Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Artigos
27/11/2016 (Nº 58) OS INSETOS AQUÁTICOS NA DIVULGAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Link permanente: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=2579 
  

OS INSETOS AQUÁTICOS NA DIVULGAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE EM ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

 

Polielen Gomes Lopes. Graduanda em Pedagogia–FACEMA, Caxias–MA. polielen.lopes@gmail.com

Yara Lys Lopes de S. Carvalho. Graduanda em Pedagogia–FACEMA, Caxias–MA. yara_lys@yahoo.com.br

Mariangela Santana Guimaraes Santos. Graduada em Pedagogia, Mestre em Educação–FACEMA, Caxias–MA.

mariangela-santana@bol.com.br

Carlos Augusto Silva de Azevedo. Graduado em Ciências Biológicas, Doutor em Ciências Biológicas (Entomologia)–FACEMA, Caxias–MA. casazevedo@yahoo.com.br

 

Autor responsável: Carlos Augusto Silva de Azevedo, Rua Aarão Reis 1000. Centro, Caxias, MA. (99) 988118194. casazevedo@yahoo.com.br. FACEMA, Caxias, MA.

 

 

 

 

 

RESUMO

 

Introdução: Desenvolvido em escolas públicas do ensino fundamental com crianças do 1° ao 5°ano da cidade de Caxias-MA com o intuito de divulgar a pesquisa cientifica nas series iniciais, inserindo os alunos das escolas de ensino fundamental e a comunidade em geral no meio cientifico e capacitando-os a compreender os princípios básicos da ecologia e viver de acordo com eles. Objetivo: Transmitir informações científicas através de recursos tecnológicos utilizando uma linguagem popular e tornando disponíveis e acessíveis à população local e estudantes da rede de ensino fundamental. Método: Foram realizadas palestras sobre a temática meio ambiente, exibição filme, uso de oficinas para construção de painéis, exposição de materiais de forma lúdica e criativa para representação de ambientes aquáticos, uso de jogo tecnológico educativo. Resultados: A aceitação e interação dos alunos em todas as atividades, reforçando a cada novo encontro conhecimento e informações adquiridas do decorrer do projeto, mesmo percebendo que a realidade trabalhada não condiz com a relatada em alguns trabalhos afins. Conclusão: trabalhar o tema insetos e meio ambiente é relevante, por trazer vários conhecimentos para a comunidade em geral resultando na conscientização dos alunos para a preservação do meio ambiente e o uso dos insetos aquáticos nesse processo.

 

Palavras-chave: Insetos Aquáticos, Tecnologia, Meio Ambiente, Educação Ambiental, Lúdico.

 


ABSTRACT

 

The aquatic insects in the dissemination and environment conservation in elementary schools.

 

Introduction: Developed in public elementary schools with children from 1st to 5th year in the Caxias-MA city in order to disseminate scientific research in the early series, entering students from elementary schools and the community at large in through scientific and enabling them to understand the basic principles of ecology and live up to them. Objective: To transmit scientific information through technological features using a popular language and making it available and accessible to local people and students of the primary school network. Method: lectures were held on the theme environment, display film, use of workshops for building panels, exhibition materials in a fun and creative way for representing aquatic environments, the use of educational technology game. Results: The acceptance and interaction of students in all activities, reinforcing each new encounter knowledge and information acquired in the course of the project, even realizing that the reality does not match crafted reported in some related work. Conclusion: working the insect theme and the environment is relevant, for bringing various knowledge for the community at large resulting in the awareness of students to the preservation of the environment and the use of aquatic insects in the process.

 

Keywords: Aquatic insects, Technology, Environment, Environmental Education, Recreation.


1 INTRODUÇÃO

 

O ensino de Ciências nas escolas é em geral pobre de recursos, desestimulante e desatualizado; aspectos como curiosidade, experimentação e criatividade geralmente não são valorizados. A carência enorme de professores de Ciências falta de professores com boa formação, condições de trabalho  precárias e pouco estímulo ao aperfeiçoamento, deficiências graves em laboratórios, bibliotecas, materiais didático precários, faltas de inclusão digital e outras só fazem tornar mais difícil o quadro.

No Brasil, políticas públicas voltadas para a popularização da Ciência e o uso das Tecnologias ainda são precárias. Para tentar reduzir essa lacuna, torna-se necessário promover a melhoria do ensino das ciências em todos os níveis de ensino, através de ações e atividades que valorizem e estimulem a criatividade, a experimentação, a interdisciplinaridade e a participação de jovens de todos os segmentos às áreas de ciências exatas e naturais, como o respeito ao meio ambiente e à diversidade cultural, regional e tradicional para maior participação popular nas questões gerais entre Ciências e Tecnologia (¹).

Deste modo, surge a necessidade de um ensino de Ciências capaz de fornecer aos alunos não somente noções e conceitos científicos, mas também é importante e preciso que os alunos possam “fazer ciência”, sendo defrontados com problemas autênticos nos quais a investigação seja condição para resolvê-los. É preciso também proporcionar oportunidades para que os alunos tenham um entendimento público da ciência e sejam capazes de discutir informações, refletirem sobre os impactos que determinadas ações podem representar e levar à sociedade e ao meio ambiente e, como resultado de tudo isso, posicionar-se criticamente frente ao tema (²).

Atualmente na cidade de Caxias - MA, pouco tem sido realizado para integrar a ciência e a tecnologia.  Os eventos quando ocorrem nas escolas são de forma esporádica, visto que as escolas são geralmente pobres de recursos que contribui de forma significativa para aulas desestimulantes e desatualizadas, além de descontextualizadas, onde o conhecimento é apenas transmitido e não construído de fato.

O presente projeto visa capacitar o aluno do ensino fundamental no que se refere ao estudo da temática “Insetos aquáticos e Meio Ambiente”, da Ciência e da pesquisa cientifica, corroborando para despertar nos alunos de Ensino Fundamental seu interesse pelo meio ambiente, como conhecer estratégias utilizadas na conservação e preservação do meio ambiente, além de possibilitar o contato dos alunos com a iniciação cientifica, divulgando os resultados das pesquisas através de trabalhos e publicações em congressos, periódicos indexados e ao ensino de pesquisa e em diferentes meios científicos e acadêmicos.

 

1.1  OBJETIVOS

 

1.1.1    Objetivo Geral

 Divulgar estudos científicos em escolas de ensino fundamental por pesquisadores e alunos da Instituição FACEMA, para a população local, demonstrando a importância dos insetos para a manutenção dos ecossistemas aquáticos e despertar o interesse pelas ciências ambientais com alunos do ensino fundamental.

 

1.1.2    Objetivos específicos

P Transmitir informações científicas através dos recursos tecnológicos sobre insetos aquáticos, utilizando uma linguagem popular e tornando disponível e acessível à população local e a estudantes da rede do ensino fundamental em específico nas séries iniciais.

P Criar painéis interativos, jogos, softwares entre outros recursos tecnológicos a serem expostas nas escolas do ensino fundamental nos anos iniciais.

P Realizar exposição com produtos através de painéis, filmes e fotografias, de multimídias e tecnológicos gerados pelo trabalho de pesquisa nas escolas de ensino fundamental, nos anos iniciais.

P Utilização oficinas para aproveitamento de recursos tecnológicos, visando auxiliar na divulgação e conservação do meio ambiente, através de palestras e exposição.

 

2 2 REFERENCIAL TEÓRICO

 

Nos ambientes aquáticos muitas espécies são sensíveis a alterações ambientais o que permite que os conhecimentos essas espécies em seus hábitats naturais possam ser utilizados para a elaboração de diagnóstico sobre as condições de determinados ambientes, ou o nível de impacto que este pode ter sofrido (³); (4) especialmente no que se refere aos insetos aquáticos.

Atualmente o desmatamento, queimadas, assoreamentos dos rios e córregos etc..., são ações antrópicas que vem interferindo nos ambientes aquáticos e provocando a perda da diversidade de habitats e biológica (5), estes fatores se constituíram limitantes para os macroinvertebrados aquáticos por ocasionarem mudanças na estrutura da comunidade e nos processos ecossistêmicos do ambiente (6); (³), sendo fundamental se conhecer a importância destes ecossistemas aquática para o homem e ao meio ambiente.

É fundamental se reconhecer a importância desses ecossistemas para o meio ambiente e da necessidade de sua preservação para a vida humana, pois é necessário se valorizar os insetos aquáticos e reconhecer o serviço ambiental prestado por eles aos ecossistemas, sendo o ser humano, um dos principais beneficiados, pois sem animais, certamente, a humanidade não sobreviveria por muito tempo na face da Terra (7 - 8).

Em se tratando do conhecimento cientifico em suas diferentes modalidades, esse vem ocorrendo de forma rápida e tem gerado a necessidade de desenvolver instrumentos para difusão desse conhecimento em todos os âmbitos, para tanto, torna-se necessários instrumentos para a apropriação do conhecimento e à compreensão das características deste conhecimento e das condições necessárias e essenciais para a educação e sua popularização na escola (9).

Assim sendo, concordamos com Hurd (1998)(9) e Yore et al (2003)(10) que expressam a necessidade de a escola permitir aos alunos compreenderem e saberem sobre Ciências e suas tecnologias como condição para se preparar cidadãos para o mundo atual.

Nas escolas o ensino de Ciências ainda é precário e em geral pobre de recursos, desestimulante e desatualizado; aspectos como curiosidade, experimentação e criatividade geralmente não são valorizados. Fatores como a enorme carência de professores de Ciências, professores com péssima formação, condições precárias de trabalho e pouco estímulo ao aperfeiçoamento, deficiências graves em laboratórios, bibliotecas, material didático, inclusão digital e outras só fazem tornar mais difícil o quadro.

Segundo Baptista e Costa Neto (2004)(11), para os professores que assim desejarem utilizar os insetos como ferramentas de ensino devem refletir os seguintes pontos: Por que se deve usar insetos na sala de aula? O que se pode ensinar e aprender a partir deles? Quais insetos devem ser usados e de que forma? Onde devem ser procurados? Como começar o processo? Sendo assim, é importante selecionar obras da literatura que contemplem os insetos, pontuando nestas as relações existentes entre as linguagens científica e literária que, por sua vez, podem relacionar-se aos contextos socioculturais dos alunos.

Para Pavão (2004) (12), congressos, jornais, revistas científicas oferecem estímulos para aprofundar estudos, buscar novos conhecimentos; oportunizar a proximidade da comunidade científica com a comunidade em geral; para a iniciação científica e a integração escola-sociedade. Importância essa retratada dentro das relações Ciências, Tecnologia e Sociedade(CTS/STS)têm sido discutida e considerada como proposta central ao ensino formal, desde a década de 80 (13 – 14).

Ações nesta direção visa valorizar e estimular a capacidade criativa e de inovação para o entendimento por parte do cidadão no que se refere ao funcionamento do aparato científico-tecnológico. Entre as ações é necessário promover a melhoria do ensino das ciências em todos os níveis de ensino, com ações e atividades que valorizem e estimulem a criatividade, a experimentação e a interdisciplinaridade; aumentar a autoestima e promover ações que estimulem o aumento da participação de jovens de todos os segmentos às áreas de ciências exatas e naturais, e que possam valorizar aspectos culturais e humanísticos da ciência.

O educar pela pesquisa é uma alternativa a ser considerada pelos professores. Muito pode ser feito para transformar o ensino das Ciências em uma atividade que desperte a curiosidade, desenvolva o raciocínio, contribua para o desenvolvimento do pensamento lógico, conscientize o aluno no sentido de fazer com que mude de atitude através do conhecimento, desenvolva o senso de organização e crítica, e, por fim, possa despertar em si mesmo e em muitos com quem convive o espírito de um pesquisador.

 

3 METODOLOGIA

 

O projeto foi executado em três escolas do ensino fundamental da rede municipal na cidade de Caxias-MA. No período de fevereiro a junho de 2015. O estudo teve como participantes um total de 450 crianças do 1º ao 5º ano e tem como característica metodológica a pesquisa-ação, pois possui caráter participativo, de impulso democrático e contribuição à mudança social.

Segundo, Thiollent15 (2005), “com a orientação metodológica da pesquisa-ação, os pesquisadores em educação estariam em condição de produzir informações e conhecimentos de uso mais efetivo, inclusive ao nível pedagógico”, o que promoveria condições para ações e transformações de situações dentro da própria escola.

Para o desenvolvimento do projeto as escolas foram escolhidas por apresentarem o ensino fundamental menor. Em seguida foi realizado um contato com a gestão da escola para verificar-se a aplicabilidade do projeto. Após a aceitação foi realizado reunião com pais e comunidade escolar para explicar a importância do projeto. Em seguida foi preparado um termo de livre esclarecimento e consentimento para os pais dos alunos autorizando a participação dos alunos.

Após o contato com a comunidade escolar, foi realizado um levantamento bibliográfico do material em livros, artigos, mídia, filmes com o tema relacionado ao meio ambiente, degradação ambiental e os insetos aquáticos. Buscou-se apoio e construção de recursos tecnológicos em sala de aula, com a finalidade de repassar todo aprendizado obtido desse estudo, através de uma linguagem simples e clara para facilitar uma compreensão dos alunos.

Em cada escola foram realizados quatro encontros mensais inicialmente palestra com o tema “Educação Ambiental e Preservação dos Ambientes Aquáticos e dos Insetos Aquáticos”, em seguida realizada a exibição de vídeos que relatam o tema, como “O grilo feliz” de Walbercy Ribas.

No segundo momento foi realizada uma mini-gincana com perguntas e respostas sobre os insetos aquáticos e suas funções no ecossistema seguidas de produção de cartazes de diferentes ambientes aquáticos e de diversas práticas de conservação do meio ambiente; após os trabalhos foi retratada aos alunos a necessidade dos cuidados que devem ter com o meio ambiente e a preservação dos insetos aquáticos.

 No terceiro encontro foram realizados jogos e brincadeiras, como quiz, jogo da memória, mini gincana, tabuleiro gigante, sendo produzidos com materiais alternativos como papelão, tampas de garrafa, folhas de jornal, cola, tesoura entre outros, todos voltados para o tema do projeto, e que necessitavam de níveis diferentes de aprendizado da temática para serem realizados.

Para encerrar o ciclo de encontro, foram realizadas exposição de um ambiente aquático, construído com toldos, insetos feitos de materiais reciclados, folhas e galhos de arvores representando a mata ripária, além de insetos conservados em gel, assim os alunos puderam consolidar ainda mais os conhecimentos e informação adquiridos durante todos os encontros. Foi colocado aos alunos um jogo desenvolvido por aluno de Análise de Desenvolvimento de Sistema com o tema “Reciclagem de Lixo sólido”, para posterior aperfeiçoamento.

 

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

As palestras realizadas sobre educação ambiental, pelo aluno de Iniciação Científica ocorreram expondo as principais ações humanas contra a natureza nos igarapés da cidade de Caxias – MA como a importância de se preservar o meio ambiente e a vegetação ripária. Essas palestras para os alunos de diferentes séries despertaram grande interesse para os alunos por ser considerado um tema atual e repassadas de uma forma clara e acessível proporcionando um interesse pelo tema e sua importância na preservação dos ambientes aquáticos.

Aceitação e receptividade por parte dos alunos foi importante, demonstraram estarem abertos para o novo conhecimento e ficou notório que a cada encontro as crianças estavam sempre mais empolgadas para as atividades de aprendizagem, para descobrir o novo.

No entanto, a falta de informações é ainda um sério entrave na busca do conhecimento e da preservação do meio ambiente, entretanto vale ressaltar que é de fundamental importância se ter um espaço para a divulgação da ciência em escolas públicas como para a comunidade como diz Moreira¹, pois uma educação para ser considerada de qualidade é essencial que todos possam conhecer, discutir e defender dados relevantes a realização de pesquisas e os seus impactos na sociedade, considerando que hoje se vive em um mundo moderno e globalizado e neste contexto a divulgação científica têm adquirido papel relevante. É visto que crianças nas séries iniciais serão futuros transmissores do conhecimento e formadores de opinião da preservação do meio ambiente e de desenvolvimento sustentável. (Quadro 1).

 

 

Quadro 1 - Relação das escolas de Ensino fundamental realizada palestras e exposições sobre Meio Ambiente e os Insetos Aquáticos.

Escola

Turma

Mês

Realizações

Escola 1

 

Todas as séries

Maio

1º encontro: Palestra de Educação Ambiental sobre insetos aquáticos. TEMA: “Insetos Radicais; exibição do filme “O grilo feliz” de Walbercy Ribas, e contextualização do tema.

2º encontro: Produção de painéis produzidos pelos alunos com imagens e desenhos representados os insetos aquáticos, retratação dos cuidados dos alunos com o meio ambiente.

3º encontro: Realizados jogos e brincadeiras, como quiz, jogo da memória, mini gincana, tabuleiro gingante, com materiais alternativos: papelão, tampas de garrafa, folhas de jornal entre outros.

4º encontro: Realizadas exposição de um ambiente aquático, construído com toldos, insetos feitos de materiais reciclados, folhas e galhos de arvores representando a mata ripária, além de insetos conservados em gel, assim os alunos puderam consolidar ainda mais os conhecimentos e informação adquiridos durante todos os encontros.

Escola 2

 

 

Todas as séries

 

Junho

Escola 3

 

Todas as séries

Julho

 

 

 

Pode-se perceber que os painéis produzidos pelos alunos, demonstraram um avanço no domínio do conteúdo pelos alunos, no que se refere a percepção quanto as diferenças entre os insetos e ao se sensibilizaram para a questão ambiental, os insetos aquáticos. Outro fator refere-se a  interação entre os alunos, espírito de trabalho em equipe pois a priori não apresentavam tais características, porém a cada dia eles interagiam mais ainda entre si.

A realização de jogos e brincadeiras, como quiz, jogo da memória, mini gincana, tabuleiro gigante, sendo produzidos com materiais alternativos de forma lúdica, é um fator importante. É retratado que há diferentes formas de  se atuar  na educação ambiental infantil, sendo uma delas é a aplicação de jogos didáticos.  Visto que o jogo pode ser considerado como um valioso recurso didático pedagógico nos anos iniciais e representa um meio de transpor barreiras no que se refere ao processo de transmissão-recepção de conhecimentos, que possibilita a socialização de conhecimentos prévios num trabalho em grupo e a exploração de diversos conceitos de forma prazerosa (16).

A exposição de um ambiente aquático, construído de materiais reciclados, além de insetos presentes, permitiu aos alunos consolidar ainda mais os conhecimentos e informação adquiridos durante todos os encontros. Assim como o uso de um jogo desenvolvido por aluno de Análise de Desenvolvimento de Sistema com o tema “Reciclagem de Lixo sólido”.

Segundo Rego17, Vygotski retrata que o uso de uma aprendizagem construtiva procura dar sentido a realidade que se conhece, dessa forma, a aprendizagem adquirida pelos alunos na escola são bastante significativas quando podem fazer relação com as experiências adquiridas no seu cotidiano com o conteúdo escolar. Para que esse processo ocorra torna-se indispensável uma participação direta do professor como agente mediador nesse processo de ensino aprendizagem. Fato esse que pode retratar a importância da realização desse trabalho com os alunos do ensino fundamental nas séries iniciais.

Quanto ao papel da escola percebe-se que este é um espaço importante para a educação ambiental, visto que é nesse espaço que historicamente se está inserido e se planeja e executa a aprendizagem (18). Visto que esse ambiente é determinante para a aprendizagem da criança, e a escola é um dos sistemas essenciais onde à população infantil se encontra.

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Diante do final das atividades foi possível perceber que o projeto pode ser desenvolvido em todos os níveis de ensino, podendo ser explorado das mais diversas formas, porém, algumas barreiras devem ser vencidas, como a resistência de algumas escolas, a falta de estrutura, até mesmo para exibir filmes devido a fatores como iluminação, falta de colaboração dos professores, que veem o projeto como um momento de descanso para os mesmo, além da falta de laboratórios de informática que inibem o uso de recursos tecnológicos a exemplo do computador.

Diante das atividades desenvolvidas foi possível despertar nos alunos do ensino fundamental o interesse pela pesquisa e a percepção do ambiente ao seu redor com um olhar mais crítico e aguçado, e a utilização dos macroinvertebrados aquáticos mostrou-se ser uma importante ferramenta na construção e transformação do conhecimento das crianças.

Por fim, por ser um tema pouco abordado nas escolas, os alunos não tem consciência da realidade ambiental, e quando passam a conhecer buscam maneiras para criar estratégias de conservação e preservação por saber e sentir que isso é uma necessidade e dever de todos.

 

REFERÊNCIAS

 

1 MOREIRA, I.C. 2006. A Inclusão social e a popularização da ciência e Tecnologia no Brasil. Inclusão Social. Disponível em <http://revista.ibict.br/inclusao/index.php/inclusao/article/view/29/50>.

Acesso: 21/06/2012.

 

2 SASERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. de. Almejando a Alfabetização Científica no Ensino Fundamental: A Proposição e a Procura de Indicadores do Processo Investigações em Ensino de Ciências – V13(3), pp.333-352, Erechim. 2008.

 

3 COUCEIRO, S.R.M.; HAMADA.N.; FERREIRA, R.L.M.; FORSBERG, B.R. & SILVA, J.O. Domestic Sewage and Oil Spills in Streams: Effects on Edaphic Invertebrates in Flooded Forest, Manaus, Amazonas, Brazil. Water Air Soil Pollut, 180:249259. 2007.

 

4 ODUM, E.P. Ecologia. 2ª ed. Rio de Janeiro, Editora Guanabara, Koogan. 43p. 1988.

 

5 ROSENBERG, D. M.; RESH, V. H. Freshwater Biomonitoring and Benthic Macroinvertebrates. New York: Chapman & Hall, 1993. 488 p.

 

6 COUCEIRO, S.R.M. Efeito da cobertura vegetal e eutrofização sobre a comunidade de macroinvertebrados, com ênfase em Chironomidade (Diptera) em igarapés no município de Manaus, AM, Brasil. Dissertação de Mestrado, PPG-BTRN/INPA, Manaus, AM, 120p. 2005.

 

7 SAMWAYS, M. J. Insect Conservation Biology. Published by Chapman e Hall, 2 - 6 Boundary Row.London, 1994. 358p.

 

8 WILSON, E. O. The diversity of life. W. W. Norton Company, Inc. New York, NY, 1992.

 

9 HURD, P.D., “Scientific Literacy: New Minds for a Changing World”, Science Education, v. 82, n. 3, 407-416, 1998.

 

10 YORE, L.D., BISANZ, G.L E HAND, B.M., “Examining the Literacy Component of Science Literacy: 25 Years of Language Arts and Science Research”, International Journal of Science Education, v. 25, n. 6, 689-725, 2003.

 

11 BAPTISTA, G. C. S.; COSTA NETO, E. Reunião de Feira de Santana: Conhecendo os insetos na escola. 2004. Jornal da Ciência, E-mail, 2660. Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=23683. Acesso em: 06 jan. 2015.

 

12 PAVÃO, A.C.. Feiras de Ciências. Revolução Pedagógica. http://www.eciencias.pe.gov.br. acesso: 21/06/2012.

 

13 GASKELL,P.J. 198. Science Education for Citizens: Perspectives and Issues I. Science, Ttecnology for Science Teachers. Studis in Science Education, 9: 33:46

 

14 McCONNEL, M.C. 1982. Teaching about Science,Tecnology and Society at the secundary school level in the United States – an educational dilemma for the 1980s. Studies in Science Education, 9: 1-32.

 

15 THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

 

16 CANDEIAS, J.M.G; HIROKI, K.A.N.; CAMPOS, L.M.L. A utilização do jogo didático no ensino de microbiologia no ensino fundamental e médio. Disponível em: http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2005/artigos/capitulo%2010/ atualizacaodojogo.pdf .Acesso em: 11 maio de 2015

 

17 REGO, T.C. Vigotsky: uma perspectiva histórica-cultural da educação. Editora Vozes, p. 98. Petrópolis, rio de Janeiro, 1996.

 

18 COSTA E.Q.; RIBEIRO, V.M.B.; RIBEIRO, E.C.O. Programa de alimentação escolar: espaço de aprendizagem e produção de conhecimento. Rev. Nutr., Campinas, v.14, n.3, p. 225-229, 2001.

Ilustrações: Silvana Santos