Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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26/01/2018 (Nº 62) PERCEPÇÃO AMBIENTAL EM AÇÕES COM VISTAS À RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES EM COMUNIDADES RURAIS
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PERCEPÇÃO AMBIENTAL EM AÇÕES COM VISTAS À RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES EM COMUNIDADES RURAIS

Edilma Nunes de Jesus1, Adauto Souza Ribeiro2, Genésio Tâmara Ribeiro3

Roseli Pereira Nunes Bastos4

1Doutoranda: Programa de Pós Graduação Desenvolvimento e Meio Ambiente- PRODEMA, Universidade Federal de Sergipe- UFS (edilmanunes@hotmail.com);

2Docente: Programa de Pós Graduação Desenvolvimento e Meio Ambiente- Prodema, Universidade Federal de Sergipe- UFS (adautoead@gmail.com);

3Docente: Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Sergipe- UFS (gribeiro@ufs.br);

4Tutora: Especialização em Educação Ambiental e Espaços Sustentáveis- Universidade Federal de Sergipe- UFS; Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente Prodema-UFS (roseli.tutoria.ufs@gmail.com).

Resumo

Uma das externalidades negativas na degradação da vegetação nativa é a perda das funções e dos processos nos ecossistemas, o que afeta diretamente o bem-estar das populações rurais. Assim, medidas de recuperação de matas ciliares devem ser implantadas de forma a reverter este cenário, conforme é previsto no novo código florestal 2012. No entanto, devido à complexidade que envolve as ações de recuperação ecossistêmica, o método de plantio direto de espécies assegura somente a restauração a curto e médio tempo, porém de forma questionável. Os processos em longo prazo, no entanto, sugerem o envolvimento e a participação social neste tipo de iniciativa, principalmente pelo fato da ação humana se constituir em um fator de extrema importância. Neste sentido, o presente estudo teve o objetivo de avaliar a percepção socioambiental de estudantes da comunidade São José de Avena (Itanagra-BA), no tocante às ações de recuperação de matas ciliares, testando-se a hipótese da recuperação de áreas degradadas pela comunidade do entorno posteriormente. De forma específica buscou-se sensibilizar o público-alvo do projeto sobre a importância de ações locais de recuperação de matas ciliares. Isto posto, foram aplicadas técnicas de análise de cunho quali-quantitativo, por meio de oficinas temáticas aplicadas a um público selecionado. Portanto, dentre os aspectos identificados, destacam-se: os problemas socioambientais, medidas conservacionistas, usos e valores dos fragmentos florestais na região, e ainda o interesse em participar de atividades relacionadas à recuperação de áreas degradadas. E, o cenário elucidado aponta que para que as ações nessa perspectiva tenham sustentabilidade a longo prazo, deverão ser instituídas na área de estudo e região, práticas de recuperação de matas ciliares que resgatem não somente a degradação do meio, como também saberes e sentidos transformadores, enfatizando a participação e envolvimento da comunidade local.

Palavras-chave: Sustentabilidade; Mobilização Social; Áreas de Alto Valor de Conservação (AVC).

Abstract

One of the negative externalities in the degradation of native vegetation is the loss of functions and processes in ecosystems, which directly affects the well-being of rural populations. Thus, measures to recover riparian forests must be implemented in order to reverse this scenario, as foreseen in the new forest code 2012. However, due to the complexity involved in the actions of ecosystem recovery, the no-tillage method ensures only the restoration in the short and medium time, but in a questionable way. The long-term processes, however, suggest the involvement and social participation in this type of initiative, mainly because human action is an extremely important factor. In this sense, the present study had the objective of evaluating the socioenvironmental perception of students from the community of São José de Avena (Itanagra-BA), regarding the recovery actions of riparian forests, testing the hypothesis of the recovery of areas degraded by the community later. Specifically, the project's target audience was made aware of the importance of local recovery actions for riparian forests. Therefore, qualitative-quantitative analysis techniques were applied through thematic workshops applied to a selected audience. Therefore, among the aspects identified, the following stand out: socio-environmental problems, conservation measures, uses and values ??of forest fragments in the region, and also the interest in participating in activities related to the recovery of degraded areas. And, the elucidated scenario points out that in order for actions in this perspective to have long-term sustainability, practices of recovery of riparian forests should be instituted in the area of ??study and region that rescue not only the degradation of the environment, but also transformational knowledges and senses , emphasizing the involvement and involvement of the local community.

Key-words: Sustainability; Social Mobilization; Areas of High Conservation Value (AVC).

1.0 Introdução

É notório que a intensificação da degradação ambiental nas matas ciliares tem, dentre as várias consequências, contribuído para a redução das Áreas de Preservação Permanente (APP) e estes impactos afetam desde a manutenção das bacias hidrográficas, bem como as condições de sobrevivência para espécies da fauna e flora, além das comunidades ribeirinhas do entorno.

Como alternativa para este quadro, medidas que visem a recuperação das matas ciliares deverão ser implementadas como ações mitigadoras. No entanto, somente a ação de ‘plantar’ não é o suficiente para responder a complexidade de fatores que permeiam o trabalho de ‘recuperar uma área’, para o qual deve ser considerado o histórico de uso e ocupação do solo, anterior a degradação presente. Além disso, o homem é o principal agente que modifica o ambiente, então, como assegurar que somente com o plantio estaremos garantindo a sustentabilidade das matas ciliares?

Portanto, é fundamental que consideremos, além dos aspectos citados anteriormente, a participação dos atores envolvidos, suas percepções e expectativas com relação aos trabalhos de recuperação de áreas degradadas. A participação direta das pessoas que convivem com as áreas a serem recuperadas é fundamental em todas as fases do trabalho de recuperação.

A participação social nos trabalhos de Recuperação de Áreas Degradadas (RAD) se inicia com a investigação dos principais problemas socioambientais presentes, os interesses, as motivações etc., para, que possibilitarão traçar metas de acordo com a realidade local. E, para este cenário destacam-se os estudos de percepção ambiental como instrumentos que possibilitam pesquisas dessa natureza.

Dessa forma é fundamental a promoção de ações mobilizadoras e que se relacionem à participação social em atividades voltadas para a preservação das matas ciliares e, principalmente, que estas atividades objetivem não apenas o replantio das matas, mas também a sensibilização, o envolvimento de vários atores, tendo como meta a maior sustentabilidade e perpetuação das ações propostas.

Assim, a pesquisa com comunidades rurais leva em consideração a possibilidade de se trabalhar com atores que convivem diretamente tanto com as áreas que estão degradadas, quanto com os projetos de recuperação, constituindo-se em um público que tem relação e vivência direta com o tema em estudo.

Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a percepção socioambiental da comunidade São José de Avena (Itanagra-BA), no tocante às ações de recuperação de matas ciliares. Especificamente os objetivos foram: Identificar entraves e/ou potencialidades à recuperação de matas ciliares na AVC São José a partir do olhar da comunidade local; e sensibilizar o público-alvo do projeto sobre a importância de ações locais de recuperação de matas ciliares.

2.0 Referencial Teórico

2.1 A degradação das Matas Ciliares e os caminhos para a Recuperação

A crise ambiental envolve um conjunto de aspectos que incluem a pressão antrópica sob a natureza, a maximização do lucro em curto prazo, bem como as formas insustentáveis de consumo que corroboram para intensificar o processo de degradação que compromete os ambientes, bem como os processos ecológicos naturais (LEFF, 2007).

Diante do quadro de acentuada degradação ambiental, medidas de conservação e recuperação se destacam principalmente quanto ao manejo de componentes naturais (ALBUQUERQUE et al., 2010). Nesse contexto, o efeito da degradação, principalmente em florestas tropicais, tem contribuído significativamente para o aumento dos remanescentes isolados, devido à perda de conectividade, redução do fluxo gênico entre as espécies e, consequentemente, a redução da biodiversidade de todo o planeta (BOURLEGAT, 2003; BRASIL, 2003; FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 2013).

A degradação das florestas ou matas ciliares ocasiona grandes impactos ambientais, pois, estas formações florestais são ambientes protegidos por lei, que atuam como corredores ecológicos interligando remanescentes, aumentando a variabilidade genética entre as populações, favorecendo a disponibilização de recursos para a fauna, diminuindo os riscos de extinção de espécies e contribuindo também no controle de pragas e doenças agrícolas (SBPC, 2011; POESTER et al., 2012).

Devido à sua importância, as matas ciliares são consideradas Áreas de Preservação Permanente (APP), e classificadas como áreas de alto valor ecológico por apresentarem a intrínseca influência na preservação dos componentes naturais e, portanto, são proibidas quaisquer práticas nestas que não tenham objetivos preservacionistas (BRASIL, 2012).

A Lei 12.651/12 define como APP’s áreas que sejam cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas (BRASIL, 2012).

Nesse sentido, as comunidades ribeirinhas possuem uma relação direta com as matas ciliares, seja por meio do aporte de nutrientes que favorecem as atividades produtivas locais, pela manutenção da qualidade do solo e da água, a redução do assoreamento, como fonte de lazer, e ainda por fornecerem plantas utilizadas para fins medicinais, frutos para a população, etc. (POESTER et al., 2012).

Com relação à melhoria da qualidade do solo e da água em propriedades rurais, as matas ciliares ganham destaque por se tratarem de ecossistemas específicos que garantem condições estáveis de diversos serviços ambientais. Assim, a restauração das matas ciliares é uma atividade prioritária por envolver questões legais e ambientais. Por isso, deverá ter ampla participação social, incluindo todos os atores que convivem diretamente com estes ambientes (POESTER et al., 2012; RODRIGUES et al., 2007).

Os trabalhos de recuperação de matas ciliares apresentam melhorias diretas, com relação aos serviços ambientais gerados por estas, que não se restringem ao cumprimento da determinação de preservação das APP’s, pois, toda a sociedade é afetada pela degradação. E a recuperação poderá devolver às áreas degradadas condições de assegurar as diversas funções relacionadas, o que envolve ainda benefícios sociais e econômicos (NBL, 2013).

Conforme afirma Quintas (2004), as problemáticas ambientais apresentam múltiplos fatores e, conseqüentemente, seus desdobramentos são diversos:

A existência de determinado risco ou dano ambiental (poluição do ar, contaminação hídrica, pesca predatória, aterramento de manguezais, emissões radiativas etc.), para ser compreendido em sua totalidade, deve ser analisado a partir da inter-relação de aspectos que qualificam as relações na sociedade (econômicas, sociais, políticas, éticas, afetivas, culturais, jurídicas etc.), com os aspectos próprios do meio físico-natural” (QUINTAS, 2004, p.119).

Vale destacar que as temáticas socioambientais são oriundas de fenômenos que não podem ser estudados somente a partir de enfoque científico tradicional (MORIN; LE MOIGNE, 2000). Assim, ao abordar a degradação das matas ciliares vislumbrando caminhos para sua recuperação, faz-se necessário envolver diferentes variáveis, como, por exemplo, a percepção dos indivíduos que compõem a citada realidade e, para tanto, compreender o entendimento acerca da relação dessas pessoas com as condições ambientais criadas por e para elas.

2.2 A percepção ambiental como elemento de estudos de degradação e recuperação.

A percepção ambiental não está vinculada somente aos “órgãos dos sentidos”, pois, inclui conhecimentos adquiridos, bem como, a cognição e motivação de cada um. Assim, o ambiente é visto e representado de inúmeras formas, cujo olhar do observador é direcionado pela cultura, e subjetividade inerentes a cada pessoa (COSTA; SANTOS, 2015; REZENDE et al., 2009).

Segundo Tuan (1974):

Percepção é tanto a resposta dos sentidos aos estímulos externos, como a atividade proposital, na qual certos fenômenos são claramente registrados, enquanto outros retrocedem para a sombra ou são bloqueados”. (TUAN, 1974, p.4).

Assim, os estudos de percepção possibilitam que sejam identificadas as formas como os indivíduos adquirem conceitos e valores, o grau de sensibilização e ainda a postura de cada um no meio. A percepção ambiental de indivíduos é um elemento que identifica a forma como os sujeitos absorvem concepções, e ainda se estes conseguem contextualizar suas ações. E, estes aspectos em conjunto, podem representar um fortalecimento para as atividades de Educação Ambiental (EA) (OLIVEIRA et al., 2008).

Para Marin (2008), o reconhecimento acerca dos modos de vida e formas de se relacionar com a natureza pelos seres humanos, promove uma visão mais pró-ativa e sensível, tal como objetiva-se alcançar nas práticas de Educação Ambiental. Corroborando com esta autora, Souza e Trugillo (2012) relatam o papel da EA na reaproximação do ser humano com a natureza, por despertar a co-responsabilidade e sentimento de pertencimento.

Malafaia e Rodrigues (2009) abordam ainda a importância da percepção ambiental como “Indicador de Qualidade Ambiental”, que embora seja muitas vezes desconsiderado, aponta, a partir da elucidação de como se dá o uso dos elementos naturais, as possibilidades de práticas mais sustentáveis.

Logo, a percepção ambiental se configura como instrumento pedagógico a ser inserido em espaços formais e não-formais, com o intuito de efetivar maior participação e cidadania, a partir da reflexão e ação, envolvendo toda a comunidade escolar para o enfrentamento dos problemas socioambientais vigentes (SOUZA; TRUGILLO, 2012).

Nesse sentido, os estudos de percepção ambiental, se vinculam a eixos norteadores baseados num panorama concreto e interdisciplinar dos problemas ambientais, possibilitando a troca de saberes que, por sua vez, contribuirá significativamente para as ações de manejo que visem reduzir impactos já identificados (BONIFÁCIO; ABÍLIO, 2010).

As comunidades rurais convivem diretamente com os efeitos da degradação dos cursos d’água, sendo necessário que este público reconheça a importância deste tipo de ecossistema e reconstrua conceitos, bem como se sensibilize diante da busca por atitudes de conservação que possam não apenas promover a reflexão, mas que favoreçam e motivem novas ações que coletivamente tragam um novo contexto para estes ambientes (CARVALHO et al., 2011).

Por conseguinte, a compreensão dos aspectos que permeiam a percepção ambiental oportuniza que estratégias de planejamento e gestão ambiental tornem-se mais efetivas, pois, tanto o conhecimento quanto as expectativas dos envolvidos são evidenciados. Dessa forma, as prioridades podem ser traçadas, os conflitos são reduzidos, e a participação se fortalece enquanto elemento integrador das atividades implantadas (DE PAULA et al., 2014).

3.0 Metodologia

O presente estudo é classificado de natureza quali-quantitativa, por incluir além da percepção ambiental do público-alvo (informações de cunho qualitativo), dados quantitativos relacionados ao contexto de estudo (TRIVIÑOS, 1987). Logo, para o desenvolvimento da pesquisa, foram estabelecidas as seguintes etapas: a) Diagnóstico do perfil do público-alvo e percepção posterior; b) Realização de oficinas para as ações de intervenção: c) Análise da percepção dos envolvidos após a intervenção.

Essas etapas foram desenvolvidas no município de Itanagra-BA, localizado no nordeste do Estado da Bahia, sob as coordenadas 12°15’37” de Latitude Sul e 38°3’4” de Longitude Oeste. O município de Itanagra abrange uma área de 490,526 km2. A área de estudo foi delimitada no entorno da Área de Alto Valor de Conservação São José de Avena (S: 12° 20’ 16.1” / W: 038° 07’ 31,8”), localizada em Itanagra-BA (Figura 1), região identificada de: “Alto Valor de Conservação” em 2013, devido ao fato de que cursos d’água da área servem como principal fonte de abastecimento da comunidade (BSC, 2014).

Figura 1: Localização Área de Alto Valor de Conservação-AVC- São José de Avena (S: 12° 20’ 16.1” W: 038° 07’ 31,8”).

Fonte: Pesquisa, 2016.

No entorno da AVC foram identificados os atores envolvidos diretamente com a conservação da área, principalmente, aqueles que convivem nas proximidades desta, sendo estes os sujeitos selecionados. Dessa forma, trabalhou-se com a amostra intencional de estudantes do 9° ano da Escola Municipal Angelina Garcia Avena, público que representa o último ano do Ensino Fundamental II e, que consequentemente deverá já ter estabelecido contato com conteúdos relacionados às questões ambientais.

Assim, foi feito o diagnosticado do perfil dos entrevistados, bem como o levantamento de informações acerca dos conhecimentos sobre: a área (espécies de fauna e flora), experiências e impressões com relação a recuperação de matas ciliares, valores afetivos, extrativistas, dentre outros.

Realizou-se a análise exploratória com as amostras selecionadas, por meio de questionários contendo questões objetivas e abertas, visando identificar concepções e o grau de entendimento acerca da temática recuperação de matas ciliares. Em seguida, a parte conceitual/informativa do trabalho foi desenvolvida com duas oficinas participativas. De maneira geral, trabalhou-se uma abordagem pautada na ‘Pesquisa-exploratória’, segundo Vieira (2002). Assim, justifica-se esta escolha pelo fato da problemática em estudo não ter sido estudada que envolve o cenário das práticas de recuperação de matas ciliares em uma comunidade rural.

Figura 2: Escola Municipal Angelina Garcia Avena- Comunidade São José de Avena Itanagra-BA.

Fonte: Pesquisa, 2016.

As ações de intervenção se deram nas oficinas temáticas relacionadas à importância da recuperação de matas ciliares, cujas práticas desenvolvidas foram planejadas com base em estratégias de Educação Ambiental, referentes à mobilização social. As oficinas foram realizadas na escola rural municipal (citada anteriormente), com horário definido de acordo com a disponibilidade dos estudantes.

Assim, no primeiro encontro, foram abordados aspectos conceituais dos trabalhos de recuperação de matas ciliares e, no segundo momento (oficinas) realizou-se a parte prática com a visita técnica em um projeto de recuperação implantado nas intermediações da comunidade e escola. Nas oficinas, além do caráter prático e investigação da percepção, os saberes locais também foram considerados, de forma a identificar como os indivíduos se colocam diante dos temas abordados (Figura 3 A e B).

Figura 3 (A e B): Oficinas realizadas com o público-alvo A (parte teórica); B (prática).

Fonte: Pesquisa, 2016.

Ao finalizar esta etapa, outro questionário foi aplicado (no final da última oficina), para verificar possíveis variações nas concepções do público-alvo. Nesse sentido, após a conclusão da coleta de informações, dividiram-se os dados em quantitativos e qualitativos. As informações quantitativas foram tabuladas no programa Excel e as qualitativas foram categorizadas de acordo com as respostas dos entrevistados.

4.0 Resultados e Discussões

  • Perfil dos atores sociais: problemas socioambientais e medidas conservacionistas

Participaram da pesquisa 15 estudantes do 9° ano do ensino fundamental, sendo 11 do sexo feminino e 4 masculino, com 53% do grupo compondo a faixa etária de 0 a 14 anos. O público se declarou em 73% de origem rural e com tempo de residência em média de 10 a 15 anos na região.

Além disso, todos os entrevistados (100%) relataram ter acesso à água encanada com a forma de captação de poço. Com relação aos problemas socioambientais percebidos na região, o lixo é apontado como principal, seguido da falta da rede de esgoto e organização do espaço escolar (Figuras 4 e 5). A percepção má gestão do lixo na escola foi percebida pela ausência de lixeiras, bem como pela deposição inadequada dos resíduos na área externa. Embora seja um dos problemas citados, com relação a ausencia de estruturas fisicas adequadas, os estudantes conseguiram identificar problemas no entorno, o que remete à criticidade e leitura do cotidiano, todovia a questão é de quem é o problema uma vez que a comunidade espera, não antecipa jogando a responsabilidade à prefeitura.

Figura 4: Problemas socioambientais citados pelos entrevistados-

Comunidade São José- Itanagra-BA.

Fonte: Pesquisa, 2016.

Figura 5: Deposição do lixo na área externa da escola - Comunidade

São José- Itanagra-BA.

Fonte: Pesquisa, 2016

Em estudos semelhantes, Garrido e Meirelles (2014) afirmam que discentes que percebem problemas vivenciados em casa, na escola, comunidade etc., geralmente demonstram ser possíveis de apresentar soluções para a melhoria local para o lixo.

No entanto, 11 estudantes (73%) afirmaram que os problemas socioambientais locais não são discutidos em sala de aula, o que reflete certo distanciamento da realidade vivenciada e os conteúdos trabalhados. Nesse sentido, verifica-se a necessidade de que práticas de EA sejam inseridas e, em caráter interdisciplinar, de forma a subsidiar a problematização permanente e coletiva na escola. Além disso, para Loureiro (2004), a EA desenvolvida a partir da ótica dos sujeitos sociais contextualiza a prática pedagógica de forma crítica, o que evidencia os problemas da nossa sociedade, trazendo à tona os processos excludentes e de desigualdades presentes, que são reflexões necessárias à contrução da cidadania e de um pensamento global.

Ao serem questionados sobre a responsabilidade pela resolução dos problemas citados, os estudantes, em maioria de 93%, relataram que isto é algo inerente a “todos os seres humanos”, o que traz uma perspectiva de coletividade acerca do questionamento abordado (Figura 6). Logo, o fato dos estudantes compreenderem que “todos” somos responsáveis pela busca de melhores condições de vida é um elemento favorável, pois trabalhar de forma coletiva é um dos princípios da EA presente na Lei 9.795/99 ao /dispor que:

Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”. (BRASIL, 1999, Art. 1°).

Figura 6: Responsabilidade na resolução de problemas socioambientais- Comunidade

São José- Itanagra-BA.

Fonte: Pesquisa, 2016.

Com relação às estratégias para a conservação dos recursos naturais, foram indicadas medidas conservacionistas que pudessem colaborar na mitigação dos problemas apontados e, a criação de áreas protegidas foi a principal medida representando 60% da turma, foram apontadas ainda a recuperação de áreas degradadas (20%) e maior fiscalização (20%) (Figura 7).

Figura 7: Principais medidas conservacionistas sugeridas- Comunidade São

José- Itanagra-BA.

Fonte: Pesquisa, 2016.

A criação de áreas protegidas visa garantir a preservação e conservação do patrimônio biológico existente, em seus diversos hábitats e ecossistemas no território nacional. É previsto nos documentos legais que este tipo de ação seja vinculado às atividades de Educação Ambiental, de forma a garantir maior interação das populações nesses espaços (BRASIL, 2000). Dessa forma, a criação de áreas protegidas não será somente a delimitação de territórios em prol da proteção da biodiversidade, integrando consequentemente a formação de locais de aprendizagem e sensibililização para um público diverso (TORRES; OLIVEIRA, 2008).

  • Usos da mata e a importância dos fragmentos florestais

De acordo com os estudantes, a principal forma de uso da mata ciliar é a construção de cercas (40%), seguida da alimentação (27%), artesanato (20%), medicinal (7%) caça e pesca (6%) conforme a Figura 8. O uso predominante na atividade de construção de cercas denota que essa forma de conhecimento prático é mais consolidada para os estudantes (FERRAZ et al., 2006), existindo ainda outras categorias de uso que se destacam (alimentação, artesanato, medicinal etc.) o que sinaliza as diversas interações entre os estudantes e as matas.

Segundo Miranda e Hanazaki (2008), estudos acerca do conhecimento e utilização dos recursos vegetais por grupos humanos revelam informações de grande valia para as estratégias de conservação, pois, a partir deste tipo de análise, é possível inferir como o modo de vida local tem influenciado as condições das florestas.

Figura 8: Usos da mata pelos entrevistados- Comunidade São José- Itanagra-BA.

Fonte: Pesquisa, 2016.

Desse modo, as percepções acerca da necessidade de conservar os fragmentos florestais na região foram, em maioria, classificadas no grau de: “muito importante” (93%), seguida de “importante” (7%), o que reflete que para os discentes é pertinente que as matas sejam protegidas.

O reconhecimento e a necessidade de conservação das matas demonstram que a relação estabelecida pelo convívio com estes ambientes resulta de um histórico de significados subjetivos, individuais e/ou coletivos, construídos ao longo do tempo. E esse fator envolve elementos culturais, estéticos, econômicos, etc., relacionando-se com os conhecimentos adquiridos e diversidade de usos da floresta (ALARCON et al., 2011).

  • Concepções acerca das matas ciliares e demais APP’s (antes e depois das oficinas) X Motivações e interesse na participação em ações de RAD

Na etapa de diagnóstico (prévia à oficina), a maioria da turma relatou que desconhecia os temas: Matas ciliares e APP’s, e as respostas observadas variaram sempre no mesmo sentido, o que reforça que embora existam as iniciativas de proteção às florestas, estas não se concretizam como objeto de estudo em sala de aula. Assim, nota-se que estes elementos são temas pertinentes a serem inseridos no currículo escolar, pois abrangem questões ambientais locais que necessariamente deverão ser objetos de frequente investigação e compreensão (JACOBI, 2003). As respostas dos estudantes antes e após as oficinas, apresentaram variações identificadas (Tabela 1).

Tabela 1: Respostas dos discentes acerca dos temas matas ciliares e App’s (diagnóstico e após as oficinas).Comunidade São José- Itanagra-BA

Conceito

Respostas antes das oficinas (n°)

Respostas após as oficinas (n°)

Matas ciliares

Não”; (5)

não conheço”; (3)

apenas já havia ouvido falar, mas não sei o que é”; (6)

Nunca ouvi falar”(1)


São aquelas que ficam em volta das nascentes, e ajudam na absorção da água da chuva” (4);

São matas que protegem outras áreas importantes do ambiente” (2);

Matas que ficam ao redor dos rios e nascentes” (3);

Matas protegidas pelas nascentes” (3);

São aquelas que ficam ao redor das nascentes para proteger” (3);

Áreas de Preservação Permanente- APP’s

Não”;(5)

ouvi falar, mas não lembro”;(4)

Não sei o que significa”;(2)

Conheço, mas não sei explicar”;(4)






Não” (2);

São áreas preservadas e não pode desmatar, pois são protegidas pelo código ambiental”(4);

São aquelas que não podem ser desmatadas, pois, são protegidas pelo código” (8);

São áreas privadas que não podem ser desmatadas” (1).

Fonte: Pesquisa, 2016.

Após a etapa de diagnóstico, em que predominou o desconhecimento da turma acerca dos temas abordados, nota-se que tem predomínio os conceitos relacionados ao: papel das matas ciliares e demais APP’s, bem como, os instrumentos de proteção e restrições de uso previstas nesses ambientes foram conceitos mais presentes nas respostas, retratando que as atividades aplicadas conseguiram contemplar os objetivos propostos.

Segundo Nunes e Pinto (2007), as informações oriundas do conhecimento das comunidades rurais auxiliam no aprimoramento de ações voltadas para a preservação e recuperação da vegetação ribeirinha e, por conseguinte, favorecem os planos de manejo dessas áreas.

Assim, com relação às motivações que direcionariam a RAD nas matas da região, o “cumprimento legal, preservação do solo e da água” (25% cada) foram as respostas mais representativas, seguidas da “sobrevivência de animais e plantas” (20%) e para o bem-estar de toda comunidade (5%) (Figura 9). Constata-se então que mesmo que a informação tenha sido coletada na etapa de diagnóstico, os pressupostos da legislação e necessidade de proteção já se faziam presentes nas concepções dos estudantes.

Em estudos semelhantes, autores relataram que a importância atribuída à vegetação ciliar reflorestada muitas vezes é associada à necessidade de manutenção dos ecossistemas aquáticos, indispensáveis à sobrevivência (NUNES; PINTO, 2007).

Figura 9: Motivações indicadas para a realização dos trabalhos de RAD- Comunidade São José- Itanagra-BA.

Fonte: Pesquisa, 2016.

Isto posto, o interesse em participar de atividades de RAD representou 93% de respostas afirmativas dos discentes em detrimento de somente 7% de negação. Esse dado enfatiza que existem, com relação ao público investigado, possibilidades de tornar as práticas de recuperação de matas ciliares mais próximas da comunidade local e a escola, enquanto fonte motivadora é um ambiente profícuo para tal ação. E, todas as temáticas levantadas poderão ser incorporadas aos projetos e/ou programas de forma a potencializar esse tipo de iniciativa.

Nesse sentido, a articulação das práticas de EA aos trabalhos de recuperação poderá contribuir para a mobilização pela conservação das matas ciliares, além de sensibilizar positivamente estudantes, docentes e a comunidade local com o comprometimento de se relacionar de forma mais responsável e participativa com o meio natural (OLIVEIRA et al., 2008; SANTOS et al., 2013).

5.0 Considerações finais

Este estudo buscou evidenciar que a percepção ambiental pode ser um instrumento válido, na análise de fenômenos que apresentam relação direta com a vivência dos atores sociais e o seu habitat urbano - rural. E, com relação à área em estudo, esta abordagem mostrou-se oportuna.

A partir de informações declaradas, foram identificados elementos relacionados às questões que envolvem os trabalhos de recuperação de matas ciliares para a comunidade da AVC São José de Avena. Pode-se considerar como entraves os problemas socioambientais citados, bem como a percepção limitada da responsabilidade pelas respostas a estes; o número reduzido de intervenções de Educação Ambiental na área em estudo e o uso extrativista da mata de forma predominante que, em conjunto poderão dificultar a aproximação das atividades de RAD do cotidiano dos entrevistados, principalmente, em se tratando de estudantes rurais.

No entanto, a importância atribuída aos fragmentos florestais juntamente com a necessidade de conservação; a aceitação e interesse pelo tema se destacam como elementos favoráveis a iniciativas neste âmbito. Além disso, o envolvimento e as respostas dos estudantes demonstram um forte potencial para que se formem parcerias (gestores, empresas, secretarias etc.) voltadas para a participação de toda a comunidade e a formação de espaços alternativos, que extrapolem os limites físicos da escola.

Concluímos que este estudo trata-se de uma avaliação preliminar que visa maior sustentabilidade na tomada de decisão em estudos e pesquisa de RAD , uma vez que o pesquisador deve aproximar da comunidade do entorno do projeto e para que possa monitorar e fortalecer a participação social no processo de recuperação e ter compreensão das externalidades. No jogo dos interessados estão os empreendedores, a comunidade, proprietários e a governança onde muitas vezes não se aplicam adequadamente as políticas públicas. Nossa avaliação deste momento a percepção ambiental da comunidade e dos interessados validaram de maneira geral, as ações e práticas de recuperação de matas ciliares.

6.0 Referências Bibliográficas

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Ilustrações: Silvana Santos