Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Relatos de Experiências
11/09/2016 (Nº 57) ABORDAGEM DA TEMÁTICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA VISÃO DE DISCENTES DE CAPISTRANO/CE
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ABORDAGEM DA TEMÁTICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA VISÃO DE DISCENTES DE CAPISTRANO/CE

 

 

Jones Baroni Ferreira de Menezes

(Graduado em Ciências Biológicas e Mestre em Ciências Fisiológicas. Docente da Universidade Estadual do Ceará. Av. Senador Milton Campos, 1122 – casa 06 – Passaré – Fortaleza/CE. (85) 98606-6608. Jones.baroni@uece.br)

 

Valdevan dos Santos Nascimento

(Graduando em Ciências Biológicas a distância – Poló Aracoiaba – Universidade Estadual do Ceará)

 

RESUMO

Os resíduos sólidos é um dos graves problemas ambientais que assola a sociedade, que extrapola para malefícios na saúde humana. Esse contratempo é uma realidade nas grandes cidades, porém também faz parte da realidade das cidades interioranas. Nesse sentido, a pesquisa objetivou analisar se e como ocorre o ensino e aprendizagem desse tema no âmbito escolar. Em tal, envolveu-se alunos do 3º ano do Ensino Médio, de uma escola da cidade de Capistrano/CE e como eles aplicou-se um questionário. Analisando os dados obtidos, notou-se que a escola em questão realiza atividades de educação ambiental, como a coleta seletiva, utilizando-se as metodologias de discussões, aulas expositivas-dialogadas, dramatização, experimento, excussões e projetos didáticos. Essas ações sensibilizam os alunos, tornando participantes ativos da defesa do meio ambiente.

 

Palavras Chave: Resíduos Sólidos. Educação. Ambiente Escolar. Alunos. Ensino de Biologia.

 

 

ABSTRACT

Solid waste is a serious environmental problems plaguing society, which extrapolates to harm human health. This setback is a reality in big cities, but also part of the reality of inner cities. In this sense, the research aimed to analyze whether and how is the teaching and learning of this subject in the school. In such, he was involved students of the 3rd year of high school, a school in the city of Capistrano / EC and how they applied a questionnaire. Analyzing the data, it was noted that the school in question performs environmental education activities, such as selective collection, discussions methodologies are using, expository-dialogued classes, role play, experiment, excussões and educational projects. These actions sensitize students becoming active participants in the defense of the environment.

 

Keywords: Solid Waste. Education. School environment. Students. Biology teaching.

 

 

 

 

 

 

 

1 INTRODUÇÃO

Devido a grande disposição dos resíduos sólidos despejados na natureza, percebe-se uma preocupação quanto à diversidade dessas matérias que estão comprometendo áreas no meio ambiente e causando perigo para os seres humanos, mas, necessariamente pretende-se entender o que são resíduos sólidos.

De acordo com o TADA (2003, p.2-3), os resíduos sólidos são classificados em:

aqueles resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face a melhor tecnologia disponível.

 

Conforme o autor TADA (2003), percebeu-se que os resíduos sólidos compõe uma diversidade de materiais despejados ou eliminados na natureza por diversos motivos e principalmente por via de setores públicos ou privados. Os elementos químicos provenientes do lixo possuem alta capacidade de poluição e toxidades para o solo e água, tendo efeitos nocivos à população.

Assim, entende-se que resíduos sólidos correspondem aos possíveis materiais utilizados por setores produtivos e pela sociedade em geral, ou seja, do mais simples ao maior potencial dos materiais gerados através do consumo social, sendo assim, resíduos sólidos podem ser classificados em vários níveis, desde uma garrafa plástica que tem um tempo de resistência prolongada a um descarte de resíduo alimentar que resiste há menos tempo e funciona como material orgânico em favor do meio ambiente, tornando-se fértil em áreas naturais de consumo de subsistência nas residências e nos campos de plantações nas zonas rurais.

O gerenciamento desses resíduos é preconizado por uma legislação, que compete a normas para o bom funcionamento, no tocante ao controle e gerenciamento da elevada geração dos resíduos sólidos produzidos e descartados em éreas ambientais, e, dessa forma agir predominando na busca da gestão correta e corretiva de acordo com as conformidades da lei.

Conforme o texto exposto na LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. Em sua breve introdução destaca muito bem que:

 

O tema relativo aos resíduos sólidos é atual e de grande interesse e relevância aos Municípios brasileiros, sobretudo após a edição da tão esperada Lei federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2.010, que “Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.” (COPOLA, 2010;2011, p.1).

 

Entende-se que o processo de aplicabilidade quanto à política nacional sobre os resíduos sólidos na esfera federal, faz-se jus com segurança para estabelecer o controle e reduzir sem riscos dejetos eliminados ao meio ambiente como elementos tóxico ou outros similares que atentam para poluição do planeta.

É importante reportar-se, que as leis devem ser exercidas como instrumento e diretrizes em detrimento do processo democrático e vigorar conforme os princípios da legalidade baseados nos dispositivos que lhe são conferidos.

Nesse sentido, compreendem-se como resíduos sólidos uma quantidade de lixo em quaisquer áreas no meio natural, que venha ser originados de vários setores como é o caso do lixo eletrônico que também pode comprometer ou ocupar espaços inadequados nas grandes ou menores cidades em virtude de causar impactos sócios ambientais.

Então, utilizando critérios ecologicamente corretos em prol do meio ambiente e a aplicação jurídica como eixo estratégico norteador das políticas públicas, pressupõe-se que as normas legitimadas sejam empregadas como princípio fundamental na formação do cidadão como instrumento de mudança nos hábitos e atitudes individual e grupal na sociedade.

Enfim, pode-se perceber que toda e qualquer mudança de cunho social em virtude da qualidade que reflete cuidados com o meio ambiente, podem ser regularizados nos termos da Lei, porém, somente a garantia de uma educação para o meio ambiente poderá modificar a situação atual, de forma a esclarecer e sensibilizar a sociedade.

Nesse sentido, a educação ambiental pode ser entendida como um processo precioso acerca das questões ambientais, pois a cada dia novos acontecimentos surgem de uma forma grandiosa como elemento transformador à conservação ambiental, mesmo diante dos ocorridos.  Ela fundava-se ao longo da história como elemento precursor que necessariamente servira para trabalhar a problemática ambiental.

No que diz respeito ao contexto da educação ambiental, entende-se historicamente que é uma concepção norteadora de busca pela qualidade ambiental em longas as datas e, que tem sido campo de estudos e pesquisas no meio sócio econômico e educacional no Brasil e mundialmente, compreende-se que houve forças em destaque que incorporaram e incorporam no momento atual uma dimensão de atividades curriculares acerca da proteção ambiental e do grande crescimento econômico incontrolável que se dissemina no universo terrestre.

Segundo SOUSA, (2011, p.4)

 

Na década de 60, surgiram manifestações populares no Brasil e no mundo, a respeito de revelações de danos ambientais até então desconhecidos e os brasileiros começaram a se organizar e lutar para proteger o meio ambiente, o que foi mais aguçado, não só no Brasil, mas em todo o mundo pelo lançamento do livro Primavera Silenciosa da jornalista americana Rachel Carson, que se tornou um clássico na história do movimento ambientalista mundial, desencadeando uma grande inquietação internacional e suscitando discussões nos diversos países.

 

 Nesse sentido, pode-se observar que o engajamento grupal eficazmente através de conferências pela conservação e preservação voltadas aos problemas ambientais, na qualidade de vida e pela perda provocada por desastres ao ambiente natural, tem gerado ações no intuito de proteger e melhorar por meio de protocolos como via de regimento de estratégicas nas atividades que cessaram e contribuíram necessariamente para corporação da aplicação de diretrizes e desenvolvimento a respeito da educação ambiental. 

Diante da elevada crise ambiental observada, e das movimentações setoriais na tentativa de minimizar suas consequências, pode-se perceber que cada vez mais no cotidiano, são criadas concepções sobre a questão ambiental, sendo considerada importante e permitida a distribuição do estudo ambiental principalmente nas instituições escolares, para tanto, percebe-se que a atuante aplicação na rede pública, busca de forma sucinta levar conhecimentos ao longo da história ambiental e, depois mostrar ferramentas com seus benefícios trabalhando estudos com temas sobre a educação ambiental em sala de aula.

Sousa (2011, p.3) afirma que

 

a escola é o lugar onde o aluno irá dar seqüência ao seu processo de socialização, no entanto, comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no decorrer da vida escolar com o intuito de contribuir para a formação de cidadãos responsáveis, contudo a escola deve oferecer a seus alunos os conteúdos ambientais de forma contextualizada com sua realidade.

 

     Sabe-se que as instituições escolares trabalham mecanismos através das concepções pedagógicas concernentes ao funcionamento teórico e prático na formação do aluno sobre a educação ambiental, principalmente no tocante as temáticas de conscientização a conservação e prevenção ambiental, é uma questão que permite ganhos na realidade disciplinar do aluno aliados ao modo de pensar e aprender.

     Então, é nesse sentido universal que a educação concentra-se com uma linguagem adequada tornando evidente para o público alvo, no caso os alunos, o papel ativo das unidades escolares e a importância da responsabilidade da mesma em preparar o indivíduo para exercer sua cidadania e, agir com caráter atuando conscientemente pela segurança global.

     Assim, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacional, a educação ambiental trata-se de “tema transversal, que será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente” (BRASIL, 2002), promovendo mudança no ensino e aprendizagem do aluno, para que o mesmo possa desenvolver a capacidade ativa em interagir intelectualmente expondo seus próprios valores no convívio social.

     Conforme exposto nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) em nível escolar fundamental apenas com nota esclarecedora para este estudo, pode-se compreender o seguinte:

 

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, optou-se por um tratamento específico das áreas, em função da importância instrumental de cada uma, mas contemplou-se também a integração entre elas. Quanto às questões sociais relevantes, reafirma-se a necessidade de sua problematização e análise, incorporando-as como temas transversais. As questões sociais abordadas são: ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual e pluralidade cultural. (BRASIL. 1997, p.41).

 

     De acordo com o texto, ter em foco uma temática como as quais está em questão, mesmo no ensino fundamental, a abordagem sobre educação no meio ambiente, torna-se importante nos diferentes tipos de ensinar, em virtude de se tratar de um tópico como temas transversais, as condições em aplicar ou pôr o conteúdo como disciplina em sala de aula torna-se diferente, por não se tratar de uma disciplina no âmbito escolar, fugindo da realidade educacional tradicional em que vivem os alunos.

 O texto destaca o seguinte:

 

Espera-se que a escola contribua para a constituição de uma cidadania de qualidade nova, cujo exercício reúna conhecimentos e informações a um protagonismo responsável, para exercer direitos que vão muito além da representação política tradicional: emprego, qualidade de vida, meio ambiente saudável, igualdade entre homens e mulheres, enfim, ideais afirmativos para a vida pessoal e para a convivência. (MEC. 2000, p.59)

 

Baseado no exposto do texto percebe-se uma relevante discussão de temáticas incluindo a educação ambiental, sendo assim, entende-se que todo processo de ensino e aprendizagem alinha-se a inclusão e a formação do aluno no universo escolar, pautando-se em medidas de conteúdo disciplinar voltadas para construir o aprendizado para vida.

Diante do assunto contextualizado sobre educação ambiental, conclui-se nesse universo de estudo como processo de construção do conhecimento, o sentido profundamente de responsabilidade por parte da educação escolar em integrar a parte que compete às propostas presentes nos parâmetros curriculares nacionais precisamente introduzindo os temas transversais para o ensino do meio ambiente pela formação do aluno no espaço da escola e no desenvolvimento intelectual, individual e social.

Fundamentado no exposto, e observando a problemática da gestão de resíduos sólidos na cidade de Capistrano-CE, questiona-se como essa temática está sendo abordada? Os conhecimentos adquiridos sobre os resíduos sólidos na escola têm refletido no cotidiano dos alunos desta escola?

Assim, o trabalho objetivou analisar o processo de ensino e aprendizagem do tema dos resíduos sólidos em uma escola de Capistrano-Ce, identificando a realização de aulas e registros de educação ambiental na escola, pontuando as metodologias utilizadas quando tratado da temática lixo, além de descrever a aplicabilidade no dia a dia, dos conhecimentos adquiridos na escola.

 

 

2 METODOLOGIA

O método utilizado para a investigação do tema foi um estudo de caso, do tipo descritivo e exploratório, com uma abordagem do tipo qualitativa e quantitativa, cujo local será uma escola de Ensino Médio da cidade de Capistrano-CE, pertencente à Coordenadoria Regional, de Desenvolvimento da Educação. 8ª CREDE – Baturité.

Os sujeitos da pesquisa foram os alunos da 3ª série do Ensino Médio matriculados nos períodos matutino e vespertino, adotando como critério de inclusão, os alunos que estiverem presentes nos dias de aplicação do questionário e que assinarem o termo de aceitação de participação da pesquisa.

O instrumento de coleta utilizado na pesquisa foi por meio de questionários semiestruturado, contendo questões subjetivas e objetivas. Após coletados, os dados foram analisados e comparados com a literatura disponível.

Ressalta-se que tudo se pautou nos aspectos éticos de acordo com o vigente na Resolução 466/12, do Conselho Nacional de Saúde.

 

 

3  RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS

No período do estudo, o número de participante total participantes foram 18 alunos do 3º Ano do Ensino Médio. Dentre os quais, 11 (onze) eram do sexo masculino, representando (61.1%) dos participantes pesquisados, e 7 (sete) do sexo feminino, com 38.8% e a cobertura mediana da faixa etária de idade composta por alunos de 16, 17 e 18 anos.

 

 

 

3.2 RESÍDUOS SÓLIDOS: O QUE SÃO?

De forma a iniciar os questionamentos em relação à temática pesquisada, perguntou-se aos alunos sobre a conceituação de resíduos sólidos, de forma a ambientalizá-los, já que os alunos precisam ter uma leitura a respeito de como o mesmo compreende o processo de tratar a temática dentro do ambiente escolar. Dessa forma, os respondentes afirmaram que resíduos são:

 

“Um copo descartável, um cigarro, uma seringa, uma garrafa.” (aluno 3.1)

 

“Resíduos sólidos são garrafas jogadas fora, copo descartáveis e resto de lixo eletrônico.” (aluno 3.2)

 

“É o lixo que a gente joga fora todos os dias como: casca de banana, garrafa pet e etc.” (aluno 3.3)

 

“Lixo é um copo plástico” (aluno 3.4)

 

“Importante: pois são resíduos que podemos reciclar. Tais como: garrafa pet, entre outros.” (aluno 3.5)

 

“Saco plástico.” (aluno 3.6)

 

“É um saco plástico, garrafa pet copo descartável.” (aluno 3.7)

 

“Saco plástico, copo descartável.” (aluno 3.9)

 

“Aquilo que já não serve mais.” (aluno 3.10)

 

“Lixo é aquilo que é jogado na natureza.” (aluno 3.11)

 

“É todo aqueles resíduos de indústrias, hospitais e etc.” (aluno 3.12)

 

“São aqueles que vem de industrias e oficinas eletrônicas” (aluno 3.13)

 

“Que já nos ajudou e não serve mais para mesma coisa.” (aluno 3.14)

 

 “O lixo é uma bateria.” (aluno 3.15)

 

 “Garrafa, latinha tudo que for definido por lixo.” (aluno 3.16)

 

“Lixo, lixo orgânico - resto de comida, lixo eletrônico bateria, rádio, televisão.” (aluno 3.17)

 

“Com muito cuidado com os resíduos sólidos.” (aluno 3.18).

 

Baseando-se nas falas destes, verifica-se que os mesmos descrevem o objeto/material plástico como principais produtos complexos socioambientais e assim são identificados no dia-a-dia do aluno no âmbito escolar como responsáveis produtos dos resíduos sólidos. Outras definições estão abordo sobre a importância do assunto, bem destacados por outro grupo de alunos que tratam essa temática argumentando alguns lixos como: orgânico, industriais, eletrônicos importantes partindo das reflexões/visão através da consulta via questionários dadas como respostas.

Diante das respostas, observa-se uma limitação de conceituação dos resíduos sólidos, de forma a citarem o que é mais presente em seus cotidianos. Porém, os resíduos sólidos apresentam uma vasta diversidade e complexidade, e são classificados de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, que variam de acordo com a fonte ou atividade geradora.

A partir da visão de ALENCAR (2005, p.97) tem-se observado um crescente impacto ambiental em que o lixo independentemente do seu estado sólidos ou semi-sólidos, diante da situação na produção histórica, vem-se impondo a problemas voltados a riscos que diz respeito a mudanças entre a sociedade e o meio natural.

 

O lixo é gerado há muito tempo, em grande quantidade e sempre. Nos primórdios, era constituído de restos de alimentos, ossos, cinzas, metais, papéis e outros materiais que a natureza podia assimilar facilmente. O desenvolvimento produziu novos materiais, como couro, panos, plástico, cujo destino final são os aterros na periferia das cidades. Outros resíduos, quando lançados ao mar e nos rios, contribuem para poluí-los, provocando a destruição do ambiente e das reservas de alimentos.

 

Por conseguinte, o comprometimento desses materiais de tal formas é enorme em relação aos aspectos quanto ao manejo inadequado sobre o desenvolvimento no contexto da saúde pública, no tocante a qualidade ambiental, nas atividades do cotidiano do indivíduo e também no aumento do desequilíbrio sustentável.

 

 

3.3 PRÁTICA DIDÁTICO PEDAGÓGICA NA TEMÁTICA DE RESIDUOS SÓLIDOS.

O processo de ensino e aprendizagem de Ciências e Biologia para o estudante é importante e muito promissor onde consiste em envolver questões como a que as propomos sobre resíduos sólidos, em virtude da reflexão do aluno, assim, a partir de agora, será observado a existência do desenvolvimento do tema na escola, bem como as possíveis práticas pedagógicas utilizadas.

Observou-se que dos questionados, 15 (quinze) deles, representando 83.3%, optaram por compreender que a escola desenvolve atividades associadas a problemática dos resíduos sólidos e 3 (três) consideraram que não, o que corresponde a 16.6%. Segundo eles, a escola desenvolve a temática através de ações como:

 

“Juntando garrafas” (aluno 3.1)

 

“Uma coleta seletiva” (aluno 3.4)

 

“Reciclagem” (aluno 3.6)

 

“Para fazer arte” (aluno 3.7)

 

“Com adubo orgânico para as plantas” (aluno 3.18).

 

Os dados demonstram uma efetiva participação da escola na disseminação dos preceitos ambientais, corroborando com os ensinamentos de Morales; Ruth (2009, p.8), no qual afirmam que é através do espaço escolar que o aluno adquire conhecimentos e uma percepção integradora a respeito das questões ambientais, capaz de envolver o aluno com reflexão crítica.

A autora supracitada reforça afirmando que

 

(...) a educação ambiental pode auxiliar na conjunção das ciências para possibilitar tal feito. A sala de aula é o espaço, neste sentido para colocar em prática situações vividas pelos diferentes alunos nos espaços de convivências. Práticas essas que podem alterar comportamentos em escala, do indivíduo, família e sociedade em regiões metropolitanas como Belém do Pará.

 

Corroborando, Menezes (2014, p. 4195),

 

a Educação Ambiental vem sendo atribuída a possibilidade de mudar hábitos,  valores  e  atitudes  da  humanidade  diante  da  natureza,  sendo  colocada  como  um  dos  pilares  para  a  efetivação  de  um  modelo  de  desenvolvimento  sustentável  buscando formar cidadãos conscientes e preocupados  com  a  realidade  socioambiental  e  comprometidos  com  a  vida  do planeta.

 

Dentre as ações realizadas, os alunos consideram positivas? Nesse interim, obteve-se que 12 (doze) destes (66.6%), confirmam que as atividades são tratadas de forma adequada, 5 (cinco) não aderem essa confirmação com (27.7%) e 1 (um) opta em responder que não existe atividades dentro da escola, acarretando em (5.5%).

Aliado a tal resposta, questionou-se sobre quais as metodologias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem em relação a temática de resíduos sólidos, tendo como principais produtos de respostas, as discussões, citadas por 10 alunos (33%), e aulas práticas, citadas por 7 alunos (23%), conforme observa-se no gráfico 1 a seguir.

 

Gráfico 1 – Metodologias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem da temática de resíduos sólidos.

Fonte: Elaborada pelo autor.

 

O conhecimento aprendido na visão dos alunos com relação às questões discursivas sobre os resíduos sólidos, logo ficaram divididos em tópicos diferentes, conforme ilustra o gráfico acima, a educação ambiental no ensino médio é um conceito relevante socioambiental existente que tem como itens importantes problemas ambientais, face às informações obtidas, constatou-se descrição dos diversos aspectos percebidos pelos alunos.

Nesse contexto, para Jacobi (2003. p.198) “A educação ambiental deve ser vista como um processo de permanente aprendizagem que valoriza as diversas formas de conhecimento e forma cidadãos com consciência local e planetária”. No entanto, trata-se de um aprendizado que viabiliza para o exercício coletivo no processo de construção da cidadania, é a partir dos discursos que remetem a uma possibilidade de pensar e agir acerca de algumas práticas inovadoras para que ocorram mudanças nas questões ambientais.

Os resultados obtidos através das amostras evidenciaram que os alunos participantes, utilizavam metodologias na escola voltadas à discussão, provavelmente essa atividade desenvolveu entre os alunos mecanismo de apoio à conservação ambiental, a participação do aluno nessa perspectiva de aprendizagem foi máxima.

Os alunos entenderam por meio das suas concepções ambientais de forma participativa que, faz-se necessário incluir como fontes geradoras dos resíduos sólidos fatores relevantes como os que estão citados no gráfico, sabe-se que a abordagem sobre o meio ambiente serve para despertar ativamente uma consciência humana e coletiva pertinente no processo de formação crítica em torno da problemática ambiental.

No tocante a viabilidade dos projetos didáticos, cabe citar que a escola é um equipamento transformador que tem o papel fundamental de criar elementos que produzam indivíduos no âmbito de educador ambiental. Com isso, o aluno potencializa seus conhecimentos com ação reflexiva no contexto da educação ambiental, envolve-se no universo de perspectivas, montando seu próprio diálogo criativo e inovador que é cada vez mais relevante e transformador tratando-se da educação ambiental. (JACOBI; LUZZI, 2004)

Cabe ressaltar que as estratégias educativas que favoreça na educação ambiental, devem acontecer associadas ao espaço de vivência do aluno, ambiente escolar, sua casa, vizinhança, comunidade, no cotidiano do trabalho, etc.; utilizando-se de objetos pedagógicos como os projetos didáticos que podem ser conduzido através das ações dos 3Rs reduzir, reutilizar e reciclar, eventos estes que podem fomentar o caminho interdisciplinar entre os campos escolar para atender a concepção da temática ambiental proposta.

 

3.4 IMPACTO DE SENSIBILIZAÇÃO NO CONTEXTO SOCIAL DOS ALUNOS.

A última parte do questionário vinha a querer saber sobre a participação ativa nos eventos relacionada à temática de resíduos sólidos que acontecia no dia-a-dia dentro da instituição escolar, bem como as suas práticas e de suas ações lá fora da área escolar.  

Ficou registrado que dos 18 (dezoito) membros consultados a respeito do assunto, 10 (dez) afirmaram categoricamente que estão inseridos nos eventos ofertados pela escola, com estimativa de (55.5%) de concordantes, em quanto que 8 (oito) desse total, se dizem ao contrário do que foi afirmado pela maioria, tendo (44.4%) de acordo com estes participantes.

Importante ressaltar, que, apesar de uma efetiva participação, ainda pode ser observado que existem alunos que não gosta ou não participa dos eventos promovidos pela escola.

Alencar (2005, p. 97) apresenta que

 

A escola, por ser difusora de conhecimentos e formadora de opiniões, deve abordar e apresentar meios simples e práticos para enfrentar o problema do lixo através do desenvolvimento de atividades que propiciem reflexão, participação e, acima de tudo, comprometimento pessoal e mudança de atitudes para com a proteção da natureza. Sendo assim, as escolas cumprem um papel fundamental, ao lado das empresas e da mídia, de formar cidadãos críticos e formadores de opiniões.

 

Outra parte essencial observada foi à participação dos mesmos diante daquilo que foi absorvido na escola e levado para ser executado fora dela. Assim, 17 (dezessete) destes, com (94.4%) dizem levarem o que aprenderam na escola para fora utilizando-se de informações adequadas e 1 (um), que representa 5.5%, não aplica os conhecimentos fora do ambiente escolar, mostrando a efetiva participação e disseminação social dos alunos.

Os dados mostram que um grupo maior de participantes de alunos se identifica com questões voltadas a desenvolver discussões e/ou atividades fora do espaço escolar, provavelmente isso acontece pela facilidade do entendimento do conteúdo focando os resíduos sólidos e, pelo fato da realização da aula em sala decorrer de maneira satisfatória ganhando destaque como um tema central no cenário socioambiental.

Outro dado a considerar relativamente bem menor, quanta a participação do aluno, esta apresentado com uma amostra que oferece e/ou desperta que o aluno não incorpora como agente transmissor ou se não está pronto a atuar com conhecimento uteis fora da escola, cabe ressaltar, que o prazer da aprendizagem constitui uma imposição numa determinada área, falta de entrosamento, deficiência de comunicação e muitos aspectos que poderá possibilitar e passa ser parte ativa da vida escolar do aluno.

A próxima questão pontua as ações da Prefeitura Municipal e outros setores do serviço público sobre a questão dos resíduos sólidos local, que, segundo os alunos, realizam uma gestão desses resíduos, conforme os discursos a seguir.

 

“Carro do lixo fazendo as ruas. Juntando reciclagem” (aluno 3.1)

 

“São recolhidos por uma caçamba” (aluno 3.5)

 

“A única forma de ser tratada é a existência do caminhão do lixo” (aluno 3.17)

 

“Não são tratado pelo serviço público do meu município” (aluno 3.18)

 

Segundo Machado e colaboradores (2016, p.9),

 

a gestão de resíduos sólidos ainda não ocorre de forma correta nos municípios, já que não há aterros sanitários, sendo os resíduos sólidos despejados nos lixões, ocasionando uma série de desvantagens para a saúde da população.

 

No Brasil não se tem noção da dimensão de números exatos para calcular a produção de resíduos sólidos que está sendo gerado e impulsionado no espaço brasileiro, nem o tipo desses materiais que são apresentado e disposto na natureza (FERREIRA, 1995), tornando um grave problema ambiental e de saúde publica, já que, segundo Gouveia (2012, p. 1505), “o manejo adequado dos resíduos é uma importante estratégia de preservação do meio ambiente, assim como de promoção e proteção da saúde”.

Nesse sentido, a Lei nº 12.305/10 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), como um importante instrumento a permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos mesmos.

Segundo Brasil (S/D), no site eletrônico do Ministério do Meio Ambiente, reafirma o compromisso da PNRS, prevendo a

 

prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado). Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo. Cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microregional, intermunicipal e metropolitano e municipal; além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Também coloca o Brasil em patamar de igualdade aos principais países desenvolvidos no que concerne ao marco legal e inova com a inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva.

 

Por conseguinte, essa PNRS incorpora conceitos modernos de gestão de resíduos sólidos e se dispõe a trazer novas ferramentas à legislação ambiental brasileira, ajudando o Brasil a sanear os principais problemas causados pelos resíduos sólidos. A trabalhar sua destinação de maneira inovadora e bem executado junto à sociedade civil.

 

 

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados apresentado nesse estudo, pôde-se conhecer algumas condições relevante no ensino sobre a questão dos resíduos sólidos.  Com base no exposto, entende-se que existe o notório conhecimento linguístico e/ou leitura dos alunos em relação à temática, pois, em virtude de estar inseridos desenvolvendo atividades teóricas e práticas na escola sobre a educação ambiental, uma desenvoltura relevante usando suas próprias concepções sobre conceitos ambientais conforme constatado no questionário aplicado coletivamente.

 A metodologia foi trabalhada pela escola a fim de formar sujeitos com reflexão e transformação crítica no processo de saber, reservou-se a aulas expositivas e dialogadas, aulas práticas, discussões, dramatização, excussões, experimentos e projetos didáticos sendo adotada pela escola e acolhida pelos alunos onde atingiu a maioria que possuíram a capacidade de visão e atitudes a respeito de como refletir e agir atuando como um ser social com ideias consciente de forma responsável diante da problemática dos resíduos sólidos.

Dessa forma, esperamos que os alunos tenham construído uma relação valiosa sobre alguns aspectos dos resíduos sólidos, discutida e utilizada por meio de métodos pedagógicos na instituição escolar, criando-se um momento propício de reflexão e decisões, resultando num grande aproveitamento por parte dos discentes. Diante das questões pertinentes aos resíduos sólidos, pode-se concluir que foram claros e objetivos na visão dos mesmos que optaram em aceitar a participar de maneira voluntária desse estudo/saber no processo do ensino de Biologia.

 

REFERÊNCIAS

 

ALENCAR, Mariléia Muniz Mendes. Reciclagem de lixo numa escola pública do município de salvador. Revista Virtual, v. 1, n. 2, p. 96-113, 2005.

BRASIL. LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997.126p.

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Ilustrações: Silvana Santos