Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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26/01/2018 (Nº 62) ESTIMATIVA DE GANHO ECONÔMICO COM MATERIAL RECICLÁVEL A PARTIR DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES
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ESTIMATIVA DE GANHO ECONÔMICO COM MATERIAL RECICLÁVEL A PARTIR DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES

Anny Kariny Feitosa1,2, Júlia Elisabete Barden1, Odorico Konrad1

1 Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES

2 Instituto Federal do Ceará - IFCE

Resumo: Este estudo objetivou estimar o ganho econômico com material reciclável a partir de resíduos sólidos domiciliares urbanos em Juazeiro do Norte, CE, Nordeste do Brasil. O reaproveitamento do material com potencial reciclável proporciona ganho econômico e contribui para o prolongamento da vida útil dos aterros.

Palavras-chave: Reciclagem; Ganho econômico; Resíduos Sólidos Domiciliares.

Abstract: This study aimed to estimate the economic gain from recyclable material from urban solid waste in Juazeiro do Norte, CE, Northeast Brazil. Reuse of recyclable material provides economic gain and contributes to extending the life of landfills.

Keywords: Recycling; economic gain; Household Solid Waste.

Introdução

A geração excessiva de resíduos sólidos provenientes da atividade humana é um tema que tem despertado a atenção de pesquisadores e suscitado estudos no intuito de propor melhorias para o problema. As medidas comumente propostas são formas de incentivar a minimização da geração de resíduos, com o investimento em programas de educação ambiental, ou no tocante ao seu manejo e destinação final, considerando o aproveitamento dos materiais com potencial de reciclável na indústria e pela geração de energia (POLETTO, J. A.; SILVA, C. L., 2009).

Neste sentido, a análise gravimétrica se apresenta como ferramenta essencial para conhecer os tipos de resíduos e quantidades geradas. Com ela, pode-se identificar, por exemplo, o percentual de resíduos recicláveis e estimar o ganho econômico potencial com a comercialização e reaproveitamento destes materiais. A partir da segregação e pesagem dos resíduos sólidos urbanos é possível fazer a estimativa mensal do potencial econômico destes resíduos com base nos preços fornecidos por empresas especializadas (CANES et al., 2013).

Souto et al. (2013) avaliaram a situação da cadeia de resíduos sólidos urbanos em Porto de Moz, PA. Por meio da análise gravimétrica, traçaram o perfil do resíduo sólido doméstico de cada bairro da cidade e verificaram a fração de materiais orgânicos (63%) e recicláveis (23%), procedendo com a valoração econômica, considerando-se a implantação de um sistema de coleta seletiva e empregos relacionados à reciclagem. Como resultado, estimaram em aproximadamente R$ 13 mil reais mensais o ganho econômico com os materiais recicláveis na região.

Estudos similares foram realizados para estimar o ganho econômico com a reciclagem de resíduos sólidos gerados nos Estados do Pernambuco e da Bahia. Em ambos foi possível determinar que há benefícios econômicos, ambientais e sociais com o investimento em empreendimentos da reciclagem (FREITAS; OLIVEIRA FILHO, 2009; PAZ et al., 2011). Diante do exposto, este trabalho teve por objetivo estimar o ganho econômico com material reciclável proveniente de resíduos sólidos domiciliares na cidade de Juazeiro do Norte, no Estado do Ceará.

Materiais e Métodos

Para o desenvolvimento deste estudo, tomou-se por base a análise gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares na cidade de Juazeiro do Norte, no Estado do Ceará, região Nordeste do Brasil, realizado por Feitosa et al. (2017a; 2017b). Os referidos estudos de caracterização dos resíduos foram realizados durante o ano de 2016, através de 727 coletas porta-a-porta de resíduos, em 53 domicílios. A partir dos dados referentes ao quantitativo de materiais com potencial reciclável provenientes de resíduos domiciliares, foi possível estimar o ganho econômico com sua comercialização. Para cálculo da estimativa de ganho econômico, trabalhou-se sobre duas possibilidades: uma considerando a venda do material reciclável realizada pelo consumidor gerador dos resíduos; e a outra baseando-se na venda do material reciclável por associações e cooperativas, atuantes em programas de coleta seletiva.

Na primeira hipótese, os preços adotados tiveram como base os praticados em um projeto denominado “Recicla Fortaleza”, que estimula os consumidores a descartarem corretamente os seus resíduos e, em troca, oferece créditos na conta de energia elétrica ou em um cartão próprio, chamado de “Bilhete Único”. O programa foi criado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, capital do Estado do Ceará, no nordeste brasileiro, em parceria com a Companhia Energética do Ceará (Coelce). Neste projeto, a coleta dos materiais é realizada em sete Ecopontos em funcionamento nos bairros: Barra do Ceará, Fátima, São João do Tauape, Vila Peri, Conjunto Esperança, Conjunto Ceará, Varjota, José Walter e Edson Queiroz. Os consumidores são previamente cadastrados e têm a recepção de seus resíduos realizada. Posteriormente, recebem os créditos referentes aos valores dos resíduos recicláveis, de acordo com o tipo de resíduo e o peso (RIBEIRO, 2016).

Na segunda hipótese de potencial ganho econômico, calculou-se o ganho do material reciclável por cooperativas e programas de coleta seletiva, utilizando como base os preços disponibilizados para o período de julho e agosto, no Informa Número 136 do CEMPRE. Determinou-se o ganho com a reciclagem dos materiais coletados multiplicando-se a quantidade do resíduo gerado com o valor aplicado a cada material.

Resultados e Discussão

A caracterização gravimétrica realizada por Feitosa et al. (2017a; 2017b) demonstrou que o percentual de materiais com potencial reciclável variou entre 14,71% do total de resíduos gerados em abril, 18,31% em junho e 18,05% em agosto, registrando uma média de 17,02% de materiais com potencial reciclável durante o estudo. A tabela 1 apresenta as quantidades e os tipos de materiais com potencial reciclável resultantes dos resíduos domiciliares.

Tabela 1 – Materiais com potencial reciclável

Reciclável

Abril (kg)

Junho (kg)

Agosto (kg)

Média (kg)

Plástico filme

16,90

21,94

20,36

19,73

Plástico rígido

10,76

13,64

9,61

11,34

PET

4,71

5,14

4,82

14,67

Papel/jornal

7,63

8,01

11,01

8,88

Papelão

13,23

11,28

11,08

11,86

Tetra pak

3,51

2,54

1,89

2,65

Vidro

6,51

4,03

10,30

6,95

Metal/alumínio

4,82

4,97

3,27

4,35

Mela (PVC)

1,65

1,04

0,05

0,91

Fonte: Elaboração própria.

Considerando as quantidades e tipos de resíduos com potencial de reciclagem gerados, estimou-se o ganho econômico com a possível comercialização destes materiais. Inicialmente, calculou-se o ganho considerando a venda dos resíduos recicláveis pelo próprio gerador, no caso o morador do domicílio. Hipoteticamente, sugeriu-se a venda dos materiais mediante a participação em um programa de Coleta Seletiva, que possui Ecopontos em funcionamento na cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará. Ressalta-se que a cidade de Juazeiro do Norte, local de realização da análise gravimétrica dos resíduos, não oferece até o presente momento um programa similar de coleta seletiva em âmbito municipal. Assim sendo, os preços adotados para esta estimativa foram os praticados no Projeto “Recicla Fortaleza”, conforme a Tabela 2.

Tabela 2 – Preço dos materiais recicláveis – Recicla Fortaleza

Reciclável

Preço (R$/kg)

Vidro

Varia entre 0,04 e 0,05



(cerveja – R$ 0,04, coquinho – R$ 0,05, litro branco – R$ 0,04, caco branco – R$ 0,04, pote – R$ 0,04, refrigerante de litro – R$ 0,04, garrafão de vinho – R$ 0,04; litro preto – R$ 0,04; long neck – R$ 0,04)

Papelão

0,08

Papel branco

0,14

Papel misto

0,06

Jornal

0,09

Tetra pak

0,07

Plástico filme

0,32

PET

0,40

PVC

0,40

Metal

Varia entre 0,10 e 4,00



(aço inox 304 – R$ 1,50; aço inox 430 – R$ 0,30; panela de alumínio – R$ 2,20; alumínio fundido – R$ 1,30; antimônio – R$ 0,75; baterias – R$ 1,00; chumbo – R$ 0,70; bronze – R$ 4,00; lata de alumínio – R$ 1,50; lata de aço – R$ 0,20; latão – R$ 2,50; ferro fundido – R$ 0,20; ferro batido – R$ 0,10)

Fonte: Adaptado de Ribeiro (2016).

Observa-se na Tabela 2 que os materiais Vidro e Metal são separados em diversas categorias e apresentam preços diferenciados. Da mesma forma, os resíduos Papel e Jornal aparecem separados e possuem preços distintos. Ressalta-se que durante as três campanhas da análise gravimétrica, realizou-se a caracterização dos resíduos conforme apresentado na Tabela 1, ou seja, agrupando Papel e Jornal em uma mesma categoria; classificando Metal/alumínio de modo indiferenciado; e sem discriminar os tipos de vidros coletados. Por essa razão, não será possível estimar os ganhos econômicos para todos os resíduos gerados, pois não é possível determinar as características de todos os resíduos coletados.

Na continuidade, seguem os potenciais valores auferidos mediante a possibilidade de comercialização dos resíduos recicláveis (TABELA 3). Determinou-se o ganho com a reciclagem de cada material coletado multiplicando-se a quantidade do resíduo gerado com o valor dos materiais, baseando-se na tabela do Recicla Fortaleza.

Tabela 3 – Ganho econômico com potencial reciclável - consumidor

Reciclável

Abril (kg)

Preço (R$/kg)

Junho (kg)

Preço (R$/kg)

Agosto (kg)

Preço (R$/kg)

Plástico filme

16,90

5,41

21,94

7,02

20,36

6,52

Plástico rígido

10,76

-

13,64

-

9,61

-

PET

4,71

1,88

5,14

2,06

4,82

1,93

Papel/jornal

7,63

-

8,01

-

11,01

-

Papelão

13,23

1,06

11,28

0,90

11,08

0,89

Tetra pak

3,51

0,25

2,54

0,18

1,89

0,13

Vidro

6,51

-

4,03

-

10,30

-

Metal/alumínio

4,82

-

4,97

-

3,27

-

Mela (PVC)

1,65

0,66

1,04

0,42

0,05

0,02

Total

-

9,26

-

10,58

-

9,49

Fonte: Pesquisa aplicada.

De acordo com a Tabela 3, os resíduos recicláveis, sendo comercializados a preços baseando-se no Recicla Fortaleza, renderiam um ganho de R$ 9,26, durante a campanha de abril, R$ 10,58 no mês de junho e R$ 9,49 na campanha de agosto. Estes valores representariam uma economia potencial para os consumidores participantes, além de significar o destino ambientalmente adequado para estes resíduos, que deixariam de ser disponibilizados para a coleta convencional, tendo como destino o lixão da cidade.

Entretanto, para que iniciativas como esta sejam exitosas, faz-se necessária a implementação de ações educativas para fomentar a participação da população. É importante que a população seja envolvida e passe a contribuir efetivamente com o saneamento básico da cidade, despertando no sentido da melhor qualidade de vida e adoção de novas práticas de consumo e descarte na lógica da sustentabilidade (FARIAS, 2010).

Deste modo, a educação ambiental se configura como “principal instrumento de transformação, sendo fundamental para o desenvolvimento de uma consciência crítica em relação ao meio ambiente, gerando comprometimento e responsabilidade da população nas ações de saneamento e saúde (SOARES; SALGUEIRO; GAZINEU, 2007, p.1)

Na segunda hipótese analisada de potencial ganho econômico, tem-se o caso da venda do material reciclável por cooperativas e programas de coleta seletiva. Fam e Kar (2012) destacam a inclusão do catador de lixo no processo de comercialização de materiais recicláveis, sendo esta vista como fonte geradora de recursos, com potencial de utilização em novos projetos. Tem-se, ainda, como efeito da comercialização de recicláveis, o fomento à melhoria dos serviços de coleta de resíduos, tendo em vista a expectativa de ganho econômico gerado em função do aumento da quantidade de recurso reciclável reaproveitado.

Neste caso, foram utilizados como base os preços disponibilizados pelo CEMPRE, que apresenta preços de materiais recicláveis prensados e limpos, comercializados nas cidades Goiânia (GO), Ribeirão das Neves (MG), Rio de Janeiro (RJ), Guarujá (SP), São Paulo (SP), Várzea Grande (MT), Recife (PE), Campo Largo (PR) e Porto Alegre (RS). Considerando a localização geográfica de Juazeiro do Norte, local de coleta dos recicláveis dos quais se pretende estimar o ganho econômico, optou-se por utilizar os preços adotados na cidade de Recife, na região nordeste. A seguir, a Tabela 4 apresenta a média dos preços de recicláveis da Tabela CEMPRE.

Tabela 4 – Preço dos materiais recicláveis – CEMPRE

Reciclável

Preço (R$/t)

Papelão

260,00

Papel

300,00

Lata de alumínio

2.000,00

Plástico rígido

600,00

PET

1.100,00

Plástico filme

800,00

Fonte: Adaptado de CEMPRE (2016). *Preço da tonelada em real

Conforme observa-se na Tabela 4, o CEMPRE disponibilizou apenas os preços dos recicláveis: papelão, papel, lata de alumínio, plástico rígido, PET e plástico filme. Assim, somente será possível calcular os valores de potencial de ganho econômico de alguns dos materiais trabalhados durante a realização desta pesquisa.

Para auferir o ganho econômico de cooperativas e programas de coleta seletiva, inicialmente converteu-se o total de resíduos coletados para toneladas e, posteriormente, foram multiplicadas as quantidades dos resíduos gerados com potencial reciclável pelo valor dos materiais, baseando-se nos preços disponibilizados pelo CEMPRE (TABELA 5).

Tabela 5 – Ganho econômico com potencial reciclável - cooperativas

Reciclável

Abril (t)

Preço (R$/t)

Junho (t)

Preço (R$/t)

Agosto (t)

Preço (R$/t)

Plástico filme

0,0169

13,52

0,0219

17,52

0,0204

16,32

Plástico rígido

0,0108

6,48

0,0136

8,16

0,0096

5,76

PET

0,0047

5,17

0,0051

5,61

0,0048

5,28

Papel/jornal

0,0076

-

0,0080

-

0,0110

-

Papelão

0,0132

3,43

0,0113

2,94

0,0111

2,89

Tetra pak

0,0035

-

0,0025

-

0,0019

-

Vidro

0,0065

-

0,0040

-

0,0103

-

Metal/alumínio

0,0048

-

0,0050

-

0,0038

-

Mela (PVC)

0,0017

-

0,0010

-

0,0001

-

Total

-

28,60

-

34,23

-

30,25

Fonte: Pesquisa aplicada.

Na Tabela 5, constam os valores que potencialmente se receberia no caso de comercializar os resíduos recicláveis plástico filme, plástico rígido, PET e papelão. Note-se que o valor do resíduo papel e lata de alumínio aparecem como categorias únicas na Tabela do CEMPRE, por isso os recicláveis Papel/jornal e metal/alumínio não tiveram seus valores calculados.

Contudo, os resíduos com potencial reciclável (plástico filme, plástico rígido, PET e papelão), se comercializados a preços da Tabela CEMPRE, renderiam às cooperativas e programas de reciclagem um ganho de R$ 28,60, durante a campanha de abril, R$ 34,23 no mês de junho e R$ 30,25 na campanha de agosto. Estes valores, embora pequenos, representam a possibilidade de ganhos com o material reciclável, que diariamente tem sido descartado nos resíduos domiciliares urbanos, tendo por consequência o desperdício econômico do material e a diminuição a vida útil dos aterros.

Paz et al. (2011) realizaram um estudo de ganho econômico com a reciclagem de resíduos sólidos gerados no município de Recife, Pernambuco. Como resultado estimaram o ganho total de R$ 238.050,00 por dia, R$ 7.141.500,00 por mês, e R$ 86.888.250,00 por ano, considerando a reciclagem de plásticos, papel, papelão, vidro e metais. No estudo, destacaram, ainda, os benefícios ambientais e sociais, inclusive pela oferta maior de emprego, que torna a reciclagem um investimento viável.

Em estudo realizado para estimar o potencial econômico da reciclagem no Estado da Bahia, Freitas e Oliveira Filho (2009) utilizaram três tipos de recicláveis: papel, plástico e metal. Consideraram os recursos presentes nos resíduos sólidos domiciliares e os setores que os demandam, transformando-os em matéria-prima secundária e bens finais. Como resultados inferiram que haveria uma economia potencial, direta e indiretamente, de 1,15% do PIB baiano, em 2003, o equivalente a R$ 784.701.781,92.

Considerando a reciclagem do Papel, os autores encontraram o valor de R$ 101.134.386,33 de economia total de recursos, direta e indireta, que representava em relação ao PIB da Bahia, no ano de 2003, o equivalente a 0,14%. Sobre os recursos economizados pela reciclagem dos resíduos Plásticos, apresentaram o valor de R$ 623.300.496,51, o que representa 0,91% do PIB de 2003 do Estado da Bahia. Para o resíduo reciclável Metal, a economia potencial encontrada foi de R$ 60.266.899,08, que representa 0,08% do PIB baiano, no ano de 2003 (FREITAS; OLIVEIRA FILHO, 2009).

Considerações Finais

Em virtude de algumas limitações apresentadas neste estudo, a exemplo do fato de alguns materiais não terem seus valores calculados, bem como não terem sido criadas expectativas de ganhos, por extrapolação, para todo o município, os resultados devem ser percebidos, ponderadamente, como estimativa.

Não obstante, pode-se afirmar que se os resíduos com potencial reciclável fossem comercializados, haveria ganhos econômicos e ambientais, diretos e indiretos, relacionados: à venda destes produtos por consumidores finais ou associações de catadores; a não disposição destes resíduos em aterros, prolongando a vida útil destes espaços; à utilização como matéria-prima secundária e, consequente, diminuição dos impactos ambientais da extração de recursos naturais.

Para tanto, faz-se necessário o incentivo à implantação de empreendimentos voltados à reciclagem de materiais, bem como a implementação de ações educativas, ambientais e sanitárias, para que a população contribua efetivamente com o saneamento básico da cidade.

Bibliografia

CANES, S. E. P.; LHANBY, A. R.; NUNES, A. S. A implantação da coleta seletiva: uma estratégia de educação ambiental em um município do Rio Grande do Sul/RS. Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM. v. 8, Edição Especial, p 640-651, 2013.

CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem. Preço do Material Reciclável. Cempre Informa Numero 136 – Julho/Agosto, 2016.

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FREITAS, L. F. S.; OLIVEIRA FILHO, J. D. Potencial Economico da Reciclagem de

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PAZ, D. H. F.; OLIVEIRA, B. C.; ARAUJO, G. V. R.; SILVA, R. C. P.; EL-DEIR, S. G.

Estudo da valoracao economica dos residuos solidos domiciliares no municipio de Recife/PE. In: II Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental. Unopar: Londrina, PR, 2011.

POLETTO, J. A.; SILVA, C. L. Influencia de la Separación de Residuos Sólidos Urbanos para Reciclaje en el Proceso de Incineración con Generación de Energía. Inf. tecnol., La Serena, v. 20, n. 2, p. 105-112, 2009.

RIBEIRO, M. Saiba quanto voce ganha a cada quilo de lixo reciclavel acumulado em casa. Tribuna do Ceará: Fortaleza, 27 de junho de 2016. Disponivel em:

Acesso em 29 jun. 2016.

SOARES, L. G. C.; SALGUEIRO, A. A.; GAZINEU, M. H. P. Educacao Ambiental aplicada aos residuos solidos na cidade de Olinda, Pernambuco – um estudo de caso. Revista Ciências e Tecnologia, v 1, n. 1, 2007.

SOUTO, F. B. D.; RAIMAM, M. P.; ALBINO, U. B. Resíduos Sólidos Urbanos em Porto de Moz – PA: Problemas e Oportunidades. Rev. Geogr. Acadêmica, Boa vista, v. 7, n. 2, 2013.

Ilustrações: Silvana Santos