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SÉCULO XXI E A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Em 24/02/23 10:36. Atualizada em 24/02/23 10:36. Emiliano Lobo* Entramos no século XXI com sinais evidentes de que a natureza vem dando severos recados em relação a forma com que estamos usando os recursos naturais. O Quarto Relatório Científico do IPCC (AR4) apresenta claras evidências de mudanças de clima podem afetar significativamente o planeta, em especial, os países menos desenvolvidos nas regiões tropicais.
As evidências
científicas das mudanças climáticas representam
um sério risco para os recursos hídricos no
Brasil, afetando diretamente nossa principal forma de geração
de energia elétrica. Em relação a agricultura,
de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA), com exceção da cana-de-açúcar,
todas as culturas sofreriam redução das áreas
com baixo risco de produção, em especial soja (34%
a 30%), milho (15%) e café (17% a 18%). A produtividade
cairia, em particular, nas culturas de subsistência no
Nordeste. Portanto, há de se pensar na urgente
necessidade de um novo modelo de desenvolvimento econômico,
que promova uma economia verde e de baixo
A migração das
companhias para a economia de baixo carbono é um dos passos
essenciais para que o mundo consiga cumprir as metas previstas
no Com isso, diversos desafios e oportunidades se apresentam às nações diante desses esforços de redução de emissões de gases de efeito estufa e mitigação dos impactos negativos das mudanças climáticas. Dentro deste contexto global, as empresas que produzirem com menos emissões de carbono certamente alcançarão vantagens competitivas sustentáveis e permanecerão mais tempo no mercado. Por outro lado, o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) promove um novo tipo de negócio, onde a árvore em pé vale mais que a árvore deitada. Esse pagamento promove transferências financeiras de beneficiários de serviços ambientais para os que, devido a práticas que conservam a natureza, fornecem esses serviços, de forma segura e bem definida, por meio de uma transação voluntária. Trata-se, portanto, de um instrumento econômico que incentiva o proprietário a considerar o Serviço Ambiental nas suas decisões, quando do planejamento do uso e ocupação da terra, dos recursos hídricos e da vegetação. Assim, a conservação do meio ambiente passa a ser uma nova opção econômica. Por fim, surge a Economia Circular que tem como base um modelo que otimiza o fluxo de bens, maximizando o aproveitamento dos recursos naturais e minimizando a produção de resíduos. Esta nova forma de pensar as cadeias produtivas traz benefícios tanto operacionais como estratégicos, gerando incalculáveis oportunidades de inovação e design, tanto em nível de produtos, quanto nos processos e modelos de negócio. A Economia Circular possibilita a criação de novos empregos e estimula o crescimento econômico inteligente, sustentável e integrador, rejeitando a ideia de que o crescimento é prejudicial para o ambiente.
Um século novo nos
obriga a adotar novos pensamentos e condutas. As atividades
produtivas devem perceber que não existe um negócio de
sucesso * Emiliano Lobo de Godoi é professor da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal de Goiás Fonte: Secom UFG
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