Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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27/11/2016 (Nº 58) MAPEAMENTO DE INICIATIVAS DE PROTAGONISMO AMBIENTAL E FOMENTO À REDE DE PLANTADORES DE ÁRVORES
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MAPEAMENTO DE INICIATIVAS DE PROTAGONISMO AMBIENTAL E FOMENTO À REDE DE PLANTADORES DE ÁRVORES

 

Alessandra Aparecida Viveiro

Doutora em Educação para a Ciência

  Faculdade de Educação

Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

alessandraviveiro@gmail.com

 

Oswaldo Gonçalves Junior

Doutor em Administração Pública e Governo

  Faculdade de Ciências Aplicadas

Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

osgoju@yahoo.com.br

 

 

Resumo

 

Os processos em curso no cenário ambiental brasileiro, com intensificação da ocupação humana e avanço de fronteiras industriais e agrárias, têm contribuído para a redução de áreas de vegetação nativa, impelindo por um cenário de forte fragmentação florestal. Na contramão desses processos, atores sociais vem desenvolvendo práticas de arborização em diferentes espaços, desde iniciativas individuais de plantio de árvores em área urbana, pequenas ações comunitárias, até a formação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). Frente a esse cenário, um diagnóstico se mostra necessário para se dimensionar esse movimento. Nesse sentido, uma equipe multidisciplinar tem desenvolvido um projeto que busca compreender o papel social desempenhado por atores em iniciativas ambientais. De forma mais específica, volta-se para o estudo das motivações que levam sujeitos a desenvolverem práticas de arborização em diferentes espaços, com ações de plantio de árvores em espaços públicos e privados. Para uma sondagem sobre os possíveis atores sociais de interesse, foi criada uma comunidade virtual a partir da qual foi possível identificar iniciativas. A ferramenta utilizada inicialmente mostrou-se interessante para sondagem, mas insuficiente e limitada diante da expressiva quantidade de atores que aderiram à comunidade e as intenções de interação entre eles. Entende-se que uma característica relevante nesse processo de ampliação da interação é a capacidade de transformação da simples afinidade temática para a ação, ou seja, partir da empatia pelo plantio de árvores para iniciativas de arborização. Assim, configurou-se uma clara dimensão extensionista no projeto. Identificando iniciativas que são locais, isoladas, “invisíveis”, tornou-se também objetivo do projeto, por um lado, fomentar a articulação entre atores e simpatizantes para formação de uma rede de plantadores e, por outro, sensibilizar e inspirar, a partir do exemplo de protagonistas, novos atores. Para tanto, surgiu a necessidade de criação de uma plataforma virtual que atendesse as especificidades do projeto. A intenção é captar membros da comunidade do Facebook para nova plataforma bem como atrair novos atores por meio de divulgação em diferentes canais. Apesar de focar um tema específico, o plantio de árvores, o estímulo à coletividade, à participação, ao protagonismo são aspectos que favorecem a emancipação e interações para atuação em diferentes questões ligadas à cidadania.

Palavras-chave: protagonismo ambiental; arborização; mapeamento.

 

 

 

Introdução

 

Os processos em curso no cenário ambiental brasileiro, com intensificação da ocupação humana e avanço de fronteiras industriais e agrárias, têm contribuído para a redução de áreas de vegetação nativa, impelindo por um cenário de forte fragmentação florestal. Na contramão desses processos, atores sociais vem desenvolvendo práticas de arborização em diferentes espaços, desde iniciativas individuais de plantio de árvores em área urbana, pequenas ações comunitárias, até a formação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).

Frente a esse cenário, um diagnóstico se mostra necessário para se dimensionar esse movimento. Por um lado, isso pode possibilitar a problematização dos limites e potencialidades dessas iniciativas para o enfrentamento do desmatamento e recuperação de áreas urbanas e rurais, de forma mais particular, e para o cenário ambiental atual, de forma mais geral. Por outro, acreditamos que isso possa contribuir com os estudos na área de Educação Ambiental, no sentido de apontar caminhos para aprimorar os processos de engajamento dos sujeitos em iniciativas ambientais. Mais que isso, fornecer elementos que possam propiciar uma reflexão que contribua na elaboração de diretrizes para aprimoramento de práticas educativas que estimulem a participação social em iniciativas relacionadas à temática ambiental. A hipótese é que as motivações dos sujeitos identificados como protagonistas ambientais em pequena escala possam gerar diretrizes fomentadoras de práticas educativas que mobilizem novos atores.

Acredita-se que ações simples, como o plantio de árvores, podem constituir caminhos que contribuam para superação da dicotomia ser humano-natureza. Não há sentido em separar “questões sociais” e “questões ambientais”. De acordo com Guimarães (2004, p. 25), é importante superar a

 

(...) tendência fragmentária, dualista e dicotômica, fortemente presente em nossa sociedade, buscando assim, preencher de sentido (...) [a expressão socioambiental] com a ideia de que as questões sociais e ambientais da atualidade encontram-se imbricadas em sua gênese e que as consequências manifestam essa interposição em sua concretude.

 

Tendo em conta esse cenário, tem sido desenvolvida uma pesquisa que busca compreender o papel social desempenhado por atores em iniciativas ambientais. De forma mais específica, volta-se para o estudo das motivações que levam sujeitos a desenvolverem práticas de arborização em diferentes espaços, com ações de plantio de árvores em espaços públicos e privados, tais como praças, terrenos baldios, margens de córregos, áreas de nascentes, entre outros.

O que vem sendo feito? Por que essas ações acontecem? Como esses atores vêm pontualmente contribuindo para enfrentamento de problemas ambientais relacionados à manutenção de vegetação e recuperação de áreas degradadas? Qual o potencial de influência/impactos dessas iniciativas no cenário ambiental local e global? Como esses aspectos podem inspirar possibilidades de trabalhos de incentivo ao protagonismo em projetos de Educação Ambiental?

Focalizar a ação dos sujeitos não se confunde com negar a transformação da maneira como os indivíduos interagem com o mundo que os rodeia, no contexto de “uma sociedade em que o consumismo, o individualismo, a busca pela satisfação momentânea, o ‘ter’ em oposição ao ‘ser’ têm sido valorizados” (VIVEIRO et al., 2015, p. 2). Interessa compreender as motivações – o “sentido da ação”, para Weber (1999) – que levam sujeitos a atuarem como promotores de ações ambientais, em outras palavras, como se constroem as iniciativas ambientais individuais. A ênfase na subjetividade e no indivíduo, dada na perspectiva sociológica weberiana, representa um importante ponto de partida para se analisar a possibilidade de ação individual consciente no mundo.

O sentido da ação dos sujeitos, em Weber, é o princípio que norteia a sua racionalidade. Para Leff (2006), a perspectiva weberiana possibilita apreender sistemas intelectuais e sociais a partir de singularidades, permitindo uma análise da diversidade cultural, dos sentidos subjetivos definidores de qualidade de vida e motivações de atores sociais do ambientalismo, portanto, de uma racionalidade ambiental.

Nessa perspectiva, ao  buscarmos  compreender os  sentidos  da ação de protagonistas em práticas de arborização, esperamos identificar aspectos que possibilitem compreender  princípios  valorativos,  teóricos,  instrumentais  e  culturais constituintes  de  uma racionalidade ambiental que pode promover novas formas de pensamento e comportamento social, condizentes com o verdadeiro ideal da sustentabilidade, entendida aqui como ruptura com o padrão de pensamento da histórica relação entre uso da natureza e uma ideologia do capital (LEFF, 2002).

Isso pode ser especialmente interessante para nortear práticas em Educação Ambiental, pensada enquanto espaço privilegiado para construção de uma nova racionalidade, condizente  com  princípios de equidade  social,  justiça,  convivência  e  responsabilidades compartilhadas (NABAES, 2015).

Nesse sentido, a Educação Ambiental

 

(...) tem por finalidade abrir espaços que possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos seres humanos e de todas as espécies e sistemas naturais com os quais compartilhamos o planeta ao longo dos tempos. Isso se dá ao assumirmos nossas responsabilidades individuais e coletivas, interligadas pelas circunstâncias sociais e ambientais (SORRENTINO, 2005, p. 288).

 

A partir do desenvolvimento desse projeto, inicialmente somente voltado à pesquisa, surgiu uma clara dimensão extensionista. Identificando iniciativas que são, muitas vezes, locais, isoladas, “invisíveis”, tornou-se também objetivo do projeto, por um lado, fomentar a articulação entre atores e simpatizantes para formação de uma rede de plantadores e, por outro, sensibilizar e inspirar, a partir do exemplo de protagonistas, novos atores.

Destaca-se, nesse processo, o papel da universidade como articuladora social, tendo-se uma perspectiva de extensão que considera a sociedade também como produtora de conhecimentos, beneficiando o intercâmbio de ideias e práticas e estabelecendo uma relação dialógica, horizontal. Isso pode favorecer novos formatos de produção do conhecimento com foco no desenvolvimento social.

 

Uma sondagem inicial: um olhar sobre a produção científica

 

Buscar uma melhor compreensão sobre o protagonismo de atores em iniciativas de plantio de árvores não é tarefa simples quando se procura enquadrar este fenômeno sob o ponto de vista teórico, levando-se em conta as referências disponibilizadas em periódicos, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Como enquadrar essas iniciativas, portanto, não é uma questão para a qual se tenha uma resposta inequívoca. Um esforço para superar essa dificuldade foi empreendido nos últimos seis meses, sendo o resultado relatado a seguir. Ainda que não se tenha uma conclusão única e fechada, compreende-se que os resultados dessa parte específica do estudo sejam proveitosos sob uma perspectiva processual de sistematização de  conhecimentos em torno do tema. 

Como diretriz geral, foi realizado levantamento de fontes no Google[1] e no Google Acadêmico[2], no Portal SciELO[3], no Portal do Projeto EArte[4]  e nos bancos de teses e dissertações da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp[5], Universidade de São Paulo - USP[6] e Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Unesp[7], contemplando os seguintes termos de busca: “protagonismo ambiental”, “socioambientalismo” e “arborização”, sendo este último combinado com os termos “iniciativa”, “participação”, “mobilização” e “cidadania”.

Esse levantamento foi acompanhado da verificação das referências utilizadas pelos autores, visando identificar outras fontes de interesse contidas nesses trabalhos. Da mesma forma – e advindo da própria dificuldade de enquadramento teórico do estudo – manteve-se a preocupação de identificar possíveis novos termos de busca a partir do contato com essa literatura. Tal dinâmica conduziu a adição de um novo termo de busca (“percepção ambiental”) e, também, adicionou uma nova fonte para levantamento de trabalhos: o portal da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU).

A partir dessas diretrizes, foram identificados 42 trabalhos: 31 artigos em periódicos, 10 teses/dissertações e 1 artigo em anais de evento. Dos artigos,  16 provêm da Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU).

Importante salientar que a identificação dessas 42 fontes, resultado do levantamento realizado, são produto de um processo que contou, além dos parâmetros de busca citados, com permanente análise qualitativa dos trabalhos tendo como referência principal o escopo do projeto. Em outras palavras, isso significa dizer que outros trabalhos foram selecionados por meio dos parâmetros de buscas utilizados, mas descartados após análise por não atenderem de forma mais estrita ao foco do projeto.

A partir dessa etapa de levantamento, realizou-se uma análise mais aprofundada do conteúdo desses 42 trabalhos. Foram identificados três eixos principais de enquadramento desses trabalhos voltados à temática do plantio de árvores, identificados sob os termos “participação”, “percepção e convivência” e “diagnóstico e recomendações”.

No tocante à participação, em geral enfoca-se nesse grupo de trabalhos desde assuntos ligados à “arborização participativa” (SILVA, 2003), atrelados à iniciativas comunitárias e escolares neste campo, bem como reflexões sobre estímulos e significados implicados no engajamento público e nas relações de poder na gestão ambiental (TOTH; MERTENS; MAKUCHI, 2012). Nessa categoria, trabalhos trazem relatos de experiências locais de participação, sendo em geral as iniciativas ambientais vistas como “novos espaços” para uma maior participação social que condensam desafios e dilemas (PEREIRA, 2006; VARGAS, 2007; LIRA FILHO et al., 2009; LAURENTII, 2010; SETTI; BÓGUS, 2010; SABBAGH, 2011; FONTANA, 2012; FERREIRA; FONSECA, 2014). Sob essa perspectiva, iniciativas ambientais e, mais especificamente, aquelas ligadas ao plantio de árvores, parecem ser vistas por vezes como uma “janela de oportunidades” para promoção de um engajamento em processos de transformação social em diferentes graus: desde a garantia de uma convivência mais harmônica entre humanos e árvores no espaço urbano, ancoradas no binômio conscientização-participação, até desafios mais amplos que ressaltam a importância de se garantir a participação da população nas políticas públicas e nas questões ambientais (SIQUEIRA, 2008; GIARETTA; FERNANDES; PHILIPPI JUNIOR, 2012), com reflexões que abrangem também temáticas como o “direito à participação” (PLESSIS, 2008; BALLESTEROS-PINILLA, 2010), “mobilização de indivíduos e coletivos por meio da promoção de relações mais homogêneas de poder, aumento do potencial de expressão, motivação para participação e formulação de novos espaços de participação” (TOTH; MERTENS; MAKUCHI, 2012) e “fatores que condicionam o sucesso ou fracasso da participação social junto à gestão ambiental” (GIARETTA; FERNANDES; PHILIPPI JUNIOR., 2012).

No tocante à percepção e convivência, um grupo majoritário dedica-se a tratar de pesquisas realizadas junto à população e que procuram averiguar aspectos relativos à percepção ambiental (ANDRADE, 2004; MASCARÓ, 2012; NOVAIS, 2012; MALAVASI e MALAVASI, 2013; VIANA, 2013; ZEM; BIONDI, 2014; DOBBERT, 2015). O que pensa a população sobre arborização? Como se dá a relação entre arborização urbana e moradores? etc. são aspectos analisados pelos autores, que se valem de entrevistas e aplicação de questionários como instrumento para levantamento de informações junto a amostras da população, de diferentes localidades do país. Outro grupo de trabalhos se dedica a tratar sobre iniciativas de estímulo ao envolvimento com a arborização, sendo contemplados aqui temas como produção e distribuição de materiais educativos, produção e distribuição de mudas de árvores, ações de plantio em espaços públicos com envolvimento de grupos comunitários ou escolares etc. (SKUTSCH, 1983; AGUIRRE JUNIOR; VOLPE-FILIK; LIMA, 2007; SOUZA, 2009; SILVA; FARINA; LOURENÇO, 2012; OLIVEIRA et al., 2013; TEIXEIRA; SAMMARCO, 2014). De uma forma geral, ainda que os trabalhos desse segmento voltem seu interesse para a temática do estímulo ao envolvimento com o tema da arborização, não apresentam, no entanto – ao menos de forma mais explícita – as preocupações de caráter mais diretamente relacionadas ao termo participação sob um ponto de vista da política, como é próprio no primeiro grupo de trabalhos selecionados. Não se quer com isso afirmar que a política esteja ausente nestes trabalhos, mas apenas que a abordagem privilegia outros aspectos. Em suma, não se pretende aqui qualquer classificação rígida que desconsidera a necessária visão complexa que abarca o termo política, mas apenas indicativa, sobre essa produção teórico-empírica, possibilitando uma melhor perspectiva sobre o universo pesquisado. 

Outro grupo de trabalhos, identificado sob o termo diagnóstico e recomendações, se dedica a estudar a compatibilização entre arborização e ambiente urbano, enfatizando adequações necessárias e questões urbanísticas (LIMA NETO et al., 2007; SANTOS; TEIXEIRA, 2007; RIBEIRO, 2009; DOBBERT, 2015), tais como a interferência da arborização na rede elétrica, características da arborização de cidades específicas etc. Outros autores se voltam para reflexão sobre “variáveis utilizadas em estudos sobre arborização urbana” (OLIVEIRA; TAVARES, 2012), sobre “aspectos fenológicos, locacionais e sociais na arborização em via pública (CROCE; GUERRINI; BUENO, 2012), fornecendo recomendações para melhoria da arborização urbana “frente a um cenário de insuficiência e inadequação que contrasta com os problemas ambientais que afetam sua população e que poderiam ser atenuados” (MONICO, 2002). De forma geral, esses estudos têm como preocupação fornecer um olhar de caráter mais técnico, abordando aspectos que possam orientar práticas de arborização urbana em nível de política pública (FONTANA, 2012; ROTERMUND; MOTTA; ALMEIDA, 2012; KONRAD; COSTA; CASTILHO, 2013). O que justifica sua inclusão dentro do universo pesquisado é que estes trabalhos trazem consigo a preocupação, de forma mais implícita ou explícita, de orientarem ações em ruas, parques, praças etc., espaços públicos do cotidiano e alvo da ação de muitos dos plantadores de árvores, atores enfocados primordialmente neste projeto de pesquisa. Estes trabalhos fornecem também elementos relevantes no tocante a uma melhor compreensão sobre características da arborização em sua interação com a paisagem urbana e com os seres humanos.

De modo bastante geral, os trabalhos analisados constituem estudos sobre estímulos à iniciativas, participação, envolvimento etc. e caracterização de percepção ambiental. O estudo  em desenvolvimento, do qual trata esse projeto de pesquisa, parte de outra perspectiva, qual seja: investigar ações de atores atuantes e protagonistas. Se essas pessoas não necessariamente estiveram envolvidas em processos intencionais de estímulo à participação em iniciativas ambientais, o que as move?

 

Uma sondagem inicial: identificando atores sociais

 

Para uma sondagem sobre os possíveis atores sociais de interesse, em outubro de 2014 foi criada uma comunidade virtual na rede social Facebook, denominada “Plantadores de Árvores”[8]. Nesse espaço, havia um convite para que as pessoas que se identificassem como “plantadores de árvores” relatassem a sua experiência (quando e onde plantou, porque se considerava como um plantador etc.). Para iniciar o movimento, foram encaminhados convites para dois grupos distintos: administradores de comunidades ou grupos abertos com temáticas relacionadas; e pessoas que haviam se manifestado revelando iniciativas dentro do escopo do trabalho por meio de comentários em reportagens em veículos de comunicação eletrônica (jornais, revistas, blogs etc.) e postagens em comunidades da rede social.

Até o momento, a comunidade reúne, aproximadamente, 1850 pessoas. Para identificação dos membros, utilizamos as ferramentas disponíveis no módulo de Identificação de Pessoas, acessível aos administradores do espaço. Entre os membros da comunidade, aproximadamente 56% são mulheres, sendo 12% são mulheres na faixa de 18-24 anos, 12% com idade entre 25-34, 21% entre 35-54 anos e 10% com mais de 55 anos. Entre os homens, também predominam aqueles na faixa de 35-54 anos (20%), 12% com idade entre 25-34, 7% entre 18-24 e 5% com mais de 55 anos. Com relação à origem, a maioria é brasileira, distribuída em capitais e no interior de 17 estados (Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo) e no Distrito Federal, com predomínio de pessoas da região Sudeste (50%). Em número reduzido, há participantes que indicam ser de 27 diferentes países, além do Brasil.

Para breve caracterização do tipo de iniciativa, recorreu-se aos relatos postados pelos membros ao longo do tempo na forma de publicações, comentando reportagens divulgadas na página ou por meio de mensagens privadas. Mediante uma análise qualitativa das manifestações, identificamos, nesse primeiro momento, três categorias de iniciativas que partem de um sujeito (ou poucos sujeitos) e se desdobram em ações de variados tipos: particular local (plantio em quintais ou áreas públicas, trabalhando sozinho ou com a família ou, ainda, no caso de um professor, com grupos de alunos); particular em território (proprietários que recuperam áreas de vegetação nativa em sítios ou fazendas, desenvolvendo atividades econômicas associadas, como agroflorestas, por exemplo ou, então, criam RPPN, desenvolvendo atividades de visitação com trabalhos de Educação Ambiental ou mantendo o acesso restrito); coletiva multiplicadora (interesse público expresso e institucionalizado, envolvendo organização ou participação em grupos com ações sistematizadas em áreas urbanas públicas ou rurais, como, por exemplo, feiras regulares para troca de mudas e sementes, mutirões para plantio de mudas em áreas degradadas, promoção de campanhas para recuperação de áreas etc.).

Os dados levantados até o momento permitem perceber que as iniciativas de protagonismo ou mesmo o interesse por práticas de arborização envolvem pessoas de diferentes faixas etárias, de todas as regiões do Brasil e, inclusive, de outros países. Áreas muito povoadas e bastante urbanizadas, como regiões metropolitanas da região Sudeste, por exemplo, comumente com déficit de arborização nas áreas urbanas e intensa degradação da vegetação nativa nas áreas rurais, apresentam um número representativo de pessoas e grupos que têm iniciativas ou, ainda, interesse que podem, com estímulo, dar início a atividades, constituindo novos atores sociais nesse campo.

Chamaram a atenção postagens de pessoas buscando grupos de iniciativas em suas regiões, indicando um movimento de rede na comunidade criada.

Para manter a comunidade em atividade, houve a ideia de compartilhar experiências e iniciativas publicadas em diferentes veículos disponíveis na internet. As reportagens sobre a temática na mídia também corroboram para a percepção de que há um movimento interessante de ações de arborização em diferentes espaços, fruto de iniciativas individuais ou de pequenos grupos: uma família brasileira que decidiu plantar uma árvore por dia, todos os dias, com os dois filhos, divulgando a iniciativa em uma página e incentivando outras pessoas a adotarem a mesma prática; um aposentado que, sozinho, plantou mais de 16 mil árvores às margens do Córrego do Tiquatira, em São Paulo, como forma de retribuição à cidade onde passou toda a sua vida; um indiano que, também de forma solitária, reflorestou uma área de aproximadamente 560 hectares, ao longo de 34 anos, buscando salvar a Ilha de Majuli, nordeste da Índia, onde morava. Esses são apenas alguns dos exemplos entre os diversos localizados. Além disso, aparecem muitas iniciativas de pequenos grupos não institucionalizados, de Associações e de Organizações Não-Governamentais, por exemplo, que promovem ações de mobilização em torno do reflorestamento ou replantio de espécies arbóreas em áreas degradadas, bem como ações de arborização urbana. Muitas vezes, segundo os relatos, essas iniciativas parecem surgir como reação à insatisfação com a situação e o desejo de fazer algo em relação ao problema. Alguns argumentam ser uma reação à ausência de ações mais institucionalizadas, como do poder público, como exemplo.

A ferramenta utilizada inicialmente mostrou-se interessante para sondagem, mas insuficiente e limitada diante da expressiva quantidade de atores que aderiram à comunidade e as intenções de interação entre eles. Entendemos que uma característica relevante nesse processo de ampliação da interação é a capacidade de transformação da simples afinidade temática para a ação, ou seja, partir da empatia pelo plantio de árvores para iniciativas de arborização.

Para tanto, surgiu a necessidade de criação de uma plataforma virtual que atenda às especificidades do projeto. A proposta é reunir atores socialmente interessados e atuantes na área. A plataforma prevê a criação de mecanismos para divulgação de iniciativas, formulário eletrônico para detalhamento do perfil e das experiências dos membros e localização de atores por meio de georreferenciamento. Esta localização cumpre um duplo objetivo: aos propositores do projeto, permitir uma visão sobre esse universo; aos participantes da rede, possibilitar que identifiquem atores com quem possam interagir, trocando experiências, formando pequenos movimentos locais, estimulando a entrada de novos agentes etc.

Por um lado, a plataforma constituirá um instrumento para mapeamento e caracterização de atores sociais de interesse e, por outro, possibilitará a articulação entre atores sociais, com o estabelecimento de parcerias e trocas entre os envolvidos, aspecto que também pode ser foco futuro de análise.

 

 

Considerações Finais

 

Apesar desse projeto voltar-se para uma temática específica, o plantio de árvores, o estímulo à coletividade, à participação e ao protagonismo são aspectos que favorecem a emancipação e interações para atuação em diferentes questões ligadas à cidadania.

De forma mais direta, ao possibilitar entender aspectos que movem sujeitos para a ação, este projeto visa trazer elementos importantes para processos em contextos de Educação Ambiental.

Ao reunir protagonistas e interessados por meio de uma Plataforma Virtual, poderá ser criado um espaço frutífero para desenvolvimento de outras iniciativas que surgirão da interação entre sujeitos, podendo constituir-se como uma incubadora de ideias e ações voltadas ao enfrentamento de problemas ambientais, tanto de modo mais micro, em contextos específicos, quanto em termos de mobilização mais geral, em grande escala.

Caminha-se, assim, tendo como horizonte um modelo de sustentabilidade em que a participação, o diálogo e o envolvimento constituem bases para tomada de decisões que afetam o futuro de todos (SORRENTINO et al., 2013 apud BIZERRIL, 2015).

 

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Ilustrações: Silvana Santos