Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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30/05/2017 (Nº 60) TEMÁTICAS AMBIENTAIS NA AMAZÔNIA E O ENSINO DE QUIMICA: UM ESTUDO INVESTIGATIVO NO NÍVEL MÉDIO
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TEMÁTICAS AMBIENTAIS NA AMAZÔNIA E O ENSINO DE QUIMICA: UM ESTUDO INVESTIGATIVO NO NÍVEL MÉDIO

 

Anderson Garcez Galindo1andersongalindo92@hotmail.com

Francisco Endril Souza Leitão2endrilsouza@hotmil.com

Ananias da Silva Barros3ananiasbarrosasb@gmail.com

Adriano Ventilari Mattos4adriano-mattosventilar@outlook.com

Eleonora Celli Arenare Santiago5celli_arenare@yahoo.com.br

1,2,3,4,5 Graduando(a) de Engenharia Ambiental do Centro Universitário Nilton Lins – UNINILTON LINS – Manaus/AM. -

6Bacharel, Licenciada em Química pela UFAM, Mestre em Ensino Profissionalizante de Ciências pela UEA, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação da Rede Amazônica de Ensino de Ciências e Matemática- REAMEC/UFMT/polo UEA. Atualmente é professora Assistente Nível I, no Centro Universitário Nilton Lins. UNINILTON LINS – Manaus/AM. – celli_arenare@yahoo.com.br

 

RESUMO:A significação dos conteúdos de Química expostos em sala de aula com relação a temas específicos a problemas ambientais relacionados a Amazônia, desenvolveria um novo olhar dos alunos com relação a disciplina de Química pois o contexto social em que estão envolvidos, é de suma importância para a formação do cidadão, visto que, fortalece o desenvolvimento de cidadãos críticos capazes de tomar decisões. O trabalho trata-se de um estudo investigativo com abordagem quantitativa, realizado por meio de um levantamento com realização de questionário para um grupo de cinquenta e nove alunos do terceiro ano do ensino médio de uma escola pública do município de Manaus, AM. Integrar a disciplina Química com temas ambientais na Amazônia desencadeia a existência de fatores que precisam de pesquisas na área que contribuam para a existência de uma sociedade sustentável.

 

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Química, Temáticas Ambientais, Amazônia

 

ENVIRONMENTAL THEMATIC IN THE AMAZON AND THE TEACHING OF CHEMISTRY: AN INVESTIGATIVE STUDY ON THE AVERAGE LEVEL

 

ABSTRACT: Contents of environmental related issues articulated Chemistry Amazon, facilitate student understanding about the importance of discipline to the social context, assisting the teacher in order to educate citizens able to make critical decisions. The work it is an investigative study with quantitative approach, conducted through a survey with completion of questionnaire to a group of 59 students in the third year of high school to a public school in the city of Manaus, Am. The students understand the need to study the subject, however integrating environmental chemistry-themed discipline in the Amazon triggers the existence of factors that need research that will contribute to a sustainable society.

 

KEYWORDS: Chemistry Teaching, Environmental Themes, Amazon

 

INTRODUÇÃO

O crescimento tecnológico e cientifico tem sido experimentado pela humanidade, entretanto, o processo de produção industrial além de trazer consigo, mudanças na forma de vida e de valores, desencadeou o estabelecimento de mudanças e critérios que precisam ser adequados de forma a superar um conjunto de fatores, relacionados a problemas ambientais ao redor do planeta.

É inegável as consequências relacionadas a sobrevivência de espécies na terra, dentre elas a humana, por isso, desertar a consciência ecológica global foi o marco inicial do que hoje se conhece como Educação Ambiental (EA). Vários eventos solidificaram tais questões, como: “Os limites do Crescimento Econômico”, relacionado a ações necessárias ao equilíbrio global com a redução do consumismo e prioridades da sociedade. Em 1972, a Conferência da ONU, relacionada a 5 a 16 de Junho, em Estocolmo, na Suécia que surge em âmbito mundial, desencadeando a preocupação que o mundo necessita ter com problemas ambientais, propondo o estabelecimento de regras necessárias a EA. Em 1977, surgiu a Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental realizada pela UNESCO, em Tbilisi, Geórgia, Rússia, que alavancou a necessidade da Educação Ambiental ser integracionista e multidisciplinar. No Brasil tivemos em 1992, no Rio de Janeiro a Conferência Rio-92, em 1992, que estabeleceu a Agenda-21, que foi um plano de ação para o século XXI visando a sustentabilidade na Terra.  

Integrando os conteúdos de Química a assuntos ambientais, pode-se destacar: o estudo da chuva ácida, o aquecimento global, a destruição da camada de ozônio, a utilização de processos químicos de forma adequada, etc. Entretanto, poucos são os professores que transmitem a seus alunos essa integração, possibilitando que os mesmos tenham a formação de atitudes adequadas e compreensão global de questões socioambientais.  Entendendo a necessidade de forma-se uma sociedade mais justa, sustentável e igualitária, este trabalho buscar fazer esta investigação, compreender de que forma o aluno está recebendo na escola essa noção necessária a existência da vida na terra.

A recomendação do Ministério do Meio Ambiente brasileiro destaca que:

A educação ambiental com enfoque interdisciplinar de caráter escolar e extraescolar, deve abarcar todos os níveis de ensino e que seja dirigido ao público em geral, especialmente ao cidadão que vive nas áreas rurais e urbanas, ao jovem e ao adulto indistintamente, para lhes ensinar medidas que dentro de suas possibilidades, possam assumir para ordenar e controlar seu meio ambiente (BRASIL MMA 2014).

Autores como: LOUREIRO (2007, 2008), GUIMARÃES (2004), MORIN (1999), LEFF (2001), destacam uma grave crise socioambiental que também se visualiza na sociedade moderna. Caracterizada, por uma extrema desigualdade social e o intensivo de recursos naturais, processo produtivo altamente impactante e diminuição da diversidade biológica e cultural, que acabam gerando muitos impactos ao meio ambiente, acarretando a necessidade de se contextualizar essa EA no Ensino de Química, com propósito de promover a formação de cidadãos mais críticos e conscientes com o meio ambiente.

Despertar a consciência dos alunos por si só, não assegura a construção de uma sociedade mais justa e ambientalmente adequada. Neste sentido para que ações da EA sejam efetivas, se faz necessário a mobilização de saberes, das diversas áreas do conhecimento humano, bem como a incorporação de habilidades e a formação de atitudes a partir de valores éticos e de justiça social. (PELICIONI; PHILIPPI Jr, 2005)

Pesquisas (CHASSOT1990; MALDANER 2007) revelam muitos professores ainda se preocupam somente com o Ensino de Química preparatório para o vestibular, é não aquele que estimule a solucionar problemas reais do cotidiano, infelizmente a prática curricular ainda é linear, fragmentada dentro do conhecimento da própria disciplina.

É preciso formar alunos críticos no papel de cidadãos, para que possam interferir no dia-a-dia, a fim de melhorarem a qualidade de vida da população.SANTOS & SCHNETZLER (1997), afirmam quando discutem a importância do Ensino de Química para formar o cidadão, que:“(...) é necessário que os cidadãs conheçam como utilizar as substâncias no seu dia a dia, bem como se posicionarem criticamente com relação aos efeitos ambientais da utilização da Química e quanto ás decisões referentes aos investimentos nessa área, a fim de buscar soluções para os problemas sociais que podem ser resolvidos com a ajuda do seu desenvolvimento”.

O presente artigo tem como objetivo geral investigar como um grupo de alunos do ensino médio de escolas públicas do Município de Manaus-AM compreendem as temáticas ambientais articuladas ao Ensino de Química.

REFERENCIAL TEÓRICO:

A Educação Ambiental busca um novo ideário comportamental, tanto no âmbito individual, quanto coletivo. Ela deve começar em casa, ganhar as praças e as ruas, atingir os bairros e as periferias, evidenciar as particularidades regionais, apontando para o nacional e o global. Deve gerar conhecimento local, sem perder de vista o global, precisa necessariamente, revitalizar a pesquisa de campo, no sentido de uma participação participante, que envolva pais, estudantes, professores e comunidade. É um passo fundamental para a conquista da cidadania. (OLIVEIRA, 2000 p.89).

 

LOUREIRO (2007), MORIN (1999), LEFF (2001), destacam uma grave crise socioambiental que também se visualiza na sociedade moderna. Caracterizada, por uma extrema desigualdade social e o intensivo de recursos naturais, processo produtivo altamente impactante e diminuição da diversidade biológica e cultural, que acabam gerando muitos impactos ao meio ambiente, acarretando a necessidade de se contextualizar essa EA no Ensino de Química, com propósito de promover a formação de cidadãos mais críticos e conscientes com o meio ambiente.

Despertar a consciência dos alunos por si só, não assegura a construção de uma sociedade mais justa e ambientalmente adequada. Neste sentido para que ações da EA sejam efetivas, se faz necessário a mobilização de saberes, das diversas áreas do conhecimento humano, bem como a incorporação de habilidades e a formação de atitudes a partir de valores éticos e de justiça social. (PELICIONI; PHILIPPI Jr, 2005)

Envolver os alunos com conteúdos de Química que envolvam situações de sua realidade Amazônica, especificamente em temáticas ambientais desencadeia a formação de um indivíduo mais participativo, crítico e capaz de transformar seu meio, de forma a colaborar para a sustentabilidade.

 

“(...) é necessário que os cidadãos conheçam como utilizar as substâncias no seu dia a dia, bem como se posicionarem criticamente com relação aos efeitos ambientais da utilização da Química e quanto ás decisões referentes aos investimentos nessa área, a fim de buscar soluções para os problemas sociais que podem ser resolvidos com a ajuda do seu desenvolvimento”. (SANTOS & SCHNETZLER (1997, p,47)

 

O presente artigo tem como objetivo geral investigar como um grupo de alunos do ensino médio de escolas públicas do Município de Manaus-AM compreendem as questões ambientais articuladas ao Ensino de Química.

 

Química e o Meio Ambiente

Uma educação voltada para a formação da cidadania, não pode existir sem que aconteçam discussões em sala de aula voltadas para aspectos tecnológicos, econômicos, ambientais, políticos, éticos e sociais relacionados problemas científicos voltados para a sociedade. A abordagem de temas sociais proporciona um ensino contextualizado e permite ao aluno aprender com a integração de diferentes saberes, por meio da interdisciplinaridade (BRASIL, 2000; LIMAet. al., 2000;). Temas dessa natureza se mostram como uma alternativa com amplo potencial para a implementação de um processo de ensino e aprendizagem em Química em sintonia com o que propõe os documentos oficiais, conforme discutem diversos autores (COELHO; MARQUES, 2007; SANTOS; MORTIMER, 2009; SANTOS& SCHNETZLER, 1997).

 

(...) A Química, assim como outras ciências, tem papel de destaque no desenvolvimento das sociedades, pois ela não se limita à pesquisa de laboratório e a produção industrial (...). Embora às vezes não se perceba, esta ciência está presente no nosso dia- a- dia e é parte importante dele, pois a aplicação dos conhecimentos químicos tem reflexos diretos sobre a qualidade de vida das populações e sobre o equilíbrio dos ambientes da terra”. (UESBERCO & SALVADOR, 2002)

 

A questão chave nesta situação é: Como o Ensino de Química pode interferir de forma produtiva neste contexto e preparar o aluno para enfrentar, compreender e interferir neste processo vivenciado no mundo atualmente? Sabe-se que muitas vezes a ciência é identificada por meio de seus interesses sociais e políticos. Existem atualmente projetos desenvolvidos em escolas públicas, com intuito de resignificar conteúdos disciplinares, tornando-os relevantes a vida acadêmico do aluno.

O estudo e a busca de processos químicos naturais ou causados pelo próprio homem, destacam alguns problemas ambientais, como: destruição da camada de ozônio, aumento da incidência da chuva ácida, poluição das águas dos rios e oceanos, poluição do ar, derramamento de petróleo no mar, aumento do efeito estufa, aquecimento global, etc. De certa forma o próprio homem modifica e altera o meio ambiente. Por meio de: CFC, utilização intensa de plásticos e vidros, queima incontrolável de combustíveis, descarte inadequado de pilhas e baterias, descarte de resíduos industriais em rios, produção excessiva de fumaça nas indústrias, etc.

 

METODOLOGIA

O trabalho trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, com propósito de averiguar de que forma um grupo de alunos do ensino médio compreende questões ambientais relacionadas ao Ensino de Química. Realizou-se a pesquisa em uma escola da rede estadual de ensino do Munícipio de Manaus no estado do Amazonas.

A pesquisa foi realizada com um grupo de 59 alunos que fazem parte do 3ºA (31 alunos) e 3ºB (28 alunos) do Ensino Médio da Escola Estadual do município de Manaus- AM no ano letivo de 2016.

O instrumento utilizado na pesquisa foi um questionário, onde foram destacadas questões relacionadas a educação ambiental, o meio ambiente e sua integração ao Ensino da Química.

RESULTADOS E DISCUSSÔES

Investigou-se em relação aos alunos, sua compreensão sobre educação ambiental. Foram dadas três alternativas como resposta a esta pergunta. Aproximadamente 89,9% dos alunos assinalaram a alternativa c, conforme dados expressos na Tabela 1:

 

Tabela 1- Definição de Educação Ambiental no Entendimento dos Alunos

Definições de Educação Ambiental

Número de Alunos

Percentual

a)           É uma disciplina que se trabalha em algumas escolas e em outras não.

 

 

3

 

5,1%

 

b)           É uma matéria estudada com frequência no ensino superior.

 

3

 

5,1%

É uma disciplina que ensina valores sociais, conhecimentos e atitudes voltados para o meio ambiental.

 

 

53

 

 

89,8%

 

Através das respostas constatou-se que a percepção de 89,8% dos alunos tem sobre educação ambiental, que tem o mesmo significado com a definição de educação ambiental descrita no Artigo da Lei no 9.795 de abril de 1999 que é:

 

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999).

 

Enquanto que, 10,2% dos alunos dividem de opinião, entre a concepção de que a educação ambiental é trabalhada em algumas escolas e que é uma matéria específica do ensino superior.

Investigou-se os alunos em relação a quais disciplinas eles viram algum conteúdo relacionado a Questões Ambientais. As disciplinas descritas foram: Química, Biologia e Geografia. A demonstração de dados relatados encontram na Tabela 2.

 

Tabela 2 – Disciplina que os Alunos já Estudaram conteúdos relacionados a Questões Ambientais

 

Disciplinas

Número de Alunos

Percentual

Química

8

13,5%

Biologia

46

77,9%

Geografia

17

28,81%

Outra

11

18,64%

 

Constatou-se que os alunos já tiveram em todas as disciplinas integração de seus conteúdos com a educação ambiental, entretanto a maior parte dos alunos (77,9%) responderam que estudaram educação ambiental na disciplina de Biologia, seguido de 28,81% que estuaram na disciplina de Geografia, somente 13,5% na disciplina de Química e os demais 18,64% em outra disciplina do currículo de ensino médio.

Em relação a disciplina de Química apenas 8 alunos já verificaram ser possível a integração da educação ambiental com a disciplina de Química, dado este que nos leva a corroborar com a afirmação de UESBERCO& SALVADOR (2002) “alguns professores de Química, talvez por não ter visto nada relacionado a essa integração em sua formação inicial, demonstram dificuldades em relacionar os conteúdos científicos com eventos da vida cotidiana”. Em outras palavras, a dicotomia entre teoria e prática estar impedindo aos alunos compreenderem a importância desta área de conhecimento para o seu cotidiano.

Os resultados demonstram ainda existe a necessidade de debates nas reuniões pedagógicas com propósito de que professores de Química, possam compreender a necessidade de relacionar a Amazônia e as temáticas ambientais as suas aulas, visto que todos do contexto educativo estão envolvidos neste contexto, por que então não explorá-lo?   Para finalizar o questionário, verificou-se se os alunos argumentam que a Educação Ambiental por meio de temas da Amazônia poderá ser inserida nos conteúdos de Química, no Ensino Médio, de forma contextualizada e prática? A Tabela 3, explicita as respostas dos alunos em relação a este questionamento.

 

Tabela 3 – Percentual de alunos que argumentam que a Educação Ambiental pode ser inserida nos conteúdos de Química

 

Educação Ambiental por meio de temas das Amazônia pode ser inserida nos conteúdos de Química

 

 

Número de alunos do 3 ͦ A

 

 

Percentagem

 

 

Número de alunos do 3 ͦ B

 

 

Percentagem

 

 

Total de alunos

(3 ͦ A e

3 ͦ  B)

 

 

 

Percentagem (3 ͦ A e 3 ͦ B)

Sim

30

96,7%

22

78,6%%

52

88,13%

Não

0

0,0%

6

21,4%

6

10,1%

Não respondeu

1

3,3%

0

0,0%

2

1,7%

 

Os dados relatam que 96,7% dos alunos do 3 ͦ A e 78,6% dos alunos do 3 ͦ B acreditam que pode-se fazer uma integração de assuntos referentes a questões ambientais nos conteúdos de Química de forma a transmitir-se o conhecimento de forma prática e contextualizada. Entretanto 3,3% foram apáticos ao questionamento, já 21,4% de uma das turmas afirma não ser possível fazer a integração da Química com as questões ambientais, o que demonstra que talvez nenhum destes alunos participou de aulas com tais propostas, levando-se a explicitar a importância de uma orientação dos professores de Química menos tradicional e conteudista, mais relacionada a assuntos referentes ao nosso dia-a-dia, como as questões ambientais.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os problemas ambientais trazem uma série de desafios aos professores de Química, envolvidos em todos os níveis de aprendizagem, pois as demandas na formação do professor exigem que este modifique sua metodologia disciplinar para uma metodologia interdisciplinar. Passe da fase de transmissão de conhecimentos para a formulação de perguntas, resolução de problemas, tomada de decisões, raciocínio avaliativo.

Muitos fatores devem ser considerados com relação a integração das temáticas ambientais articuladas ao Ensino de Química na Amazônia, dentre os quais destacam-se: A noção dos alunos com relação ao que é Educação Ambiental, para que sejam trabalhadas temáticas ambientais que envolvam  problemas vinculados a Amazônia e a incorporação destes a conteúdos relacionados a disciplina de Química, a sondagem com relação a que disciplinas o aluno já teve o contato em relação a educação ambiental, visto que problemas ambientais exigem em suas soluções uma integração interdisciplinar, a escolha de temas específicos relacionados ao meio ambiente e a incorporação destes ao conteúdo programático da disciplina de Química, a investigação do que os alunos já  conhecem relacionado a integração da Educação Ambiental, temas e problemas ambientais locais e globais à disciplina de Química e a partir dessa abordagem, o desenvolvimento de um plano de ação que poderá ser utilizado no decorrer do ano letivo.

A articulação entre conteúdos de Química e temáticas ambientais relacionadas a Amazônia, desencadeia a existência de fatores que precisam de pesquisas na área que contribuam para a existência de uma sociedade sustentável.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BRASIL. Ministério da Educação. (2000). Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Parte III – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/SEMT

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente (MMA). Diretoria de Educação Ambiental. Diretório de Documentos sobre a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável.

COELHO, J. C., MARQUES, C. A. (2007) Contribuições freireanas para a contextualização no Ensino de Química. Ensaio,09(1), 1-17.

LEFF, E.(2001) Epistemologia ambiental.São Paulo: Cortez.

LIMA, J.F.L., PINA, M.S.L., BARBOSA, R.M.N., JÓFILI, Z.M.S., (2000) A contextualização no ensino de Cinética Química. Química Nova na Escola, 11(02), 26-29.

LOUREIRO, C. F. B., COSSÍO, M. F. B., (2007). Um olhar sobre a educação ambiental nas escolas: considerações iniciais sobre os resultados do projeto “O que fazem as escolas que dizem que fazem educação ambiental”. In: MELLO, S.; TRAJBER, R. (Orgs.) Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental. Brasília: MEC/UNESCO, 57-64.

TRAJBER, R. (Org.). (2007). Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental. Brasília:    MEC/UNESCO.

MORIN, E.(1999). Ciência com consciência. 3.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

OLIVEIRA, E.M.de, (2000). Educação Ambiental uma possível abordagem. 2@Edição. Brasília. DF:    IBAMA.

PELICIONI, M. C. F., PHILIPPI, Jr. A., (2005). Bases Políticas, conceituais, filosóficas e ideológicas da    Educação Ambiental. In: PHILIPPI Jr. Arlindo; PELICIONI, Maria CECÍLIA FOCESI. Educação     Ambiental e Sustentabilidade. São Paulo, Manole, 3-12, 890p.

SANTOS, W. L. P. dos; SCHNETZLER, R. P. Educação em Química: compromisso com a cidadania. Ijuí:    Editora da UNIJUÍ, 1997.

SANTOS, W. L. P. dos, MORTIMER. E. F., (2009). Abordagem de aspectos sociocientíficos em aulas de    Ciências: possibilidades e limitações. Investigações em Ensino de Ciências, 14(2), 191-218.

USBERCO, J.; SALVADOR, E.(2002). Química. Volume único.5 ed. p.3, São Paulo: Saraiva.

Ilustrações: Silvana Santos