Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Artigos
06/12/2018 (Nº 66) AS ABORDAGENS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DOS LIVROS DIDÁTICOS A PARTIR DA PROBLEMÁTICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
Link permanente: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=3502 
  
AS ABORDAGENS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DOS LIVROS DIDÁTICOS A PARTIR DA PROBLEMÁTICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS



Adriana Dall´Onder

Universidade de São Paulo (Mestra); Professora de Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de São Paulo.

E-MAIL: driadeonder@usp.br

URL (Lattes): http://lattes.cnpq.br/5299966109523482

Erico Pagotto

Universidade de São Paulo (doutorando); Faculdade de Tecnologia de Jacareí (professor ensino superior)

E-MAIL: ericopagotto@usp.br

URL (Lattes): http://lattes.cnpq.br/6346814122526987

Sylmara Lopes Francelino Gonçalves Dias

Universidade de São Paulo (professora ensino superior)

E-MAIL: sgdias@usp.br

URL (Lattes): http://lattes.cnpq.br/6059048919993035

Resumo

Este artigo buscou entender as diferentes abordagens da educação ambiental nos livros didáticos a partir da problemática dos resíduos sólidos urbanos. Foi adotada estratégia metodológica qualitativa, utilizando-se a técnica de levantamento e análise documental. Apoiou-se na seguinte pergunta: que orientação de educação ambiental está presente nos livros didáticos de Ciências do ensino fundamental para abordar a problemática dos resíduos sólidos urbanos? Os resultados apontaram que nos livros didáticos investigados predominam abordagens pragmáticas. É enfatizado o caráter antropocêntrico da relação sociedade e meio ambiente, sem uma reflexão crítica da origem dos problemas socioambientais e suas possíveis alternativas de resolução. Reduz-se a problemática da produção, consumo e descarte de resíduos a práticas de separação para coleta seletiva, mas não quanto à crítica sobre o que se produz e consome, porque, como e a que custos socioambientais.

Palavras-chave: educação ambiental, resíduos sólidos, livro didático.

Los enfoques de la educación ambiental: un análisis de los libros didácticos a partir de la problemática de los residuos sólidos urbanos

Resumen

Este artículo buscó entender los diferentes enfoques de la educación ambiental presentes en los libros didácticos a partir de la problemática de los residuos sólidos urbanos. Se adoptó una estrategia metodológica cualitativa, utilizando la técnica de levantamiento y análisis documental. Se apoyó en la siguiente pregunta: ¿qué orientación de educación ambiental está presente en los libros didácticos de Ciencias de la enseñanza fundamental para abordar la problemática de los residuos sólidos urbanos? Los resultados apuntaron que en los libros didácticos investigados hubo predominio de enfoques pragmáticos. Se enfatiza el carácter antropocéntrico de la relación sociedad y medio ambiente, sin una reflexión crítica del origen de los problemas socioambientales y sus posibles alternativas de resolución. Se reduce la problemática de la producción, consumo y descarte de residuos a prácticas de separación para colecta selectiva, pero no en cuanto a la crítica sobre lo que se produce y consume, porque, como y a que costos socioambientales.

Palabras clave: educación ambiental, residuos sólidos, libros didácticos.

The approaches of environmental education: an analysis of textbooks from the problem of urban solid waste

Abstract

This article sought to understand the different approaches of environmental education present in textbooks based on the problem of solid urban waste. A qualitative methodological strategy was adopted, using the technique of documentary collection and analysis. It was based on the following research question: what orientation of environmental education is present in elementary and middle school Science textbooks to address the problem of solid urban waste? The results showed that in the textbooks investigated, there was a predominance of pragmatic approaches. The anthropocentric character of the relationship between society and the environment is emphasized, without a critical reflection on the origin of socio-environmental problems and their possible alternative solutions. The problem of production, consumption and waste disposal is reduced for selective collection, but not to criticism about what is produced and consumed, because, how and to what socio-environmental costs.

Keywords: environmental education, solid waste, textbook.

Introdução

A sustentabilidade é um conceito com diferentes concepções, sendo disputado por distintos grupos de interesse (LIMA, 2003). Nos espaços escolares não é diferente. Neste sentido, o discurso da sustentabilidade em escolas de ensino básico tem aparecido com frequência no contexto da educação ambiental – a qual, segundo Layrargues; Lima (2014), também é um conceito polissêmico. A educação ambiental nasce como uma formação para o “saber ambiental”, sedimentada na ética e na conduta de relações sociais e econômicas (Sorrentino et al., 2005).

No espaço escolar, espera-se que a educação ambiental seja um tema transversal às diversas disciplinas e promova a formação de atitudes e valores voltados à intervenção no cotidiano. No entanto, para Carvalho (2004) tem-se denominado “educação ambiental” práticas muito distintas do ponto de vista de sua orientação político-pedagógica. A partir desta constatação, diversos autores têm proposto formas de classificar e agrupar essas diferentes correntes pedagógicas e filosóficas da Educação Ambiental (SORRENTINO, 1995; TOZZONI-REIS, 2004; SAUVÉ, 2005; LAYRARGUES; LIMA, 2014).

A Lei 9.795/99, que instituiu a PNEA - Política Nacional de Educação Ambiental, coloca como um dos objetivos fundamentais da educação ambiental “o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social” (BRASIL, 1999). Já o Decreto 7.083/10, que dispõe sobre o Programa Mais Educação, estabelece como um dos princípios da educação integral:

[...] o incentivo à criação de espaços educadores sustentáveis com a readequação dos prédios escolares, incluindo a acessibilidade, e à gestão, à formação de professores e à inserção das temáticas de sustentabilidade ambiental nos currículos e no desenvolvimento de materiais didáticos

(BRASIL, 2010, grifo nosso).

Caberia investigar, no entanto, se esta consciência crítica se faz presente nas escolas, em seus currículos e livros didáticos - objetos de estudos recorrentes em pesquisas nas universidades brasileiras, como aponta Pavão (2006). Nos últimos anos, o livro didático tem recebido entre os pesquisadores brasileiros atenção crescente. As pesquisas em torno da temática têm versado sobre os seus mais variados aspectos tais como o pedagógico, o político, o econômico e o cultural (Freitas; Rodrigues, 2008). Centros, núcleos, seminários e projetos de pesquisa nos programas de pós-graduação das diferentes áreas (Educação, Letras, História, Matemática etc.) sobre livro didático foram sendo constituídos. Desta maneira o número de publicações também teve resultados crescentes, entre 2001 e 2011 localizou-se aproximadamente 800 trabalhos sobre livros didáticos (Munakata, 2012).

Muito embora o livro didático “não seja o único material de que professores e alunos vão valer-se no processo de ensino e aprendizagem, ele pode ser decisivo para a qualidade do aprendizado resultante das atividades escolares”. Muitas vezes é o livro didático que “acaba determinando conteúdos e condicionando estratégias de ensino, marcando, pois, de forma decisiva, o que se ensina e como se ensina o que se ensina” (Lajolo, 1996, pág.4). A preocupação em pesquisá-lo leva em conta o fato de que o material didático tem uma importância grande na formação do aluno pelo mero fato de ser, muitas vezes, o único livro com o qual a criança entrará em contato (FREITAS; RODRIGUES, 2008).

Frente a este contexto, o presente artigo buscou entender as diferentes concepções da educação ambiental nos livros didáticos de Ciências do ensino fundamental a partir de suas abordagens sobre a problemática dos resíduos sólidos urbanos. Para cumprimento do objetivo proposto foi adotada estratégia metodológica qualitativa, utilizando-se a técnica de levantamento e análise documental. Apoiou-se na seguinte pergunta de pesquisa: que orientação político-pedagógica de educação ambiental está presente nos livros didáticos de Ciências do ensino fundamental para abordar a problemática dos resíduos sólidos urbanos?

Para responder aos objetivos e à pergunta de pesquisa, partiu-se de uma breve revisão teórica que apresenta as principais orientações político-pedagógicas da educação ambiental. Em seguida, na etapa empírica, foram analisados cinco livros didáticos utilizados atualmente na rede pública do município de São Paulo particularmente no que se refere à questão dos resíduos sólidos. Por fim, os resultados obtidos foram comparados para verificar sua aderência às concepções de Educação Ambiental. Na parte final, a conclusão do artigo apresenta as limitações deste estudo, tece alguns apontamentos críticos em relação aos achados, e apresenta sugestões de encaminhamentos futuros.

Orientações Político-Pedagógica em Educação Ambiental

A educação ambiental está longe de ser um conceito único e inequívoco; ao contrário: diversos autores têm sustentado a importância de reconhecer dentro dela um amplo espectro de teorias, métodos, práticas e finalidades (SAUVÉ, 2005; LAYRARGUES; LIMA, 2014). A Educação Ambiental



[...] não tem sua identidade epistemológica definida; sua constituição e a constituição do próprio campo ambiental são recentes. Desta forma, questionamentos como qual epistemologia deve fundamentá-la têm sido motivo de muitas indagações e buscas”.

(Augusto; Lambertucci; Santana, 2006, pág. 118)

Dentre as várias iniciativas para agrupar e classificar as orientações político-pedagógica, teóricas e epistemológicas em Educação Ambiental, Layrargues; Lima (2014) propõe uma sistemática compreensiva que se divide em três grandes grupos: a abordagem conservacionista, a pragmática e a crítica. Segundo estes autores, a abordagem conservacionista apresenta o meio ambiente ordenado biologicamente com ecossistemas harmônicos, no qual o ser humano é uma presença perturbadora. As expectativas dispensadas na mudança de comportamento das pessoas, fazendo a crítica ao antropocentrismo, é uma prática histórica iniciada pelo movimento ambientalista, mas insuficientes, pois não pleiteiam transformações econômicas e políticas vigentes.

Na abordagem pragmática a educação ambiental enquadra-se numa concepção hegemônica, para qual o consumo sustentável, a gestão dos recursos naturais e as tecnologias limpas são soluções para que as nações continuem a se desenvolverem economicamente (LAYRARGUES; LIMA, 2014). Esta abordagem considera os problemas ambientais como foco, enquanto o objetivo é a resolução pontual de determinados problemas ambientais (LAYRARGUES, 1999).

Por fim, a abordagem crítica, é a orientação politico-pedagógica da educação ambiental que agrega à discussão o caráter político e ético da crise ambiental. Para Carvalho (2011), ela visa sobretudo

[…] formar uma atitude ecológica de sensibilidades estéticas, éticas e políticas sensíveis à identificação dos problemas e conflitos que afetam o ambiente em que vivemos […]. Atuar no cotidiano escolar e não escolar, provocando novas questões, situações de aprendizagem e desafios para a participação na resolução de problemas, buscando articular escola com os ambientes locais e regionais onde estão inseridas

(CARVALHO, 2011, pág. 68).

A educação ambiental crítica não nega a essencialidade da transformação da sociedade para a conservação da diversidade natural, e que soluções técnicas para a crise sejam necessárias; porém, enfatiza que as relações de poder e os conflitos socioeconômicos estão associados à degradação ambiental e comprometem tanto a resiliência ambiental quanto a gestão democrática e intergeracional (QUINTAS, 2004; SATO, 2005; LAYRARGUES; LIMA, 2014). No que se refere à questão dos resíduos sólidos, a abordagem crítica, possibilita o questionamento do consumo e da obsolescência em detrimento da reciclagem (LEONARDI, 1997).

O Quadro 1 resume alguns dos principais elementos que caracterizam estas três abordagens político-pedagógicas, teóricas e filosóficas da Educação Ambiental.

Livro didático como instrumento do processo de ensino-aprendizagem

Dentre a variedade de livros existentes, todos podem ter — e efetivamente têm — papel importante na escola. Livros didáticos (e não-didáticos) são centrais na produção, circulação e apropriação de conhecimentos, sobretudo dos conhecimentos por cuja difusão a escola é responsável. “Como sugere o adjetivo didático, que qualifica e define um certo tipo de obra, o livro didático é instrumento específico e importantíssimo de ensino e de aprendizagem formal” (LAJOLO, 1996, pág. 4).

De fato, o livro didático é um dos materiais escolaresi mais utilizados e, em muitos casos, o único utilizado em sala de aula no ensino fundamental; quando infelizmente, não há o contato dos alunos com materiais e informações científicas de outras fontes (CASSAB; Martins, 2008; FREITAS; RODRIGUES, 2008). O livro didático é um manual impresso a fim de ser utilizado no processo de ensino e aprendizagem, e por meio do qual estão conectados os autores, editores, trabalhadores, e também professores e alunos (OLIVEIRA, 2006). “Didático, então, é o livro que vai ser utilizado em aulas e cursos, que provavelmente foi escrito, editado, vendido e comprado, tendo em vista essa utilização escolar e sistemática” (LAJOLO, 1996, pág. 4).

Do ponto de vista logístico, a Secretaria de Educação Básica - SEB, do Ministério da Educação, realiza a avaliação dos livros didáticos. A SEB determina as instituições e os especialistas para avaliar as obras, por meio de uma análise criteriosa dos aspectos didático-pedagógicos e metodológicos das obras. O sistema de avaliação do livro didático exige que os livros, para serem aprovados, estejam ajustados aos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997). As editoras brasileiras podem inscrever suas obras, obedecendo ao edital federal e à avaliação do MEC – Ministério da Educação (BRASIL, 2016). Os livros didáticos e seus respectivos conteúdos devem estar adequados aos objetivos dos PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais.

Os especialistas escrevem resenhas sobre os livros escolhidos, que passam a compor o guia de livros didáticos (BRASIL, 2017). Em 2017 cerca de 117 mil unidades de ensino escolheram, entre as obras selecionadas previamente pelo Ministério da Educação (MEC), aquelas que melhor atenderiam suas demandas de ensino e aprendizagem. Esse ritual acontece todo ano e faz parte do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)ii. O valor total investido pelo MEC no PNLD 2017 em livros impressos foi R$ 1,23 milhãoiii.

A cada edição, uma etapa de ensino recebe uma nova coleção, que deve ser utilizada pelas instituições pelos próximos três anos, quando mais uma escolha de obras é feita pelas escolas. Mais de 152 milhões de novos exemplares de livros didáticos circularam no ano de 2017 pelas escolas públicas do país (SEMIS, 2017). O Município de São Paulo oferece o livro didático as escolas como suporte para o ensino e aprendizagem. A cidade é atendida pelo PNLD, que envia os livros escolhidos pelos professores às unidades escolares.

Há que se ter em conta que o livro didático reflete os valores morais e culturais da sociedade como um todo e das escolas em especifico segundo seu contexto histórico. Para Althusser (1985), a escola e outras instituições do Estado ensinam aquilo que lhe cabe ensinar, porém, condicionadas à ideologia dominante. Dessa forma, a escola, por meio dos livros didáticos, pode ser uma instituição reprodutora de ideologias.

Na literatura científica específica existe um debate com relação aos aspectos éticos e pedagógicos do livro didático. Uma das críticas importantes é a sua supervalorização na cultura escolar – segundo Silva (2012), como resultado de uma complexa trajetória histórica determinada por aspectos econômicos, políticos e ideológicos, uma vez que a aquisição em massa de livros pelo governo deu origem a um grande negócio para o oligopolizado mercado editorial brasileiroiv.

Outra crítica relevante é que os livros de Ciências em particular não conseguem acompanhar novos princípios educacionais difundidos pelos estudos e pesquisas acadêmicas e pelos currículos oficiais. Por exemplo Megid Neto; Fracalanza (2003, pág. 154), apontaram um atraso em torno de 40 anos para que alteração nos princípios educacionais fossem incorporados pelas obras: “ [...] as atuais [2003] coleções disponíveis no mercado ainda mantêm uma estrutura programática e teórico-metodológica mais próxima das orientações curriculares veiculadas nos anos [19]60 e [19]70”.

Neste sentido, Silva (2012) utiliza a expressão “fetichização do livro didático”. Para o autor este fetichismo é fruto, por um lado, da precariedade das condições de formação e atuação dos professores brasileiros, e por outro, da exacerbada preocupação com a qualidade gráfica dos livros em detrimento de sua função, e da do professor, na formação crítica para a cidadania.

Estratégia Metodológica

O objetivo desta pesquisa foi entender a que orientações político-pedagógica, filosóficas e epistemológicas da educação ambiental filiam-se os livros didáticos de Ciências do ensino fundamental a partir de suas abordagens sobre a problemática dos resíduos sólidos urbanos. Para cumprimento do objetivo proposto foi adotada estratégia metodológica qualitativa, utilizando-se a técnica de levantamento e análise documental (Calado; Ferreira, 2004-2015). A pesquisa qualitativa, segundo Higgs; Cherry (2009), refere-se a avaliações e interpretações críticas e qualitativas, ou seja, não matemáticas. A coleta de dados foi realizada em cinco livros didáticos adotados por duas unidades escolares, da zona oeste do Município de São Paulo. O Quadro 2 apresenta os livros didáticos analisados, a série escolar a que se destina, e as unidades e capítulos que abordavam o tema dos resíduos sólidos urbanos.

Com relação aos procedimentos, após a seleção dos livros foi feita a leitura das cinquenta e três páginas relacionadas à temática dos resíduos sólidos para permitir uma compreensão geral de suas abordagens. O Quadro 3 apresenta um resumo descritivo sobre como o livro trata a questão dos resíduos sólidos.

Em uma segunda leitura foram então atribuídos, linha a linha, códigos de entendimento acerca do discurso expresso na frase. Em seguida, os códigos foram agrupados segundo as abordagens previamente identificadas na revisão bibliográfica: (i) abordagem conservacionista; (ii) abordagem pragmática; e (iii) abordagem crítica. Alguns excertos dos livros foram distribuídos no Quadro 4, na qual na primeira coluna qualifica as abordagens entre conservacionista, pragmática e crítica, e nas demais colunas são apresentados alguns excertos dos livros.



















Apresentação e discussão dos resultados

A análise dos livros didáticos selecionados permitiu identificar as situações em que as abordagens conservacionista, pragmática e crítica, conforme definidas por Layrargues; Lima (2014), fizeram-se presentes. O Quadro 5 apresenta uma relação do número de vezes em que cada abordagem foi identificada nos livros didáticos analisados.

Nos livros estudados, os resíduos são apresentados pelo viés conservacionista quando apresentam uma ação nefasta da sociedade no ambiente sem agregar à discussão questões políticas e sociais, conforme aponta Carvalho (2011). Se a preocupação dos livros didáticos é apresentar a pressão das pessoas sobre o meio, gerando impactos negativos, é mister esclarecer os papeis cumpridos pelos diferentes agentes sociais, quais sejam sociedade civil, governo e organizações privadas. Além disso, não associar aspectos culturais, socioambientais, econômicos e políticos à problemática dos resíduos sólidos urbanos, apresentando somente os danos, não colabora com o aclaramento sobre as causas e o enfrentamento da crise ambiental.

A educação ambiental nas escolas pode ser um dos meios para revelar os elos de ligação entre sociedade e natureza, buscando a superação do antropocentrismo e da ideologia da dominação da natureza pelos seres humanos. Ao valorizar atitudes de preservação e conservação dos ambientes e sua diversidade ecológica sem correlacioná-las ao estilo de vida da sociedade atual, a abordagem prevalecente é a do conservacionismo ambiental.

Quanto ao descarte de resíduos em locais não apropriados, poluindo o solo e a água, vale lembrar que a degradação ambiental ocorre em grande parte devido ao estilo de vida atual, condicionados às mazelas sociais, políticas e econômicas. Neste sentido, os livros não discutem diretamente a questão do acesso à moradia, aos serviços de saneamento básico e do serviço de coleta de resíduos porta a porta, todas elas fundamentais para o entendimento do descarte irregular de resíduos pelas pessoas.

Nos livros analisados, a face pragmática da educação ambiental se apresenta ao exibir a mudança de comportamento individual, a coleta seletiva, a reciclagem, o consumo consciente, consumo verde, e os 3Rs e 5Rs como resposta à problemática do resíduo. Os livros não discutem o enfrentamento da produção e consumo excessivos e da exclusão social ao apostarem na mudança de comportamento e a responsabilidade individual pela mudança. Ao contrário: valorizam a coleta seletiva e a reciclagem dos resíduos. Estas duas ações tomadas isoladamente não resolverão o problema ocasionado pelo excesso de resíduos. Os resíduos recicláveis com o passar do tempo perderão suas propriedades físicas até se tornarem inservíveis, além de também consumirem água, energia e matérias-primas em todas as etapas de seu ciclo de produção e pós-consumo.

Por meio do consumo consciente, o discurso pragmático minimiza o impacto do consumo exagerado de bens desde que seja um “consumo responsável” e que as embalagens sejam enviadas para a reciclagem. Dessa forma, os 3Rs – “reduzir, reutilizar e reciclar” são de forma costumeira utilizados pelos livros, como um adestramento dos comportamentos, sem questionar os modelos de desenvolvimento, produção e consumo e estilos de vida para a compreensão da gênese da crise ambiental, como destaca Lima (2009), mas que não foi pontuado em nenhum dos livros analisados. No mesmo caminho, nenhum dos livros menciona a descartabilidade antecipada tampouco a obsolescência (LAYRARGUES, 2002), duas das causas da geração de resíduos.

Em um dos livros didáticos valoriza-se o trabalho do catador de materiais recicláveis, mas o valor atribuído a este profissional está relacionado à contribuição que ele dá para a indústria da reciclagem: “Por isso, o trabalho do coletor torna-se muito importante e necessário ao passo que proporciona o reaproveitamento de materiais, separando-os e os disponibilizando para a indústria de reciclagem” (CARVALHO; ALVES; CAETANO, 2011, pág. 245). Ou seja, o livro didático opta por não problematizar acerca da manutenção dos espaços públicos, da geração de renda, bem como sobre a inserção desta categoria de trabalhadores na cadeia do consumo de produtos essenciais e nos debates sobre a dignidade humana.

Já o consumo verde, abordado no livro didático de Júlio (2014) explica que as árvores destinadas a produção de papel são derrubadas, mas tem outra semente sendo plantada no lugar, seguindo cuidados rigorosos com o meio ambiente e a preservação da mata nativa (pág. 110). Isto revela uma concepção de autorregulação, sinalizando que a atividade produtiva não precisa ser regulada pelo Estado para controlar a crise ambiental (LAYRARGUES, 2002).

Ambas tendências, conservacionista e pragmática, ao discutirem os resíduos sólidos urbanos, não enfatizam as origens dos problemas ambientais de causa antropogênica: apenas declaram suas consequências e as soluções tecnológicas para resolvê-las, como apontam Quintas (2004) e Loureiro (2014).

Os livros de Ciências estudados não abordam a questão da produção e do consumo, da obsolescência e da descartabilidade antecipada. Dessa forma, atribuem a responsabilidade da problemática às pessoas, depreendendo-se que as mudanças necessárias decorrem do comportamento e das escolhas individuais. Não tratam o tema dos resíduos como uma ação coletiva na busca da cidadania, exceto no livro de Carnevalle (2014, pág. 135), ao valorizar o trabalho dos catadores de materiais recicláveis, recuperando os materiais que podem ser transformados, evitando o esgotamento dos aterros sanitários e gerando renda para esta categoria profissional. O reconhecimento do trabalho do catador de materiais recicláveis, foi analisado como um exercício da cidadania, pois além de colaborar com a limpeza da cidade, o trabalho promove seu acesso a determinados bens e serviços.

Outra evidência crítica foi encontrada no livro de Barros e Paulino (2013, pág. 236), ao relacionar os danos provocados pela reciclagem, como “banhos com ácidos, que podem poluir o ambiente”, priorizando a não geração e a reutilização dos resíduos em detrimento da reciclagem. Porém, na página seguinte o mesmo livro aponta a reciclagem do alumínio como benéfica, porque poupa os minérios dos quais são extraídos, economiza energia elétrica destinada à produção dos metais, reduz a quantidade de lixo e preserva o ambiente da devastação causada pela extração de minérios. Isto não necessariamente ocorre na prática, como demonstrou Layrargues (2002), assumindo, portanto, caráter ideológico.

No livro de Carvalho; Alves; Caetano (2011, pág. 242) há um fragmento que retrata sobre o trabalho infantil nos lixões: “Testemunhas da desigualdade que condena à exclusão” fala sobre a desigualdade socioeconômica, do subemprego que reflete no consumo caindo no círculo vicioso do subemprego e do trabalho precarizado. O livro desvela uma realidade brasileira de injustiça ambiental, chamando o poder público à responsabilidade. No entanto, poderia ter aprofundado mais o assunto, de forma a apontar o sistema econômico vigente, e uma de suas consequências, que é a exclusão socioeconômica.

Considerações finais

O debate a respeito da sustentabilidade tem trazido a público nas últimas décadas contribuições que evocam diversas reflexões a respeito do atual padrão de produção e consumo da sociedade e, por consequência, da geração excessiva de resíduos sólidos urbanos (GONÇALVES DIAS, 2015). Neste contexto, este artigo buscou investigar as diferentes correntes teóricas da educação ambiental nos livros didáticos de Ciências a partir da abordagem do tema resíduos sólidos urbanos. A principal limitação deste estudo reside no tamanho da amostra de livros selecionados para a análise: foram cinco livros adotados pela rede pública municipal de São Paulo. Em estudos posteriores pode ser recomendável a amostragem de um número maior de exemplares, e em outras localidades geográficas.

Assim, considerando-se estas limitações, foi possível constatar que na amostra de livros investigada houve predomínio de abordagens pragmáticas, no sentido descrito por Layrargues; Lima (2014). Nesta perspectiva é enfatizado o caráter antropocêntrico da relação sociedade e meio ambiente, sem uma reflexão crítica da origem dos problemas socioambientais e suas possíveis alternativas de resolução. Desta forma, reduz-se a problemática da produção, consumo e geração de resíduos a práticas de orientação quanto à separação para coleta seletiva, com vistas à sua reinserção nos processos produtivos, mas não quanto à crítica sobre o que se produz e consome, porque, como e a que custos socioambientais. A abordagem crítica das questões relacionadas aos resíduos sólidos urbanos foi encontrada de forma discreta, quase ausente.

Finalmente, os resultados ressaltam que a qualidade dos conteúdos, metodologia de ensino e estética do livro didático, precisa ser levada em conta nos processos de escolha e adoção do mesmo, bem como, posteriormente, no estabelecimento de sua leitura e uso. Neste caso Lajolo (1996, pág. 6) já recomendava: [...] “se através do livro didático o aluno vai aprender, é preciso que os significados com que o livro lida sejam adequados ao tipo de aprendizagem com que a escola se compromete”. Porém, os resultados aqui apresentados denotam que há diversas fragilidades tanto no processo de escolha e seleção dos livros didáticos, como na formação do educador, e ainda no exercício de sua prática docente. Nesse sentido, o debate crítico fica a cargo dos professores ao associarem à temática a complexidade ambiental, econômica, social e cultural dos resíduos. Ao lidar com a problemática dos resíduos sólidos urbanos no espaço escolar corre-se o risco de reprodução do pensamento hegemônico, caindo-se na "armadilha paradigmática" (GUIMARÃES, 2006). Desse modo, aponta para falsas soluções por meio do consumo consciente, da coleta seletiva e reciclagem, evitando o enfrentamento da discussão sobre o porquê do modelo de produção ser como é, sobre o hiperconsumo, a obsolescência programada e a questão da excessiva geração de resíduos.

Referências

ALTHUSSER, Louis. Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado. 2ª edição. Rio de Janeiro (RJ): Graal, 1985. 120 p.

AUGUSTO, André Vinícius; LAMBERTUCCI, Heide; SANTANA, Luiz Carlos. Busca da identidade epistemológica da educação ambiental: a contribuição do pensamento complexo de Edgar Morin. REMEA - Revista Eletrônica Mestrado Educação Ambiental, v. 16, set. 2006. Disponível em: <https://www.seer.furg.br/remea/article/view/2788 >. Acesso em: 02 nov. 2017.

BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson Roberto. O meio ambiente: Ciências. 6º ano. 5ª edição. São Paulo (SP): Ática. 2013. 264 p.

BIGAISKI, Denise; SOURIENT, Lilian. Akpalô. 3º ano. 2ª edição. São Paulo (SP): Editora do Brasil. 2014. 176 p.

BRASIL. Decreto nº 7.083 de 27 de janeiro de 2010. Dispõe sobre o Programa Mais Educação. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7083.htm>. Acesso em 30 out. 2017.

BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Apresentação sobre o livro didático. 2016. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/programas/livrodidatico/livro-didatico-apresentacao>. Acesso em: 8 nov. 2015.

BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.htm>. Acesso em 30 out. 2017.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacional. Brasília (DF): Ministério da Educação, 1997. <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>. Acesso em: 03 dez. 2014.

BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Guia de livros didáticos PNLD 2017 - Anos Finais do Ensino Fundamental. 2017. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/programas/programas-do-livro/livro-didatico/guia-do-livro-didatico/item/8813-guia-pnld-2017> Acesso em: 10/05/2017.

CALADO, Sílvia dos Santos; FERREIRA, Sílvia Cristina dos Reis. Análise de Documentos: método de Recolha e Análise de Dados. Metodologia de Investigação I. Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. 2004-2005. Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/mi1/analisedocumentos.pdf>. Acesso em: 30 out. 2017.

CARNEVALLE, Maíra Rosa. Ligados.com. 3º ano. 1ª edição. São Paulo: Saraiva. 2014. 146 p.

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental crítica: nomes e endereçamentos da educação ambiental. In: LAYRARGUES, Philippe Pomier (Org.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília (DF): Edições MMA, p. 13-24, 2004. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/livro_ieab.pdf>. Acesso em: 30 set. 2014.

_______. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2011. 256 p.

CARVALHO, Washington Carvalho; ALVES, João; CAETANO, Laércio. Ciências para nosso tempo. 1ª edição. Curitiba (PR): Editora Positivo. 2011. 256 p.

Cassab, Mariana, Martins, Isabel. Significações de professores de ciências a respeito do livro didático. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 10, n.1 2008, 10. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-21172008000100113>. Acesso em: 4 nov. 2017.

FREITAS, Neli Klix; RODRIGUES, Melissa Haag. O livro didático ao longo do tempo: a forma do conteúdo. Revista da Pesquisa, UDESC, v. 3. n. 1, 2008. Disponível em: <http://ceres.udesc.br/arquivos/portal_antigo/Seminario18/18SIC/PDF/074_Neli_Klix_Freitas.pdf>. Acesso em: 04 nov. 2017.

GONÇALVES DIAS, Sylmara Lopes Francelino. Consumo e resíduos: duas faces da mesma moeda. GVExecutivo, São Paulo (SP), v. 14, n. 1, jan-jun 2015. Disponível em: <http://rae.fgv.br/gv-executivo/vol14-num1-2015/consumo-residuos-duas-faces-mesma-moeda>. Acesso em: 1 jul. 2016.

GUIMARÃES, Mauro. Armadilha paradigmática na educação ambiental. In: LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo; LAYRAGUES, Philippe Pomier; CASTRO, Ronaldo Souza de. Pensamento complexo, dialética e educação ambiental. São Paulo: Cortez, 2006. p. 15-29.

HIGGS, Joy; CHERRY, Nita. Doing qualitative research on practice. In: HIGGS, Joy; HORSFALL, Debbie; GRACE, Sandra (Eds.). Writing Qualitative Research on Practice. Rotterdam (NE): Sense Publishers, 2009. p. 3-12. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/255173211_Writing_qualitative_research_in_practice>. Acesso em: 30 out. 2017.

JÚLIO, Silvana Rossi. Ligados.com. 5º ano. 1ª edição. São Paulo (SP): Saraiva, 2014. 176 p.

LAJOLO, Marisa. Livro didático: um (quase) manual de usuário. Em Aberto, Brasília, v. 16, n. 69, p. 2-9, jan./mar. 1996. Disponível em: <http://emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/view/2061>. Acesso em: 04 abr. 2016.

LAYRARGUES, Philippe Pomier. A resolução de problemas ambientais locais deve ser um tema gerador ou a atividade-fim da educação ambiental? In: REIGOTA, Marcos. Verde cotidiano: o meio ambiente em discussão. Rio de Janeiro (RJ): DP&A Editora, 1999. p. 131-148.

_______. O cinismo da reciclagem: o significado ideológico da reciclagem da lata de alumínio e suas implicações para a educação ambiental. In: LOUREIRO, Carlos Frederico B.; LAYRARGUES, Philippe Pomier; CASTRO; Ronaldo Souza (Orgs.). Educação ambiental: repensando o espaço da cidadania. São Paulo (SP): Cortez, 2002. p. 179-219. Disponível em: <http://www.amda.org.br/imgs/up/Artigo_06.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2014.

LAYRARGUES, Philippe Pomier; LIMA, Gustavo Ferreira da Costa. As macrotendências político-pedagógicas da educação ambiental brasileira. Ambiente & Sociedade, São Paulo (SP), v. 17, n. 1, p. 23-40, jan/mar 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-753X2014000100003> Acesso em: 15 abr. 2015.

LEONARDI, Maria Lúcia Azevedo. A educação ambiental como um dos instrumentos de superação da insustentabilidade da sociedade atual. In: CAVALCANTI, Clóvis. Meio ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas. São Paulo (SP): Editora Cortez, 1997. p. 391-408.

LIMA, Gustavo Ferreira da Costa. O discurso da sustentabilidade e suas implicações para a educação. Ambiente & Sociedade, São Paulo (SP), vol. 6, n. 2, p. 99-119, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-753X2003000300007>. Acesso em: 03 dez. 2015.

LOUREIRO, Carlos Frederico B. Materialismo histórico-dialético e a pesquisa em educação ambiental. Pesquisa em Educação Ambiental, São Paulo (SP), v. 9, p. 53-68, 2014. <https://www.revistas.usp.br/pea/article/view/128672/125425>. Acesso em: 15 abr. 2016.

MEGID NETO, Jorge.; FRACALANZA, Hilário. O livro didático de ciências: problemas e soluções. Ciência & Educação, Bauru (SP), v. 9, n. 2, p. 147-157, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-73132003000200001&script=sci_abstract&tlng=pt> Acesso em: 30 out. 2017.

Munakata, Kazumi. O livro didático: alguns temas de pesquisa. Revista Brasileira de História da Educação. Campinas-SP, v. 12, n. 3 (30), p. 179-197, set./dez. 2012. Disponível em: <http://www.rbhe.sbhe.org.br/index.php/rbhe/article/view/455>. Acesso em: 04 nov. 2017.

OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Livros didáticos de História: pesquisa, ensino e novas utilizações deste objeto cultural. In: O livro didático em questão. Salto para o Futuro. 2006. Disponível em: <https://cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/publicationsSeries/1426100829786.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2016.

PAVÃO, Antonio Carlos. Proposta Pedagógica: O livro didático em questão. Salto para o Futuro: 2006. Disponível em: <https://cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/publicationsSeries/1426100829786.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2016.

QUINTAS, José Silva. Educação no processo de gestão ambiental: uma proposta de educação ambiental transformadora e emancipatória. In: LAYRARGUES, Philippe Pomier. Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília (DF): Ministério do Meio Ambiente, 2004, p. 113-140. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/livro_ieab.pdf>. Acesso em: 14 set. 2014.

SATO, Michèle. Identidades da Educação Ambiental como rebeldia contra a hegemonia do desenvolvimento sustentável. In: XII Jornadas da Associação Portuguesa de Educação Ambiental: Educação Ambiental nas Políticas do Desenvolvimento Sustentável. Lisboa (PO): Anais. Associação Portuguesa de Educação Ambiental, 2005. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/deds/arqs/michsato_aspea.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2016.

SAUVÉ, Lucie. Uma cartografia das correntes em educação ambiental. In: SATO, Michèle; CARVALHO, Isabel Cristina Moura de. (Orgs.). Educação Ambiental: pesquisa e desafios. Porto Alegre (RS): ARTMED, p. 17-45. 2005. Disponível em: <http://web.unifoa.edu.br/portal_ensino/mestrado/mecsma/arquivos/sauve-l.pdf> Acesso em 30 out. 2017.

SEMIS. Laís. Entenda o PNLD e saiba quais são os livros didáticos mais distribuídos em 2017. São Paulo (SP), Nova Escola, mar. 2017. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/4864/entenda-o-pnld-e-saiba-quais-sao-os-livros-didaticos-mais-distribuidos-em-2017>. Acesso em: 04 nov. 2017.

SILVA, Marco Antônio Silva. A Fetichização do Livro Didático no Brasil. Educação & Realidade, Porto Alegre (RS), v. 37, n. 3, p. 803-821, 2012. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/20373>. Acesso em: 30 out. 2017.

SORRENTINO, Marcos. Educação ambiental e universidade: um estudo de caso. 1995. 262 f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995.

SORRENTINO, Marcos et al. Educação ambiental como política pública. Educação e Pesquisa, São Paulo (SP), vol. 31, n. 2, p. 285-299, mai/ago 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n2/a10v31n2.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2015.

TOZONI-REIS, Marilia Freitas de Campos. Educação ambiental: natureza, razão e história. Campinas: Autores Associados. 2004.

iMaterial escolar pode ser definido como o conjunto de objetos envolvidos nas atividades-fim da escola. Tudo aquilo que ajuda a aprendizagem que cumpre à escola patrocinar —computadores, livros, cadernos, vídeo, canetas, mapas, lápis de cor, televisão, giz e lousa, entre outras coisas — é material escolar (LAJOLO, 1996).

ii O PNLD tem como foco o ensino fundamental público, incluindo as classes de alfabetização infantil, e assegura a gratuidade dos livros. De acordo com o programa cada aluno tem direito a um exemplar das disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia, que serão estudadas durante o ano letivo. Aos estudantes do primeiro ano é destinada também uma cartilha de alfabetização (FREITAS; RODRIGUES, 2008).

iii Esses valores não incluem os materiais digitais acessíveis do software MecDaisy, que permite a leitura e a audição de livros para pessoas com deficiência visual (SEMIS, 2017).

ivEm 2017 as editoras que tiveram a maior participação no PNDL do MEC foram FTD, Ática, Saraiva, Moderna e SM (SEMIS, 2017).

Ilustrações: Silvana Santos