Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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27/11/2016 (Nº 58) ANÁLISE DOS RESÍDUOS SÓLIDOS PROVENIENTES DA MERENDA ESCOLAR EM ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

 

ANÁLISE DOS RESÍDUOS SÓLIDOS PROVENIENTES DA MERENDA ESCOLAR EM ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE GOVERNADOR MANGABEIRA-BA

 

 

JEANE PINTO DE ALMEIDA1; Girlene Santos de Souza2

 

1 Bióloga, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do recôncavo da Bahia; 2Professora Associada 1, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Email: girlene@ufrb.edu.br

 

 

Resumo: O aumento da produção de resíduos sólidos ocorreu após a revolução industrial quando houve a intensificação do consumo, com a produção em grandes escalas de produtos para venda. Portanto, quando os resíduos sólidos são depositados em locais inadequados torna-se um grave problema social, ambiental e de saúde pública. A escola é um espaço privilegiado, para discutirmos temas relacionados aos problemas ambientais, pois a mesma possui pessoas com diferentes opiniões, cultura e etnias, que interagindo promovem os conhecimentos. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo geral, analisar se existem ações voltadas para minimização da produção de resíduos sólidos no processo de confecção e sobras da merenda escolar diminuindo o desperdício e os impactos ambientais, em três escolas da rede públicas da cidade de Governador Mangabeira Bahia. Optou-se por uma pesquisa de campo, que foi classificada como descritiva, enquanto que a abordagem foi qualitativa. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados questionário e a observação simples. Os sujeitos participantes da pesquisa foram três Diretoras e nove Merendeiras das três escolas participantes. A partir dos resultados obtidos, verificou­-se que infelizmente as escolas participantes não realizam ações para diminuir e tratar os seus resíduos. Esperamos que este trabalho possa contribuir de modo significativo principalmente para as escolas pesquisadas, incentivando a busca de ações e atitudes que promovam mudanças positivas nas escolas.

 

Palavras- chave: Educação Ambiental. Resíduos Sólidos. Merenda Escolar.

 

. ANALYSIS OF SOLID WASTE FROM SCHOOL MEALS IN PUBLIC SCHOOLS NETWORK IN GOVERNADOR MANGABEIRA-BA.

 

 

Abstract: The increase in solid waste occurred after the industrial revolution with the increasing consumption and the large scale production of products for sale. Therefore, when the solid waste is deposited in inappropriate places it becomes a serious social, environmental and public health problem. The school is a privileged space to discuss issues related to environmental problems, because there are people with different opinions, culture and ethnicity, all interacting to promote knowledge. Therefore, this study aimed to examine whether there are actions to minimize the generation of solid waste in the preparation process and leftovers from school lunches reducing waste and environmental impact, in three public schools in Governador Mangabeira, Bahia. A field search was used, which was classified as descriptive, with a qualitative approach. A questionnaire was used for data collection together with simple observation. The subjects of the research were three principals and nine school lunch cooks from the three participating schools. From the results, it was found that unfortunately the participating schools do not take actions to reduce and treat their waste. We hope that this work can contribute significantly especially for the surveyed schools, encouraging the pursuit of actions and attitudes that promote positive changes in schools.

 

Keywords: Environmental Education. Solid Waste. School Lunch.

 

introduçÃO

Os padrões atuais de consumo da sociedade têm intensificado a produção de resíduos sólidos. De acordo com Farias (2013, p.1) “a geração de resíduos sólidos gera uma grande problemática ambiental, como a disposição inadequada em lixões que contaminam o solo e os recursos hídricos e a saturação dos aterros sanitários”.

Sabemos, no entanto que “nos tempos mais remotos o lixo era produzido em pequena quantidade e constituído essencialmente de sobras de alimentos” (RODRIGUES; CAVINATTO, 2003, p.6). Com o advento da Revolução Industrial as fábricas começaram a produzir mercadorias em grande escala, o que fez surgir vários produtos no mercado intensificando o consumo e aumentando a produção de lixo. De acordo com o Manual de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (2006) [...] os resíduos vêm crescendo em ritmo superior à capacidade de absorção pela natureza. Aliados a isso, o avanço tecnológico das últimas décadas, se, por um lado, possibilitou conquistas surpreendentes no campo das ciências, por outro, contribuiu para o aumento da diversidade de produtos com componentes e materiais de difícil degradação e maior toxicidade (BRASIL, 2006). Portanto, a palavra lixo, deriva do termo latim lix, significa “cinza”. No dicionário, ela é definida como sujeira, imundície, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor. Lixo na linguagem técnica, é sinônimo de resíduos sólidos e compreende os matérias descartados pelas atividades humanas conforme citado por Rodrigues e Cavinatto ( 2003,p.6).

Para Demajorovic (1995, p.89)

O termo "lixo" foi substituído por “resíduos sólidos", e estes, que antes eram entendidos como meros subprodutos do sistema produtivo, passaram a ser encarados como responsáveis por graves problemas de degradação ambiental. Além disso, "resíduos sólidos" diferenciam-se do termo "lixo" porque, enquanto este último não possui qualquer tipo de valor, já que é aquilo que deve apenas ser descartado, aqueles possuem valor econômico agregado, por possibilitarem e estimularem reaproveitamento no próprio processo produtivo.

 

De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas, “a população mundial chegou a 5 bilhões em 11 de julho de 1987, e atingiu a marca de 6 bilhões de pessoas em 12 de outubro de 1999. Atualmente, ela é estimada em aproximadamente 7 bilhões” (ONUBR, 2009). Dessa forma, com o crescimento rápido da população mundial, a produção de lixo cresce em ritmo acelerado, ficando cada vez mais escasso áreas para disposição ambientalmente correta do lixo. 

No Brasil, são coletadas 183,5 mil toneladas de resíduos sólidos por dia, em 90% do total de domicílios, o que representa 98% das moradias urbanas, mas apenas 33% das rurais. A matéria orgânica representa 51,4% do lixo diário, e apenas 31,9% é composto de material reciclável como alumínio, plásticos, papel, aço, metais e vidro (IPEA, 2012). Neste contexto o Brasil está entre os 10 países que mais desperdiçam comida no mundo. Cerca de 35% de toda a produção agrícola vão para o lixo. Isso significa que mais de 10 milhões de toneladas de alimentos poderiam estar na mesa dos 54 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza. Dados do Serviço Social do Comércio (Sesc), demonstram que  R$ 12 bilhões em alimentos são jogados fora diariamente, uma quantidade suficiente para garantir café da manhã, almoço e jantar para 39 milhões de pessoas (IPEA, 2009).

A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada pelo IBGE (2000), faz uma estimativa sobre a quantidade coletada de lixo diariamente nas cidades com até 200.000 habitantes, e demonstra que são recolhidos de 450 a 700 gramas por habitante; nas cidades com mais de 200 mil habitantes, essa quantidade aumenta para a faixa entre 800 e 1.200 gramas por habitante.

Diante deste cenário que evidencia alta produção de lixo, o autor Layargues (2002, p.1) confirma a preocupação dos ambientalistas, apontando que:

A questão do lixo vem sendo apontada pelos ambientalistas como um dos mais graves problemas ambientais urbanos da atualidade, a ponto de ter-se tornado objeto de proposições técnicas para seu enfrentamento e alvo privilegiado de programas de educação ambiental na escola brasileira.

 

Diante do exposto é relevante discutir tema como os resíduos sólidos na escola a fim de reduzir os desperdícios, como também conscientizar a todos e envolver a comunidade demonstrando para a importância de reutilizar e aproveitar o máximo dos resíduos sólidos, separando principalmente na fonte geradora. A lei Nº 9.795 de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental trás seu Art. 2º que a Educação Ambiental “é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal” (BRASIL, 1999).

E neste contexto Reigota (2009) diz que no espaço escolar há grandes possibilidades de desenvolver debates e pesquisa sobre os problemas ambientais locais e globais, pois contam com um público diversificado de várias idades e opiniões diversa.

Neste sentido Souza  et al. (2013) afirmam que a escola contribui significativamente para a formação do sujeito crítico, reflexivo capaz de intervir nos problemas ambientais  relacionando o meio ambiente  nos seus  aspectos físicos, sociais econômicos e políticos. Nesse contexto, o tema da pesquisa surgiu a partir da experiência vivenciada no projeto de Educação Ambiental realizada nas escolas do Recôncavo Baiano, das observações nos quatro Estágios Supervisionados realizado pelo Curso de licenciatura em Biologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e de leituras que analisam a produção intensiva de resíduos sólidos.

Essa pesquisa teve como objetivo geral analisar se existem ações voltadas para minimização da produção de resíduos sólidos no processo de confecção e sobras de alimentos provenientes da merenda escolar voltadas à diminuição do desperdício e os impactos ambientais, em três escolas públicas da cidade de Governador Mangabeira Bahia, tendo como sujeitos participantes da pesquisa, merendeira e diretora.

Os objetivos específicos foram os seguintes: conhecer qual o tipo de merenda escolar é disponibilizada, observando quais atitudes são tomadas com as sobras da mesma; identificar  que tipos de resíduos são produzidos nas escolas envolvidas e quais atitudes são tomadas para minimiza lós; verificar se as escolas envolvidas na pesquisa desenvolvem ações de conscientização, diminuindo a produção destes resíduos sólidos na escola.

 Considera-se este trabalho de extrema importância porque os resultados obtidos poderão servir como base de conhecimento para outras pesquisas, principalmente para escolas, sobre como tratar resíduos, modo de reaproveitá-los e, acima de tudo, como evitar desperdícios e a geração de resíduos sólidos em demasia.

 

METODOLOGIA

A presente pesquisa foi realizada na cidade de Governador Mangabeira - Bahia, que segundo dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2015) possui 21.267 habitantes.

 O município está localizado no Recôncavo Sul da Bahia, sendo o seu bioma característico de Mata Atlântica. O município possui 27 Escolas Municipais, sendo que cinco estão localizadas na sede e 22 na zona rural. O município dispõe de duas Escolas Estaduais, localizadas na sede da cidade.

 Participaram desta pesquisa três escolas da rede pública escolhidas aleatoriamente. A pesquisa foi realizada no período de março a abril do ano corrente. Para realização do estudo utilizou-se a pesquisa de campo, que de acordo com Marconi e Lakatos (2007, p.83) “a pesquisa de campo é aquela utilizada como o objetivo de conseguir informações e/ ou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou, ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”.

Em relação à abordagem dessa pesquisa, optou-se pela qualitativa que segundo Minayo (2001, p.22) descreve.

A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

 

 E ainda afirmam Strauss e Corbin (1999) apud (SANDÍN ESTEBAN, 2010, p. 124).

Por pesquisa qualitativa entendemos qualquer tipo de pesquisa que gera resultados que. Não foram alcançados por procedimentos estáticos ou outro tipo de quantificação. Pode referi-se a pesquisa sobre a vida das pessoas, histórias, comportamentos e também ao funcionamento organizativo, aos movimentos sociais ou às relações e interações. Alguns dos dados podem ser quantificados, porém, a análise em si mesma é qualitativa.

 

Para o levantamento de dados, primeiramente foi usado com instrumento um questionário com perguntas semiabertas, que conforme é citado por Marconi e Lakatos (2007, p.98) “o questionário é um instrumento de coleta de dados constituídos por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.

Para Cervo, (2007, p.53)

 

Todo questionário deve ter natureza impessoal para assegurar uniformidade na avaliação de uma situação. Possui vantagem de os respondentes se sentirem mais confiantes, dado o anonimato, o que possibilita coletar informações e respostas mais reais (o que pode não acontecer na entrevista). O questionário será composto por perguntas semiabertas, às perguntas fechadas são padronizadas, de fácil aplicação, simples de codificar e analisar. As perguntas abertas, destinadas à obtenção de respostas livres, embora possibilitem recolher dados ou informações mais ricos e variados, são codificadas e analisadas com mais dificuldades.

 

Foi entregue um questionário para todos os participantes, sendo três para diretoras de cada escola e nove para as merendeiras, totalizando 12 questionários. Porém, cada questionário entregue foram acompanhados do Termo  de Consentimento Livre e Esclarecido –TCLE, (Apêndice A) assegurando a todos os participantes confidencialidade na sua participação, indicando que eles não eram obrigados a participarem da pesquisa, ficando a vontade para interromperem sua participação a qualquer momento que desejar.

Após recolher todos os 12 questionários respondido, com o intuito de ampliar mais informações, optou-se também pela observação como instrumento para coleta de dados, que de acordo com Gil (2010, p.100) descreve,

A observação nada mais é que o uso dos sentidos com vistas a adquirir os conhecimentos necessários para o cotidiano. A observação apresenta como principal vantagem, em relação a outras técnicas, a de que os fatos são percebidos diretamente, sem qualquer intermediação.

 

 A observação foi classificada como simples, que segundo Gil (2010, p.101) “entende-se aquela que o pesquisador, permanece alheio á comunidade, grupo ou situação que pretende estudar, observa de maneira espontânea os fatos que aí ocorreram neste procedimento, o pesquisador é muito mais um espectador que um ator”.

As observações ocorreram durante 15 dias entre março e abril, no período diurno, como sugerido pelas escolas da pesquisa. Foi crucial para verificar e vivenciar de perto o que as escolas têm feitos para evitar os desperdícios e produção de resíduos sólidos.

 Corroborando Gil (2010, p.156 b) cita que “após a coleta de dados, a fase seguinte da pesquisa é análise e interpretação”.

Os participantes desta pesquisa foram três Diretoras e nove Merendeiras das respectivas escolas. Buscou-se com a coleta de dados obter informações pertinentes a aquisição da alimentação escolar, manejo do tipo de sobras da mesma, escolha de cardápio entre outras. Para isto, a pesquisa foi descritiva, que segundo Marconi e Lakatos (2007, p.20) “a pesquisa descritiva “delineia o que é” - aborda também quatro aspectos: descrição, registro, análise e interpretação de fenômenos atuais, objetivando o seu funcionamento no presente”.

Sabe-se que em toda pesquisa é necessário levantamento de dados, para isto, primeiramente o projeto, foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, campus de Cruz das Almas, obedecendo a um requisito interno dessa instituição, desse modo foi gerado um Certificado de apresentação para apreciação Ética- CAAE: 50139615.7.0000.0056 (Anexo B). Esse projeto também foi registrado na Coordenação Acadêmica Núcleo de Gestão de Atividades de Pesquisa, no Centro de Ciências Agrárias, Biológicas e Ambientais da UFRB, sendo aprovado em 29/02/2016, com o código: 1440 e processo 23007.004136/2016-08 (Anexo C).

Posteriormente, foi apresentado para escolas o projeto para realização da pesquisa, momento em que foram esclarecidos os objetivos e finalidades para direção e merendeira. Então as diretoras das escolas participantes, assinaram o termo de Anuência (Anexo A) permitindo o desenvolvimento da pesquisa.

Corroborando Gil (2010, p.156 b) cita que “após a coleta de dados, a fase seguinte da pesquisa é análise e interpretação”. Para Costa (2013, p.22) “para proceder à análise e interpretação dos dados é necessário um diálogo com autores, estabelecendo uma ligação com a teoria, bem como se leva em consideração um bom planejamento”. Depois de estabelecida a discussão foi divulgados os resultados, demonstrados na presente pesquisa.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise e discussão dos resultados da pesquisa serão apresentados em dois tópicos e foram utilizados  para sua elaboração os dados dos questionários  coletados e das observações simples realizadas nas três escolas participantes. Os dados foram levantados  a partir das percepções das três diretoras e das noves merendeiras que trabalham nas escolas, por meio da aplicação de questionários semi-estruturados (APÊNDICE B). A contribuição dos sujeitos da pesquisa, foi fundamental para a realização deste trabalho.

No primeiro tópico, tivemos perguntas relacionadas aos tipos de alimentos e processo de escolha dos cardápios, no segundo procuramos identificar se há projetos e ações da escola para tratar a questão dos resíduos sólidos, se a escola tem parceria com cooperativas, se faz coleta seletiva e se reutiliza os resíduos orgânicos.

 

4.1 A merenda na escola: tipos de alimentos e processo de escolha dos cardápios

      Para discutir a questão acima foram formuladas questões relativas aos seguintes aspectos: se a escola tinha nutricionista, o processo de escolha dos cardápios e o tipo de merenda mais consumida.

Com o intuito de identificar se as escolas pesquisadas tinham nutricionistas foi unânime as resposta das diretoras, pois as três responderam não disporem de nutricionista. Entretanto, quando perguntadas às merendeiras, uma disse não ter nutricionista, três disseram sim e cinco não responderam.

Percebe-se uma diferença nas respostas quando comparadas as falas das diretoras, que afirmaram que a escola não dispõe de nutricionista, e das merendeiras, em que uma concordou com a fala das diretoras, que afirmou não ter nutricionista nas escolas, três merendeiras disseram ter nutricionista e cinco não quiseram responder.

Sabemos que é essencial a participação do nutricionista no âmbito escolar. De acordo com a Resolução CFNº465/2010 diz que “compete ao nutricionista zelar pela preservação, promoção e recuperação da saúde”. Chaves e Brito (2006, p.46) dizem que “esse profissional pode promover a saúde na escola por meio de atividades educativas e que auxilie no desenvolvimento da alimentação escolar, interagindo com os demais profissionais que atuam na escola, como os professores e merendeiros”.

Quando considerada a questão relativa ao processo de escolha dos cardápios da merenda, pode-se perceber uma diferença importante quando considerou-se as respostas das três escolas pesquisadas. Assim, identificamos que a escola A, afirmou que a escolha dos cardápios é feita pela diretora e as escolas B e C, disseram ser a nutricionista a responsável.

Ao comparamos a visão das diretoras com as merendeiras percebemos nas respostas uma diferença significativa, pois entre as nove merendeiras das três escolas pesquisadas, uma afirmou ser elaborado pela nutricionista, quatro disseram ser pela direção e quatro responderam ser elaborados pelas próprias merendeiras.

Esses dados indicam como a alimentação escolar pode ser comprometida se a escola não for orientada pelo nutricionista, que é o profissional habilitado para preparação dos cardápios. Em seu trabalho, Scorsin (2011) concorda que é de competência do nutricionista a elaboração dos cardápios, pois as merendeiras e diretores não são profissionais habilitados para essa função.

A Resolução Nº38 /2009 que  dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar, também traz que o nutricionista deverá coordenar o diagnóstico e o monitoramento do estado nutricional dos estudantes, planejar o cardápio da alimentação escolar de acordo com a cultura alimentar, o perfil epidemiológico da população atendida e a vocação agrícola da região, acompanhando desde a aquisição dos gêneros alimentícios até a produção e distribuição da alimentação, bem como propor e realizar ações de educação alimentar e nutricional nas escolas (BRASIL, 2009).

 Quando questionado sobre o tipo de merenda mais consumida nas escolas pesquisadas, foram unânimes as respostas das diretoras e merendeiras quando consideraram que a merenda mais consumida é biscoito, pão e sucos. Este resultado não atende a recomendação da Resolução Nº38/2009, que traz no seu Art. 3º e 4º respectivamente. “Os cardápios deverão ser diferenciados para cada faixa etária dos estudantes e para os que necessitam de atenção específica, e deverão conter alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, tradições e hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar e deverão oferecer, pelo menos, três porções de frutas e hortaliças por semana (200g/aluno/semana) nas refeições ofertadas” (BRASIL, 2009).

Portanto, “a escola desempenha importante papel na formação dos hábitos alimentares, visto que é nesse ambiente que substancial proporção de crianças e adolescentes permanecem por expressivo período de tempo diário” (DANELON et al., 2006, p.85).

O período de observação também foi fundamental, para pesquisa, pois tivemos oportunidade de vivenciar a realidade das escolas. Assim, constatamos que os horários que são disponibilizados para a merenda escolar é o intervalo de aulas, que ocorre no período da manhã entre 09h30min as 09h50min e à tarde das 15h30min as 15h50minh.

Durante a coleta dos dados os estoques da merenda estavam baixos  -em todas as três escolas e estavam aguardando chegar merenda. Mas durante os quinze dias da coleta, as merendeiras diziam que faltavam itens para diversificar a merenda e já tinha quase dois meses que não chegavam alimentos.

As merendeiras relataram que quando tem alimentos disponíveis são disponibilizados para as refeições os seguintes itens: iogurte, pão com salsicha, cuscuz de milho, tapioca, soja, macarrão, carne entre outros.

Mas no período da pesquisa foram servidos em todas as três escolas consecutivamente, pão com manteiga e sucos de frutas (polpas congeladas), biscoito Maria e suco, biscoito cream cracker e suco, houve apenas um dia de coleta que foi servido apenas biscoito.

 “Houve alunos (três adolescentes do oitavo ano) que perguntaram para a merendeira qual era a merenda de hoje e a mesma respondeu suco e biscoito ou suco e pão. Os alunos disseram o de sempre”.

O dialogo acima confirma as respostas das diretoras e merendeiras, quando responderam que a merenda mais consumida era pão, biscoitos e sucos.

Entretanto, a Resolução Nº 32/ 2006, que estabelece as normas para execução do PNAE, diz que a elaboração do cardápio deve ser feita de modo a promover hábitos alimentares saudáveis, respeitando-se os hábitos alimentares de cada localidade, sua vocação agrícola e preferência por produtos básicos, dando prioridade, dentre esses, aos semi-elaborados e aos in natura (BRASIL, 2006).

Neste sentido Chaves e Brito (2006) consideram alimentos semi-elaborados as polpas de frutas, arroz, feijão, farinhas, cereais entre outros e os alimentos in natura alface, repolho, cenoura, mamão, laranja, frutas e verduras.

  A satisfação dos alunos foi percebida durante dois dias de coletas consecutivas em que foi servida bebida láctea de morango com pão e biscoito, e os alunos conseguiram até repetir a refeição até o momento que terminasse a merenda ou o intervalo.

Já em outros dias de coletas foram disponibilizadas arroz doce e mingau de farinha láctea. Entretanto, nesses dias, como estavam bastante ensolarado, notamos que o índice de desperdício foi muito grande, alguns alunos pegavam a merenda e não consumia deixando sobras, enquanto outros não pegavam o que levou os alunos comprar lanche  na cantina.

 Dutra et al. (2007) explicitam que é  necessário no planejamento do cardápio,  considerar o clima da região e a época do ano e aconselha que no verão seja  priorizado as  refeições frias, sucos, frutas e no inverno refeições quentes, como exemplos sopas quentes, bebidas quentes, arroz doce, mingaus.

As escolas pesquisadas possuem cantina dentro e fora da escola. Na cantina são disponibilizados alimentos com alto teor de gorduras e sal, refrigerantes, coxinha, enroladinhos, sonho, pastel, entre outros. Sabe-se que o alto consumo de sal, mesmo durante a infância, tem um efeito sobre a pressão arterial e pode predispor as crianças a doenças como a hipertensão, osteoporose, asma e outras doenças respiratórias, obesidade e câncer de estômago (OPAS/OMS, 2013). 

O Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação criou a Portaria Interministerial nº 1. 010 /2006, no seu Art. 3º, inciso IV, define como um dos eixos prioritários para promoção da alimentação saudável, a restrição ao comércio e à promoção comercial no ambiente escolar de alimentos e preparações com altos teores de gordura saturada, gordura trans, açúcar livre e sal e incentivo ao consumo de frutas, legumes e verduras (BRASIL, 2006b).

Para medir à quantidade do preparo diariamente da merenda as merendeiras usam de sua própria experiência para calcular a quantidade de alimentação do dia. Porém, essa prática não é recomendada, pois mesmo com anos de experiência das merendeiras, só a nutricionista conhece a per capita e quantidade ideal para o preparo dos alimentos.

Portanto Scorsin (2011, grifo do autor) diz que a definição de per capita assegura o equilíbrio de nutrientes nos cardápios, ajuda na previsão de compras e requisições e funciona para avaliar a cobertura da alimentação oferecida”.

 Em relação às sobras das panelas (sobras limpas) servem de complemento para o turno oposto, já que as escolas funcionam em três turnos e segundo as merendeiras, no ano anterior havia um cardápio com sugestões de preparo, mais infelizmente foi perdido.

Nas escolas pesquisadas não há uma nutricionista específica dentro da mesma. Em uma conversa informal com a nutricionista do município de Governador Mangabeira, local onde foi realizada a pesquisa, a mesma informou ser responsável pela alimentação das escolas municipais. Segundo ela, faz a sugestão dos cardápios, escolhe os itens para a compra, e os mesmos são adquiridos por licitações, que posteriormente, são comprados e entregues no Núcleo de Alimentação Escolar (NAE) do município que depois serão entregues nas escolas.

A mesma disse que itens perecíveis, como carnes, verduras, frutas, entre outros, são entregues semanalmente e outros itens não perecíveis mensalmente. Além disso, afirmou que 30% dos recursos estão sendo destinados a comprar gêneros alimentícios oriundos da agriculta familiar como determina a lei 11947/2009.

Já nos Colégios Estaduais, a forma de aquisição dos itens é diferenciada do município. A Secretaria de Educação do Estado da Bahia encaminha para os colégios estaduais, planilhas com itens e sugestões de cardápios, produzidas por nutricionistas do Estado.  Os itens são posteriormente escolhidos pela diretora de acordo com a quantidade de alunos, sendo que o valor diário repassado para cada aluno representa R$ 0,30 conforme a Resolução/CD/FNDE Nº67/2009.

Após as escolhas dos itens, o pedido é encaminhado para o núcleo localizado na cidade de Santo Antônio de Jesus, se for aprovados às compras dos itens escolhidos os pedidos de compras serão válidos de 4 a 5 meses. Os itens serão entregues pelos fornecedores na própria escola.

 

6.2 Projetos e Ações da escola para tratar a questão dos resíduos sólidos

 

Para este tópico foram consideradas as seguintes questões: se há conhecimentos dos resíduos mais produzidos na confecção e sobras das merendas, se a escola reutiliza os resíduos orgânicos, de que maneira a escola orienta as merendeiras para evitar os desperdícios se a escola faz coleta seletiva e possui parcerias com cooperativas e se há projetos na escola envolvendo Educação Ambiental e resíduos sólidos.

Quando foi perguntado se as diretoras tinha conhecimento dos resíduos mais produzidos na confecção e sobras da merenda escolar, apenas uma diretora respondeu que Sim e posteriormente especificou “sobras de alimentos cozidos”  as outras duas  responderam “Não saber”. Do ponto de vista das nove  merendeiras apenas uma  disse “Sim”, mas não exemplificou, e as seis disseram “Não saber” e duas não responderam.

As respostas surpreendem na medida em que das três escolas apenas uma diretora tem conhecimento do resíduo mais produzido, entretanto, das nove merendeiras, seis revelaram não ter conhecimento dos resíduos resultantes da merenda. De acordo com Teo et al. (2015) “as merendeiras são manipuladoras de alimentos encarregadas do preparo, da distribuição e de todas as atividades que envolvem a produção de refeições servidas nas escolas”. Portanto, são as mais indicadas para nos revelar os resíduos mais produzidos da confecção e sobras da merenda escolar, mais podemos considerar que as merendeiras exercem outras atividades e talvez não estejam atentas a este aspecto.

 Em um estudo nas escolas públicas do Rio de Janeiro, produzido por Nunes (2000, p.85) este afirma que “a tripla jornada de trabalho faz parte da vida da maioria das serventes e merendeiras, que, além do emprego na escola e dos afazeres domésticos, desenvolve outras atividades para aumentar seus poucos rendimentos”. Para Teo  et al. (2015) 

 

[...] as merendeiras sofrem com uma grande sobrecarga de trabalho a que são expostas todos os dias, promovendo grande insatisfação e desgaste físico, pois além de realizarem o preparo e a distribuição de alimentos elas normalmente são responsáveis pela limpeza da escola e também ao cuidado dos alunos.

 

Esses aspectos mencionados por Nunes (2000) e Teo et al. (2015) podem ser os  motivos pelas quais as merendeiras desta pesquisa, não tenham percebido qual o tipo  resíduos da escola. Segundo Cabral, Silva e Leite (2002, p.1) “a importância da caracterização dos resíduos sólidos se insere na necessidade de conhecer a quantidade de lixo produzida na unidade de ensino, seu acondicionamento e destino, para posteriormente buscar alternativas viáveis”.

Corroborando com os resultados da sua pesquisa, que teve como tema “o levantamento de Resíduos Sólidos gerados em escola; Estratégias para Coleta Seletiva”, Cabral, Silva e Leite (2002, p.4) observaram que [...] “a quantidade de matéria orgânica produzida na escola é desperdiçada e promovem vários impactos ambientais, esta matéria poderia ser aproveitada como adubo”.

Estes resíduos, portanto, poderiam ser utilizados em hortas, jardins na própria escola, diminuindo a quantidade dos resíduos orgânicos, além de envolver todos da escola, em projetos de Educação Ambiental. No mesmo trabalho, Cabral e colaboradores (2002) trazem os seguintes resultados: com relação à caracterização dos resíduos sólidos constatamos que a escola produz diariamente um total de 23,94kg de resíduos sólidos, sendo que 41%(10,11kg) de outros, 13% ( 3,00kg) de papel, 23% (5,41kg) de orgânico, 17% (4,03kg) de plástico e 6%(1,39kg ) de metal.

 No estudo de Araújo e Viana (2012) intitulado Diagnóstico dos Resíduos Sólidos gerados na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) como instrumento para elaboração de um plano de gestão na unidade, apresentaram que durante uma semana foram gerados 541,93kg de resíduos, sendo a maior parte classificados como rejeitos, além destes resíduos, em apenas um dia gerados no restaurante localizada na unidade, 233,34kg de resíduos, dos quais 84,2% correspondiam à matéria orgânica.

Conforme cita Araújo e Viana (2012) para “a elaboração de um plano de manejo dos resíduos sólidos em instituições de ensino é necessário que se conheça o tipo e quantidade de resíduos ali gerados, bem como as formas de manejo que os mesmos recebem.” Pois, permitirá o gerenciamento ambientalmente adequado desses resíduos. Além de prevenir e diminuir os problemas relacionados aos impactos ambientais.

 Consideramos imprescindível a escola conhecer seus resíduos, pois através da identificação poderá adotar medidas que venham reduzir os desperdícios, para que os resíduos não sejam simplesmente acondicionados em sacos plásticos e colocados nas calçadas esperando o recolhimento pela prefeitura.

Quando questionado se as escolas reutilizam os seus resíduos orgânicos, a escola A respondeu que sim, “são levados para alimentação de animais de criação”, mas tanto a escola B e C responderam que nunca reutilizaram.  Na percepção das merendeiras, três  afirmaram não saber, três responderam “nunca reutilizou” e apenas três  disseram sim e afirmaram “na alimentação de animais e que colocam nas hortas”.

Conforme observados durante a coleta dos dados, os resíduos orgânicos decorrentes das sobras de ingestão da escola, em apenas uma escola são  separados em um  saquinho  plástico, que posteriormente são levados  pela merendeira que, segundo a mesma,  servirá para alimentar os seus animais. Nas outras duas escolas participantes são jogadas no lixo comum, misturados com outros resíduos, que são depositados na calçada e no final da tarde serão recolhidos pelo carro da coleta que presta serviços à prefeitura.

 Rodrigues e Cavinatto (2003) revelam que em grandes metrópoles como São Paulo, em média, 10 mil toneladas de lixo por mês, oriundos de refeitórios das indústrias que são enviados para sítios, para chacareiros e criadores de porcos. A preocupação dessa prática, conforme cita Rodrigues e Cavinatto (2003) por não ter um controle sanitário, os resíduos poderão está contaminados ou estragados possibilitando a transmissão de doenças, para os animais, a febre aftosa e peste suína. Segundo Moriconi (2013) a presença da Peste Suína Africana, doença muito semelhante à Peste Suína Clássica, adentrou o Brasil, em 1978, devido à utilização de sobras de alimentos, adquiridos em portos e aeroportos, na alimentação de suínos, fato que, posteriormente, criou a exigência de que se incinerem os restos de alimentos utilizados em viagens aéreas.

Não sabemos se a iniciativa da merendeira de levar os resíduos orgânicos da escola para alimentação de animais é para evitar custo na compra da ração ou pelo desenvolvimento da consciência ambiental.

Já que “no Brasil 60% de todo o lixo domiciliar são compostos de comida, representando um volume de 26,3 milhões de toneladas de restos de alimentos desperdiçados” (GOULART, 2008, p.287).

Para Morcini (2013) devemos considera que evitar a ocorrência dessas doenças nos animais é de fundamental importância para a economia do país, o ideal mesmo seria que não se alimentassem os animais com as sobras, fornecendo aos mesmos a ração.

Seria mais interessante utilizar os resíduos orgânicos no processo de compostagem na própria escola. As composteiras caseiras são fáceis de preparar, podendo utilizar matérias recicláveis e principalmente porque envolverá a participação de todos nas escolas. De acordo com Farias (2013) a compostagem tem apresentado como uma forma eficiente de se reciclar os resíduos de animais e vegetais, proporcionados grandes vantagens.

Quando perguntado se a escola orienta as merendeiras, para redução dos desperdícios de alimentos, como da água potável, a diretora A, disse que sim “através de Reuniões”, diretora B, respondeu sim “através de conscientização” e a diretora C, não respondeu. Já as merendeiras obtiveram as seguintes respostas, quatro não respondeu cinco responderam e posteriormente exemplificaram.

Merendeira 1: “Analisa sempre a quantidade que vai ser usada de acordo com o número de aluno do dia”;

Merendeira 2: “Com a conscientização que temos,conseguimos reduzir o desperdício;

Merendeira 3: “São  feitos de acordo  a nossa consciência da  melhor maneira possível”;

Merendeira 4: “Nós usamos tudo com máximo de cuidado para não haver desperdicío de coisa alguma”;

Merendeira 5: “Nós usamos dar melhor maneira,para economizar,não temos orientações nenhuma”.

 

Percebemos nas respostas mencionadas acima contradições entre as falas dos participantes. Na escola A, disse que orientam as merendeiras através de reuniões, não sabemos como são feitas as reuniões, se são informais, realizada na própria cozinha da escola ou bate papo informal, a escola B diz conscientizar, mas de que forma acontece essa conscientização.

Contrapondo as falas das diretoras das escolas pesquisadas, as merendeiras foram unânimes quando deixaram claro que não recebem nenhuma orientação em relação redução dos desperdícios.

As merendeiras afirmaram, ainda, que as escolas jamais ofereceram curso de capacitação. Não sabemos o motivo pela qual não foram oferecidos cursos de capacitação profissional. Suponhamos que por falta de recursos financeiros das escolas que deveriam solicitar a Secretaria Municipal de Educação e Secretaria de Educação do Estado da Bahia  para que haja uma articulação  e promovendo essa qualificação.

Segundo Costa, Lima e Ribeiro (2002) a preocupação com o treinamento dos manipuladores de alimentos na área de produção de refeições tem sido uma constante entre os nutricionistas e demais profissionais da área. Sendo necessário que todos os manipuladores de alimentos tenham acesso a informações sobre boas práticas higiene garantindo a qualidade e evitando ocorrência de doenças provocadas pelo consumo de alimentos contaminados (REZENDE, 2011).

Foi criada a Resolução RDC Nº216/2004, dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. “Considerando a necessidade de constante de aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos visando à proteção à saúde da população” (BRASIL, 2004).

Já no estudo intitulado Programa de alimentação escolar no município de João Pessoa, na Paraíba, Carvalho et al. (2008) constatou ausência de treinamentos sistemáticos e fragilidade no uso da alimentação escolar na  incorporação de  hábitos alimentares saudáveis. O mesmo autor diz que o trabalho das merendeiras, ao longo da história do PNAE, vem sofrendo transformações, tornando-se cada vez mais complexo, passando da confecção de uma refeição com produtos industrializados para a oferta de uma refeição completa composta por produtos in natura.

Gondim et al. (2005, p.825), afirmam que devido às dificuldades econômicas atuais, torna-se cada vez mais difícil adquirir alimentos adequados ao consumo do dia-a-dia, razão pela qual a alimentação equilibrada é atualmente uma das maiores preocupações do nosso cotidiano. Segundo Dutra et al. ( 2007, p.96)  “o Brasil produz uma enorme quantidade de alimentos mais de 100 milhões de toneladas por ano. Apesar disso, a fome e o desperdício de alimentos são graves problemas que o Brasil enfrenta”.

O desperdício pode ser evidenciado na colheita, transporte, armazenamento, pré-preparo e no preparo e no destino de sobras, qualificando o Brasil como campeão em desperdícios (DUTRA et al., 2007).

Os dados da Pesquisa Suplementar de Segurança Alimentar (PNAD, 2013) realizada pelo IBGE, revelou 7,2 milhões de pessoais no Brasil, vivem em Insegurança Alimentar Grave, ou seja, passam fome.

Consideramos o treinamento das merendeiras de fundamental importância para melhores aproveitamentos integral dos alimentos, além contribuir para redução de desperdícios e minimização da produção  resíduos sólidos.   

Quando perguntado se a escola tem parcerias com associações, cooperativas ou moradores que fazem coleta seletiva, as três escolas foram unânimes respondendo que não possuem. Das merendeiras pesquisadas sete disseram não possuir e duas não quiseram responder. As escolas justificaram que o município não oferece a coleta seletiva, mas nas escolas tem os coletores separadores de resíduos sólidos, como forma de educar e conscientizar os alunos.

Como incentivo para implantação da coleta seletiva a PNRS (2010) determinou aos municípios brasileiros, para terem acesso aos recursos da União e serem beneficiados com financiamentos federais destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, que terão que elabora os Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

Oferecendo prioridades aos municípios que implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas pelas pessoas físicas de baixa renda (BRASIL, 2010).

    De acordo com Ministério do Meio Ambiente (2016), os catadores de matérias reutilizáveis e recicláveis desempenham papel fundamental na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos com destaque para a gestão integrada dos resíduos sólidos.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2016) a Política Nacional de Resíduos Sólidos incentiva a criação e o desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis e define que sua participação nos sistemas de coleta seletiva e de logística reversa deverá ser priorizada.

Corroborando com essa discussão Rodrigues e Cavintatto (2003, p.94) afirmaram que a lei exige maior responsabilidade dos fabricantes que deverão recolher depois de descartados pelos consumidores, lâmpadas, pilhas e baterias, que contêm substâncias tóxicas. Os mesmos autores acreditam que com esse sistema de logística reversa, os fabricantes produziram produtos menos agressivos ao meio ambiente (RODRIGUES; CAVIANTTO, 2003).

Portanto, a coleta seletiva é considerada etapa primordial para realização da reciclagem sendo economicamente, ambientalmente viável na redução dos resíduos sólidos, promovendo a inserção de matéria- prima secundária na cadeia produtiva (CALDERONI, 2003).

Para termos a ideia da economia a partir da reciclagem o autor Calderoni (2003, p.179) nos revela.

A lata de alumínio é material reciclável mais valioso. Cada tonelada alcança preço superior a cinco vezes a do plástico o segundo em valor. A economia de energia de energia propiciada pela reciclagem da lata de alumínio é muito elevada. Alcança 95% do total requerido para produção a partir da matéria- prima virgem: com a reciclagem, o consumo de energia cai para apenas 700kwh por toneladas.

 

O mesmo autor indica a relevância da reciclagem em relação a poluição do ar e da água ,destacando que quando se “recicla o alumínio polui 95% menos o ar,97%  menos  à água; se for papel 74% menos o ar e 35% a  água; o vidro 20% menos o ar e 50% menos a água”(CALDERONI, 2003, p.37).Esses indicadores demonstram a relevância do processo de reciclagem como uma das alternativas para diminuir a quantidade do lixo produzidos e os impactos ambientais.

Segundo dados divulgados pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem CEMPRE (2016) apesar do custo médio da coleta seletiva por tonelada, nas cidades pesquisadas R$ 389, 46, enquanto a coleta convencional R$ 95,00. Crescem em números os municípios brasileiros, que operam programas de coleta seletiva, cerca de 1055 municípios, o que representa 18% do total.

Mais a pesquisa aponta que concentração dos programas municipais de coleta seletiva permanece nas regiões Sudeste e Sul do país. Sendo que a maior parte dos municípios (54%) ainda realiza a coleta por meio de PEVs e Cooperativas, porém (29%) fazem coleta porta-a-porta precisando de maior atenção dos gestores municipais.

Neste sentido, Calderoni (2003, p.107) conta que na reciclagem os materiais processados por serem reintroduzido no sistema produtivo não oneram os aterros e representa fatores importantes na economia do país.

Quanto à existência de projetos na escola envolvendo Educação Ambiental e Resíduos Sólidos, tivemos as seguintes respostas: escola A respondeu que houve, “O futuro do planeta depende de nós”, a escola B disse que sim,  “Educação Ambiental” (UFRB), “Feira de Ciências e projetos que são desenvolvidos pela escola”, entretanto, a escola C, afirmou que nunca  houve projetos. Das nove  merendeiras apenas  uma  respondeu que já teve, e especificou que era “projeto ecológico”, duas afirmaram  que “nunca teve” e seis não responderam.

De acordo com as respostas das  escolas A e B, houve projetos desenvolvidos em feira de ciências, o futuro do planeta depende de nós, projetos ecológicos e Educação Ambiental, desenvolvidos em parcerias com discentes da UFRB e com alunos do ensino médio. Nesse processo é fundamental a parceria da Universidade com a educação básica, pois permite desde já ao aluno da graduação, dar início à docência e conheçam seu futuro local de trabalho, possibilitando ao aluno de graduação executar a pesquisa, o ensino e extensão.

Já o aluno da educação básica terá seu primeiro contato com a Universidade, além de vivenciar outras formas de aprendizado, com atividades mais práticas, discutindo temas como reutilização de materiais que seriam jogados no lixo, impactos ambientais, coleta seletiva, reciclagem entre outros.

De acordo com PCN (1998b, p.192) “o trabalho desenvolvido pelas universidades, organizações governamentais e não governamentais na área ambiental é um valioso instrumento para o ensino e aprendizagem do tema Meio Ambiente”. Portanto Bizerril e Farias (2001) em relação a projetos de educação ambiental nas escolas brasileiras, nota se que alguns esforços pontuais têm obtido êxito. Segundo Alves e Lima (2011, p.8) [...] “qualquer programa ou projeto de Educação Ambiental, seja no campo da formalidade ou informalidade, a aplicação de um enfoque interdisciplinar aproveitando o conteúdo específico de cada disciplina ou tema abordado”.

Segundo o PCN (1998a, p.41).

Existem múltiplas possibilidades de projetos que visem resultados voltados para a vida comunitária, tais como os que envolvem a questão do lixo, o desperdício, a necessidade de reciclagem e reaproveitamento de materiais, a qualidade ambiental da comunidade, o quefazer em casa, na escola, no bairro, e que podem ter resultados significativos na mudança de atitudes e práticas de todos os envolvidos, sendo o principal deles o fato de que os alunos se vejam como verdadeiros cidadãos.

 

Os projetos são uma das formas de organizar o trabalho didático, que pode integrar diferentes modos de organização curricular, podendo ser  realizado em uma turma ou articulando com outras áreas envolvendo da comunidade escolar. Além de favorecer discussão envolvendo os temas transversais, como educação ambiental, meio ambiente, ética (PCN, 1998a).

A Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI, no seu relatório para UNESCO, “educação surge como um trunfo indispensável à humanidade na sua construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social” (DELORS, 1998).

Segundo a UNESCO (2005) a educação não é um fim em si mesma, é um direito fundamental e um instrumento-chave para mudar valores, comportamentos e estilos de vida para alcançar um futuro sustentável é necessário fomentar, entre a população, a consciência da importância do meio ambiente. Os PCNs são uma importante contribuição para a inserção da educação ambiental nas escolas, a partir da implantação dos temas transversais (ALVES; LIMA, 2011, p.5).

Trabalhar a Educação Ambiental de formar interdisciplinar, transversal e contextualizando com os problemas locais é fundamental para o aprendizado. Segundo Almeida et al. (2012, p.162) “as atividades de educação ambiental precisam extrapolar o âmbito escolar e promover o aprendizado e, até, a transformação de todos nós”.

De acordo com Reigota (2009) a cozinha da escola é um local apropriado para realização de prática em Educação Ambiental, podendo ser discutidos temas como desperdícios de alimentos, reaproveitamentos de resíduos, como higienizar as verduras, produtos transgênicos e possibilidades de mudanças de atitudes.

Portanto, para manter a sustentabilidade pressupõe um comprometimento com a qualidade ambiental e a gestão adequada do desenvolvimento econômico; a compreensão de que desgastes ambientais interligam-se uns aos outros e de que problemas econômicos e ambientai estão relacionados a muitos fatores políticos e sociais (PCN, 1998b, p.220).

    Nesse caso, a Educação Ambiental deixa de ser concebida enfatizando apenas um dos seus aspectos, que é o ecológico, para também considerar o social, político, econômico, ético, científico, cultural e tecnológico (ALMEIDA  et al., 2012).

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados apresentados e discutidos no presente trabalho, foi diagnosticado que não há ações desenvolvidas pelas escolas participantes para minimização da produção de resíduos sólidos provenientes das sobras e confecção da merenda com intuito de diminuir os desperdícios.

Percebemos que em duas escolas não ocorre a separação dos resíduos orgânicos dos resíduos secos que são jogados no lixo comum, além disso,  notamos muitas contradições nas respostas dos participantes. Entendemos que são necessários mais diálogos e envolvimentos, esclarecimentos e orientações dos gestores das escolas nas reuniões com as merendeiras.

Sugerimos aos gestores das escolas solicitar sempre a presença da nutricionista do município na escola, para orientar as merendeiras principalmente nos cardápios visando adequar às refeições e o aproveitamento integral dos alimentos. Em relação aos resíduos orgânicos poderia ser feito o aproveitamento no processo de compostagem na própria escola e posteriormente ser utilizados em hortas e jardins envolvendo todos da escola nesta atividade de Educação Ambiental. As escolas devem procurar a Secretaria de Educação do município, solicitando cursos de aperfeiçoamentos para as merendeiras e também a Secretaria de Meio Ambiente do município, para possível implantação da coleta seletiva, desse modo os gestores municipais perceberão que a escola está atenta à legislação.

Orientamos ainda que os gestores, das escolas realizem uma pesquisa nas cidades circunvizinhas para possíveis parcerias com associações e cooperativas para recolher os resíduos para reciclagem  e que os próximos projetos realizados pelas Universidades, possam contemplar além dos alunos, as merendeiras também. Acreditamos que os resultados desta pesquisa é relevante para as escolas, principalmente para os participantes no que se refere à reflexão sobre suas práticas, atitudes, postura e concepções, despertando no ambiente escolar as questões voltadas para sensibilização da coletividade com a destinação ambientalmente correta dos resíduos sólidos, bem como a redução dos desperdícios

 

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Ilustrações: Silvana Santos