ambiente escolar da unidade escolar envolvida, contribuindo com a formação acadêmica amparada em valores humanos sustentáveis.

O projeto será avaliado processualmente no decorrer do ano por todos os envolvidos. No final do ano haverá uma avaliação geral, afim de verificar as ações que continuarão e as que serão implementadas para o ano seguinte.

 Ressalta-se que essas ações não se limitarão a dirimir as situações diagnosticadas. No entanto, sozinhas e isoladas não dão conta de mitigar os problemas ambientais e culturais.

Outras situações não diagnosticadas, e até mesmo preventivas, poderão ser trabalhadas de forma articulada no cotidiano escolar, integradas ao Currículo da Escola, se tornando uma práxis contínua e, assim, contribuindo para a consciência ambiental e mudança de postura dos sujeitos da referida unidade escolar. Por fim, concordamos com Freud (2011, p.30) quando afirma que o homem nunca dominará completamente a natureza,  pois ele mesmo parte dessa natureza.

 

 

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Lei de 05 de outubro de 1988. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 1998.

 

_______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em: .Acessado em 12 de janeiro de 2016.

 

_______. Lei Nº 9.795 de 25 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em: . Acessado em 12 de janeiro de 2016.

 

_______. Lei Nº 6.938, de 31 de outubro de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. . Acessado em 12 de janeiro de 2016.

 

CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber às Práticas educativas. São Paulo: Cortez, 2013.

 

FREUD, Sigmund. O mal – estar na civilização. Tradução de Paulo César de Souza. 1ª ed. São Paulo: Penguin Clássicos Companhia das Letras, 2011.

 

GOLDSCHIMIDT, Andréa Inês. Educação Ambiental em Espaços Não-Formais. In: Fundamentos de Educação Ambiental. Licenciatura em Ciências Biológicas.  Faculdade de Ciências e Letras, Câmpus de Araraquara, Universidade Estadual Paulista (UNESP). 2010. p. 54-72.

 

 GUIMARÃES, Simone Sedin Moreira. Princípios teóricos da Educação Ambiental. In: Fundamentos de Educação Ambiental. Licenciatura em Ciências Biológicas.   Faculdade de Ciências e Letras, Câmpus de Araraquara, Universidade Estadual Paulista (UNESP). 2010.  p. 36-43. 

 

PARANHOS, Rones de Deus.  Educação Ambiental: A relação do homem com o meio em foco. In: Fundamentos de Educação Ambiental. Licenciatura em Ciências Biológicas.   Faculdade de Ciências e Letras, Câmpus de Araraquara, Universidade Estadual Paulista (UNESP). 2010 s p. 43-54.

 

PARO, Vitor Henrique. Parem de Preparar para o Trabalho. In: FERRETTI, Celso João et al. (orgs). Para onde vai a escola. São Paulo, Xamã, 1999. p. 101-120.



[1] Professora da Educação Básica/ Técnica da Assessoria de Planejamento e Orçamento – SEDUC/TO. Mestranda do Programa de Pós Graduação, Mestrado em Ensino na Educação Básica PPGEEB-CEPAE/UFG, turma 2015. E-mail: maria.raimundinha@gmail.com.  

[2] Por questões éticas, optamos por manter o anonimato da escola e assim, evitarmos a exposição de sua equipe de profissionais e alunos, bem como possíveis conflitos de interesses. Motivo pelo qual também não apresentamos o registro fotográfico da fase diagnóstica.    

[3] Concepção Filosófica do Filósofo Alemão Karl Heinrich Marx (1818-1883) em relação entre a sociedade burguesa, o proletariado e o trabalho no modo de produção capitalista.

 

[4] Dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.

Ilustrações: Silvana Santos