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Eu sou o que me cerca. Se eu não preservar o que me cerca, eu não me preservo. José Ortega y Gasset
ISSN 1678-0701 · Volume XXIII, Número 92 · Setembro-Novembro/2025
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PROJETOS FORTALECEM SUSTENTABILIDADE COM VOLUNTARIADO E MOBILIZAÇÃO DAS COMUNIDADES 5 de julho de 2025
Engenheira ambiental apresenta soluções implementadas por força da escuta ativa entre voluntários e moradores Comunicação FAP A engenheira ambiental carioca Luise Valentim, de 34 anos, adotou um estilo de vida com visão pragmática e inspiradora. Ela sabe como a sustentabilidade pode ser construída de baixo para cima, por meio de iniciativas comunitárias que respondem a necessidades reais. Focada na “escuta ativa” e no voluntariado, ela abraça e ajuda a implementar soluções diretas que empoderam as pessoas, transformando problemas cotidianos em oportunidades de crescimento e resiliência. Luise compartilhou suas experiências ao ministrar palestra durante o 5° Encontro Nacional de Jovens Lideranças, realizando pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), com o apoio do Cidadania. O evento, que começou na quinta-feira (3/7), seguirá até domingo (6/7), com a presença de representantes de 24 unidades da Federação, no Hotel Fazenda Divino Paraíso, no Gama, a 40 km de Brasília. Com uma sólida formação em engenharia ambiental, Luise começou sua jornada prática como estagiária em um órgão do Rio de Janeiro, onde contribuiu ativamente para a estruturação da política de resíduos sólidos. Essa experiência a levou a participar do fechamento de lixões e da criação de aterros sanitários controlados, marcando o início de sua compreensão sobre os desafios da gestão de resíduos e suas implicações sociais. A vivência em campo revelou a Luise a vulnerabilidade de comunidades que dependiam da reciclagem, cujas vidas foram severamente impactadas pela descontinuidade de políticas públicas. Ela presenciou a transformação de catadores em pessoas sem renda, enfrentando fome e miséria, e o consequente aumento da violência. Essa realidade a impulsionou a buscar soluções mais diretas e humanas. Água potável e campo de futebol Um dos projetos mais emblemáticos de Luise é a implementação de centrais de água potável. Em comunidades que chegavam a ficar nove dias sem água, ela iniciou um processo de escuta ativa. A partir dessa demanda, propôs a instalação de filtros de nanotecnologia que purificam a água. Segundo ela, as famílias passaram a ter acesso gratuito à água limpa, economizando até cerca de R$ 80 por mês, que antes gastavam com água. Outra iniciativa prática que demonstra o poder da mobilização comunitária foi a reforma de um campo de futebol em uma área degradada. Com um orçamento inicial de R$ 5.000, Luise conseguiu mobilizar sua rede de contatos e voluntários. Ela relata que, em apenas três dias, obtiveram oito caminhões de gramas das sobras de outros caminhões enormes da planta. As crianças da comunidade participaram ativamente, carregando e ajeitando a grama, transformando um espaço que antes servia para soltar pipa sobre o lixo em um local de lazer. O projeto do campo, que inicialmente enfrentou desafios de manutenção após a saída de Luise, revelou a importância do senso de pertencimento. “Eles fizeram parte do campinho de futebol”, lembra. Quando ela parou de intervir diretamente, a comunidade assumiu a gestão, organizando campeonatos de futebol que se tornaram um ponto de encontro e união. Isso mostra como a autonomia e o engajamento local são cruciais para a longevidade dos projetos. Casas de emergência Além disso, Luise detalha a implementação de casas de emergência com teto e luz em locais onde as pessoas dormiam em restos de madeira ou de ônibus. Sua metodologia de escuta ativa permite identificar as necessidades básicas e, em seguida, introduzir soluções já existentes no “ecossistema de solução”, como ela diz, sempre garantindo que a comunidade seja parte da solução e responsável pela manutenção. Para Luise, o voluntariado é um pilar fundamental de sua atuação, transcendendo a mera doação de tempo. “Voluntariado é doação. Doação é uma coisa que faz a gente ser humano mais humanizado”, destaca. Essa prática, segundo ela, não só gera um impacto positivo nas comunidades, mas também oferece um aprendizado e uma conexão profunda que muitas vezes superam a experiência de consultorias formais. A engenheira reforça a ideia de que a sustentabilidade não é uma pauta exclusiva de ambientalistas, mas permeia todas as esferas da vida e profissões. “Todas as produções que vocês estão criando, seja hoje seja no futuro, elas são temas importantes dentro da sustentabilidade”, afirma, incentivando que a consciência ambiental seja integrada em cada escolha, incluindo as grandes decisões empresariais. “O maior ato político hoje não é talvez votar de quatro em quatro, mas perceber como a gente consome”, disse, ressaltando o poder da mudança nas mãos de cada cidadão. Luise destaca mensagem de esperança e encorajamento à ação. Ela reitera a importância de buscar o propósito individual, de utilizar o networking e o voluntariado como ferramentas poderosas para a transformação. Seus projetos, ancorados na escuta e na valorização das comunidades, demonstram que a construção de um futuro mais sustentável é um esforço contínuo, prático e profundamente humano. Fonte: https://fundacaoastrojildo.org.br/https-fundacaoastrojildo-org-br-w/ |