Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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11/09/2016 (Nº 57) AÇÕES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PARQUE DO MENDANHA, RIO DE JANEIRO – RJ.
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AÇÕES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PARQUE DO MENDANHA, RIO DE JANEIRO – RJ.

 

Thamires Lelis Barbosa da Silva¹

Marcelo de Araujo Soares²

 

(1) - Aluna de Graduação em Ciências Biológicas - Escola de Saúde e de Meio Ambiente. Centro de Pesquisa em Biologia – CEPBIO. Universidade Castelo Branco. Av. Santa Cruz, 1631, Rio de Janeiro, RJ – CEP 21.710-250.

(2) - Prof. Dr. do Curso de Ciências Biológicas - Escola de Saúde e de Meio Ambiente. Centro de Pesquisa em Biologia – CEPBIO. Universidade Castelo Branco. Av. Santa Cruz, 1631, Rio de Janeiro, RJ – CEP 21.710-250.

 

 

RESUMO – A conservação das florestas representa um dos maiores desafios neste final de século.O estado do Rio de Janeiro é considerado a unidade da federação mais afetada pela destruição de florestas tropicais. As Unidades de Conservação tem por objetivo disciplinar o processo de ocupação, proteger a diversidade biológica e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais. A Gestão Ambiental tem importante papel para as UCs, porque está relacionada ao gerenciamento das atividades humanas que tenham impacto significativo sobre o meio ambiente. Através da EA busca-se o desenvolver da consciência crítica e a sensibilização ambiental de condutas que favoreçam a preservação do ambiente e a promoção da saúde e do bem-estar. Este trabalho teve por objetivo promover ações em educação ambiental com os visitantes do Parque do Mendanha.A principal metodologia foi o estudo qualitativo e quantitativo de coleta de informações, que envolve a observação dos visitantes, e entrevistas semiestruturadas com abordagem sobre ações em educação ambiental. A avaliação foi realizada a partir da análise de questionários, aplicados no parque em dias de visitação. Foram entrevistados 126 pessoas durante os meses de março a maio de 2016.Concluímos, portanto, que este estudo permitiu uma maior compreensão das atividades de EA no Parque Natural Municipal da Serra do Mendanha. Trabalhos direcionados de educação ambiental, voltados para o uso e ocupação de UCs de forma sustentável, devem ser constantes e permanentes, uma vez que visitantes buscam cada vez mais uma interação com o ambiente natural, visando assim uma melhor compreensão da natureza.

 

PALAVRAS-CHAVE: Educação Ambiental. Parque do Mendanha. Rio de Janeiro

 

 
ABASTRACT – The conservation of forests is one of the biggest challenges in this end of century. The state of Rio de Janeiro is considered the federation unit most affected by the destruction of tropical forests. Conservation Units aims to discipline the occupation process, protect biodiversity and ensure sustainable use of natural resources. Environmental management has an important role for PAs, because it is related to the management of human activities that have a significant impact on the environment. Through EA seeks to develop the critical consciousness and environmental awareness of behaviors that favor the preservation of the environment and the promotion of health and well-being. This study aimed to promote actions in environmental education with visitors from Mendanha Park. The principal methodology was qualitative and quantitative study of gathering information, which involves observing the visitors, and semi-structured interviews with approach of actions in environmental education. The evaluation was carried out from the questionnaire analysis, applied in the park on days of visitation. They interviewed 126 people during the months of March to May 2016. We therefore conclude that this study allowed a better understanding of EA activities in the Municipal Natural Park of Sierra Mendanha. directed work of environmental education, focused on the use and occupation of protected areas in a sustainable manner, must be constant and permanent, as visitors increasingly seek an interaction with the natural environment, thus aiming at a better understanding of nature.

                                                                           

KEYS- WORD:Education Environmental. Mendanha Park. Rio de Janeiro.

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

Cada um dos períodos socioeconômicos da história moderna levou a grandes transformações na estrutura e composição da Floresta Atlântica, agravados com a expansão das cidades e o rápido processo de urbanização das áreas rurais. No estado do Rio de Janeiro, esta floresta recobre aproximadamente 17% de seu território (LIMA & GUDES apud LELIS et al., 2016). Sabe-se que o ecossistema da Mata Atlântica, apesar de sua rica biodiversidade, é o mais ameaçado do Brasil e o segundo do mundo (ANDREOLI & CAMPOS, 2016).

A importância da Mata Atlântica como uma das florestas mais diversificadas em organismos e, ao mesmo tempo, ameaçada por extensos desmatamentos que remontam desde o século XVI, tem sido amplamente noticiada (GALINDO & CÂMARA, 2005).

A conservação das florestas representa um dos maiores desafios neste final de século (VIANA, 1995).O estado do Rio de Janeiro é considerado a unidade da federação mais afetada pela destruição de florestas tropicais, portanto, urge a importância em se preservar os atuais remanescentes de mata (GAMA, 2003). No caso do município do Rio de Janeiro, as Unidades de Conservação (UCs), são fragmentos expressivos que além de apresentarem problemas de regularização fundiária, estão cercados por áreas urbanizadas que sofrem um intenso processo de pressão antrópica com reflexos no meio físico e no meio socioeconômico, dificultando o planejamento, a gestão e ações de manejo mais eficazes (VALLIM et al., 2005).

As Unidades de Conservação tem por objetivo disciplinar o processo de ocupação, proteger a diversidade biológica e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais, observando a qualidade dos atributos ambientais (BERCHEZ et al., 2007). A Gestão Ambiental tem importante papel no arcabouço das UCs, uma vez que está relacionada ao gerenciamento de todas as atividades humanas que tenham impacto significativo sobre o meio ambiente (CABRAL & SOUZA, 2005).

Muitos Lugares que apresentam parques estaduais e nacionais são alvo de atração de turistas, que crescem constantemente. Como uma forma de conhecer este público frequentador, vários trabalhos são realizados para esta finalidade. O resultado dos levantamentos é que vai subsidiar os projetos futuros das áreas naturais, a partir da compreensão dos visitantes.

Através da Educação Ambiental busca-se o desenvolver da consciência crítica e a sensibilização ambiental a fim de promover atitudes e condutas que favoreçam o exercício da cidadania, a preservação do ambiente e a promoção da saúde e do bem-estar (MELO et al., 2015).É importante ressaltar que a Educação ambiental ainda é um campo em construção, já que ela é uma práxis que está diretamente relacionada às diversas concepções de mundo e, ainda, inscrita em princípios metodológicos alicerçados nessas concepções.

Para Ruiz et al., (2005) parte-se do pressuposto de que a educação ambiental deve permitir a compreensão da natureza complexa do Meio Ambiente e interpretar a interdependência entre os diversos elementos que confrontam o ambiente, com vistas a utilizar racionalmente os recursos no presente e no futuro.

Os profissionais que desenvolvem trabalhos em Educação Ambiental encontram algumas dificuldades nesse processo de sensibilização porque cada indivíduo carrega consigo uma leitura ambiental própria, construída no decorrer de sua vida, resultado das percepções (individuais e coletivas), dos processos cognitivos, julgamentos e expectativas de cada pessoa. A Percepção Ambiental é a função psicológica que caracteriza esse processo, pode ser definida como sendo uma tomada de consciência do ambiente pelo homem, ou seja, o ato de perceber o ambiente que se está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo (FERNANDES et al., 2003). É preciso que a parcela da população que desconhece as possíveis consequências do desequilíbrio ecológico seja contagiada por uma nova cultura relacionada ao papel de cada indivíduo na sociedade. O indivíduo pode constatar os perigos ou sua iminência em seu cotidiano, ou conhecê-los através das experiências relatadas por quem já as vivenciou (MACHADO et al., apud SIQUEIRA et al., 2015).

Este trabalho teve por objetivo promover ações em educação ambiental com os visitantes do Parque Natural Municipal da Serra do Mendanha.

 

 

METODOLOGIA

 

O estudo foi desenvolvido através do Projeto de Extensão “O Bicho vai Pegar!” e do Programa Institucional de Iniciação Científica & Tecnológica – PIBIC&T da Universidade Castelo Branco, localizada no bairro de Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro, RJ, com visitantes do Parque Natural Municipal da Serra do Mendanha, localizado na Estrada do Guandu do Sena, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A principal metodologia foi o estudo qualitativo e quantitativo de coleta de informações, que envolve a observação dos visitantes, e entrevistas semiestruturadas com abordagem sobre ações em educação ambiental. O método quantitativo Segundo Dalfovo et al., (2008), é tudo que pode ser mensurado em números, classificados e analisados. Utiliza-se de técnicas estatísticas, enquanto o qualitativo não é traduzido em números, na qual pretende verificar a relação da realidade com o objetivo do estudo, obtendo várias interpretações de uma análise indutiva por parte do pesquisador. A avaliação foi realizada a partir da análise de questionários, aplicados no parque em dias de visitação, possibilitando identificar as concepções prévias sobre a importância ambiental do Parque do Mendanha, e atitudes preservacionistas através de estratégias de Educação Ambiental. O Desenvolvimento deste estudo foi realizado nas dependências do parque em dias de funcionamento com os visitantes.

 

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

            Foram entrevistados 126 pessoas no interior do parque nos dias de funcionamento durante os meses de março a maio de 2016 com idade entre 13 a 73 anos. A faixa etária predominante dos entrevistados foi de 13 a 20 anos (gráfico 1).Entre os entrevistados 42% eram do sexo feminino e 58% do sexo masculino (Gráfico 2).

 

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A maioria dos visitantes acham que as suas ações causam impacto no ambiente do parque, sendo eles 63%, esse tipo de concepção pode ser dado talvez pelo fato dos visitantes saber que o Parque do Mendanha é uma área de conservação ambiental, e 37% não acham que suas ações causam impacto para aquela área visitada (Gráfico 3).  Estudos integrados demonstraram que os impactos ambientais na UC do Mendanha são decorrentes principalmente das atividades de lazer e turismo, sobretudo, pela população residente em seu entorno e das transformações sócio ambientais nas áreas circunvizinhas (VALLIM et al., 2005). Nesse contexto, a educação ambiental pode ser uma ferramenta na mudança de mentalidades e de atitudes na relação homem-ambiente (BEZERRA & GONÇALVES, 2007).Foram 85% dos entrevistados que afirmaram que o Parque do Mendanha tem influência na sua qualidade de vida e apenas 15% os que responderam não (Gráfico 4).

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Os visitantes entrevistados foram perguntados se acham que as suas atitudes enquanto permanecem no parque podem ajudar a melhorar o ambiente do local e 89% respondeu que sim, enquanto 11% respondeu que não (Gráfico 5).A maior parte dos visitantes afirmou estar disposta a mudar hábitos que prejudicariam o ambiente do parque como mostra o gráfico 6, sendo eles 91% dos entrevistados e apenas 9% disseram não estar dispostos a mudar estes hábitos, comentando ainda que acham que nenhuma atitude tomada no interior do parque poderia prejudicar aquele ambiente e que achava que a iniciativa de alguma mudança deveria partir de autoridades como o governo e até mesmo a gestão do parque. Jacobi (2003) diz em seu trabalho que a realidade atual exige uma reflexão cada vez menos linear, e isto se produz na inter-relação dos saberes e das práticas coletivas que criam identidades e valores comuns e ações solidárias diante da reapropriação da natureza, numa perspectiva que privilegia o diálogo entre saberes. A preocupação com o desenvolvimento sustentável representa a possibilidade de garantir mudanças sociopolíticas que não comprometam os sistemas ecológicos e sociais que sustentam as comunidades.

 

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A grande maioria dos visitantes entrevistados afirmou que nunca participaram de palestras ou oficinas relacionadas a meio ambiente ou educação ambiental enquanto visitavam o parque com o número de 94% como mostra o gráfico 7. Apenas 6% dos entrevistados já participaram destas atividades. Foi observado que esses visitantes que já participaram de atividades relacionadas a educação ambiental e meio ambiente eram pessoas jovens que ainda frequentavam a escola (ensino fundamental) e realizaram estas atividades em algum dia que houve a visitação da escola ao parque.  As sugestões para a melhoria do Parque do Mendanha na pesquisa de Tomiazzi et al.,(2006) foi a implantação de cursos e palestras com temas ambientais com 33% das respostas, seguida da abertura de novas trilhas, com 30%. No trabalho de Magro et al., (1990), 13% dos visitantes entrevistados sugeriram a distribuição de folhetos informativos.Quando os visitantes foram questionados se estariam dispostos a ajudar voluntariamente para a melhoria da qualidade do ambiente do parque 83% respondeu que sim, ajudaria voluntariamente e 17% respondeu que não (gráfico 8).

 

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A porcentagem de visitantes que sabiam que o Parque do Mendanha é um área de Conservação Ambiental foi de 81% e dos visitantes que não sabiam foi de 19%, como mostra o gráfico 9.Ográfico 10 mostra que foram 68% dos entrevistados que afirmaram ficar somente nas áreas de lazer do parque. Podemos então observar que a grande maioria procura este local para lazer e entretenimento, para tomar banho de piscina, fazer piquenique, churrasco entre outras atividades, enquanto que 32% afirmaram que além da área de lazer também costumam ir a outros locais nas dependências do parque como as trilhas, a mata fechada, etc. Esse resultado pode estar associado ao clima quente da região. Durante a permanência no Córrego São Domingos, Vilela & Poleto (2015) em seu trabalho, questionaram sobre a principal atividade escolhida pelos visitantes, e o banho de rio e de cachoeira representou 75,5%, e ainda questionados quanto ao motivo da visitação ao córrego, dentre estes motivos estão às várias opções de lazer e recreação com 37,5% mostrando-se o mais significativo. Para Medeiros (1975), a recreação tem um papel fundamental na integração entre físico, inteligência, habilidades sociais e emoção. A participação em atividades recreativas faz parte da vida das pessoas, independente do nível socioeconômico e cultural de cada um. O que varia é o tipo de atividade e a forma com que ela é praticada. Conforme Douglass (2013), “a recreação é uma necessidade básica de encontrar satisfação íntima, sem visar outro fim que não a alegria da própria execução”.

 

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Quando indagados sobre a situação do lixo gerado pelos frequentadores do parque (Gráfico 11), 86% dos entrevistados afirmaram que esse lixo pode causar danos ao ambiente do parque, enquanto 1% achou que não pode causar dano algum e 13% afirmaram que talvez esse lixo possa geral algum dano. O lixo gerado pela visitação e não descartado adequadamente e no tempo devido, pode trazer diversos problemas para a fauna, tais como a poluição de hábitats, a ingestão de materiais não digeríveis, como o plástico e a intoxicação alimentar (PONTES & MELLO, 2013). A percepção ambiental pode ser utilizada para avaliar a degradação ambiental de uma determinada região (FERNANDES et al., 2004).Os visitantes que foram questionados se costumam levar animais e plantas encontrados no parque para casa, a maioria representada por 94% responderam que não costumam levar, enquanto que a minoria representada por 6% afirmaram levar (Gráfico 12). Porém, durante a pesquisa feita no parque, pôde-se observar que é uma prática comum os visitantes levarem principalmente animais do que plantas encontradas nas dependências do parque, não condizendo com a resposta dos mesmos ao questionário. Alguns animais observados sendo levados pelos visitantes foram: caranguejos, borboletas, sapos, peixes, girinos e também algumas mudas de plantas. Outros visitantes ainda disseram que talvez levassem algum tipo de animal dependendo de qual encontrasse.

 

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Podemos observar no gráfico 13 que a maioria dos visitantes entrevistados mora em locais próximos ao Parque do Mendanha, sendo esta porcentagem de 74% dos que afirmaram residir próximo ou em comunidades e bairros adjacentes e 26% os que responderam não residir próximo. Em seu trabalho Vilela e Poleto (2015), observou que os visitantes do Córrego São Domingos, Município de Piranhas-GO são da própria região onde se localiza o córrego sendo 83,5% da cidade de Piranhas-GO com um índice de 33% de moradores da região central da cidade, seguido de 17% setor sudoeste, 13,5% setor sul, 7% setor aeroporto e13% foram distribuídos por vários outros bairros localizados nas periferias da cidade. Segundo Tomiazzi et al., (2006), a presença marcante de visitantes do próprio local evidencia a popularidade e a importância do Parque como opção de lazer e recreação e, de fornecimento de serviços ambientais associados às questões relativas à melhoria de qualidade de vida regional. No trabalho de Santos & Teixeira (1992), a grande maioria dos usuários do Parque Oásis, Santa Maria RS, eram residentes do próprio município. Em relação à percepção ambiental dos visitantes ao parque, 46% dos entrevistados acharam a área Agradável, enquanto 36% acharam a área Boa e 18% acharam Ótima, enquanto ninguém achou Desagradável, Ruim ou Péssima (Gráfico 14).

 

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Quando os visitantes foram questionados porque teve aquela percepção do ambiente do parque (Gráfico 15), 35% responderam que acham o parque limpo, enquanto 22% acharam que o parque tem segurança, 6% acharam que tem pouco lixo, 21% acharam conservado, 7% responderam que acham o parque Degradado e 9% afirmaram que acham bem conservado. Em relação à segurança, esse resultado pode ser considerado como favorável, pois só vem nos comprovar a tranquilidade dos visitantes enquanto estão no local, o que faz com que os visitantes se sintam mais seguros durante a visita, ao contrário do que se pode observar no trabalho de Tomiazzi, et. al., (2006) cujo percentual de 13% se deve ao alto índice de criminalidade na zona oeste da cidade, de onde vem à maioria dos visitantes do parque, e ainda as opções como melhoria da limpeza não foram assinaladas. Nos resultados da pesquisa de Vilela & Poleto (2015), O motivo segurançaapresentou 1,5% das opções dos visitantes.

 

 

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A postura de dependência e de desresponsabilização da população decorre principalmente da desinformação, da falta de consciência ambiental e de um déficit de práticas comunitárias baseadas na participação e no envolvimento dos cidadãos, que proponham uma nova cultura de direitos baseada na motivação e na coparticipação a gestão ambiental. A educação ambiental deve ser vista como um processo de permanente aprendizagem que valoriza as diversas formas de conhecimento e forma cidadãos com consciência local e planetária. (JACOBI, 2003).

 

 

CONCLUSÃO

 

Podemos observar neste estudo, que as atividades recreativas realizadas nesta UC podem ser vistas como ponto positivo, mas também podem ser responsáveis pela degradação daquele ambiente, e diversos exemplos atestam esse fato. Se as atividades de EA forem realizadas de forma adequada podem trazer outras vantagens a essa região, como por exemplo, da difusão da experiência conservacionista apreendida nas unidades por um público formador de opinião, da divulgação da existência e das particularidades das unidades em locais onde essas não são conhecidas. A colaboração dos visitantes também é um fator importante para a instrução e sensibilização dos mesmos, para uma melhor compreensão daquele ambiente, como a conservação dos seus recursos naturais e do ambiente que abriga várias espécies tanto de animais quanto de vegetais. Concluímos, portanto, que este estudo permitiu uma maior compreensão das atividades de EA no Parque Natural Municipal da Serra do Mendanha. Trabalhos direcionados de educação ambiental, voltados para o uso e ocupação de UCs de forma sustentável, devem ser constantes e permanentes, uma vez que visitantes buscam cada vez mais uma interação com o ambiente natural, visando assim uma melhor compreensão da natureza.

 

 

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Ilustrações: Silvana Santos