SENSIBILIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL E CONSCIENTIZAÇÃO DOS ESTUDANTES DAS REPÚBLICAS DE OURO PRETO POR MEIO DA PRODUÇÃO DE SABÃO COM ÓLEOS DESCARTADOS

Isabel Fernandes Ferreira¹, Thailane Andressa Andrade Bacharel², Daiana Darc Faria Quirino², Hebert de Souza Almeida², Kerley dos Santos Alves^1,3, Ângela Leão Andrade², Viviane Martins Rebello dos Santos^1,2; email:vivianesantos@ufop.edu.br

¹ Programa de Pós Graduação em Sustentabilidade Socioeconômica Ambiental, Universidade Federal de Ouro Preto.

² Departamento de Química, Universidade Federal de Ouro Preto.

³ Departamento de Turismo. Universidade Federal de Ouro Preto

vivianesantos@ufop.edu.br

Resumo: O óleo de cozinha usado não é um produto biodegradável e possui grande impacto no ambiente em que é descartado. Do ponto de vista da educação ambiental, dar visibilidade aos impactos ambientais decorrentes do descarte incorreto de produtos, como o óleo de cozinha pós uso, e buscar alternativas para este resíduo no meio ambiente, torna-se fundamental. O objetivo geral deste trabalho é sensibilizar e conscientilizar socioambientalmente estudantes de graduação das Repúblicas de Ouro Preto por meio da produção de sabão com óleos descartados de suas repúblicas, sob o viés ambiental, social e econômico, enfatizando (também) o processo do ensino aprendizagem das disciplinas química orgânica e química ambiental utilizando o sabão reciclado como instrumento para o estudo desta temática. A metodologia utilizada para este estudo classifica-se como pesquisa de natureza aplicada, com objetivo intervencionista. Na classificação quanto ao objeto, esta é uma pesquisa bibliográfica e de campo. Quanto a forma de abordagem, aponta-se como quanti-qualitativa com uso de entrevistas semiestruturadas como instrumento de coleta de dados e o público alvo são os alunos dos cursos de Biologia, Química (Industrial e Licenciatura), Farmácia e estudantes de iniciação científica que residem nas Repúblicas Federais de Ouro Preto. Conclui-se que a pesquisa obteve um resultado satisfatório, pois conseguiu sensibilizar os das Repúblicas Estudantis de Ouro Preto, a partir da produção de sabão de óleo de cozinha descartado através de oficinas e incetivá-los a divulgar ações sociambientais em suas repúblicas utilizando o sabão produzido em suas moradias, divulgando a importânica deste produto.

Palavras-chave: Educação Ambiental; Sabão; Republicas de Ouro Preto, Estudantes.

Abstract: Used cooking oil is not a biodegradable product and has a great impact on the environment in which it is discarded. From the point of view of environmental education, giving visibility to the environmental impacts arising from the incorrect disposal of products, such as post-use cooking oil, and seeking alternatives for this residue in the environment, is essential. The general objective of this work is to sensitize and raise socio-environmental awareness of undergraduate students from the Republics of Ouro Preto through the production of soap with discarded oils from their republics, under the environmental, social and economic bias, emphasizing (also) the teaching-learning process of the disciplines organic chemistry and environmental chemistry using recycled soap as an instrument for the study of this theme. The methodology used for this study is classified as research of an applied nature, with an interventionist objective. In the classification according to the object, this is a bibliographical and field research. As for the approach, it is pointed out as quantitative and qualitative with the use of semi-structured interviews as a data collection instrument and the target audience are students of Biology, Chemistry (Industrial and Degree), Pharmacy and undergraduate students who residing in the Federal Republics of Ouro Preto. It is concluded that the research obtained a high result, as it managed to sensitize those from the Student Republics of Ouro Preto, from the production of soap from discarded kitchen oil through workshops and encourage them to disseminate social and environmental actions in their republics using soap produced in their homes, disclosing the importance of this product.

Kewords: Environmental education; Soap; Republics of Ouro Preto, Students.

Introdução

As indústrias rejeitam diversas substâncias tóxicas e verifica-se a necessidade da prevenção do descarte desses materiais na natureza como diferencial competitivo que, além do ganho ambiental, trará resultados financeiros positivos, conforme apresenta Castellanelli (2007). Dessa maneira, uma alternativa que o autor propõe é que os fabricantes de óleos de cozinha e outros, possam colocar na embalagem de seus produtos o modo correto do descarte pós-consumo (em embalagens pets) e que esta atitude auxilie na conservação do meio ambiente.

Araújo e Júnior (2019) evidenciam que a produção de sabão com óleo reutilizável trata-se de uma alternativa biodegradável por ser ecologicamente correta, além de ser economicamente viável. Neste sentido, foi proposto aos estudantes a produção do sabão, destacando os materiais necessários para a fabricação do sabão e os equipamentos de segurança. Gomes e Filho (2020) utilizam o sabão como tema para ensinar este tipo de conteúdo preocupando-se com o meio ambiente e valorizando o contexto social e científico.

A reutilização do óleo de cozinha pós-uso como matéria-prima para a produção de sabão, contribui para a minimização de impactos ambientais. Além disso, foi observado por Zulpo, Moraes e Tedesco (2020) que existem poucos estudos sobre indicadores relativos à sustentabilidade que são utilizados nas universidades, sendo um desafio também trabalhar com o aspecto ambiental, social e econômico ao mesmo tempo nessas instituições. Abre-se assim uma lacuna, oportunizando que sejam realizadas pesquisas nessa área: utilizando a fabricação de sabão com óleo descartado, em um processo de sensibilização de alunos nas Repúblicas Federais de Ouro Preto. Esta prática poderá envolver a universidade em pesquisas referente a sustentabilidade sob o viés ambiental (não permitindo que o óleo pós-uso retorne para a natureza), o viés social (envolvendo a comunidade acadêmica na pesquisa) e o viés econômico (gerando renda através da economia ou da venda dos produtos fabricados com material reaproveitado).

Após o estudo de Oliveira e Gonçalves (2016), que identificaram o óleo de cozinha pós-uso de indústrias, residências e comércios como um resíduo altamente poluente e que, quando não descartado de maneira correta, pode poluir com apenas um litro de óleo, cerca de mil litros de água, percebe-se a ausência de conhecimento em relação aos impactos ambientais que o óleo de cozinha descartado inadequadamente causa ao meio ambiente, sendo considerado um problema de ordem ambiental.

É muito comum no ensino que muitos discentes tenham dificuldade em incorporar da teoria à prática no ensino. Silva et al. (2016) destaca a existência de documentos norteadores como as Orientações Curriculares Nacionais e os Parâmetros Curriculares Nacionais, que reforçam a importância da utilização da experimentação no ensino, ao auxiliar no processo de ensino-aprendizado para o aluno. Nesse sentido, produzir o sabão utilizando óleo de cozinha usado, evitando o seu descarte inadequado, torna-se um exemplo de atividade experimental que relaciona o conhecimento científico com o cotidiano do aluno (SILVA et al., 2016). A relação dialética e dialógica entre educadores e educandos apresentada por Andrade et. al (2017), permite com que os estudantes não sejam meros repetidores dos conceitos, mas que de fato consigam compreendê-los.

Essas considerações sinalizam a pretensão em sensibilizar os estudantes dos cursos de Biologia, Química (Industrial e Licenciatura), Farmácia e estudantes de iniciação científica moradores das Repúblicas de Ouro Preto por meio da produção do sabão com óleo descartado.

Metodologia

Este trabalho de pesquisa investigou como público-alvo estudantes dos cursos de graduação em Biologia, Química (Industrial e Licenciatura), Farmácia e estudantes de iniciação científica moradores das Repúblicas da cidade de Ouro Preto em Minas Gerais. A metodologia utilizada para este estudo classifica-se como pesquisa de natureza aplicada, com objetivo intervencionista. Na classificação quanto ao objeto, esta é uma pesquisa bibliográfica e de campo. Quanto a forma de abordagem, aponta-se como quanti-qualitativa com uso de entrevistas semiestruturadas como instrumento de coleta de dados. A pesquisa foi divida em cinco etapas: na etapa I, foi realizada uma revisão bibliográfica a respeito das pesquisas sobre o sabão dos últimos 10 (dez) anos; na etapa II o projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da UFOP sob o Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE),; na etapa III foram realizadas as oficinas presenciais para a produção do sabão com óleo descartado pelos estudantes moradores das repúblicas de Ouro Preto; na etapa IV ocorreu a coleta de dados através de entrevista semiestruturada fazendo uso do questionário (via Google Forms) com os alunos participantes e também com as idealizadoras do Projeto Sabão com Óleo de Cozinha Descartado na Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP; e na etapa V, foram realizadas oficinas remotas através da ferramenta Google Meet, para a divulgação dos resultados deste trabalho, apresentando a utilidade da Tecnologia Digital Integrativa Padlet para a disseminação de conhecimentos sobre a produção do sabão como forma de economia ou renda, preservação ambiental e aprendizado da química orgânica e ambiental.

Após a aprovação do projeto no Comitê de Ética em pesquisa na etapa II, as etapas III, IV e V foram desenvolvidas com os estudantes de graduação da UFOP dos cursos de Química (Industrial e Licenciatura), Biologia e Farmácia.

A pesquisa foi realizada entre os meses de maio e setembro de 2022. Na etapa III participaram trinta e oito alunos, sendo vinte e seis alunos de graduação do curso de Química (Industrial e Licenciatura), oito alunos de graduação do curso de Biologia e quatro alunos do curso de Farmácia participaram da produção do sabão. As oficinas presenciais de produção do sabão com o óleo de cozinha descartado das repúblicas (etapa III) foram realizadas no Laboratório 57 do ICEB II no Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP.

Os materiais e equipamentos necessários para a produção do sabão feito a partir de óleo de cozinha descartados foram: béquer, proveta, bastão de vidro, espátula metálica e balança. Os reagentes necessários serão óleo de soja residual, hidróxido de sódio (95%) e água.Para a preparação do sabão, os alunos mediram 50 mL de óleo de soja residual em uma proveta e transferiram para um béquer 250 mL. Simultaneamente pesaram em uma balança 8,4 g de hidróxido de sódio NaOH (95-98%). Em seguida, preparam uma solução de hidróxido de sódio, solubilizando 8,4 g de NaOH em 8 mL de água. Após a preparação da solução de hidróxido de sódio, transferiram a solução para o béquer com óleo de cozinha descartado e agitaram com auxílio de um bastão de vidro, depois verteram 8 mL de água sobre a mistura e agitaram a mistura por intervalo de tempo de 10 minutos até obter uma consistência cremosa. Em seguida transferiu-se a mistura cremosa para moldes com auxílio de um bastão de vidro e deixou secar. Foi necessário esperar 8 dias para utilização do sabão. A preparação do sabão pelos estudantes das repúblicas estão apresentados na Figura 1.

Figura 1 - (a) Pesagem do óleo descartado e (b) Processo de moldagem e secagem do sabão

Após os experimentos, os estudantes responderam formulários semiestruturado Google Forms no formato de Questionário.

Resultados e Discussão

Em relação aos estudantes, participantes da oficina de produção do sabão com oleo descartado, 100% concordaram em participar da pesquisa. Do quantitativo de alunos, vinte e quatro estavam estudando o curso de Química Industrial, três alunos cursavam Química Licenciatura, oito alunos estavam cursando Biologia e quatro alunos estudavam Farmácia na Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP. Os alunos citaram que residem nas seguintes repúblicas: República Saia Justa, República Sintonia, República Palmares, República Melindrosa, República Xoque, República Oásis, República Particular Moranguinho, República Melindrosa, República Dama de Copos, República Particular Avalon, República Água na Boca, sendo que um reside na Vila Universitária e outros não residem em repúblicas. Em relação ao perfil sociodemográfico dos participantes: 66,7% dos participantes possuem entre 21 e 30 anos, 30,8% possuem até 20 anos e 2,6% possui entre 31 e 40 anos; 74,4% são mulheres e 25,6% são homens e 15,4% possuem nível médio e 84,6% possuem o curso Superior incompleto. Além dessas informações, verificou-se que 66,7% possuem até 1 salário mínimo de renda, enquanto 15,4% possuem entre 1 e 2 salários mínimos e 12,8% possuem entre 2 e 3 salários mínimos de renda e 5,1% possuem em 4 e 6 salários mínimos, conforme a Figura 2.

Figura 2 - (a) Faixa etária dos participantes; (b) Sexo dos participantes; (c) Grau de escolaridade dos participantes; (d) Grau de escolaridade dos participantes.

Com relação ao objeto de investigação, Figura 4 (a), 100% dos participantes utilizam óleo de cozinha, sendo o óleo de soja utilizado por 92,3% dos respondentes, o azeite utilizado por 5,1% dos participantes e 2,6% utilizam outro tipo de óleo, Figura 3 (b); e 66,7% não sabem a quantidade de óleo que é consumida e descartada por mês na sua república e 33,3% dos participantes sabem a quantidade, conforme a Figura 3 (c).

Figura 3 - (a) Questionamento se os participantes utilizam óleo de cozinha; (b) Questionamento sobre o tipo de óleo utilizado; (c) Questionamento sobre a quantidade de óleo descartada e consumida.

Sobre o descarte do óleo de cozinha, 87,2% dos entrevistados informam que o descarte deste resíduo pós-uso é acondicionado em um recipiente para descarte, 7,7% disseram que o óleo pós-uso é jogado no ralo da cozinha e 5,1% dos participantes marcaram a opção outra, sendo que um participante justificou que não mora em República e que utiliza o óleo de cozinha para cozinhar e não faz fritura, o que contribui na não geração de resíduo e o outro participante explicou que a mãe utiliza o óleo usado para fazer sabão, conforme Figura 5 (a). Dos participantes, 84,2% não sabem a destinação do óleo de cozinha pós uso e 15,8% dos entrevistados disseram que sabem da destinação do óleo, conforme Figura 5(b). Foi destacado pelos participantes que sabem da destinação do óleo de cozinha atitudes como: contactam pessoas/entidades de Ouro Preto que fazem sabão para buscar; entregam na casa de uma vizinha para a produção de sabão; entregam na coleta seletiva da cidade de Ouro Preto; entregam em local próprio para descarte; guardam o óleo para doar em local que faz a destinação correta e juntam para fazer sabão.Foi questionado se próximo da República existe pessoa ou associação que recolhe o óleo de cozinha descartado e 81.1% disseram que não, enquanto 18,9% disseram que sim, justificando que não mora em República, outro participante justificou que a NATA (Núcleo de Apoio aos Toxicônamos e Alcoólatras) e pessoas físicas que passam recolhendo, mas não sabem dizer o nome, outros dois participantes justificaram que passa um caminhão recolhendo óleo e um deles destacou que é toda semana, e outro participante citou ferro velho, mas não especificou qual, conforme Figura 5(c). Todos os alunos participantes da pesquisa, acreditam na importância de se preocuparem com o meio ambiente, conforme destaca a Figura 4 (d).

Figura 4 - (a) Questionamento sobre como é realizado o descarte de óleo de cozinha pós-uso na república; (b) Questionamento sobre a destinação do óleo de cozinha após descarte; (c) Questionamento se existe alguém que recolhe o óleo descartado; (d) Questionamento sobre a importância de se preocupar com a sustentabilidade do meio ambiente.

Em relação aos alunos (as) que participaram da pesquisa, 66,7% sabem os problemas causados pelo descarte inadequado do óleo de cozinha e 33,3 % dos participantes não sabem, sendo que os alunos que marcaram sim, descreveram os seguintes problemas causados pelo descarte inadequado do óleo de cozinha: pode entupir as tubulações de esgoto, dificultando o tratamento de água; poluição de cursos d´água e solos, prejuízos à fauna e flora local, desequilíbrio ecológico; o descarte inadequado de óleo pode prejudicar o solo e a água; derramamento de óleo no mar, rios intoxicados, queimadas, etc; degradação ambiental e poluição da água são fortes consequências mas podem causa entupimento de ralos; contaminação da água; poluição do meio ambiente, dos rios e lagos, bem como dos animais desses rios; alteração da entrada de luz na água e problemas ambientais relacionados aos animais que têm contato com esse óleo; aumento da concentração de matéria orgânica nos corpos receptores; e por último um participante descreveu que “os problemas associados ao descarte do óleo no meio ambiente que tenho conhecimento está na contaminação de águas, fazendo com que o desenvolvimento da vida aquática seja prejudicada, uma vez que a camada oleosa prejudica a passagem dos raios solares, e na impermeabilização de solos impedindo a infiltração de águas da chuva. Os resíduos sólidos podem ser extremamente danosos a saúde, devido as suas propriedades, sendo classificados de acordo com sua classe, Classe I - Perigosos, Classe IIA - Não perigosos e inertes e Classe IIB - Não perigosos e não inertes, mas cada resíduo sólido pode causar um ou mais problemas a saúde e ao meio ambiente a depender das suas características”, entupimento de cano de pia, prejuízo da qualidade da vida marinha e desequilíbrio do ecossistema aquático, conforme Figura 5 (a). Em relação aos participantes que moram em repúblicas, 94,9% disseram que não existe alguma ação de educação ambiental na república em que residem e 5,1% expuseram que existe ação de educação ambiental, destacando a coleta de lixo separada e descartar os óleos em garrafas pets, conforme ilustra Figura 5(b).

Figura 5 - (a) Questionamento sobre como é realizado o descarte de óleo de cozinha pós-uso na república; (b) Questionamento sobre ação de educação ambiental na República.

Foi solicitado aos participantes descrever sobre projetos relacionados a educação ambiental que os mesmos já participaram ou ouviram falar na sua cidade ou localidade e dezenove alunos responderam as seguintes ações: recolhimento de materiais eletrônicos para correto descarte; campanhas de conscientização de reciclagem; o carro do óleo; um aluno relatou que já ganhou uma gincana da escola, quando estudava em Belo Horizonte, onde devíamos juntar a maior quantidade de óleo de fritura possível. O prêmio foi ir para a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), onde eles mostravam como funciona o processo de limpeza da água, principalmente do óleo, e como fazer com que ela se torne potável para os humanos beberem; um já ouviu falar apenas de projetos relacionados ao descarte correto de lixo eletrônico; um aluno citou sobre ter ouvido sobre a utilização do óleo para fazer sabão; outro falou que ouviu sobre o descarte de óleo em local adequado e separação de lixo; um aluno mencionou sobre projetos de empreendedorismo em Santa Bárbara; um aluno já ouviu falar sobre reciclagem; um aluno já ouviu falar sobre geologia ambiental; um aluno citou que assistiu uma palestra sobre ecologia e sustentabilidade voltadas ao consumo e produção excessiva de lixo; um aluno mencionou sobre fabricação de objetos com garrafas e latas, reutilizando garrafas para plantações; um aluno citou que conhece o sobre o Projeto Tamar na cidade de origem dele, que incentiva a remoção de lixo das praias; o papa pilha que armazena e destina corretamente as pilhas utilizadas; um aluno mencionou a coleta seletiva de lixo e que a mãe faz sabão com óleo descartado; dois alunos citaram sobre este projeto, dos óleos e sabões; um aluno justificou que nunca participou.

Foi interessante constatar que após o período de secagem do sabão, o produto foi moldado de acordo com o recipiente e formou espuma em contato com a água, conforme apresenta na Figura 6.

Figura 6 - (a) Sabão com óleo descartado depois de seco- Fonte: Leandra Ferreira, 2022;; (b) Sabão com óleo descartado fazendo espuma- Fonte: Leandra Ferreira, 2022;; (c) sabão em formato de emoji; e (d) verso do sabão.

A etapa V foi realizada em duas oficinas remotas, no intuito de que os participantes tenham instrumentos para divulgar aos moradores de suas repúblicas que não participaram do projeto, os benefícios da produção do sabão com óleo descartado como forma de economia, aprendizado e preservação ambiental. A primeira oficina foi realizada no dia 13/06/2022 e a segunda oficina ocorreu no dia 22/09/2022 e foi elaborado um folder para auxiliar os estudantes na divulgação do conhecimento, podendo compartilhá-lo entre os colegas das repúblicas, conforme Figura 7.

Figura 7 – Folder de divulgação da produçaão de sabão nas Repúblicas de Ouro Preto

Durante a oficina remota, foi observado um maior número de alunos participando no segundo semestre das oficinas, mostrando maior interesse e participação dos discentes nas etapas posteriores. Na etapa III, foram realizadas as entrevistas com a Prof. Dra. Viviane Martins Rebello dos Santos e Profa. Dra. Ângela Leão Andrade, idealizadoras do Projeto Sabão com Óleo Descartado na Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP. A ideia do projeto foi da entrevistada Prof. Dra. Viviane Martins R. dos Santos.Ambas as entrevistas possuem Doutorado na área de Química, são Professoras da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP e concordam que o projeto surgiu para minimizar impactos provocados pelo óleo. A importância deste tipo de pesquisa foi mencionada pela entrevistada Viviane por evitar o descarte de óleo em ambiente aquático, que provoca a mortalidade de animais aquáticos e a entrevistada Ângela, observou que o projeto foi importante para evitar a contaminação do meio ambiente, tornar as pessoas úteis e produtivas. Os principais desafios observados pelas idealizadoras do projeto foram: disponibilidade dos estudantes para desenvolver o projeto, no caso do público alvo dos estudantes; e no caso do público alvo serem as mulheres em situação de vulnerabilidade, o entendimento de pessoas com pouco estudo e, quando as aulas eram no centro histórico, dificuldade das pessoas pagarem condução para irem as aulas.O trabalho foi destacado pelas duas entrevistadas como muito interessante, pois pode gerar renda, diminuir custos e reduzir os impactos ambientais provocados pelo óleo de cozinha descartado. Além disso, no caso do público alvo com as mulheres, ajudou na socialização destas participantes. As duas entrevistadas acreditam que os (as) envolvidos (as) no projeto compreenderam como faz para produzir o sabão artesanal com óleo descartado e acreditam que eles (as) podem gerar renda com a venda do sabão artesanal com óleo descartado.

Considerações Finais

Dessa forma, a presente pesquisa vem informar ao leitor, que a proposta de sensibilizar os estudantes moradores das Repúblicas Estudantis de Ouro Preto, a partir da produção de sabão de óleo de cozinha descartado, antingiu o seu objetivo através do desenvolvimento de oficinas para produção do sabão a partir de óleo descartado, com os alunos dos cursos de Biologia, Química (Industrial e Licenciatura), Farmácia e estudantes de iniciação científica que residem nas Repúblicas Federais de Ouro Preto, com foco na conscientização socioambiental. A meta de incentivar os estudantes participantes a divulgarem em suas Repúblicas ações socioambientais, obteve um resultado satisfatório, pois os alunos levaram o sabão produzido para as repúblicas utilizando-o para a limpeza de suas residencies e repúbllicas.

Agradecimentos

Os autores agradecem aos estudantes dos cursos de Química (Industrial e Licenciatura), Farmácia e Biologia da UFOP e aos alunos voluntários da PROEX-UFOP.

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