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Não há nenhuma árvore que o vento não tenha sacudido - Provérbio hindu
ISSN 1678-0701 · Volume XXIII, Número 93 · Dezembro/2025-Fevereiro/2026
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AMBIENTALISTA PROMOVE EDUCAÇÃO EM VIAGEM DE BICICLETA DO RIO A BELÉM Na aventura de 3,5 mil km, crianças tomam conhecimento da COP30 Fabíola Sinimbú - Repórter da Agência Brasil Publicado em 08/10/2025 Brasília
© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Por
muitas gerações, a bicicleta é usada como um
meio de locomoção e para a prática de esportes.
Crianças e adolescentes veem nas duas rodas a liberdade de
explorar novos limites e adultos têm os pedais como aliados
para chegar mais rápido e gastando menos. Embora o desejo pela bicicleta tenha dado lugar aos jogos eletrônicos e a conteúdos digitais, o meio de transporte ainda é uma alternativa barata e que não prejudica o meio ambiente, além de promover saúde. Pensando nisso, o geógrafo e ambientalista Leandro Costa decidiu dar mais um uso ao veículo, transformando em um instrumento de educação ambiental. “A gente precisa que o problema da mudança climática seja levado para o dia a dia da vida das pessoas. A gente fala muito em ações pensadas na esfera federal ou estadual, mas as pessoas não sabem como agir e como isso vai impactar na vida delas. E a bicicleta é um impacto positivo gigante”, avalia. Com a confirmação de que a 30º Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) ocorreria este ano na cidade de Belém, no Pará, Leandro decidiu percorrer o caminho do Rio de Janeiro, onde mora, até a capital paraense de bicicleta. Pelo caminho, planejou encontros com crianças e jovens para conversar sobre a aventura de 3,5 mil quilômetros e o impacto da escolha da bicicleta como meio de transporte para o planeta e para o futuro de quem vive nele. “É preciso discutir emergencialmente isso dentro das escolas, dentro das comunidades, enfim, em todo o ambiente da sociedade civil organizada, para que a gente traga essas questões para a vida das pessoas”, acredita. Segundo o geógrafo, o caminho entre as cidades inspirou uma reflexão sobre o que já foi percorrido entre a Eco 92, ocorrida no Rio de Janeiro, e que foi a primeira conferência para tratar sobre o tema climático, e a COP30, que é como se fosse um retorno ao começo três décadas depois. “A partir daí eu também quis ter uma visão de como as pessoas veem essa COP aqui no Brasil e entender como elas podem fazer parte disso”, explicou. Com o apoio das embaixadas da Bélgica e da Holanda e do Comitê Piabanha, Leandro viabilizou o projeto e já percorreu quase metade do caminho. “É um trabalho não só de sensibilizar as pessoas sobre as mudanças climáticas, mas também de nos fazer refletir sobre o que cada um pode fazer, e até mesmo de encorajar negociadores de seguirem até terem um bom resultado, sem parar, até o final”, reforça o embaixador da Bélgica no Brasil, Chris Hoornaert, ao receber o ciclista em Brasília. Impacto positivo Ao longo do trajeto, Leandro disse que conversa com crianças e adolescentes sobre a COP30 e a necessidade de cada um contribuir para enfrentar o problema global. Ainda segundo Leandro, na bagagem, reúne as perspectivas sobre as mudanças climáticas dos territórios por onde passa, e que serão apresentadas em um painel digital a ser exibido em Belém, pelo The Climate Reality Project Brasil. “Eu estou passando pelo interior real do Brasil, e quando você passa de bicicleta, você vê o que não é possível ver de carro ou ônibus. Já saindo do Rio de Janeiro, tive o impacto de ver uma grande quantidade de bicicletas sendo utilizadas nas comunidades mais vulnerabilizadas, até na Avenida Brasil, como meio de locomoção no dia a dia”, disse. Diariamente, o ambientalista percorre de 70 km a 110 km nos períodos onde o sol é menos intenso, evitando sofrer na pele os efeitos da seca extrema, que ele também atribui aos impactos causados pela ação do homem sobre o clima. Até Brasília, foram 1,5 mil quilômetros percorridos desde o dia 21 de setembro. Ao final da jornada, Leandro deixará de emitir quase uma tonelada de gás carbônico equivalente (CO²e), em média, e deixará pelo percurso, em mais de dez escolas e centenas de comunidades, a semente da capacidade de cada um de promover a mudança em seu território.
CONHEÇA DETALHES DA PROGRAMAÇÃO DESTA VIAGEM NA MATÉRIA A SEGUIR!
GEÓGRAFO VAI PEDALAR 3,5 MIL KM, DO RIO ATÉ A COP30 EM BELÉM, EM PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Leandro Costa sai da Zona Sul do Rio neste domingo (21) e deve percorrer 3,5 mil quilômetros até o destino final. Trajeto deve durar 50 dias. Por Thaís Espírito Santo, g1 Rio 21/09/2025 O geógrafo e ativista Leandro Costa inicia neste domingo (21) uma pedalada que vai do Rio até Belém, especialmente para a COP 30. O trajeto, que deve durar 50 dias, tem 3,5 mil quilômetros e será feito todo de bicicleta. A jornada, que ele batizou de “ECO92 à COP30”, vai fazer paradas em escolas ao longo dos 45 municípios que serão percorridos.
Geógrafo vai pedalar do Rio até Belém em projeto de educação ambiental para a COP30 O geógrafo e ativista Leandro Costa inicia neste domingo (21) uma pedalada que vai do Rio até Belém, especialmente para a COP30. O trajeto, que deve durar 50 dias, tem 3,5 mil quilômetros e será feito todo de bicicleta. A jornada, que ele batizou de “ECO92 à COP30”, vai fazer paradas em escolas ao longo dos 45 municípios que serão percorridos. Algumas das cidades enfrentaram tragédias ambientais, como Petrópolis e Brumadinho. A largada está marcada para as 14h deste domingo (21) no Leblon, quando ele sai do Rio em direção a Magé e depois vai para Petrópolis. O projeto nasceu em fevereiro do ano passado, conforme o professor conta. “Quando eu soube da COP 30 no Brasil, me veio logo a ideia e eu falei: ‘tem que ser uma coisa que impacte as pessoas’ e eu levei isso para o lado do meu ativismo da educação ambiental”, conta ele.
Geógrafo vai pedalar mais de 3 mil quilômetros do Rio até Belém em projeto de educação ambiental para a COP 30 — Foto: Arquivo pessoal O geógrafo conta que reparou que moradores de cidades vizinhas sempre se surpreendiam quando ele contava os trajetos que tinha feito da sua cidade, Três Rios, para visitar outros lugares de bicicleta. “Falei: ‘Se eu causo esse impacto numa simples pedalada de final de semana, qual o impacto que eu posso causar levando isso, saindo do Rio de Janeiro, fazendo essa conexão da Eco 92 com a COP 30, parar num colégio, falar: "Ó, eu tô saindo aqui do Rio de Janeiro, tô chegando aqui na cidade de vocês, vim de lá pedalando’? Isso vai ficar muito mais marcado nos lugares que eu passar”, conta ele. Leandro conta que costumava pedalar 600 quilômetros por mês e que para se preparar para a jornada passou a pedalar cerca de 1,5 mil quilômetros no mesmo período.
Geógrafo vai pedalar mais de 3 mil quilômetros do Rio até Belém em projeto de educação ambiental para a COP 30 — Foto: Arte g1 O intuito do professor é que mais pessoas tenham acesso e se interessem pelas informações da COP30 - por isso é tão importante que se dê palestras nas escolas. “Quem não pode ir para Belém, pode trazer a COP para o seu local, para o seu território. Então esse é o estímulo, esse é o incentivo principal que eu vou fazer, trazer a COP para o território deles e trabalhar isso dentro da região deles”, define. Ele pretende fazer um registro visual para apresentar um painel no evento mostrando a realidade ambiental do interior do Brasil por onde passou. A jornada conta com o patrocínio dos Consulados da Bélgica e da Holanda e do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Piabanha.
Geógrafo vai pedalar mais de 3 mil quilômetros do Rio até Belém em projeto de educação ambiental para a COP 30 — Foto: Arquivo pessoal
Fonte: COP 30: Geógrafo pedala do Rio a Belém por educação ambiental | G1
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