Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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11/09/2016 (Nº 57) A ESCOLA NO CONTEXTO AMBIENTAL: ANÁLISE DAS PERCEPÇÕES E PRÁTICAS AMBIENTAIS DE PROFESSORES DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE FEIRA DE SANTANA-BA, ACERCA DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DAS LAGOAS URBANAS.
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A ESCOLA NO CONTEXTO AMBIENTAL: ANÁLISE DAS PERCEPÇÕES E PRÁTICAS AMBIENTAIS DE PROFESSORES DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE FEIRA DE SANTANA-BA, ACERCA DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DAS LAGOAS URBANAS.

 

Thaise do Nascimento Santos

Mestranda do Programa de Pós-Graduação

 em Modelagem em Ciências da Terra e do Ambiente – UEFS

Avenida Transnordestina, s/n, Novo Horizonte, Feira de Santana-Bahia, 44036-900
Tel. (75) 31618325/31618371/82648645, e-mail: santostn2@gmail.com

 

Taise Bomfim de Jesus

 Professora Adjunta do Programa de Pós-Graduação

 em Modelagem em Ciências da Terra e do Ambiente - UEFS

Avenida Transnordestina, s/n, Novo Horizonte, Feira de Santana-Bahia, 44036-900
Tel. (75) 31618325/31618371/82648645, e-mail: taisebj@hotmail.com

 

Resumo: O objetivo desta pesquisa foi investigar as percepções e práticas ambientais de professores de uma escola localizada as margens da Lagoa do Subaé. Os professores demonstraram ter consciência da importância da inserção do tema degradação ambiental das lagoas da cidade, no conteúdo da escola, mais isso não se refletiu em práticas pedagógicas ambientais.

 

Palavras Chaves: Nascente, Educação Ambiental, Escola

 

Abstract: Environmental education is an emerging importance of themes in contemporary society due to the development of man and population growth that intensifies the exploitation of nature and its serious consequences side effects to the environment. The environmental problems of the nascent Pond Subaé  illustrates these consequences of the economic and urban development in the city of Feira de Santana, Bahia. The objective of this research was to investigate the perceptions and environmental practices of teachers of a school on the shores of Subaé Pond, seeking to know the importance attributed the problems in the school environment and characterize the environmental education activities at school. To this end, we interviewed three professors. The results showed that teachers are aware of the gravity of the problems surrounding the school, the more this is not reflected in environmental teaching practices in order to build meaningful learning students in the neighborhood before these issues..

 

Key-words: Source, Environmental Education, School

 

 

1.    Introdução

 

Não é de agora que adquirimos a consciência de que o desenvolvimento humano e o crescimento populacional acarretam graves efeitos colaterais provocados ao meio ambiente. Historicamente suas ambições econômicas tem sido traduzidas em ações transformadoras da natureza através do consumo de seus recursos naturais sem levar em conta a  impossibilidade de renovação dos mesmos e as severas consequências que seu esgotamento pode vir a causar mais cedo ou mais tarde a seus semelhantes, sem contar os inúmeros danos já causados nos demais seres vivos. Essa realidade demanda  mudanças  urgentes  entre  o  relacionamento  das  sociedades  com  o  meio natural para prevenção de um futuro digno aos descendentes, evitando um colapso ambiental.

Tal problemática contemporânea  é  facilmente  ilustrada  no  município  de  Feira  de Santana, BA, no Bairro Parque Lagoa do Subaé. Neste bairro brota a nascente do Rio Subaé, apontado como o principal curso d’água da sua Bacia Hidrográfica. A sua nascente conhecida como ‘Lagoa  do  Subaé’,  encontra-se  drasticamente  degradada  em  virtude  das  diversas interferências humanas datadas de vários anos não só na nascente, mas em toda bacia do rio.

A Lagoa do Subaé possui em seu entorno - inclusive em áreas que originalmente eram alagadas - algumas construções industriais e centenas de residências inicialmente ocupadas por pessoas de menor poder aquisitivo. Essa ocupação do espaço adjacente a lagoa, contribuiu para o assoreamento da mesma, devido o lançamento indiscriminado de efluentes domésticos e industriais nesses corpos d’agua em função da falta de esgotamento sanitário adequado na localidade (CRA, 2000; SANTOS, 2009). Atualmente, avalia-se que a Lagoa do Subaé encontra-se avançado estado de degradação ambiental. Essa realidade se torna cada vez mais preocupante, principalmente no tocante aos  recursos  hídricos,  dada  a  necessidade  constante  da  água  para  o consumo  próprio,  bem  como  para  o  desenvolvimento  do  setor  produtivo.

Concomitante a isso, ultimamente tem-se percebido um avanço nas discussões em meio acadêmico e também por parte da população em geral sobre a importância dos recursos hídricos, entretanto, ainda há escassez de  estudos  que  analisem percepções  sobre  as  nascentes  dos  rios,  um  dos  sistemas  naturais  que  tem  sofrido intensamente com a ocupação humana destacadamente devido ao crescimento da ocupação urbana (RODRIGUES et al, 2010). Nessa perspectiva, no contexto escolar Carvalho (2001), salienta a importância de conhecer o que pensam os professores sobre Meio Ambiente (MA) e Educação Ambiental (EA), pois isso tem sido apontado pela literatura como uma estratégia fundamental para se direcionarem ações e propostas a programas de EA. Visto que um trabalho de EA será mais rico se tiver como base um levantamento das formas e percepção do ambiente. Sendo assim, faz-se necessário conhecer a visão que o outro tem tanto do seu lugar como do espaço antes de se realizar qualquer trabalho que aborde a EA.

Moreira e Colaboradores (2009) reconhecem que  a modificação  de  postura  a  adesão  de  novos  valores  pela  sociedade  frente  ao  ambiente  e  em especial ao uso racional da água, ocorrerão pela via da EA. E a escola desempenha importante papel na construção destas mudanças, pois os professores, na condição de mediadores de conhecimento, acarretam grande responsabilidade na formação de cidadãos  mais  conscientes  e  além  de  tudo,  críticos  perante  os  problemas  presentes  em  sua própria  realidade. Além do mais, o trabalho educativo com problemas ambientais locais carrega um valor altamente positivo, pois foge da tendência desmobilizadora da percepção dos problemas globais, distantes da realidade local, e parte do princípio de que é indispensável que o cidadão participe da organização e  gestão  do  seu  ambiente  de  vida cotidiano, pois acima de tudo, a escola deve formar o aluno para o exercício da cidadania.

Portanto, as atividades de EA no ambiente escolar e fora dele, emergem como possibilidades de inserção dos seres humanos na busca do fortalecimento da  relação  entre  meio ambiente  e  educação  para  a  cidadania,  numa  perspectiva emancipatória. Assim, como propõe Magnani (2002) as ações de EA que se pretendam eficazes devem estar pautadas na autonomia, liberdade e, principalmente, no entendimento do espaço por meio da percepção do lugar levando-se em consideração os atores sociais e sua intimidade com esse espaço. Mediante esse cenário, o presente estudo teve como objetivou diagnosticar as percepções ambientais de professores de uma escola pública do Bairro Parque Lagoa do Subaé, em Feira de Santana – BA, sobre à problemática da nascente localizada neste bairro e analisar se essa realidade é abordada através da escola e como isso  reflete na educação transmitida para os alunos.

 

2.    Metodologia

 

Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa. Este tipo de pesquisa, segundo  Andre (1995), tem como foco a investigação para compreensão dos significados atribuídos pelos sujeitos as suas ações, inseridos dentro de um contexto particular.

A proposta inicial quanto aos participantes, seria escolher professores de uma escola pública do Bairro Parque Lagoa do Subaé que abrangesse as séries finais do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio, entretanto, na ausência desse tipo de unidade escolar nas proximidades, foi  necessário  escolher  uma escola dentre  as  poucas unidades existentes na região que oferecem apenas a educação  primária  no  bairro,  então, mediante as circunstâncias, optou-se pela  unidade  escolar  mais próxima a nascente: a Escola Municipal Prof.º Luciano Ribeiro (Figura 1). Por esse motivo, os  participantes  escolhidos são  professores  das  séries  iniciais  do  Ensino  Fundamental que lecionam na escola supracitada.  Esta escola foi fundada há 23 anos e é uma unidade de pequeno porte onde trabalham  quatro professores  que  lecionam  em  quatro turmas diferentes,  nas  quais  são  distribuídos  os  72  alunos  matriculados.  A diretora intermediou o contato inicial com os participantes da pesquisa, indicando três dos professores para participarem, sendo eles os professores do 3º, 4º e 5º ano.

 Entrevistas foram utilizadas para obtenção dos dados da pesquisa. As entrevistas são  instrumentos que tem  sido empregados em pesquisas qualitativas como uma solução para o estudo de significados subjetivos, através do qual é possível  serem investigados fatos,  opiniões sobre fatos, sentimentos, planos de ação,   condutas atuais ou do passado, motivos conscientes para opiniões  e sentimentos (LAKATOS e MARCONI, 1993). Optou-se por entrevista do tipo semiestruturada, pois esta  articula  a  modalidade  mais  ou  menos  dirigida  e  pressupõe perguntas previamente formuladas. Então, mesmo com o roteiro prévio da entrevista, houve o incentivo a  abordagem  livre  dos  informantes.  Além disso,  uma  ficha  de  identificação  foi entregue  aos  professores  no  início  da  entrevista,  contendo  questionamentos  referentes  ao tempo de serviço do professor, a formação de cada um e outras questões para obter uma breve caracterização do participante.

.

Figura 1:  Localização  da  Lagoa  do  Subaé  a  aproximadamente  100m  da  Escola  Municipal Prof. Luciano Ribeiro, Bairro Lagoa do Subaé, Feira de Santana, Bahia  - Brasil. Fonte: Grupo Geoquímica  Ambiental- UEFS

 

Para poder realizar  as  análises  optou-se  por  separar  os  dados  de  acordo  com  os objetivos estabelecidos para cada grupo de questões do roteiro na tentativa de  fazer  análise horizontal dos dados, pois Michelat (1987) ressalta a importância de se alternar as leituras verticais dos dados, ou seja, aquelas que guardam a lógica particular de cada uma. A metodologia de análise também foi norteada pela pesquisa de Manzano (2003), a qual trabalhou com blocos de análises,  através  dos  quais  foi  possível  explorar  os  dados  em  suas  particularidades  e  ao mesmo  tempo  vincula-los  a  partir  dos  objetivos  comuns  das  questões,  estabelecendo categorias  e  entrando  em  contato  com  os  dados  na  intenção  de  buscar  as  respostas  das questões colocadas no início do trabalho. Após a realização das entrevistas, a fala de cada professor foi transcrita fielmente. O passo  seguinte  foi  organizar  um  documento  contendo  as  transcrições  para  posteriormente utiliza-lo  para  análise  junto  com  os  questionários  dos  alunos.  Depois de  agregar  dados  de interesse comum na discussão, categorizando -os, os resultados foram apresentados através de eixos de análises.

 

3.    Resultado e Discussão

 

Ø  1º  Eixo - Perfil do Professor

A partir  de  fichas  que  os  professores  preencheram  antes  de  serem  iniciadas  as entrevistas,  foi  possível  fazer  uma  breve  caracterização  dos  educadores  da  escola que participaram  da  pesquisa.  Esse  material  nos  trouxe  informações  que  diz  respeito  a  idade,  a formação,  ao tempo  de  serviço  na  área  e  na  escola  em  questão (Quadro 1). Para  facilitar  a apresentação e discussão dos dados, os professores foram referidos como P1, P2 e P3.

 

Quadro 1- Frequência absoluta do perfil dos professores da E. Municipal Prof.º Luciano Ribeiro.

Perfil

Professor (n)

Sexo

 Feminino

 Masculino

 

2

1

Idade

25 a 30 anos

 

3

Morador da localidade

Sim

Não

 

2

1

Formação

Licenciatura em Geografia

Licenciatura em Biologia

Licenciatura em Letras

 

1

1

1

Pós-graduação

Especialização concluída

Especialização em curso

Sem pós-graduação

 

1

1

1

Anos de atuação em educação

1- 5

6 -10

>10

 

1

1

1

Anos de atuação na Escola

1-5

6-10

 

1

2

 

 

 

Sobre esse perfil apresentado, poder-se destacar que os professores são jovens, mas a maioria já possui uma relevante experiência na área da educação. Apesar disso, é sabido que ambos  ainda  têm  muito  a  desenvolver  em  suas  carreiras  profissionais.  Outro  destaque  diz respeito  a  formação  dos  professores,  eles  são  formados  em  licenciaturas  diferentes, mas exercem a mesma função de professor da Educação Primária. Esse fato revela uma situação comum  no  sistema  educacional  brasileiro,  onde  profissionais  atuam  em  funções  não específicas da sua formação. Além disso, só um dos professores possui um curso de pós-graduação  concluído. Isso demonstra  que  supostamente  os  demais  participantes  não priorizaram a formação continuada em suas carreiras profissionais ou mesmo,  que existiram empecilhos que dificultaram o exercício de novas qualificações por estes professores. Quanto a essas questões Chimentão (2009) ressalva a importância da formação continuada alertando que a mesma é considerada como um processo permanente de aperfeiçoamento  dos  saberes  necessários  à  atividade  profissional,  realizado após  a  formação  inicial,  com  o  objetivo  de  assegurar  um  ensino  de  melhor  qualidade  aos educandos.

Um ultimo  aspecto  que  se  achou  interessante  analisar  nesse  eixo,  foi  o  tempo  de serviço  que  os  professores  atuam  Escola  Municipal  Prof.º  Luciano  Ribeiro.  Isso  influencia  no  nível  de  familiaridade  que  os  educadores têm com o espaço escolar e seu entorno, principalmente porque dois deles afirmaram  morar nas redondezas.  Devido  à  familiaridade  com  o  espaço,  estima-se  que  o  envolvimento  com  as questões  ambientais  do  bairro  possuam  mais  significado  e  relevância  para  os  membros  da escola.

 

Ø  2º Eixo  -  Percepção  dos  professores  sobre  a  situação  ambiental  nas proximidades da escola

Neste  segundo  segmento  de  análise  serão  apresentados  os  resultados  referentes  à percepção  dos  professores  sobres  os  problemas  ambientais  nas  proximidades  da  Escola Municipal Prof.º Luciano Ribeiro. As primeiras questões  da entrevista objetivaram  diagnosticar  a  visão  destes educadores sobre  o ambiente que cerca o seu local de trabalho, explorando seus conhecimentos sobre a localidade e sobre aspectos da Lagoa do Subaé (Quadro 3).

 

Quadro 3- Dados referentes à percepção ambiental dos professores sobre os problemas ambientais do Bairro Parque Lagoa do Subaé.

Professor

Problemas ambientais na região

Causas da Poluição da L. do Subaé

Importância da Lagoa do Subaé

P1

Existem vários problemas ambientais, lixo, a falta de uma mata ciliar ao redor  da lagoa, descarte de esgoto doméstico.

 

Bom, o problema maior é como eu falei, o esgoto doméstico que é descartado por aí e a invasão , o pessoal vai invadindo, vai aterrando, então, são os maiores problemas atualmente que eu identifico.

[...] é importante por que a população, ela poderia utilizar dessa água pro seu próprio uso doméstico, né? E hoje em dia com a escassez de água é importante a gente poder preservar tudo pelo ambiente.

P2

Sim, principalmente a rede de esgoto que vai direto para a lagoa. Desmatamento, queimadas, as vezes tocam fogo aqui na região vizinha a lagoa.

Principalmente pela jogada de lixo. A retirada de solo do leito, o povo dá banho em animais, as redes fluviais que vão carregando lixo ao longo de todo o bairro, vai carregando o lixo e depositando na lagoa.

É muito importante a lagoa por conta de que ela, tanto é importante a longo prazo pra o meio ambiente, quanto a curto prazo pras pessoas que poderiam sobreviver dela a partir da pesca ,  a partir de outras atividades na beira da lagoa.

 

P3

Sim, as lagoas que são além de poluídas, estão também secando. E o lixo, não só em torno da lagoa, mas também por todo o bairro, lixo e esgoto.

Por conta do crescente número de pessoas que vieram pro bairro nos últimos anos, tentando aterrar, né? O entorno da lagoa. [...]O desmatamento também e essas próprias casas por não ter sistema de esgoto, jogam o esgoto das próprias casas no entorno da lagoa.

 

Eu conheço de maneira geral, que é umas das, se não em engano, uma das duas ou três lagoas mais importantes de Feira. As lagoas de Feira eram elas eram importantes até pro clima da cidade.

 

 

As declarações dos professores descritas acima, demonstram que eles conhecem os principais problemas da Lagoa do Subaé e os agentes que contribuíram para a degradação, mesmo que superficialmente em algumas falas. As causas apontadas por eles são corroboradas pelas declarações de Vilas Boas (2006), que aponta as possíveis causas do assoreamento da Lagoa do Subaé, atribuindo-as principalmente ao intenso processo de urbanização e industrialização que o município foi submetido em poucos anos. Segundo o autor, esses processos tiveram como consequência o uso e ocupação indevidos do solo às margens da lagoa; o desmatamento das reservas florestais ao longo do seu curso; a utilização do mesmo como receptor de dejetos, sejam eles de natureza industrial ou residencial; dentre outras ações que contribuíram para o aumento da poluição ambiental e o assoreamento das lagoas.

De fato, historicamente o aumento das taxas de crescimento populacional na área urbana da Feira de Santana ocasionada pela implantação do CIS, não foi contido pelo  poder  público  e  teve  como consequência  a  instalação  das  comunidades  nas  nascentes  do  Rio  Subaé,  o  que  acabou por  fomentar  ainda  mais  a  degradação  dessas  áreas. Em visitas de campo realizadas na nascente, foi comprovada a extração de mata ciliar, de areia no entorno da lagoa, de despejos, entulhos e a ocupação urbana da  Área de Proteção Permanente (APP).

As declarações de alguns dos participantes que comentaram sobre as suas lembranças de uma lagoa grande e limpa, onde a população usufruía dela em seu benefício através da pesca, do uso doméstico da água e com o lazer, são memórias de tempos remotos, quando a urbanização na região da lagoa ainda era recente e os efeitos das interferências não eram tão desastrosos. Ao longo dos anos, o crescente número de irregularidades na região e a ausência de um posicionamento efetivo do poder público, resultaram no intenso assoreamento da nascente, a qual se encontra atualmente em elevado nível de degradação, apresentando um espelho d’água muito reduzido e dominado por macrófitas e lixo, contribuindo também na alteração da qualidade de vida da população que outrora se beneficiava com suas águas (Figura 2).

SAM_5285

Figura 2: Lagoa do Subaé em período de estiagem, Maio/2014. Fonte: Grupo Geoquímica Ambiental- UEFS

 

Outro aspecto interessante a se destacar sobre as declarações dos entrevistados relacionadas à poluição da lagoa, é o fato do professor licenciado em Letras, ter sido o participante que mais demonstrou conhecimentos específicos sobre legislação ambiental de proteção a nascente e aos recursos hídricos. Os demais, licenciados em Biologia e Geografia, demonstraram saber informações mais superficiais ou insuficientes sobre as questões legislativas. Isso é de certa forma contraditório, pois é de se esperar que nos cursos de Ciências Naturais exista maior chance de se aprofundar os estudos sobre aspectos relativos ao meio ambiente, inclusive sobre os recursos hídricos, tema tão importante para o cotidiano das pessoas e os demais seres vivos. Com isso pode-se induzir que os professores não estão familiarizados com esses aspectos que deveriam estar presentes na formação do educador ambiental, bem como nas licenciaturas em geral, pois estes são aspectos necessários de serem abordados já que Meio Ambiente é um tema transversal. Nesse contexto, é necessário enfatizar a importância de uma graduação não só bem contextualizada, mas com um teor prático mais presente, proporcionando ao estudante uma convivência com seu futuro ambiente onde este possa ir construindo seu perfil e conhecendo todas as limitações que possam vir a ser encontradas.

Quanto a legislação relacionada às nascentes e aos outros recursos hídricos, estas são trâmites necessários para legalizar ações interferentes nesses ambientes. Calheiros e colaboradores (2006) explicitam os principais aspectos legais da legalização/regularização de interferências relacionadas aos corpos hídricos. Portanto, estipula-se que toda intervenção em nascente, bem como nas demais APPs deve ser precedida de consulta e respectiva autorização por parte dos órgãos competentes de controle, orientação e fiscalização das atividades de uso e exploração dos recursos naturais. Como era previsível, essa legislação é contraditória a realidade das lagoas de Feira de Santana. Observando-se a situação atual da Lagoa do Subaé, pode-se notar a quantidade de irregularidades e de leis de crimes ambientais violadas no local, culminado em danos irreversíveis a nascente a aos corpos d’água adjacentes. 

Ø  3º  EIXO  -  Abordagens  e  práticas  na  escola  sobre  Meio  Ambiente  e  Educação Ambiental local

Nesse segmento de  análise,  serão  apresentadas  as  abordagens  e  práticas  dos professores da Escola Municipal Prof.º Luciano Ribeiro com o tema Meio Ambiente e EA   no que diz respeito a Lagoa do Subaé (Quadro 3).

 

Quadro 3 - Dados referentes a abordagem dos professos com o tema Meio Ambiente na Escola Municipal Prof.º Luciano Ribeiro

Professor

Abordagem sobe a Lagoa do Subaé

Interdisciplinaridade da temática

Atividades extracurriculares

P1

Bom, essa questão da Lagoa do Subaé ela é abordado aqui durante o ano todo, só que não faz nenhum projeto específico. A gente ta sempre trabalhando incluindo aqui nos

 temas da gente.

Na verdade é possível e é feito, né? A gente aqui discute sempre na questão de Ciências, História, Matemática e Português. E Geografia, é na verdade todas as matérias.

Esse ano a gente não trabalhou. Ano passado a gente teve um projeto de plantio de árvores. [...] Mas não adianta chegar lá, plantar árvores e não ter a sensibilização, as próprias pessoas vão lá e retiram a árvore.

P2

Sempre a gente procura esta adequando o conteúdo a lagoa, sempre estou. Eu não tenho um conteúdo específico ‘Lagoa do Subaé’, mas sempre quando a gente fala de água, de clima  e de vegetação, eu to falando da Lagoa do Subaé e também da poluição, né?

Olha, eu trabalho com todas as disciplinas e principalmente Geografia e Ciências é que a gente mais aborda esse assunto, mas sempre que possível, as vezes em Português com textos, a gente trabalha em cima disso.

Na maioria das vezes não, muito pouco.

P3

A gente aborda de maneira interdisciplinar quando trata dos problemas ambientais, dos problemas do lixo, de questões como a dengue, aí sempre aborda.

Assim, Geografia que ta totalmente relacionada, História, né? Porque a gente percebe como foi esse processo de descuido com essa questão ambiental no bairro.

 Eu mesma já fiz um projeto, mas não foi esse ano, que foi de conscientização das condições ambientais do bairro deles.

 

Os dados apresentados dão subsídio para entender como os temas relativos a Lagoa do Subaé são trabalhados na Escola Municipal Prof. Luciano Ribeiro, e por consequência, também a EA. A lagoa, como mencionado anteriormente, é uma importante nascente da Bacia Hidrográfica do Rio Subaé e a escola alvo desta pesquisa está localizada praticamente as suas margens. Quando os professores declaram que costumam trabalhar sobre a Lagoa do Subaé correlacionando a outros conteúdos nas aulas, eles estão seguindo um modelo de ensino contextualizado.

Para Pinheiro (2012) a contextualização é entendida como uma forma de aproximar os processos de ensino-aprendizagem da realidade dos  alunos e é necessária na abordagem dos conteúdos e na organização das atividades a desenvolver na sala de aula. Essa conduta contribui para que os alunos relacionem os conteúdos educativos com os seus saberes e vivências, facilitando a interligação  entre  a  teoria  e  a  prática  e  permitindo que  os  alunos percebam  sentido  e  utilidade  ao  que  aprendem.

Em estudo feito em diferentes escolas por Tristão (2004), observou-se que os professores abordam a EA em suas disciplinas, trabalhando o tema isoladamente. O mesmo acontece com os professores entrevistados nesta pesquisa quando se trata de temas que podem ser abordados através da EA, como a Lagoa do Subaé. Esses temas são abordados segundo as demandas que surgem durantes as aulas, mas nunca em um momento específico pra o trabalho com atividades ambientais. Essa é uma realidade comum em muitas práticas educativas quando diz respeito a EA. Benetti (1998) já destacava a aula expositiva como a estratégia mais frequente de abordagem dos temas relacionados ao Meio Ambiente. Entretanto, essa realidade pode ser reflexo das dificuldades que os professores enfrentam ao trabalhar idealmente com esse tema.

No caso dos entrevistados nesta pesquisa, várias dessas dificuldades são presentes em seu cotidiano escolar, inclusive a carência de diálogo entre os próprios professores e a escola para a promoção de trabalhos práticos extraclasse de forma contextualizada com realidade dos alunos. Pois, em suas declarações as perguntas da pesquisa, afirmaram que a escola por si só não tem nenhum tipo de projeto que trabalhe com temas ambientais, e que quando eles trabalham, é na sala de aula de forma independente, mediante a sua própria iniciativa. Tristão (2004) reconhece tais dificuldades na prática docente, mas afirma que mesmo que faltem mobilizações de outros professores envolvidos nos projetos ou que falte tempo para um planejamento conjunto entre áreas e material para trabalho, suas práticas devem-se revelar em táticas para atender às demandas emergentes nas redes de saberes do cotidiano.

            Os professores entrevistados também afirmaram que geralmente trabalham com as questões ambientais do bairro durantes as aulas apenas quando se é possível fazer uma correlação entre o conteúdo estudado. As atividades extracurriculares são comuns apenas quando a escola é envolvida em projetos maiores, geralmente através de campanhas municipais. Então, uma problemática tão próxima a realidade das crianças, que poderia ser bastante explorada, fica a mercê das adaptações dos conteúdos curriculares ou de projetos esporádicos que por ventura trabalhe com a problemática específica do bairro.

Nesse sentido, Reigota (2012) discute sobre essas questões, pois para o autor, as práticas pedagógicas de EA precisam estimular o contado e as relações com a comunidade. As saídas de aula ou mesmo da escola devem, sempre que possível, ser realizadas, mas não necessariamente só em visitas as áreas preservadas.

Nas imediações da escola pode-se estudar atividades de indústrias vizinhas e umas fontes de poluidores ou ainda atividades agrícolas, o comércio e o movimento do transito, além das poluições sonora, visual, da água e do ar, o crescimento da população, a rede de saneamento básico, entre tantos outros temas. O importante é incluir nas atividades de educação ambiental uma temática próxima ou distante, mas relacionada com o cotidiano das pessoas daquele lugar (REIGOTA, 2012, p.48).

Dessa forma, podemos visualizar que a EA como uma importante meio para a promoção da consciência crítica dos educandos. Vale ressaltar o papel fundamental do professor na posição de mediador deste processo, pois mesmo perante as inúmeras dificuldades, é necessário que estes profissionais tentem explorar sua autonomia no sentido de promover o desenvolvimento de uma prática transformadora para os fins da EA significativa.

 

Ø  4ª EIXO – Meio Ambiente e escola

O quarto eixo tratará sobre às questões relacionadas ao papel da escola na discussão sobre Meio Ambiente. Serão apresentados os resultados referentes ao pensamento dos professores sobre a EA e a importância que atribuem a essa temática na escola, além de analisar as perspectivas da escola sobre o tema (Quadro 4).

 

Quadro 4-  Dados  referentes  sobre a implantação  da EA através da problemática da Lagoa do Subaé na Escola Municipal Prof. Luciene Ribeiro.

Professor

Implantação da temática Lagoa do Subaé no currículo

Projetos e incentivo da escola

P1

É de grande importância, é fundamental isso. Eu sempre trabalho aqui durante o ano com os alunos, e se outras escolas, outras turmas seguirem é interessante também.

Acredito que a iniciativa é de cada um, não existe nenhum plano voltado para isso, nenhum planejamento.

P2

Considero, para que os alunos tenham maior consciência e passe para suas famílias, né?

Sim, geralmente, todo ano a gente trabalha alguma atividade relacionada a comunidade. Esse ano mesmo, não foi relacionado ao Meio Ambiente, mas a gente trabalhou, foi sobre paz.

P3

[...] é importante tanto pra eles perceberem não só uma coisa muito ampla e distante, parecendo distante deles, mas também pra os alunos se tornarem conscientes e até passarem a se relacionar de maneira mais consciente no meio em que eles estão. 

Acho que a iniciativa é mais do próprio professor da escola. [....] Esse ano especificamente não teve, esse ano a gente trabalhou outro tema voltado ao bairro .

 

Analisando  as  declarações  dos  professores  sobre  as perguntas desse eixo, observou-se que na Escola Municipal Prof.º Luciano Ribeiro a EA fundamentada em temas locais  não vem  sendo  muito  discutido  no  trabalho  pedagógico  com  os  alunos,  mesmo  estes  estando inseridos em uma realidade tão delicada quando a do bairro deles, com a degradação da Lagoa do  Subaé.  Por outro lado  também  se  pôde  observar  que  eles  consideram  de  grande importância à  implantação de uma temática específica  sobre questões ambientais  na  escola, pois tem consciência do impacto positivo e de longo prazo que esse tipo de educação exerce na  vida  dos  alunos,  não  só  pelo  aprendizado  significativo,  mas  principalmente  pela consciência crítica sobre os problemas ambientais a nível  local e  global. Entretanto, Tristão (2004) afirma que devido a atual estrutura dos currículos, organizado por disciplinas, os educadores não sabem  muito  bem  onde  encaixar  a  EA,  por  isso,  esses  temas  são  geralmente  inseridos  por meio de projetos e/ou atividades extracurriculares.

Segura (2001) em sua pesquisa analisou projetos de  EA  em escolas da rede pública e verificou que nestes predominavam temas como saúde, água e lixo, não apresentando em sua maioria  vínculos  com  as  questões  ambientais  locais,  restringindo-se  aos  conteúdos  do currículo  tradicional.  Estes  resultados  listados  pelo  autor  aponta  direção  semelhante  aos resultados da pesquisa  com  os  professores  da  Escola  Municipal  Prof.º  Luciano  Ribeiro,  uma  vez  que  a maioria dos projetos citados pelos professores não se tratavam de problemáticas ambientais, mas sim de questões relacionadas a saúde e violência, que como disse o autor anteriormente, são  questões  típicas  do  currículo  tradicional,  deixando  de  lado  as  problemáticas  ambientais locais.

Diante dessa realidade, Medina (2002),  discute sobre os passos  necessários  para  viabilizar  o desenvolvimento  da  inserção  da  dimensão  ambiental  no  currículo  escolar,  começando  com  a análise da instituição escolar e com o conhecimento das relações interescolares e dos diversos agentes  sociais envolvidos no processo de  inovação  curricular.  A  autora  também  alerta que deve-se levar em consideração que a escola é inserida em um dado sistema educativo que por sua  vez  relaciona-se  com  um  ambiente  sociocultural,  histórico  e  econômico,  com características complexas e inter-relações dinâmicas. Entretanto, as escolas podem e devem ter autonomia suficiente pra criar seus próprios projetos, inclusive, de repensar as práticas mais viáveis e eficazes na comunidade, para que o trabalho não seja  em  vão  com  já  aconteceu  com  outros  projetos  superficialmente fundamentados.

Silva e colaboradores (2011),  corrobora  essa  ideia  quando  afirma  que  através  do sistema  de  ensino  descentralizado  das  secretarias  gestoras,  as  escolas  podem  desenvolver projetos que integrem alunos, bem como toda a comunidade em práticas  que possibilitem  a reflexão  sobre  a  realidade  do  meio  em  que  vivem.  Neste  sentido,  o  processo  educacional auxiliará na formação de novos atores sociais, capazes de conduzir a transição para um futuro democrático e sustentável. Pois, como um dos professores mesmo declarou, “também é dever da  escola  mostrar  um  resultado  à  comunidade  em  que  está  inserida,  fazendo  trabalhos relacionados à comunidade ”(P2).

Por isso, o conteúdo  mais  indicado  é  aquele  originado  do  levantamento  da problemática  ambiental  vivida  cotidianamente  pelos  alunos  e  pelas  alunas  e  que  se  queira resolver.  Assim a  Educação  Ambiental  é  construída,  fundamentada  em  problemáticas presentes na realidade dos educandos.

 

4.    Considerações finais

Através deste  trabalho  foi  possível  observar  que  os  professores  reconhecem  a magnitude  da  problemática  que  circunda  a  escola  em  que  trabalham,  entretanto,  às  causas  que levaram  a  situação  atual  de  degradação  ambiental  no  bairro,  ainda lhes é parcialmente desconhecidas. Sobre  suas  práticas  pedagógicas  que  envolvem  o  meio  ambiente  e  a  EA  com  temas  locais, estas são realizadas geralmente em sala de aula, através da inserção de temas ambientais na educação  formal,  porém  nem  todos  os  professores  desta  pesquisa  incluem  os  assuntos relativos  especificamente  à  Lagoa  do  Subaé  em  meio  a  esses  conteúdos  ou  ainda,  os professores  que  fazem  essa  inclusão  abordam  superficialmente  sem  problematizá-la, possivelmente  por  não  existir  nenhum  planejamento ou  projeto  na  escola  que  se  dedique  a trabalhar  com  essa  questão.  Tal  realidade  demonstra  a  necessidade  da  inclusão  de  projetos dessa natureza na escola, de modo a potencializar os trabalhos com atividades ambientais nas práticas pedagógicas dos professores.

Então, ciente de que a EA é considerada por muitos estudiosos com uma ferramenta promissora na mudança de mentalidades e de atitudes na relação homem-ambiente e que a mesma se faz com e para a comunidade, procurou-se contribuir com esta através da realização desta pesquisa no sentido de trabalhar com a percepção de membros da escola, pois a escola desempenha importante papel na construção destas mudanças e os professores na condição de mediadores de conhecimento, acarretam grande responsabilidade na formação de cidadãos mais conscientes e além de tudo, críticos perante os problemas  presente  em  sua própria  realidade.

 

5.    Referências

 

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Ilustrações: Silvana Santos