Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Educação e temas emergentes
27/11/2016 (Nº 58) APA DO BANHADO GRANDE E REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE BANHADO DOS PACHECOS: EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS DA REGIÃO DE ÁGUAS CLARAS/RS
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APA DO BANHADO GRANDE E REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE BANHADO DOS PACHECOS: EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS DA REGIÃO DE ÁGUAS CLARAS/RS

 

Carlos Eduardo Fraga da Silveira¹

Luciana Fofonka²

 

 
RESUMO

 

A Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande - APABG é uma área extensa que possui uma riqueza em biodiversidade, além de abranger quatro municípios, sendo eles: Viamão, Gravataí, Glorinha e Santo Antônio da Patrulha, RS. Pelo fato de ser classificada como Área de Proteção Ambiental (APA) é um tipo de unidade de conservação de uso sustentável. Com poucos anos de existência, ainda é pouco conhecida e sofre com os mais variados tipos de degradação. O presente trabalho pretende quantificar e estabelecer elos de relação entre as escolas do entorno e a Unidade de Conservação, no quesito de educação ambiental formal e não formal. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica, uma pesquisa quantitativa e uma entrevista com o gestor da reserva. Tendo como objetivo diagnosticar o nível de conhecimento a respeito da APABG e do Refúgio da Vida Silvestre Banhado dos Pachecos - uma unidade de conservação inserida dentro da APA. Essa pesquisa foi realizada nas Escolas da região de Águas Claras/Viamão. A entrevista foi realizada com o Gestor da unidade, levantando todos os questionamentos, sugestões e possibilidades, a fim de estabelecer relações da Unidade com as escolas. Com isso, pretende-se dimensionar a importância desse vínculo para ambas as instituições, adequando projetos de Educação Ambiental a sua realidade e a toda complexidade das relações ambientais e sociais da região servindo assim, de orientação e embasamento para a elaboração de projetos para formação de educadores ambientais para a APA, visando a sua sustentabilidade.

 

Palavras-chave: Educação Ambiental. Sustentabilidade. Conservação Ambiental.

 

1  INTRODUÇÃO

 

A Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande (APABG) é uma extensa área territorial que engloba os municípios de Gravataí, Viamão, Glorinha e Santo Antônio da Patrulha. É a maior Unidade de Conservação do Estado do RS, tendo em torno de 137 mil hectares, sendo solidamente criada pelo Decreto Estadual nº 38.971/1998.

_____________________________

¹ Graduando em Ciências Biológicas IERGS/UNIASSELVI

² Professora Orientadora IERGS/UNIASSELVI. E-mail: lufofonka@yahoo.com.br

Possui grande relevância na conservação de ecossistemas de banhado, nascentes e reservatórios hídricos, onde habitam fauna e flora com valor biótico imensurável. Por tratar-se de uma APA, é constituída por um tipo de Unidade de Conservação de uso sustentável.                   

Logicamente está sujeita aos mais variados tipos de ações antrópicas degradantes ao ambiente natural, sendo também prejudicada pela pouca informação da sociedade em relação a essa. Como exemplo desses fatores prejudiciais, pode-se citar a ocupação territorial indiscriminada e a atividade agrícola não planejada.

Acredita-se, portanto, que ao planejar ações de Educação Ambiental Formal que envolvam a APA Banhado Grande e Escolas do entorno, assim como a conclusão do Plano de Manejo, será possível sensibilizar as comunidades envolvidas da importância ambiental, social e econômica dessa Unidade de Conservação. É também de grande interesse científico, quantificar o grau de conhecimento da APABG, principalmente na região de Águas Claras/Viamão, onde encontra-se grande área territorial da mesma, bem como outra Unidade de Conservação, o Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos, que se situa dentro do limite geográfico da APA Banhado Grande.  

O presente estudo apresenta como objetivo geral, indicar se existe alguma relação de educação ambiental entre as Escolas analisadas e a as Unidades de Conservação (UCs) e o entorno dessas. De modo que para podermos estabelecer tal parâmetro como objetivo, foram traçados os seguintes objetivos específicos:

·        Verificar o grau de relação das instituições de ensino em relação a APABG e RVSBP;

·        Apresentar o número percentual de educadores envolvidos nos projetos de Educação Ambiental (EA), que envolvam as referidas UCs;

·        Dimensionar o grau de interesse das Escolas pesquisadas em desenvolver atividades de EA formal que envolvam essas duas UCs.

Além disso, objetiva-se elencar conhecimento técnico teórico para desenvolver uma Educação Ambiental Crítica, de modo a relacionar aspectos culturais, sociais e ecológicos entre a comunidade do entorno e as UCs. É preciso utilizar os educadores das Escolas da região como multiplicadores de ações que visam o conhecimento e conservação da APABG.

Para a elaboração desse artigo, foram utilizados recursos diversos de pesquisa, tais como a visitação “in locu” das referidas Ucs, e aplicação de um questionário direcionado aos Educadores de três Escolas (Particular, Estadual e Municipal) do Bairro de Águas Claras/Viamão, RS visando o grau de conhecimento dos profissionais e comunidade escolar em relação a existência da APABG, enfatizando também o Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos (RVSBP). Em um segundo momento, buscou-se conhecer junto da administração do RVSBP/SEMA, da existência de ações de EA por parte da instituição, objetivando instruir a comunidade local sobre a importância da mesma.

 

2  BIOGEOGRAFIA DA APA DO BANHADO GRANDE

 

A Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande é uma das áreas úmidas mais importantes do Rio Grande do Sul, sendo sua biodiversidade conhecida pela grande diversidade de aves, especialmente as migratórias, sendo considerada por especialistas como de relevância para a conservação global (ACCORDI, 2003).                                                   

Dentro da APABG encontra-se inserida outra unidade de conservação, o Refúgio da Vida Silvestre Banhado dos Pacheco, localizado também em Águas Claras/Viamão.

Segundo o SNUC (BRASIL, 2000) ela se insere na categoria de “Unidades de Proteção Integral” e, em seu Art. 13 esse tipo de unidade tem por objetivo: “[...] proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória” (BRASL, 2000, p. 4).

Lá são encontradas espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção, como o cervo do pantanal (Blastocerus dichotomus), considerado o maior cervídeo brasileiro e se caracteriza por habitar áreas úmidas da América do Sul (FIGUEIRA et AL., 2005). O jacaré do papo amarelo (Caiman latirostris) amplamente distribuído pela America do Sul e que usa esta área para nidificar seus ovos, dentre outras espécies de fauna. A APABG também possui espécies da flora imunes ao corte (RIO GRANDE DO SUL, 2009), conforme o Código Florestal Estadual, como a figueira (Ficus organensis) e as coticeiras do banhado (Erythrina crista galli), que servem de abrigo para ave fauna residente e migratória (RIO GRANDE DO SUL, 2009).

“A APA do Banhado Grande tem importância significativa na formação do rio Gravataí, pertencendo a sua bacia hidrográfica (2.293,99 km²), tendo em seu sistema, conforme o termo de referência para o plano de manejo” (RIO GRANDE DO SUL, 2010, p. 6), três banhados formadores desse rio: “Banhado Grande nos municípios de Gravataí e Glorinha; Banhado do Chico Lomã, no município de Santo Antônio da Patrulha; e Banhado dos Pachecos, no município de Viamão” (RIO GRANDE DO SUL, 2010, p. 6). O Banhado Grande é o que regula a vazão desse rio, segundo relatório da FEPAM, sobre Qualidade das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí (RIO GRANDE DO SUL ,2010, p.7), esse banhado “originalmente ocupava uma área de 450 km², sendo reduzido para apenas 50 km², em função do uso da água para irrigação das culturas de arroz”.

Frente a toda essa realidade, a inter-relação da APABG com as Escolas do entorno, torna-se fundamental e urgente, no sentido de fazer a população local conhecê-la, sentir-se parte dela e protegê-la. Neste sentido, o plano de EA deve possuir mecanismos que possibilitem a sensibilização e o conhecimento da realidade da unidade e de seu entorno, ambos devem provocar nas pessoas o sentido de pertencimento, de querer cuidar e participar nas decisões e nas questões relacionadas à gestão da APABG.

 

Programas de educação ambiental, que propiciem o aumento do conhecimento, mudança de valores e o aperfeiçoamento de habilidades, que são condições básicas para que o ser humano assuma atitudes e comportamentos que estejam em sintonia com o meio (VENDRAMETTO, 2004, p. 45).

 

              Esse sentido de pertencimento deve ser interiorizado, proporcionando assim mudança de comportamentos assumindo atitudes não pontuais, mas como uma norma de vida, sendo outra forma de encarar as questões sociais e ambientais, ou seja, formando consciência ecológica (CARVALHO, 2004).

               Com isso, o sujeito passa a ser cooparticipante, concebendo o ambiente como a sua casa, que requer cuidado, carinho e preservação. Para Morin (2005, p. 76) é o “aprender a ‘estar aqui’ no planeta” e isso “significa: aprender a viver, a dividir, a comunicar”, bem distinto do que se vê no mundo do consumo que valoriza o eu, o meu e o ter”.

 

2 1 O PAPEL DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL E NÃO FORMAL

 

 

O tema educação ambiental surge a partir da grande preocupação do homem com os aspectos ambientais, devido a grandes desastres naturais que têm acarretado impactos no ambiente nas últimas décadas. A principal função da escola quanto a essa conscientização, é expor a importância e a responsabilidade que cada cidadão tem sobre o meio ambiente, educar a população a usar nossos recursos de maneira sustentável (FERRARO JUNIOR et al., 2005). As práticas educativas voltadas para o ambiente ganharam destaque e têm sido valorizadas ao longo dos últimos 20 anos. É possível notar o crescimento, o dinamismo e a demanda de trabalho nessa área em vários setores. O crescimento acelerado e desordenado das cidades brasileiras gerou uma crescente degradação das condições de vida, o que impõe uma reflexão necessária e o enfrentamento de desafios para mudar as formas de pensar e agir em torno dos problemas emergentes.

A escola é um espaço privilegiado à formação de cidadãos e ao desenvolvimento de valores que influenciem na aquisição de atitudes adequadas quanto ao consumo e descarte de resíduos, porém, como destaca Sauvé (2005), os educadores ainda não conseguem intervir de modo acentuado na educação ambiental, uma vez que não levam em conta as múltiplas facetas da nossa relação com o ambiente. Essas múltiplas facetas correspondem a modos diversos e complementares de aprender sobre o ambiente. Merecem destaque sete facetas apontadas por Sauvé (2005) para que possamos compreender melhor todos os pontos a serem trabalhados na educação ambiental e todo o universo que permeia este conceito:

Meio ambiente: natureza (para contemplar, respeitar e preservar) – Os atuais problemas socioambientais tiveram origem na dificuldade que o homem tem de perceber que pertence à natureza, que é parte dela e que dela precisa. Portanto, existe uma lacuna entre o ser humano e a natureza que precisa ser trabalhada.

 Meio ambiente: recurso (para gerir e repartir) – É a faceta que mais tem sido trabalhada. Implica educação para o consumo consciente, a conservação e a solidariedade na divisão igualitária dentro de cada sociedade, tanto as atuais quanto as futuras.

Meio ambiente problema (para resolver e prevenir) – Esta é a faceta da qual mais carecemos hoje, pois visa estimular o exercício da resolução de problemas reais e a concretização de projetos que visam a preveni-los. .

 Meio ambiente sistema (para entender e poder decidir melhor) – A educação ecológica, nesta faceta, intervém de maneira fundamental, conduzindo a um aprendizado de conhecimento e respeito de toda a diversidade, a riqueza e a complexidade do meio ambiente.

 Meio ambiente: lugar em que se vive (para conhecer, explorar e aprimorar) – Conhecer, explorar e redescobrir o lugar em que se vive, ou seja, tentar mudar atitudes cotidianas para uma vida mais sustentável e consciente.

 Meio ambiente biosfera: (para viver em longo prazo) – Pensar em outras nações, refletir a respeito do desenvolvimento das sociedades humanas. .

 Meio ambiente: projeto comunitário: (em que e como se empenhar ativamente) – Esta é a faceta com que as pessoas mais têm contato, porém sentem dificuldades em se enxergar como parte do projeto, como parte da comunidade. A cooperação e a parceria precisam ocorrer para que sejam realizadas as mudanças coletivamente desejadas.

Note-se que estas facetas estão interligadas, e que uma educação ambiental que contemple apenas uma ou outra se torna incompleta e mantém esta visão de que o “estar no mundo” é tão deturpado que causa danos irreparáveis ao ambiente (SAUVÉ, 2005).

Entretanto, para que todas essas facetas da educação ambiental possam ser mais bem trabalhadas não é o único desafio encontrado. Estabelecer uma educação ambiental de níveis formal e não formal é outro desafio. A educação ambiental, acima de tudo, deve ser um ato voltado para uma mudança social que busque conscientizar a todos de que os recursos naturais são esgotáveis e de que nós somos os principais responsáveis pela degradação do ambiente (AMARAL, 2008).

No ensino formal a educação ambiental é especificada e desenvolvida nos currículos das instituições públicas e privadas vinculadas aos sistemas federais, estaduais e municipais de ensino. Deve ser desenvolvida como prática educativa contínua, permanente, inter e transdisciplinar em todos os níveis e modalidades educacionais. A educação básica, especial, profissional, EJA e superior deveriam adotar conteúdos relacionados ao ambiente e à formação de hábitos e atitudes pessoais e coletivas que preservem a qualidade de vida e os recursos naturais. Os conteúdos formais relacionados ao ensino fundamental e médio estão nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), onde se encontram especificados os objetivos e as metas que a educação ambiental deve atingir para os estudantes destes níveis (HENDGES, 2010).

Ações e práticas educativas voltadas para a sensibilização coletiva sobre as questões ambientais e à sua participação na defesa do ambiente são conhecidas como educação ambiental em nível não formal. Os poderes públicos devem incentivar a difusão de campanhas educativas e informações relacionadas ao ambiente, à participação das empresas públicas e privadas, meios de comunicação, empresas, ONGs, escolas e sociedade na formulação, execução e desenvolvimento de programas e atividades vinculadas com a educação ambiental não formal. Também são consideradas ações não formais de educação ambiental a divulgação de conteúdos que estimulem a sensibilização e capacitação da sociedade para a importância das Unidades de Conservação. Neste mesmo sentido estão relacionadas como atividades não formais de educação ambiental no ensino brasileiro a sensibilização dos agricultores para as questões ambientais e as atividades de ecoturismo (HENDEGES, 2010). Os principais problemas encontrados na educação formal são a falta de estímulo à pesquisa científica e prática, falta de integração e preparo do corpo docente, não abordagem de temas contemporâneos, como água, entre outros. Já na educação ambiental não formal os problemas são a falta de informação, investimento, capacitação.

Da educação ambiental no ensino formal. Entende-se por educação ambiental na educação escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privada, englobando: I – educação básica; II – educação superior; III – educação especial; IV – educação profissional; V – educação de jovens e adultos. Ela deverá ser desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal, e deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. Os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental (POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 2000).

Da educação ambiental não formal. Entende-se pelas ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e sua organização e participação na defesa da qualidade do ambiente. O poder público, em níveis federal, estadual e municipal incentivará a difusão, nos meios de comunicação de massa de informações acerca de temas relacionados ao ambiente; a ampla participação da escola, da universidade e de organizações não governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à educação ambiental não formal; a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações não governamentais; a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação, das populações tradicionais ligadas às unidades de conservação, dos agricultores; o ecoturismo.

Segundo Narcizo (2009), educadora ambiental, “a escola é o espaço social e o local onde o aluno dará sequência ao seu processo de socialização iniciado em casa com seus familiares. Considerada toda a importância da temática ambiental se sobressaem as escolas como espaços privilegiados no desenvolvimento socioambiental dos alunos”.

Temos, com isso, a necessidade de atividades de campo e de sala de aula, com projetos que estimulem o comprometimento ambiental e que elevem a autoconfiança, implementados de modo interdisciplinar. As gerações que assim forem educadas crescerão em um novo modelo de educação e criará novas visões sobre o que é o planeta. Desde cedo, as crianças devem obter hábitos de serem ambientalmente corretos, e quando passam a conviver em um ambiente escolar devem fazer parte de seu cotidiano e para que isso aconteça precisam ter exemplos daqueles que exercem influência sobre esses alunos, seus professores (NARCIZO, 2009).

O professor deve ter consciência da responsabilidade assumida quando adentra a uma sala de aula para passar aquele conteúdo aos seus alunos, pois, como comentado, o exemplo é a melhor maneira de se ensinar. Seu comportamento fora de sala de aula também influência diretamente as crianças, para que estas não vejam o tema estudado apenas como conteúdo, mas como de importância para a vida fora da sala de aula.

A criança deve aprender que a responsabilidade é de todos, que o amanhã de todos está amarrado aos atos de cada indivíduo (EFFTING, 2007). Cursos de capacitação de professores veem como necessária a educação ambiental, tendo em vista que esta é um processo contínuo, para que esses professores sejam capazes de ensinar alguns de seus princípios fundamentais.

Nas escolas, a educação ambiental deve sensibilizar os alunos que necessitam viver em conformidade com o ambiente em que habitam e com outros seres vivos, no sentido de apresentar uma análise crítica dos princípios que levam à destruição dos recursos naturais e de outros seres vivos. Deve-se abordar temas que mostrem que os recursos naturais não são inesgotáveis, e que devem ser usados de maneira racional, com utilização da reciclagem como um processo fundamental a evitar o desperdício. Dependemos da conservação da biodiversidade do planeta, ou seja, as demais espécies existentes no planeta merecem nosso respeito (NARCIZO, 2009).

A sensibilização desse ambiente escolar pode e/ou deve ajudar na sensibilização das comunidades do entorno dessas escolas ou até a outras comunidades onde residam os alunos dessa escola.

A escola deve correlacionar os problemas ambientais com a realidade de suas comunidades, para que possam ajudar os alunos a perceber a problemática do mundo real. Para que isso funcione, a educação ambiental deve ser abordada em todos os níveis de ensino, e desse modo, a escola será um ambiente social onde o aluno será sensibilizado para os problemas ambientais, o que garante que, fora do âmbito escolar esse aluno coloque em prática todas as ações passadas no ambiente escolar. A formação de cidadãos responsáveis acontece na prática, no cotidiano da vida escolar onde se deve ensinar comportamentos ambientalmente corretos (NARCIZO, 2009).

Portanto, a educação ambiental tem como objetivo um processo de formação e educação constante, o que colabora para um ativo envolvimento do público, e o bem-estar crescente das comunidades humanas.

Deve sensibilizar os alunos e as pessoas, espalhar e socializar conhecimentos entre os diversos grupos sociais, introduzir e promover o aprendizado de novas atitudes, novos valores em relação ao meio e novo comportamento diante da sociedade, viabilizando uma releitura do mundo e de sua realidade, de forma a perceber a dinâmica sócio ambiental que relaciona o global e o local.

A Educação Ambiental deve ser efetuada de forma continua e permanente seja em caráter formal, envolvendo todos os alunos e comunidades que cercam o ambiente escolar, ou seja, em caráter não formal envolvendo a sociedade em um todo, primando assim para a formação de multiplicadores e de cidadãos conscientes e responsáveis social e politicamente, engajados para a formação de uma sociedade realmente democrática. Visto que o exercício da cidadania, o respeito à diversidade, a justiça ambiental e a qualidade de vida são aspectos essenciais à Educação Ambiental.

 

 

2  2  A LIGAÇÃO DAS ESCOLAS COM AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO QUE SE REFERE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

           

               O ser humano tem explorado de forma sistemática os recursos naturais, chegando a limites que podem extinguir espécies animais e vegetais, bem como paisagens naturais de grande valor científico para o homem. Ante essa situação, foram criadas as Unidades de Conservação (UC´s). Fundamentalmente, essas unidades têm o objetivo de preservar os ambientes naturais para as futuras gerações (MMA, 2011).

             A questão ecológica encontra-se cada vez mais presente no cotidiano da sociedade em geral, seja através da divulgação pela mídia, seja devido a nítidas alterações da paisagem e do clima nos diversos ambientes (JACOBI et al., 2003). O Brasil, país com altíssima biodiversidade e que enfrenta graves problemas ambientais, conta com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), protegendo áreas que ainda mantém preservadas fauna e flora características da região onde estão localizadas, bem como espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Entretanto, um dos principais problemas enfrentados pelos gestores das Unidades de Conservação (Ucs) é o conflito envolvendo o manejo da área preservada e a população que se encontra no entorno destas unidades.

Bousquet (1989) enfatizou a necessidade de programas de conservação serem estabelecidos em função de imposições econômicas, sociais, culturais e ecológicas, mas também considerando a percepção que as populações envolvidas têm do ambiente natural. O estudo da percepção ambiental é de fundamental importância para compreender melhor a inter-relação entre o homem e o ambiente, suas expectativas, anseios, satisfações, julgamentos e condutas (FERNANDES et al., 2004).

              A importância da pesquisa em percepção ambiental para planejamento do ambiente foi ressaltada na proposição da UNESCO (1973) de que:

Uma das dificuldades para a proteção dos ecossistemas naturais está na existência de diferenças nas percepções dos valores e da importância dos mesmos entre os indivíduos de culturas diferentes, ou de grupos sócio econômicos, que desempenham funções distintas, no plano social, nesses ambientes.

 

 Whyte (1978) ressalta que projetos de percepção ambiental contribuem para a utilização mais racional dos recursos naturais, possibilitam a participação da comunidade no desenvolvimento e planejamento regional, o registro e preservação das percepções e dos sistemas de conhecimento do ambiente, bem como proporcionam uma interação harmônica do conhecimento local (do ponto de vista do indivíduo, da população e da comunidade) com o conhecimento do exterior (abordagem científica tradicional) enquanto instrumento educativo e de transformação. Maroti et al., (2000) também consideram que a investigação da percepção ambiental dos grupos sócio culturais deve fazer parte de projetos de pesquisa que tratam do gerenciamento de ecossistemas e da relação homem-ambiente.

             Quando o ser humano reflete sobre essa relação, procura o entendimento de suas percepções e se questiona sobre seu lugar na paisagem percebida, tornando possível a avaliação de suas ações no ambiente (MARIN et al., 2003). Com isso, pesquisas avaliando a percepção ambiental do indivíduo podem também ser instrumentos educativos e transformadores (SANTOS et al., 2000) desde que propiciem as condições para reflexão do próprio indivíduo.                 

              Nesse contexto, é importante verificar a percepção ambiental dos alunos, professores e funcionários de escolas municipais da área de entorno de unidades de conservação. Entretanto, a Educação Ambiental, quando trabalhada na escola, pode alterar essa percepção, fazendo com que o jovem entenda a UC diferentemente dos seus familiares. Pode haver, portanto, conflito de percepções ou construção de uma nova percepção, própria da criança, a partir do que ela aprende em todo ambiente social em que está inserida.

Segundo Elali (2003), a escola é um dos principais agentes socializadores, responsável não apenas pela difusão de conhecimentos, mas pela transmissão dos valores de uma cultura entre gerações. Mais do que em palavras, a educação tem na ação concreta uma de suas principais bases, envolvendo atitudes e comportamentos que, repetindo-se e transformando-se no dia a dia, poderão vir a consolidar-se como prática socialmente aceita. A escola possibilita a aprendizagem até mesmo de normas sociais, comunicando não verbalmente, aos estudantes, as intenções e os valores dos professores, enquanto adultos que exercem controle sobre o espaço.

             Em pesquisas realizadas com crianças e adolescentes entre 5 e 15 anos, pertencentes a diversos contextos culturais, Korpela (2002) demonstrou que, quanto menor a criança, maior sua necessidade declarada por contato direto com áreas externas e ambientes naturais, sendo seu gradativo “afastamento” justificado pela necessidade de aceitação social com o aumento do interesse por atividades em grupos, que ocorrem em áreas relativamente fechadas e pelo uso de recursos tecnológicos como alvo ou fonte da atividade lúdica.

 

3 MATERIAL E MÉTODOS

 

               Pretende-se analisar os dados coletados através de duas pesquisas qualitativas, quantitativas e exploratórias, tendo como objetivo conhecer a realidade em relação ao grau de conhecimento e relação da APABG e RVSBP com a comunidade local e escolas do entorno, na região de Águas Claras. Ainda serão empregadas as pesquisas bibliográficas, a fim de complementar com dados minuciosos o referido trabalho.

               Em uma das pesquisas (qualitativa e quantitativa) foi aplicado um questionário com o objetivo de se verificar o grau de conhecimento que a comunidade de Águas Claras/Viamão possui sobre unidades de conservação e, em especial, a APA do Banhado Grande e o Refúgio da Vida Silvestre Banhado dos Pachecos. Este questionário foi aplicado principalmente em três escolas de ensino fundamental da região, sendo uma Municipal, outra Estadual e por último uma Particular.

                Na segunda pesquisa (exploratória), foi efetuada uma entrevista com o Gestor da UC RVSBP, Sr. André Rosa, no propósito de identificar se existem programas de EA (Formal ou Informal) por parte da administração pública que inserem a comunidade escolar do entorno, na sensibilização da importância ecológica, social, econômica e cultural das referidas Unidades de Conservação.

                Na primeira pesquisa, realizada nas escolas de ensino fundamental em Águas Claras, foram analisados três questionários distribuídos respectivamente na escola municipal, estadual e particular, contendo cada um deles cinco questões alternativas e uma descritiva (apêndice 1), que direcionam à mensuração do grau de conhecimento e introspecção dessas com a Educação Ambiental e ações que envolvam a APABG e RVSBP. Esses questionários foram respondidos por educadores de diferentes faixas etárias, disciplinas ministradas ou função exercida no estabelecimento de ensino. Também não foram considerados aspectos como local de residência dos profissionais, grau de escolaridade ou formação secundária voltada a Educação Ambiental. Isso possibilita avaliar de maneira mais genérica a interelação da comunidade escolar com as Ucs trabalhadas nesse artigo.

Através do conhecimento adquirido por esse método de pesquisa, serão confeccionados gráficos, para expor sobre a importância desse sentimento de conscientização e pertencimento dos habitantes de Águas Claras para com o ambiente natural que os cerca. O levantamento estatístico dos dados será realizado por cálculo matemático (regra de três simples), permitindo estabelecer percentuais aproximados.

                        Na segunda pesquisa, essa então realizada através da visita “in locu” a sede do RVSBP, avaliando visualmente as condições de manejo e estrutura da Unidade de Conservação, permite-se inclusive que possamos entender as dificuldades, pendências e melhorias alusivas a administração pública estadual, no que diz respeito as questões ambientais. A entrevista com o Gestor Biólogo – Téc. SEMA/RS (apêndice 2), com experiência de mais de 15 anos em Gestão ambiental de UC, tem como principal objetivo permitir o reconhecimento da rotina da Reserva, relacionando sempre tais atividades com a EA das comunidades do entorno, incluindo as escolas que foram alvos da primeira pesquisa. Buscar o esclarecimento técnico para implementação de planos de EA sólidos, a serem usados nas escolas que possuem uma relação direta com as Ucs, também é de relevante importância, já que só é possível a sensibilização para a  defesa do ambiente natural, apenas quando temos um profundo conhecimento sobre tal tema.

              O dimensionamento do trabalho das escolas e da reserva, no que se refere a Educação Ambiental, também é aflorado nessa entrevista informal, pois saber o grau de interesse no assunto, demonstrado por ambas as partes, faz com que se crie elos de aproximação da UC com as escolas, tornando possível o recíproco respeito e consideração por suas atribuições. Agregar a vivência diária da equipe da UC com a realidade enfrentada pelos educadores, é sem dúvida uma premissa para a elaboração de ações educacionais capazes de transformar a comunidade local, no sentido de construir um caráter sócio ambiental a médio longo prazo.

 

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

             

Na primeira pesquisa foram obtidos resultados bem claros, que por sua vez demonstram superficial conhecimento das escolas, em relação a APABG e RVSBP. Das três escolas onde realizou-se a pesquisa, pode-se notar que aquelas que desenvolvem o ensino público (estadual com cerca de 70%, municipal com aproximadamente 56%), possuem um maior número de educadores e atividades que direta ou indiretamente, possuem uma relação de EA com as referidas Ucs. Talvez no âmbito da escola privada aproximadamente 49%, tais temas sejam trabalhados seguindo uma grade curricular padronizada, não permitindo grandes flexibilizações ou modificações que objetivem a relação da instituição com a Unidade de Conservação, mesmo tendo um diferencial importante para realizar tais ações, que é o aporte financeiro. Como o educador da rede privada tende a seguir um cronograma pré-estabelecido por uma empresa, ou material didático que não permite adaptações referentes a realidade local, tais vínculos tornam-se mais difíceis.

Para as escolas da rede pública, essa relação fica limitada ao planejamento individual ou coletivo dos educadores, tornando extremamente variadas essas aplicações da EA formal em relação a APABG e RVSBP. Mesmo que essa introspecção seja maior do que na escola privada, ainda constata-se ser de nível insuficiente para um bom resultado de sensibilização ambiental. Conforme o gráfico abaixo, percebe-se as diferenças percentuais da relação da EA com as referidas Ucs:

Figura 1- Grau de relação (%) das escolas pesquisadas com a APABG e RVSBP. Fonte: Carlos Eduardo Fraga da Silveira, 2016.

 

            

 Ainda quando perguntados sobre a importância de inter-relação da escola com as UCs, todos os entrevistados foram unânimes em afirmar ser de extrema importância tal entrosamento, mostrando ter interesse em desenvolver planos de Educação Ambiental que trabalhem questões que envolvam a APABG e RVSBP.

               Ao contrário desse dado, quando os entrevistados foram questionados da existência de projetos sócio ambientais que envolvam as referidas Unidades de Conservação, 100% dos entrevistados afirmaram não existir atividades específicas ou não desenvolver em sala de aula, temáticas que falem sobre essas reservas biológicas, no qual pode ser visto conforme tabela abaixo:

 

Escolas

Número de entrevistados

Afirmaram não desenvolver ações de EA que envolvam a APABG e RVSBP

Municipal

05

05

Estadual

05

05

Privada

05

05

Figura 2- Tabela demonstrando ações de EA que envolvam a APABG e RVSBP

Fonte: Carlos Eduardo Fraga da Silveira, 2016.

 

               Sabendo-se que a escola é multiplicadora de conhecimento para a comunidade de seu entorno, podemos usar como parâmetro quantitativo esses dados para afirmar que certamente os moradores da região ou integrantes da comunidade escolar, apresentam pouco ou nenhum conhecimento a essas duas Unidades de Conservação. O aluno, como portador do conhecimento construído no ambiente escolar, não levará ao convívio familiar essa doutrina de pertencimento e cuidados ambientais, pois em momento algum lhe foi apresentada a EA que envolvam a APABG e RVSBP.

               A escola para cumprir sua função social de emancipação e, portanto, de democratização da sociedade, traz como responsabilidade imediata e específica assegurar a apreensão da consciência crítica da realidade pelos sujeitos. Nesse sentido, torna-se crucial percebermos seu potencial transformador, por meio dos princípios que definem sua identidade político ideológica, construída a partir da crítica a sociedade e a relação que ela estabelece com a natureza (CARVALHO, 2004).

                O aspecto topofílico, que segundo Tuan (1983) é caracterizado por um sentimento de afeto que o indivíduo tem com o lugar em que vive, aparece nesse estudo como um dos temas mais abordados, quando falamos em sensibilidade de pertencimento da comunidade ao local em que vivem e desenvolvem suas atividades.  Isso torna-se concreto ao ver que a partir do momento que a comunidade do entorno da UC desenvolve o sentimento de estar inserida no contexto ambiental e social do local, buscará desenvolver interesses que visem a conservação da mesma.

                Indiscutivelmente esse processo deve iniciar-se através do aprimoramento técnico pedagógico dos educadores das escolas em questão. Portanto, conhecer o que pensam os professores, o que pensa a sociedade sobre meio ambiente e educação ambiental tem sido apontado pela literatura como estratégia de fundamental importância para se direcionarem ações e propostas em educação ambiental (CARVALHO, 2004).

                De posse de todas essas informações, buscar-se-á um melhor planejamento das ações educativas que envolvam a conservação e o uso sustentável de Unidades de Conservação, em especial da APABG e RVSBP, sendo que ambas possuem importância significativa na formação da bacia hidrográfica do Gravataí e um rico ecossistema, onde existem inclusive espécies ameaçadas de extinção (LISTA VERMELHA FZB, 2016).

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

               Considerando-se toda a realidade que a APABG e RVSBP enfrenta desde sua criação, como a elaboração rápida e eficiente de um Plano de Manejo, que atenda todas as demandas da UC, recursos financeiros e estruturais e a participação mais efetiva do Conselho Deliberativo, conclui-se que a construção de um Plano de Educação Ambiental que proporcione a inter relação com Escolas do entorno, será o primeiro passo para que ambas as partes usufruam desses recursos naturais, sociais e de pesquisa, oferecidos pela reserva.

                A APABG possui muitas particularidades, entre as quais o fato geográfico de abranger quatro municípios, possuir grande diversidade de habitats, de fauna e flora e importância relevante como fonte hídrica. Perante a esse fato, a grande degradação ambiental do ecossistema local, deve ser conhecida por sua população, principalmente por tratar-se de uma UC de uso sustentável, que permite a interferência humana, desde que devidamente controlada, e sabe-se que isso não ocorre.

Esse trabalho realizou um levantamento dessa realidade e elaborou alguns pressupostos teóricos que orientam e apontam possíveis caminhos para um melhor uso desses recursos, e principalmente para que exista dentro da comunidade escolar e local, uma preocupação e consciência da extrema importância dessa área de banhado e de todo o acervo de flora e fauna que a compõe. Para tanto, se usou uma metodologia de pesquisa que diagnosticou as ações em EA e o nível de conhecimento a respeito da APABG. Tanto os pressupostos teóricos como o resultado das pesquisas indicam a necessidade, a urgência e a viabilidade de interações institucionais (escolas e reserva) e, principalmente, o investimento por parte da Gestão Pública em ações de formação dos educadores das escolas que se encontram dentro e no entorno da APABG e RVSBP.

              Porém, frente às dificuldades enfrentadas para a realização dessa pesquisa, sugere-se que este trabalho não se esgote por aqui, utilizando talvez outra metodologia de pesquisa mais próxima da realidade do município. Sugere-se também que a pesquisa realizada em Águas Claras seja expandida as demais localidades que compõem a APABG. Ressalta-se a urgência na busca de recursos e parcerias para a construção dessas ações, pois devido a sua extensão e o difícil acesso a algumas localidades da APABG e RVSBP se faz necessário o aporte financeiro para transporte e para a formação.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

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AMARAL, W. A Educação ambiental e a consciência da solidariedade ambiental. Revista Internacional de Direito e Cidadania, n. 2, p. 207-216, 2008.

 

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CARVALHO, I. C. de M. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2004.

 

ELALI, G. A. 2003. Ambiente da escola: uma discussão sobre a relação escola–natureza em educação infantil. Estud. Psicol., 8: 309-319.

 

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FERNANDES, R. S., SOUZA, V. J., PELISSARI, V. B. & FERNANDES, S. T. 2004. Uso da percepção ambiental como instrumento de gestão em aplicações ligadas às áreas educacional, social e ambiental. Disponível em: http://143.106.158.7/anppas/encontro2/GT/GT10/roosevelt_fernandes.pdf>. Acesso em 7 Ago. 2016

 

FERRARO JÚNIOR, L. ANTÔNIO. Encontros e caminhos: formação de educadores ambientais e coletivos educadores. Ministério do Meio Ambiente, Brasília- DF, 2005.

 

FIGUEIRA, Emílio. O que é educação inclusiva. São Paulo: Brasiliense, 2007.

 

HENDGES, A. S. Educação Ambiental no Ensino Formal e Não Formal, Lei 9.795/1999. Ecodebate cidadania e meio ambiente, 2010. Disponível em: http://www.ecodebate.com.br/educacao-ambiental-no-ensino-formal-e-nao-formal-lei-9-7951999-artigo-de-antonio-silvio-hendges  Acesso em: 13 de Jul 2016.

 

JACOBI, C. M., FLEURY, L. C. & ROCHA, A. C. C. L. 2003. Percepção ambiental em unidades de conservação: experiência com diferentes grupos etários no Parque Estadual da Serra do Rola Moça, MG. Disponível em: . Acesso em: 7 Ago 2016.

 

KORPELLA, K.2002. Psicologia da Educação: Uma visão de novos saberes. Volume 2. P. 156-159.

 LEI N. 9.985, de 18 de julho de 2000. Cria o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC. MINISTÉRIO DE MEIO AMBIENTE.

 

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Ministério do Meio Ambiente. Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA. Brasília: CID – Ambiental, 2005, 3ed.

 

MORIN, E. Os Setes Saberes necessários a Educação do Futuro. São Paulo: Cortez; DF: UNESCO, 2005.

 

MARIN, A. A., TORRES, O. H. & COMAR, V. 2003. A educação ambiental num contexto de complexidade do campo teórico da percepção. Interciencia, 28 : 616-619.

 

MAROTI, P. S., SANTOS, J. E. & PIRES, J. S. R. 2000. Percepção ambiental de uma Unidade de Conservação por docentes do ensino fundamental.

 

NARCIZO, K. R. S. Uma análise sobre a importância de trabalhar educação ambiental nas escolas. Revista eletrônica Mestr. Educ. Ambient, v. 22, 2009.

 

RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Plano de Manejo Parque Estadual de Itapuã, Margô Guadalupe Antonio (Coord.). Porto Alegre: DRNR, 2010. Disponível em:

. Acesso em: 08 Ago. 2016.

 

SANTOS, J. E, JESUS, T. P., HENKE-OLIVEIRA, C. & BALLESTER, M. V. R. 2000. Caracterização perceptiva da Estação Ecológica de Jataí (Luiz Antônio, SP) por diferentes grupos sócio-culturais de interação. In: SANTOS, J. E. & SAUVÉ, L. Educação Ambiental: possibilidades e limitações. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 317-322, maio/ago. 2005. Disponível em: www.scielo.br/pdf/ep/v31n2/a12v31n2.pdf .Acesso em: 22/08/2016.

 

TUAN, Y. F. 1983. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Difel, São Paulo, Brasil, 2

 ª Ed.

 

VENDRAMETTO, L. P. Educação Ambiental nas Unidades de Conservação: um estudo de caso na Área de Proteção Ambiental de Sousas e Joaquim Egídio. Piracicaba, SP, fev. 2004. Disponível em:

. Acesso em 22 Jul. 2016.

 

WHYTE, A. V. T. 1978. La perception de L´environment: lignes directrices méthodologiques pour les etudes sur le terrain. Paris : Unesco. 143p. (traduzido para o Português).

 

 

 


APÊNDICE

 

 

Apêndice 1:

 

 

PESQUISA SOBRE A APA DO BANHADO GRANDE E REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE BANHADO DOS PACHECOS/TCC-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS-LICENCIATURA

 

Assinale as opções de acordo com o grau de conhecimento e envolvimento com a APABG (APA do Banhado Grande) e RVSBP (Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos):

 

 

1.         Você conhece a APABG e RVSBP?    (  ) Sim           (  ) Não

2.         Existe projeto específico ou atividades que envolvam o coletivo (todos os educadores),

na sua escola, que trabalhe com os temas referentes a Educação Ambiental?        (  ) Sim                  (  ) Não

3.         Caso seja sim a resposta a questão anterior, essa ação envolve as Unidades de Conservação

APABG e RVSBP?         (  ) Sim            (  ) Não

4.         Como educador, você costuma trabalhar em sua escola (mesmo que isolado e esporadicamente),

assuntos que sensibilizem os alunos às questões ambientais e afins?            (  ) Sim                      (  ) Não

5.         Você considera importante a relação de sua escola com a APABG e RVSBP, para o conhecimento

e conservação do ambiente natural de Águas Claras e região?               (  ) Sim                    (  ) Não

6.         Caso tenha alguma observação pertinente ao tema tratado, utilize esse espaço para manifestar-se

....................................................................................................

 

 

 

 

 

 

 

Apêndice 2:

 

ENTREVISTA COM O GESTOR DAS UCs  RVSBP (REFÚGIO DA VIDA SILVESTRE BANHADO DOS PACHECOS) E

APABG ( ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO BANHADO GRANDE)

 

1.         Existem ações de Educação Ambiental que envolvam as UCs geridas sob sua administração com as escolas ao entorno dessas?

2.         Quais as principais dificuldades encontradas para estabelecer uma inter-relação da Unidade de Conservação com as escolas do

 entorno, no que diz respeito a Educação Ambiental?

3.         Dentro das atividades de rotina da gestão da Reserva, estão inclusas ações de Educação Ambiental?

4.         Existem investimentos financeiros, de recursos humanos e materiais por parte da administração pública,

para serem investidos em Educação Ambiental na Unidade de Conservação?

5          Na sua opinião, quais os mecanismos diretos e indiretos que poderiam ser utilizados no propósito de intensificar

a relação de conhecimento das escolas em relação a importância das UCs?

Ilustrações: Silvana Santos