Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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11/03/2017 (Nº 59) O USO DE TRILHAS ECOLÓGICAS PARA TRABALHAR EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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O USO DE TRILHAS ECOLÓGICAS PARA TRABALHAR EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Autores: Joseleide Teixeira CÂMARA1,2 e Andressa Ramos Lima3

1. Departamento de Química e Biologia da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Campus Caxias. Praça Duque de Caxias, s/n. Morro do Alecrim, Caxias-MA. E-mail: jtcamara75@gmail.com

2. Programa de Pós-Graduação em Anatomia de Animais Domésticos e Silvestres, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP).Av. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87 - Cidade Universitária. São Paulo-SP

3. Curso de Ciências Biológicas Licenciatura Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Campus Caxias. Praça Duque de Caxias, s/n. Morro do Alecrim, Caxias-MA.

 

RESUMO

A Área de Proteção Ambiental Municipal (APA) do Inhamum, um patrimônio natural dotado de várias nascentes e de relevante diversidade biológica, foi criada pela lei 1.464/2001. Durante toda a existência da APA, esta tem sofrido sérias agressões como desmatamento, queimadas ilegais, poluição das nascentes com o lixo deixado pela população local, entre outros. Com isso tem se intensificado as preocupações com a degradação que a área vem sofrendo. É nesse panorama que a APA se constitui um importante recurso didático para trabalhar educação ambiental. As políticas nacionais de Educação Ambiental atualmente visam transformar progressivamente atitudes e comportamentos para que todos os membros da comunidade tenham consciência das suas responsabilidades na concepção, elaboração e aplicação de programas nacionais ou internacionais relativos ao Meio Ambiente. O alvo principal dessas políticas é a geração mais jovem conscientes. O presente estudo teve como objetivotrabalhar educação ambiental com alunos da educação básica da cidade de Caxias-MA, através do uso de trilhas ecológicas na APA do Inhamum, explorando as trilhas ecológicas já existentes, ao mesmo tempo em que contribuir com a formação de licenciando de Ciências Biológicas Licenciatura da UEMA, Campus Caxias. Para alcança estes objetivos foram desenvolvidas atividades em várias etapas: I Workshop do Inhamum, Visitas às trilhas, Reuniões, Preparação dos roteiros de trilha, Confecção do folder, Apresentação do material didático, Realização das atividades nas trilhas ecológicas durante I seminário de Educação Ambiental na APA do Inhamum. Para avaliar a atividade foi realizada uma pesquisa de opinião com os participantes. Foram formados 30 monitores de trilhas ecológicas, de forma a contribuir para a formação dos licenciandos de Ciências Biológicas; 15 escolas, 210 estudantes, 26 professores de 15 escolas da educação básica e seis instituições participaram do I Seminário de Educação Ambiental na APA do Inhamum. Segundo a pesquisa de opinião realizada, a atividade foi muito importante para despertar o interesse dos estudantes da educação básica por atividade de campo e a atuação dos monitores foi excelente. As atividades foram de grande importância para todas as instituições e segmentos envolvidos, pelo sucesso da atividade e pela aprendizagem do trabalho em equipe, mas principalmente pela divulgação positiva das riquezas naturais que existem na APA Inhamum e pela socialização das boas práticas com a natureza de foram a contribuir para a sensibilização dos participantes com as questões relativas ao meio ambiente.

Palavras-chaves:Inhamum, Unidade de conservação, Preservação.

 

1. INTRODUÇÃO

 

1.1 Educação Ambiental e a Escola

A preocupação com as questões ambientais possui três fases distintas: (1) estágio reativo, trata-se da primeira fase que vai de início do século XX até 1972, prevalece um tratamento pontual das questões ambientais desvinculado de qualquer preocupação com os processos de desenvolvimento; (2) estágio preventivo, começa com a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano em Estocolmo em 1972 e vai até 1992, caracterizando-se pela busca de uma nova relação entre meio ambiente e desenvolvimento; (3) estágio proativo, é a fase atual que tem início com a realização da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1992 no Rio de Janeiro, em que foram aprovados documentos relativos aos problemas socioambientais globais. Esta última fase caracteriza-se pelo aprofundamento e implementação das disposições e recomendações dos estados nacionais, governos locais, empresas e outros agentes (UNITED NATIONS, 2012).

Em todas estas fases o debate sobre a educação ambiental (EA) invade escolas, universidades, organizações governamentais e não-governamentais, mas a Conferência Intergovernamental de Tbilisi, na Geórgia (USA), em 1977, é considerada um dos principais eventos sobre Educação Ambiental do Planeta. Esta conferência foi organizada a partir de uma parceria entre a UNESCO e o Programa de Meio Ambiente da ONU - PNUMA e, deste encontro, saíram as definições, os objetivos, os princípios e as estratégias para a Educação Ambiental no mundo. A partir dessa Conferência ficou atribuido à escola um papel determinante na marcha progressiva da EA devendo a mesma “transformar progressivamente atitudes e comportamentos para que todos os membros da comunidade tenham consciência das suas responsabilidades na concepção, elaboração e aplicação de programas nacionais ou internacionais relativos ao Meio Ambiente” (BRASIL, 1998).

No Brasil, a Lei Federal 6.938 de 31 de agosto de 1981 criou a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), apresentando seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, além de contemplar outras providências. A PNMA integra várias políticas, entre elas a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) que se articula com várias outras políticas: Políticas Nacionais de Resíduos Sólidos, de Saneamento, de Recursos Hídricos, de Saúde, Urbana, Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (ADISSI; PINHEIRO; CARDOSO, 2012).

Como se ver acima, nas últimas décadastem se intensificado as preocupações sobre os estudosrelacionados ao meio ambiente e com isso,várias iniciativas têm sido feitas na sociedade para o desenvolvimento de atividades, projetos de educação ambiental (EA) nas comunidades, e principalmente em escolas, que objetiva combater práticas que são nocivas ao meio e estimular atividade que são benéficas, para que se possa melhorar consideravelmente o meio ambiente(SANTOS;FLORES; ZANIN, 2011).

A EA é um instrumento que pode gerar mudança de atitudes e tem a finalidade de preparar o indivíduo e a sociedade para realizar ações de desenvolvimento sustentável, como resposta aos desafios do mundo globalizado (DIAS, 2004).

E na busca pela preservação e contato mais direto com os ambientes naturais, pode-se considerar que a educação ambiental é uma das fortes tendências da atualidade, uma vez que é crescente a gravidade do estágio de degradação de recursos naturais e paisagens. As áreas destinadas à proteção dos diversos ecossistemas necessitam de uso e administração planejada, de modo que sua conservação seja garantida (MILANO, 2001).

Ao se considerar que os problemas ambientais representam uma crise civilizatória ampla e, que a superação exigirá mudanças profundas em concepções, valores e ações frente ao mundo, nos padrões do consumo e bem estar, na relação sociendade-sociedade e sociedade-natureza, o que a princípio pode ser um tanto desalentador para quem faz EA e para os educadores de um modo geral (BONOTTO, 2005). Para se tornar efetiva e tranformadora, a ação de educação ambiental de promever intenso envolvimento do educando com temática, casando-lhe desconforto pelas críticas e mudanças de hábitos que se propõe. Esse desconforto é essencial para promover mudanças no comportamento do cidadão.

A EA na educação formal, ou seja, na escola,deve contribui para a formação de cidadãos que valorizem e tomem atitudes, diante de outros seres humanos e a natureza (SANTOS, 2011). Estas ações são utilizadas com frequência em projetos como meio de interpretação ambiental visando não somente a transmissão de conhecimentos, mas também propiciando atividades que analisam os significados dos eventos observados no ambiente e na natureza, bem como as características do mesmo (ZANIN, 2006).

Um ponto crucial para que as ações voltadas para a EA, assim como para qualquer outras ação educativa, é a qualidade dos profissionais que trabalham na educação e que desenvolvem a ação. As formações inicial e continuada dos professores e demais profissionais da educação voltadas para educação ambiental são decisivas para que as ações da escola tenham realmente resutados transformadores de ideias e que promova a mudança de atitudes ao longo do tempo. Caso contratário, tem-se apenas atividades nas quais se desenvolve um discurso politicamente correto, mas a prática não acompanha o discurso. A consequência é que o educando se sensibiliza com o discurso, mas aprende é com a prática, com aquilo o que ele vivencia no seu dia-a-dia.

 

1.2 Educação Ambiental em trilhas ecológicas

 

Para trabalhar a EA podem ser utilizados espaços naturais, que gerem possibilidades e conceitos educativos, destacando os problemas ambientais, com os visitantes. Esses espaços podem ser praças, jardins, Unidades de Conservação (UC), entre outros espaços com potencialidade de exploração dos aspectos naturais para sensibilizar para a sustentabilidade (SERPE; ROSSO, 2010).

Segundo Mello (2006), um método importante na educação ambiental em escolas é transformar a teoria da sala de aula em uma prática de campo, usando os recursos ecológicos, na qual se destacam as trilhas interpretativas. Esta atividade é uma ferramenta diferenciada que coloca em prática o conhecimento ambiental e ecológico, especialmente direcionadas a crianças e jovens, onde este seria um método diferente para ensinar. As trilhas seriam instrumentos pedagógicos, recreativos e lúdicos que exploraram o raciocínio lógico, incentivar a capacidade de observação e reflexão, além de apresentar conceitos ecológicos e estimular a prática de conservação (COPATTI,MACHADO; ROSS, 2010).

Assim, as atividades de educação, lazer e ecoturismo em ambientes com relevante potencial paisagístico e grande biodiversidade, podem se tornar importantes ferramentas para despertar consciências para a conservação e preservação desses espaços (JESUS; RIBEIRO, 2006).

Em uma unidade de conservação a prática da EA tem objetivos de divulgar informações e conhecimentos científicos para possibilitar a conscientização da comunidade local no que se referir a preservação e conservação daquele ambiente(SANTOS;PIRES, 2000).O uso de trilhas ecológicas para trabalhar EA, podem proporcionar aprendizado e sensibilização, ao promover o contato direto com o meio ambiente (SANTOS et al,2012). Porém, uma trilha por si só não se concretiza como um instrumento para conscientização ambiental para os seus visitantes. Ela deve apresentar recursos trazidos para os visitantes, através de placas, folders, painéis, folhetos explicativos, guias especializados, propiciando assim uma interpretação do local visitado através dos diferentes sentidos caracterizando-se como uma trilha interativa e recreativa (COSTA; MELO,2005). A utilização dos cenários, flora e fauna como recursos gera conhecimento e emoções positivas aos visitantes, sendo mais fácil para que estes desenvolvam admiração e respeito e, assim preservem o meio ambiente.

Portanto, tanto a educação ambiental, como a interpretação ambiental são instrumentos úteis para sensibilização aos problemas ambientais e para capacitação da população na busca da sustentabilidade. Ambas almejam uma mudança de postura do ser humano na natureza. A diferença entre elas reside no fato de que a educação ambiental constitui um processo mais longo e contínuo, que deve acontecer ao longo de todas as fases da formação do indivíduo, enquanto que a interpretação ambiental é projetada para um momento específico e de curta duração (CAMPOS;VASCONCESLOS; FÊLIZ, 2011).

Dessa forma ao trabalhar com trilhas ecológicas, não se trata apenas de entender e atuar sobre a problemática ecológica e na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas. Trata-se de estabelecer relações de causa e efeito dos processos de preservação (PHILIPPI JUNIOR; PELICIONE, 2005).

É nesse panorama que a Área de Proteção Ambiental Municipal (APA) do Inhamum se constitui um importante recurso didático para trabalhar educação ambiental. A APA possui um importante papel na vida da população caxiense, contribuindo com os recursos hídricos que abastecem parte das residências da cidade. Nos últimos anos foi produzido um considerável volume de trabalhos científicos sobre a biodiversidade da área, além de possuir cenários de singular beleza e histórias que despertam a curiosidade e criatividade popular.Além de excelente recurso didático, há outro imperativo em trabalhan EA na APA do Inhamum: é de suma importância que a população, as instituições governamentais e não governamentais da região reconheçam a APA do Inhamum como uma unidade de conservação, valorizem e preservem as riquezas naturais ali remanescentes.

O principal objetivo desse estudo foi trabalhar educação ambiental com alunos da educação básica da cidade de Caxias, através do uso de trilhas ecológicas na APA do Inhamum, de modo a fortalecer a APA enquanto UC, padronizando o mapeamento das trilhas e produzindo material didático para informar os visitantes. Outros objetivo importantes durante da atividade foi contribuir para a formação dos acadêmicos do curso de Ciências Biológicas Licenciatura da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), do campus Caxias-MA.

 

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1Caracterização da APA Municipal do Inhamum

O município de Caxias atualmente ocupa a quinta maior cidade do estado do Maranhão com uma população estimada de 161.137 habitantes com uma área aproximada de 5.196,771km2 (IBGE, 2015). A cidade é um importante centro econômico, político e educacional.

Dentro do município de Caxias, encontra-se a Área de Proteção Ambiental Municipal (APA) doInhamum. A APA é considerada patrimônio municipal de Caxias-MA, foi criada pela lei 1.464/2001, possui aproximadamente 3.500 hectares, localiza-se a margem direita da BR 316. É cortada pela rodovia MA-127, que liga os municípios de Caxias e São João do Sóter. A Mata Ciliar ou de Galeria é presente nas margens dos córregos, lagoas e nascentes, presentes na região (CONCEIÇÃO; RUGGEERI; GUIMARÃES, 2010), além da mata ciliar a paisagem predominante é o Cerrado.

A área apresenta diferentes graus de perturbação, em razão da ação de lenhadores, da presença de lixo depositado principalmente pelos usuários da MA-127, pela ação de banhistas que frequentam o riacho, além de caças de animais silvestres. Algumas dessas atividades são proibidas, no entanto há carência de fiscalização por parte dos órgãos responsáveis pela administração e manejo da APA.

Os banhistas que frequenta a APA, os usuários da rodovia MA-127, assim como a população regional,possuem um conjunto de características socioeconômicas e culturais que não favorecem práticas sustentáveis. Trabalhos voltados para educação ambiental, geralmente, ocorrem de forma pontual e sem amplitude na sociedade da região.

 

3.2 Estudos prévios sobre a APA do Inhamum e mapeamento de trilhas

A APA do Inhamum possui trilhas, que antes eram estradas usadas para transporte de lenha retirada na área. Estas estradas foram bloqueadas e atualmente são trilhas. Para explorar as trilhas,foram mapeadas e caracterizadas para posterior sinalização.

Para realizar o mapeamento, caracterização e verificar a necessidade e locais de placas de sinalização, foramrealizadas consultas bibliográficas especializadas, assim como visitas prévias na área. Durante as visitas foram realizadas anotações e obtidas fotos para caracterização das trilhas. Com os dados obtidos foram preparados folders informativos para auxiliar os monitores de trilha.

 

3.3 Formação de monitores de trilhas ecológicas

A formação de monitores para atuar nas trilhas ecológicas ocorreu no âmbito do curso de Ciências Biológicas Licenciatura da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Campus Caxias. Foram abertas 40 vagas para acadêmicos desse curso, para participação do processo formativo.

A formação ocorreu em várias fases: I Workshop do Inhamum, visita às trilhas ecológicas, reuniões, confecção de roteiros, preparação e apresentação de recurso didático, (tabela 1 e figura 2).

 

Tabela 1. Atividades para a formação dos monitores de trilhas ecológicas para atuarem na APA do Inhamum.

Atividades Desenvolvidas

Descrição

Datas

I Workshop

Durante o Workshop ocorreu diversas conferências sobre os conhecimentos científicos produzido no âmbito da UEMA, Campus Caxias sobre a fauna e a flora da APA do Inhamum. Os grupos tratados foram: briófitas, angiospermas, insetos aquáticos, borboletas, mariposas, peixes, morcegos e roedores.

5 e 6 de maio de 2016

Visitas às trilhas

Foram percorridos todos os percursos das cinco trilhas ecológicas previamente mapeadas. Explorou-se pontos com vegetação exuberante e piscinas naturais; os monitores receberam informações sobre geografia, ecologia, biodiversidade, história e cultura da APA e por último, foram repassadas informações e recomendações sobre segurança pessoal e de grupo.

7 de maio de 2016

Reuniões

Ficaram estabelecidas as equipes de monitores, os percursos e foram triadas as informações sobre as escolas que estavam inscritas para visitação nas trilhas.

26 e 27de maio de 2016

Preparação de recurso didático

Realizou-se um levantamento de equipamentos e recursos didáticos que os monitores fariam uso durante as trilhas. Os monitores realizaram uma apresentação prévia para os professores organizadores.

1 e 3 de junho de 2016

Preparação dos roteiros de trilha

Foram elaborados roteiros detalhados e individualizados para cada grupo de visitantes contendo data, horário, tempo de percurso e grau de dificuldade das trilhas, para tanto foram considerados a idade, o número de pessoas por grupo e o nível escolar dos visitantes.

05 de junho de 2016

FONTE:Câmara & Lima (2017).

 

Figura 2 A-F. Etapas da formação de monitores para atuares nas trilhas ecológicas da APA Inhamum. (A) Realização do I Workshop, (B-C) Visitas às trilhas da APA do Inhamum, (D) Reuniões com os voluntários, (E-F) Apresentações pedagógicas.

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FONTE:Câmara & Lima (2017).

 

2.4 Articulação com escolas da Educação Básica

Para reunir as informações, divulgar e receber os estudantes da educação básica nas trilhas da APA, foiorganizado o I Seminário de Educação Ambiental da APA doInhamum (I SEAI).

Através do Núcleo de Educação Ambiental (NEA), da Secretaria Municipal de Educação de Caxias (SEMEDUC), foram selecionadas 15 escolas do ensino fundamental da rede pública de ensino. Foram enviadas as escolas o regulamento para participação do evento (apêndice A), assim como o cronograma das atividades e as fichas de inscrição (apêndice B) que deveria ser assinadas pelo gestor da escola e o professor responsável por levar os alunos para o I SEAI. Para que os alunos da educação básica participassem das atividades os pais ou responsáveis teriam que concordar, assinando o termo de autorização (apêndice C).

Além disso, comissão executora do I SEAI, através de ofícios, convidou três escolas de ensino médio das redes estadual e privada de ensino.

2.5Pesquisa de opinião

A pesquisa de opinião é um levantamento estatístico com uma amostra de opinião pública. A participação da atividade é voluntária e gratuita.

A pesquisa foi realizada em dois dias consecutivos, nos dias 10 e 11 de Junho de 2016, tendo como público-alvo os estudantes do ensino básico (fundamental e médio). Para o processo de recolhimento dos dados, foi feita uma pesquisa de opinião, com perguntas objetivas e fechadas (apêndice D).

Os dados receberam análise do tipo quantitativa, com estatística simples e demonstração através de gráficos e tabelas preparados no software EXCEL.

 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Mapeamento e caracterização das trilhas

Cinco trilhas, escolhidas entre àquelas já existentes na Área de Proteção Ambiental Município (APA) do Inhamum, foram mapeadas e nomeadas de acordo com o local ou característica natural e/ou histórica (figura 3).

Cada trilha foi caracterizada quanto à distância e tempo de percurso, aspectos da fauna e flora, curiosidades e pontos históricos que retratam a cultura da população que viveu ou vive nos entornos da APA, a saber:

A.    Trilha amarela – Sumidouro do Padre

Distância do percurso: 1.250 metros.

Tempo aproximado para percorrer: 30 minutos.

Nível de dificuldade do percurso: Leve a moderado.

Características:

No início da trilha a vegetação é Mata Ciliar, pois o acesso é próximo ao riacho. À medida que o percurso se afasta do riacho há predominância de uma vegetação mais aberta, com árvores baixas e tortuosas, arbustos e gramíneas (Cerrado). Trata-se, por tanto, de uma trilha com muito sol e terreno arenoso, na maior parte do percurso.

A trilha dá acesso ao “Sumidouro do Padre”. Na trilha é possível ver algumas espécies vegetais e animais, como: cajuí, pequizeiro, maniçoba, pau-pombo, sabiá, araponga (ferreiro), cupinzeiros, formigueiros e borboletas diversas.

B.     Trilha Rosa – Soledade

Distância do percurso: 1000 m

Tempo aproximado para percorrer: 25 min.

Nível de dificuldade do percurso: Pesado.

Características:

Esta trilha liga o “Sumidouro do Padre” ao banho “Soledade”. Todo o trajeto desta trilha é sombreado, as árvores são altas com copa generosas (Mata Ciliar). O percurso proporciona aos visitantes lugares para descanso e uma paisagem muito parecida com Floresta Amazônica. Para ter acesso a trilha precisa-se atravessar o riacho no início e fim da trilha.

Trata-se da trilha com ambiente mais preservado dentre as trilha, por isso mesmo, muito frágil.São encontradas na trilha: merim, babaçu e borboletas azuis. Podemos encontrar, também, lagartas urticantes muito venenosas (Lonomiasp.) que se camuflam nos troncos das árvores.

Não é recomendado entrar nessa trilha após as 16h30, pois em algumas épocas do ano, a mata é fechada deixa o percurso muito escuro após esse horário.

C.    Trilha Bege – Mata

Distância do percurso: 1000 m

Tempo aproximado para percorrer: 20 minutos

Nível de dificuldade do percurso: Leve.

Características:

Esta trilha liga os pontos “Sumidouro do Padre” e “Lagoa do Inhamum”. Todo o percurso ocorre em Mata Ciliar. Grandes árvores proporcionam um ambiente sombreado agradável e são responsáveis por grande quantidade de folhas no solo, proporcionando a manutenção dos nutrientes para as plantas e habitat essencial para muitos invertebrados de solo.

D. Trilha Roxa - Trilha do Alambique

Distância do percurso: 1.000 metros

Tempo aproximado para percorrer: 30 minutos

Nível de dificuldade do percurso: Pesada.

Características:

Esta trilha liga a lagoa do Inhamum a MA-127. Próximo à lagoa a Mata Ciliar é predominante, quando nos afastamos desse ponto a vegetação tende a exibir aspecto de Cerrado. Nessa trilha pode ser observadas ruínas de um alambique que pertencia aos antigos moradores locais, observam-se ainda a presença de mangueiras, apesar de não serem plantas nativas dessa região, plantadas pelos antigos habitantes.

A parte da trilha próxima à MA-127 é arenosa e possui vegetação baixa, ou seja, é muito ensolarada na maior parte do dia.

E. Trilha laranja – Trilha das briófitas

Distância do percurso: 1.250 m

Tempo aproximado para percorrer: 35 minutos

Nível de dificuldade do percurso: Leve

Características:

A trilha liga a lagoa do Inhamumà MA-127. Maior parte do percurso é sombreado durante o dia todo, este fato favorece o crescimento de musgos (briófitas) nas árvores que estão ao longo da trilha. São encontrados ao longo da trilha ananás, licopódios e buritis. Essa trilha apresenta um ambiente agradável para área de piqueniques e acampamento.

 

Figura 3. Mapa das trilhas ecológicasda APA do Inhamum.

Mapa trilha inhamum

Fonte: Prefeitura de Municipal de Caxias/MA. Adaptado por: CÂMARA, J. T.

 

3.2 Sinalização e produção do folder

A partir das informações sobre as trilhas, foram confeccionados um folder explicativo e oito placas de sinalização. O principal objetivo do folder é fornecer informações aos visitantes da APA do Inhamum que desejam percorrer as trilhas ecológicas. Foram produzidas 500 cópias do folder que foram distribuídas aos visitantes durante a atividade proposta e aqui relatada e para os principais órgãos municipais envolvidos na atividade.

As placas de sinalização foram fixadas em pontos estratégicos, nas entradas das trilhas, nas bifurcações das trilhas e nos pontos históricos, conforme o mapa (pontos 1, 2 e 3 da figura 3). Os principais objetivos das placas são informar os visitantes sobre os percursos, repassar informações sobre sua localização e sobre os cuidados com o meio ambiente, especialmente no que diz respeito à preservação e conservação da APA

 

3.3 Formação de monitores para atuarem nas trilhas ecológicas da APA do Inhamum

O processo de formação de monitores para atuares nas trilhas ecológicas da APA do Inhamum teve a duração de 36 dias. Inicialmente foram inscritos 40 voluntários, na última etapa participaram 30 acadêmicos de Ciências Biológicas, ou seja, estes últimos participaram de todas as etapas do processo de formação.

A apresentação pedagógica teve êxito, pois os voluntários foram criativos e dinâmicos, onde tentaram usar uma linguagem clara e de fácil entendimento. A realização de um trabalho inovador e pioneiro na APA do Inhamum, foi um dos agentes motivadores para os alunos da educação básica participarem da atividade, como também os mesmos mostrarem a grande biodiversidade existente no local e desta forma repassar o conhecimento adquirido durante o Workshop.

Para a culminância das atividades, foi realizado o I Seminário de Educação Ambiental da APA do Inhamum- I SEAI(figura 7). Nessa atividade os monitores tiveram oportunidade de colocar em prática o conhecimento específico e pedagógico adquirido na academia, além daquele que foi repassado durante as etapas preparatórias. Dessa forma a atividade além de constituir uma forma inovadora de trabalhar um conteúdo (nesse caso, educação ambiental), contribuiu para consolidar outras etapas anteriormente trabalhadas da formação dos acadêmicos de Ciências Biológicas, o conhecimento específico e teórico.

O I SEAI ocorreu nos dias 10-11 de junho de 2016. No total a atividade envolveu 30 monitores de trilha, 210 alunos da educação básica, 26 professores de 15 escolas públicas e particularesda cidade de Caxias-MA (tabela 2), além de quatro brigadistas e quatro sargentos do 5º Agrupamento do Corpo de Bombeiros Militar Caxias-MA e 20 cadetes do Tiro de Guerra de Caxias (TG 08-006) do Comando da 8ª Região Militar, 8ª Divisão do Exército.

Estes resultados são relevantes quanto ao número de público quando comparado com outras atividades semelhantes. No trabalho de Machado et al (2009) foram realizadas trilhas em diferentes paisagens ecológicas, relacionando fauna, flora, estudo do solo, recurso hídrico e foram feitas atividades lúdicas por meio de gincana durante o percurso, onde contabilizou a participação de 290 alunos todos do ensino fundamental. Filho; Amaral; Abreu (2014) em seu trabalho de campo, obteve a participação de 80 alunos sendo todos do Ensino Médio, em dois dias consecutivos.

Cada equipe de monitores trabalhou os conteúdos de acordo com a idade dos estudantes e seu nível escolar. Foram feitas explanações sobre todos os eixos ambientais, como a história do Sumidouro do Padre, do engenho de produção de cachaça, fauna, flora, recursos hídricos. Todos os pontos explanados pelos monitores ressaltavam a importância da preservação daquela UC para perpetuação de momentos de lazer e qualidade de vida dos visitantes, assim como para a preservação da biodiversidade da área. A utilização de recursos didáticos durante a visita à UC, integrou a história, a natureza e o lúdico. Em todos os grupos ocorreu uma boa aceitação dos recursos naquele cenário natural.

 

Figura 7. A-F Alunos, professores e monitores participando das trilhas ecológicas. (A) reunião para repasse de informações antes da entrada nas trilhas ecológicas; (B) U. E. M. Costa Sobrinho; (C) Colégio São José; (D) C. E. Aluísio Azevedo.

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Tabela 2. Demonstrativo das escolas e quantitativo dos respectivos participantes do I SEAI da APA do Inhamum.

 

Escolas participantes

Nº de alunos

Nº de Professores por Escola

Ensino Fundamental

 

C. M. Antônio Rodrigues Bayma

10 alunos

1

U. I. M. Marly Sarney Costa

10 alunos

3

U. E. M. Costa Sobrinho

10 alunos

2

U. I. M. Raimundo Nunes da Silva

10 alunos

3

U. E. M. Frazão Soares

10 alunos

1

U. E. M. João Viana

10 alunos

2

U. I. M. Prof.ª Marinalva Soares Guimarães

10 alunos

1

U. I. M. Guiomar Cruz Assunção

10 alunos

1

U. I. M. Hélio de Sousa Queiroz

10 alunos

1

U. I. M. Coelho Neto

14 alunos

1

U. E. de 1º Grau Duque de Caxias

10 alunos

1

U. E. M. Leôncio Alves de Araújo

10 alunos

1

Ensino Médio

 

C. E. Aluísio Azevedo

26 alunos

2

C. E. Thales Ribeiro Gonçalves

45 alunos

5

Colégio São José

15 alunos

1

TOTAL

210

26

 

4.4 Avaliação das trilhas ecológicas pelo público visitante

Como já mencionado, 210 alunos da educação básica participaram da atividade, desse total 48% (101) dos visitantes participaram da pesquisa de opinião. A pesquisa de opinião foi realizada imediatamente após o percurso das trilhas, enquanto os visitantes ainda estavam na APA do Inhamum. Através dos resultados obtidos verificou-se que a faixa etária dos visitantes variou de 8 a 17 anos de idade, sendo que as idades entre 9 e 10 a 14 e 15 anos foram as mais comuns entre os alunos (figura 8-A). Quanto ao sexo, a maioria (55,45%) dos visitantes pertence ao sexo feminino (figura 8-B).

Na avaliação dos visitantes as trilhas ecológicas e o acompanhamento que os mesmos receberam durante a atividade foi muito proveitosa. Os dados exibidos na tabela 3, referentes à pesquisa de opinião realizada revela quase 100% de satisfação e êxito nos quesitos avaliados pelos visitantes.

As aulas desenvolvidas em ambientes naturais, têm sido marcadas como uma metodologia eficaz, pois possibilita assim o envolvimento e motivação de crianças e jovens (SENICIATO; CAVASSAN, 2004). De acordo com Rheinheimer; Guerra (2006), as atividades de Educação Ambiental oferece aos visitantes uma experiência enriquecedora, faz com que as pessoas tomem consciência de que se deve preservar o meio, e através de programas de Educação Ambiental desenvolvida em escolas, faz com que todos os envolvidos participem, e neste sentido a escola tem a fundamental importância pela formação e educação do cidadão.

 

Figura 8A-B. Dados sobre os visitantes das trilhas ecológicas da APA do Inhamum, durante o I SEAI. (A), faixa etária dos visitantes; (B), sexo dos visitantes.

 

 

Tabela 3. Resultado da pesquisa de opinião realizada com os visitantes das trilhas ecológicas da APA do Inhamum, durante o I SEAI da APA do Inhamum.

Perguntas

Respostas

Você já tinha participado de trilhas ecológicas?

Sim

15,84% (16)

Não

84,16% (85)

Você gostou da expedição?

Sim, gostei muito

100% (101)

Gostei pouco

0%

Não gostei

0%

Você aprendeu alguma coisa com a expedição?

Sim

98,02% (99)

Não

1,98% (02)

O que você achou dos monitores durante as trilhas?

Excelente

100% (101)

Bom

0%

Regular

0%

 

Alguns resultados encontrados nesse trabalho são corroborados por outros autores. Por exemplo, Filho; Amaral; Abreu (2014), realizaram uma atividade com trilhas ecológicas na cidade de Campos de Alegre (ES), com 80 alunos da educação básica, 92% dos participantes afirmaram ter “gostado muito” das atividades. Comparando os resultados dos autores citados com aqueles obtidos nas trilhas ecológicas da APA do Inhamum, este último ainda é superior quanto á satisfação dos visitantes.

A principal preocupação da maioria das atividades educativas é avaliar a aprendizagem do público alvo e, avaliando o resultado obtido para a pergunta “Você aprendeu alguma coisa com a expedição?”, observa-se que o resultado é próximo, mas não é 100% positivo (Tabela 3). Filho; Amaral; Abreu (2014) explicam que a aula de campo desperta curiosidade e motiva a maioria dos alunos para a aprendizagem. No entanto, uma pequena porcentagem dos alunos tem interesse exclusivo em viajar ou sair da rotina de aulas ministradas de forma teórica.

Nota-se com os resultados obtidos para a pergunta “O que você achou dos monitores durante as trilhas?” (100% excelente), que o papel dos monitores de trilha foi muito importante para os demais resultados positivos. Bagliano; Alcântara; Baccaro (2012) em seu trabalho falam que o educador tem a função de mediador na construção e orientação dos conceitos de Educação Ambiental e deve saber quais instrumentos podem ser usados numa prática social centrada no conceito de preservação da natureza.

 

4. CONCLUSÕES

 

A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que o trabalho realizado contribuiu para divulgação e fortalecimento da Área de Proteção Ambiental Municipal (APA) do Inhamum como uma unidade de conservação, sendo este pioneiro na confecção de material bibliográfico específico da APA com propósito de informar o público visitante e na sinalização das trilhas, geralmente já utilizadas por vários segmentos da sociedade local.

As trilhas ecológicas são de grande importância no cumprimento desse papel de consciência de preservação, uma vez usadas como ferramenta de ensino, tem a capacidade de despertar interesse e envolver a comunidade das educações básica e superior de forma surpreendente. O uso adequado das trilhas ecológicas para trabalhar educação ambiental proporcionou o fortalecimento dos conceitos de sustentabilidade.

A estratégia apresentada para a formação de monitores para atuarem nas trilhas ecológicas foi eficiente, pois estes demonstraram segurança, entusiasmo, criatividade e desenvoltura ao desenvolverem as atividades propostas.

As atividades foram de grande importância para todas as instituições e segmentos envolvidos, pelo sucesso da atividade e pela aprendizagem do trabalho em equipe, mas principalmente pela divulgação positiva das riquezas naturais que existem na APA do Inhamum e pela socialização das boas práticas com a natureza de foram a contribuir para a sensibilização dos participantes com as questões relativas ao meio ambiente.

A realização do I Seminário de Educação Ambiental na APA do Inhamum contribuiu para os seguintes aspectos: fortalecimento da APA do Inhamum como uma UC, pois envolveu vários segmentos da sociedade entorno da APA; fortalecimento das políticas voltadas para a educação ambiental; diminuição da distância entre a comunidade acadêmica e a sociedade, além de contribuir para formação de uma sociedade preocupada com a preservação da biodiversidade e com as questões ambientais.

Apesar da crescente preocupação e interesse com os problemas ambientais e da crescente conscientização da responsabilidade que o ser humano tem na luta contra os problemas ambientais, muito ainda precisa ser feito para que as mudanças de posturas e comportamentos mudem. Pois ter consciência sobre as causas e consequências das agressões ambientais, muitos já o têm, no entanto, a mudança de comportamento quanto aos modos de consumo e cuidados com a natureza, são exercícios praticados por poucos.

 

Agradecimentos

As autoras agradecem: à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela concessão da bolsa do Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) às autoras; à Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico do Maranhão (FAPEMA) pelo fomento da sinalização das trilhas; ao Prof. Deusiano Bandeira de Almeida pela colaboração durante a o mapeamento e caracterização vegetal das trilhas ecológicas da APA Inhamum; às equipes dos laboratórios de pesquisa da UEMA-Campus Caxias, GENBIMOL, LABIVE, LABEM, LEAq, LEI e LEL pela valiosa colaboração na realização do I Workshop do Inhamum; ao 5º Agrupamento do Corpo de Bombeiros Militar de Caxias-Ma,Tiro de Guerra de Caxias (TG 08-006) do Comando da 8ª Região Militar,Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Preservação dos Recursos Naturais da Caxias,Núcleo de Educação Ambiental da Secretária Municipal do Educação de Caxias e projeto Ecocemar pelas parcerias durante a realização do I Seminário de Educação Ambiental do Inhamum (SEAI) e aos alunos do curso de Ciências Biológicas Licenciatura que, voluntariamente, participaram da organização e execução das atividades.

 

REFERÊNCIAS

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BAGLIANO, V. R.; ALCÂNTARA, R. N.; BACCARO, D. C. Conceituação Histórica e Fundamentação da Educação Ambiental no Mundo e no Brasil. Caderno Meio Ambiente e Sustentabilidade,ano.1 n.1, p.94-108, jul-dez 2012.

BONOTTO, D. M. B. Formação docente em Educação Ambiental Utilizando Técnicas Proletivas. Paidéia, v.15, n.32, p. 433 - 440, 2005.

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COPATTI, C. E.; MACHADO, J. V. V.; ROSS, B. O Uso de Trilhas Ecológicas para Alunos do Ensino Médio em Cruz Alta-RS como Instrumento de Apoio a Prática Teórica.Revista Educação Ambiental em Ação. 2010. Disponível em http://www.revistaea.org/artigo. Acesso em: 23/08/16.

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FILHO, da C. V. M.; DO AMARAL, A. A.; DE ABREU, P. M. K. Trilhas ecológicas como instrumento de sensibilização para questões ambientais. Revista Enciclopédia Biosfera – Centro Cientifico Conhecer. Goiânia. V.10, n. 18, p.36-46, 2014.

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APÊNDICE A

logo inhamum trilhas

 

REGULAMENTO PARA O I SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL INHAMUM

 

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS:

Art. 1. O I Seminário de Educação Ambiental na Área de Proteção Ambiental Inhamum será promovido pela comissão organizadora por um grupo de alunos e professores do Curso de Ciências Biológicas do CESC/UEMA em parceria com as Secretarias Municipais de Meio Ambiente e Educação.

Art. 2. O Seminário será realizada nos dias 10 e 11 de junho de 2016, na Área de Proteção Ambiental do Inhamum situado na MA-127, que liga Caxias á São João do Sotér.

Art. 3. O seminário será realizado durante o percurso das trilhas na APA Inhamum.

Art. 4. O passeio nas trilhas será realizado mediante supervisão de monitores previamente treinados. Os monitores serão graduandos de Ciências Biológicas do CESC/UEMA e técnicos das Secretarias Municipais do Meio Ambiente e Educação.

OBJETIVO:

Art. 5. Sensibilizar a comunidade em geral para a preservação da Área de Proteção Ambiental Inhamum, através da divulgação do conhecimento científico produzido e ao mesmo tempo, contribuir para a formação de estudantes e atualização de profissionais da área das Ciências Biológicas atuantes na região.

 

 

 

CAPÍTULO II

CRITÉRIOS PARA PARTICIPAÇÃO

Art. 6. As inscrições serão abertas apenas para alunos da Educação Básica, a saber: Ensino Fundamental (2º, 3º e 4º ciclos) e Ensino Médio.

Art. 7. As Escolas devem se responsabilizar de inscrever as turmas de alunos e nomear um professor responsável pelos alunos.

Art. 8. A ficha de inscrição deverá ser preenchida adequadamente e assinada pelo professor e diretor da escola.

Art. 9. A ficha de inscrição deverá ser acompanhada dos termos de consentimento dos pais ou responsáveis pelos alunos. Para cada aluno deve ser preenchido e assinado um termo de consentimento individual.

Art. 10 As equipes devem ser formadas como discriminado abaixo:

       I.            Ensino Fundamental 2º ciclo: Professor responsável e, no máximo, 10 alunos;

    II.            Ensino Fundamental 3º ciclo: Professor responsável e, no máximo, 10 alunos;

 III.            Ensino Fundamental 4º ciclo: Professor responsável e, no máximo, 15 alunos;

 IV.            Ensino Médio: Professor responsável e, no máximo, 15 alunos.

Art. 11. As inscrições serão realizadas mediante a compra do kit para os alunos e professores.

Art. 12. Os alunos inscritos receberão um kit (bolsa, camiseta e folder).

CAPÍTULO III

OBRIGAÇÕES DOS PROFESSORES

Art. 13. O professor responsável deverá acompanhar seus alunos, a partir da escola até o final da atividade.

Art. 12. O professor deve zelar e orientar seus alunos no que diz respeito aos cuidados com seus pertences, como máquina fotográfica, celular, etc.

Art. 13. É responsabilidade de o professor orientar e supervisionar a equipe de alunos quanto as suas responsabilidades descritas nos artigos 14 a 17 deste regulamento.

OBRIGAÇÕES DOS PARTICIPANTES

Art. 14. O tempo de percurso das trilhas deve variar entre 100 e 180 minutos. Portanto, cada participante deve levar lanche e água para seu próprio consumo.

Art. 15. Todos os participantes devem está devidamente trajados, com: tênis, calça jeans ou de brim e camiseta do evento.

Art. 16. É recomendável e facultativo o uso chapéu, repelente, protetor solar e blusa com manga longa.

Art. 17. É terminantemente proibido deixar qualquer resido sólido não orgânico (lixo) durante o percurso das trilhas.

·         Recomendações da equipe organizadora:

a.       Os participantes não devem carregar muito peso em suas bolsas devido o longo percurso a ser trilhado.

b.      Os participantes não devem tomar banho no riacho.

 

DAS INSCRIÇÕES:

Art. 18. As inscrições deverão ser realizadas pelas escolas, no período de 02/05 a 31/05/2016. As fichas de inscrições devem ser entregues no Laboratório de Estudos de Lepidoptera no CESC/UEMA, nos horários das 9h00-11h00 e 15h00-17h00.

Caxias (MA), 20 de Abril de 2016.

 

Joseleide Teixeira Câmara

Presidente da Comissão Organizadora da VI MOSTRA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DE CAXIAS & I SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO INHAMUM


 

APÊNDICE B

FICHA DE INSCRIÇÃO PARA TRILHAS DO I SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL INHAMUM

Marque com um X a categoria de ensino.

CATEGORIA:(    ) ENSINO FUNDAMENTAL                     (    ) ENSINO MÉDIO.

DADOS DA ESCOLA

Nome:

Endereço:

Cidade:

Telefone:                                                  E-mail:

DADOS DO PROFESSOR RESPONSÁVEL

Nome:

Disciplina:

Telefone:                                                                       celular:

E-mail:

NOME DOS ALUNOS

Ok do responsável

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(   ) Eu, professor responsável pela equipe de alunos acima discriminados, declaro que conheço e concordo com o regulamento para trilhas da I SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL INHAMUM.

-------------------------------------------------, -------------------- de 2016

---------------------------------------------------------           --------------------------------------------------------

Professor responsável pela equipe                             Diretor da Escola

APÊNDICE C

logo inhamum trilhas

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE PAIS OU RESPONSÁVEIS PARAI SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO INHAMUM

 

Eu______________________________________________________________________, RG. Nº_____________________SSP_______ CPF nº_____________________ responsável legal, na qualidade de ___________________________________(pai, mãe ou tutor), autorizo a sua participação do menor ____________________________________________________________, RG. Nº __________________-SSP/_______, nascido (a) em ______/______/_______, no Seminário de Educação Ambiental na Área de Proteção Ambiental Inhamum, que será realizado na APA Inhamum, no período de 10 e 11 de junho de 2016, das 8:00 as 11:00h, assumindo toda a responsabilidade pela presente autorização e participação do menor.

 

A presente declaração tem por objetivo permitir a permanência do menor, sob a responsabilidade do professor indicado pela escola, nas atividades (conforme a ficha de inscrição preenchida e assinada pelo professor e diretor).

 

Caxias-MA, _______________de ______de 2016

 

 

____________________________________________________________

Assinatura do Responsável Legal.

 

 


 

APÊNDICE D: Formulário utilizado na pesquisa de opinião

 

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Pesquisa de Opinião

Sexo:

(    ) Feminino  (    ) Masculino

Idade:____

1º) Você já tinha participado de trilhas ecológicas?

(    ) Sim (   ) Não

2º) Você gostou da expedição?

(    )  Sim, gostei muito  (    ) Gostei pouco

(    )  Não gostei

3°)  Você aprendeu alguma coisa com a expedição?

(    ) Sim (    ) Não

4º) O que você achou dos monitores durante as trilhas?

(    ) Excelente (   ) Bom  (    ) Regular

 
 

 

 

Ilustrações: Silvana Santos