Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Artigos
10/09/2018 (Nº 52) A CRIANÇA COMO AGENTE PARA A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL NO AMBIENTE FAMILIAR: ESTUDO DE CASO NA ESCOLINHA SALES
Link permanente: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=2073 
  

A CRIANÇA COMO AGENTE PARA A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL NO AMBIENTE FAMILIAR:

Estudo de caso na Escolinha Sales

 

Valmir Sales Borges

Graduando em Gestão de Educação a Distância na Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro - RJ, valmirsab@yahoo.com.br

 

Janice Sales Borges dos Anjos

Graduada em Pedagogia pelo Instituto de ensino teológico - IET – Ilhéus – BA., valmirsalesborges@gmail.com

Idalio Rodrigues Campos Junior

Graduando em Tecnólogo em Segurança do Trabalho na Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Cabo Frio - RJ, idaliojunior@hotmail.com

 

Susany Sales Brandão

Mestranda em Engenharia de Produção Universidade Cândido Mendes (UCAM). Cabo Frio – RJ. susybrandao@yahoo.com.br

 

 

Resumo: O presente trabalho teve como objetivo apresentar maneiras de cuidar do meio ambiente através da conscientização da importância da separação do lixo na escola. Os dados primários foram coletados através de entrevistas aos alunos e familiares por meio de questionário; os secundários, obtidos por meio de pesquisas bibliográficas. Os dados coletados, analisados foram mensurados com utilização do método quantitativo e posteriormente usando o método qualitativo, que evidenciaram que a consciência ambiental no grupo pesquisado é baixa. Como sugestões, a escola deve incentivar o grupo com oficinas, palestras e exercício práticos com reciclagem, e buscar integração entre os setores público e privado.

 

Palavras-chave: Meio Ambiente; lixo; conscientização e reciclagem.

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

O conceito de meio ambiente possui aspectos globalizantes por possui inter-relações dos seres humanos com o ar, água, solo, recursos naturais, flora e a fauna. De acordo com a resolução 306 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA (2002), o estudo do Meio Ambiente compreende leis que tratam de influencias e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, para que se possa acompanhar e preservar todas as formas de vida. Por esta visão fica evidenciado que os seres humanos afetam e são afetados pelos fatores comportamentais deles próprios bem como da luz, do ar, da água e o solo e os demais seres vivos que habitam o planeta.

Os fatores que deram início a descaracterização do meio ambiente e assim provocarem desequilíbrio ecológico foram principiados no século XVIII na Inglaterra com o processo denominado por Revolução Industrial. Naquela época, a produção artesanal, deu lugar à industrialização com a descoberta das máquinas a vapor e estas utilizavam o carvão mineral como fonte de energia.

A nova forma de produção a principio espalhou-se pelo continente europeu e posteriormente ganhou o mundo. Assim, aumentando a produção e consequentemente o consumo, a sociedade, sempre em crescimento, passou a gerar resíduos que impactam o meio ambiente juntamente com a poluição das fabricas. Apesar de várias organizações despertarem para a necessidade de preservação do meio ambiente, visto que dela depende a qualidade de vida de gerações atuais e especialmente as futuras, a forma de produção e consumo o ser humano ainda carece de uma consciência ambiental mais determinante, atuante.

No Brasil, o movimento ambientalista passou a ter maior conotação quando aqui foi realizada uma conferência mundial denominada de ECO-92, nesta foram discutidos tratados para a Educação ambiental, ficado determinado que os países desenvolvessem uma normativa denominada de Agenda 21, comprometendo a colaborar e estudar meios para os problemas socioambientais. Hoje, é quase unanimidade sobre a preservação por meio de consumo sustentável.

Em face desse contexto, a pesquisa buscará obter informações para responder aos seguintes questionamentos: De que maneira a separação do lixo da escola contribui para a preservação do meio ambiente? Tendo como objetivo geral, Apresentar maneiras de cuidar do meio ambiente através da conscientização da importância da identificação e separação do lixo e da reciclagem. Para tal, fez-se necessário os seguintes objetivos específicos: Possibilitar o trabalho cooperativo entre os educandos, através de jogos e confecção de brinquedos; valorizar atitudes e comportamentos favoráveis á preservação do meio ambiente; refletir sobre a ação do homem no seu habitat e evidenciar que a reciclagem proporciona benefícios para a sociedade e o meio ambiente; levar o aluno a conhecer oficinas de materiais recicláveis e identificar tipos de sucatas encontradas no meio em que vive.

Para desenvolver essas questões, o estudo teve enfoque interdisciplinar, percebendo-se o ambiente como um tema transversal, ou seja: objeto de estudo em diversas disciplinas. Além da questão do lixo, analisada e modificada, trata-se também do desperdício dos recursos naturais: água, energia elétrica, papel, vidro e demais materiais recicláveis que hoje têm alternativas de utilização a partir da transformação dos mesmos.

A pesquisa se justifica por ser a escola juntamente com a família a sociedade, os formadores da consciência da criança e do adolescente, e que por responsabilidade social devem preocupa-se com a construção de um futuro melhor, priorizando a qualidade de vida do ser humano por meio da educação. Essa perspectiva colabora para deixar claro, a necessidade de um trabalho unido aos princípios de decência do ser humano, da participação, da corresponsabilidade, da solidariedade e da equidade. Para atingirmos esses objetivos, mais do que trabalhar com informações e conceitos, é preciso que a escala trabalhe também com a formação de valores e atitudes, para que as crianças de hoje sejam cidadãos consciente e comprometido com o bem-estar de todos, visto que o meio ambiente é único e impactos locais podem geram impactos generalizados.

O estudo foi realizada no mês de março do ano de 2014, na Escolinha Sales, localizada no distrito de São João do Panelinha – Camacã-BA., a qual propicia formação de primeira a quarta série, composta de 50 alunos nos turnos matutino e vespertino, com faixa etária de 02 a 06 anos. Quando a metodologia, a pesquisa possui tipologia de estudo de caso, por possuir o enfoque da indução, utiliza o ambiente natural como fonte de dados para depois utilizar a descrição (CERVO e BERVIAN, 2003). Ou seja, permite visualizar, inferir qualitativamente ou quantitativamente para depois mensurar e relatar os resultados. Os questionamentos utilizados nas entrevistas tiveram como base os pressupostos teóricos, visando conhecer a realidade ambiental da comunidade na qual a escola está inserida a coleta de dados se deu junto aos próprios alunos e seus familiares.

O trabalho está organizado na seguinte sequência: A secção 2 diserta sobre a escola como formadora de consciência ambiental; Secção 3 trata da analise dos resultados e na secção 5 estão as considerações finais.

 

2 A ESCOLA COMO FORMADORA DE CONSCIÊCIA AMBIENTAL

A Escola é composta de teorias educacionais que os docentes as utilizam em conformidade ao tema e o contexto para melhor assimilação aluno, entre elas pode-se trazer ao tema o empirismo filosófico que se utiliza da investigação e privilegia a experiência. Quando falamos em experiência, tanto se expõe a apreensão de fenômenos pela percepção quanto o estudo das sensações. (KIRALY, 2010, p. 23). o que pode ser reforçada na visão de Preti (2002) que diz:

 

A mente humana vai assimilando as experiências e preenchendo o seu vazio.  Na mente, as impressões sensíveis se vão depositando, transformando-se, depois, por via de determinados processos mentais, em conceitos e ideias gerais. O conhecimento se daria, assim, fundamentalmente, na leitura da realidade via sentidos, partiria de uma ação sobre o sujeito (PRETI, 2002, p.1).

A escola tem como missão formar cidadãos críticos, porém éticos para conviver em comunhão com a sociedade e o meio ambiente, e o projeto pedagógico de ensino aprendizagem tem que contemplar atividades e praticas nesta direção, conforme diz Freire e De Oliveira (2001), “o homem é um corpo consciente. Sua consciência, “intencionada” ao mundo, é sempre consciência de em permanente despego até a realidade. Daí que seja próprio do homem estar em constantes relações com o mundo”. Muitas são as formas de ensinar e a capacidade de assimilar dos alunos, e nesta direção Resende (2005, p. 6) com base em (DA ROSA, 1994) enfoca que: “A teoria construtivista, no entanto, não apresenta metodologia ou sugestões de técnicas de como ensinar, sua preocupação científica é com a aprendizagem, como o indivíduo aprende”.

Quanto à motivação, sabe-se que cada indivíduo possui suas próprias causas que o torna motivado, o educador pode ser um propulsor de convencimento com a missão de despertar a necessidade do ser humano de conviver e agir em grupo. Knapik (2005, p.137) diz que “o processo motivacional inicia com o aparecimento de uma necessidade que rompe o equilíbrio do organismo e provoca um estado de desconforto. Esse desequilíbrio leva o indivíduo a uma ação [...]”, razão pela qual a escola deve procurar evidenciar a necessidade de preservação e formar alunos que sejam agentes multiplicadores de transformação no seu meio familiar e social, tornando um agente educacional ambiental.

 

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimento, habilidade, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL,1999)

 

Neste contexto amplo, na ECO-92, formalizou-se O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, elaborado por educadores ambientais, jovens e pessoas ligadas ao meio ambiente de vários países. No preâmbulo deste diz:

 

Este Tratado, assim como a educação, é um processo dinâmico em permanente construção. Deve portanto propiciar a reflexão, o debate e a sua própria modificação. Nós, signatários, pessoas de todas as partes do mundo, comprometidos com a proteção da vida na Terra, reconhecemos o papel central da educação na formação de valores e na ação social. Comprometemo-nos com o processo educativo transformador através de envolvimento pessoal, de nossas comunidades e nações para criar sociedades sustentáveis e equitativas (BRASIL, 1992).

Com base em Luiz (2009), os processos que permeiam a educação ambiental devem ter como contexto o meio físico, recurso didático e um projeto de aprendizagens integradas, para assim propiciar informação e formação que visem a trabalhar comportamento e atitudes. A temática ambiental faz parte da lei Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1999 que Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional (LDB), no artigo 26 inciso VI, parágrafo 7º. “Os currículos do ensino fundamental e médio devem incluir os princípios da proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma integrada aos conteúdos obrigatórios” e no Art. 32. “O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão [...]”, inciso II – “a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade”.

 

2 RECURSOS NATURAIS, POLUIÇÃO E RECICLAGEM

Recursos naturais é o termo que designa de forma ampla os elementos existentes na natureza os quais são utilizados pelo homem. “Um recurso natural pode ser entendido, também como qualquer insumo de que os organismos, as populações e os ecossistemas necessitam para sua manutenção. Portanto, recurso natural é algo útil”, (KRAWULSK e ZANETTI, 2013. p.70 apud BRAGA et al 2005). Os recursos estão divididos em dois tipos conforme figura a seguir:

Figura: 01 – Recursos renováveis e não renováveis.

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=recursos+renovaveis

Classificam entre os recursos naturais não renováveis: Minerais não energéticos e minerais energéticos, como indica o nome eles não são reaproveitados. Já os renováveis são: Água, ar, vento e biomassa. Estes, depois de utilizados ficam disponíveis para o ciclo natural e podem ser utilizado novamente.

 

 

 

2.1 LIXO: TIPOS E EXEMPLOS

Lixo ou resíduos que pode ser líquido ou solido, são resultantes das atividades humanas que se tornou um amplo problema para a sociedade atual devido a grandes aglomerações nos centros urbanas. A forma mais eficaz de reduzir os resíduos e a reciclagem, ainda feita em pequena escala por fatores diversos, como: tecnológicos, financeiros e outros, aliados a pouca pratica de consciência ambiental. Quanto aos tipos de lixo, podem ser enumerados e conceituados conforme a seguir:

Lixo Domiciliar/Urbano: É constituído pelo lixo de nossas casas, bares, lanchonetes, restaurantes, repartições públicas, lojas, supermercados, escolas, feiras e do comércio. Compõem-se principalmente de: sobras de alimentos, embalagens, papéis, papelões, plásticos, vidros, trapos, etc. Esse lixo normalmente é encaminhando para Aterros Sanitários, (IMBELLONI, 2007).

Figura: 02 – Lixo Urbano

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=lixo+domiciliar+urbano

Lixo Industrial: É o lixo resultante da produção industrial, possui características típicas dependendo das matérias primas utilizadas. Pode ser perigoso, até mesmo tóxico, e, por isto, a menos que passe por processos de tratamento específicos, não pode ter sua disposição final no mesmo local do lixo domiciliar, (IMBELLONI, 2007).

Figura: 03 – Lixo industrial

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=lixo+industrial

Entre as atividades industriais, a construção civil é por consumir diversos recursos naturais é uma grande geradora de resíduos. Os volumes de entulhos são gerados por construções e demolições, por exemplo, impactam o meio ambiente e tornam-se um problema de grande dimensão, em especial nas maiores cidades brasileiras. Isto porque esses entulhos em sua maioria são depositados em terrenos baldios. Muitos destes entulhos tornam-se ainda mais grave quando vêm acompanhados de latas de tintas, solventes, lâmpadas florescentes, entre outros, que deveriam receber tratamento específico. 

Há, contudo, a necessidade de serem estabelecidos novos métodos de produção. A prioridade nos canteiros de obras deve ser, portanto, a diminuição das perdas que geram resíduos, e isto pode ser conseguido com a escolha certa dos materiais, e principalmente por meio de treinamentos aos trabalhadores, para criar nestes, a conscientização de que podem ser protetores do meio ambiente, Lordêlo (2007, p. 9-19), O mesmo autor, ainda exemplifica, que no revestimento interno de paredes, a perda de argamassa pode chegar ao expressivo percentual de 21%.

Figura: 04 – Resíduo da construção civil

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=lixo+industrial&newwindow

Lixo Hospitalar: Pelas múltiplas possibilidades que apresenta de transmitir doenças de hospitais, deve ser transportado em veículos especiais. Assim como o lixo industrial, a menos que passe por processos de tratamento específico, deve ser disposto em local apropriado ou ir para os incineradores, (IMBELLONI, 2007).

Figura: 05 – Lixo Hospitalar

Fonte: https://www.google.com.br/search?

Lixo atômico: “Produto resultante da queima do combustível nuclear, composto de urânio, enriquecido com isótopo atômico 235. A elevada radioatividade constitui um grave perigo à saúde da população, por isso deve ser enterrado em local próprio, inacessível” (DI CHIACCHIO, 2007).

Figura: 06 – Um cemitério para o lixo atômico

Fonte:  www.google.com.br/search?q=lixo+at%C3%B4

Lixo Tecnológico: Temos como exemplo: TVs, rádios, aparelhos eletrônicos em geral. (IMBELLONI, 2007).

Figura: 07 – Lixo tecnológico

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=Lixo+tecnologicos&newwindow

Lixo espacial: Restos provenientes dos objetos lançados pelo homem no espaço, que circulam ao redor da Terra com a velocidade de cerca de 28 mil quilômetros por hora. São estágios completos de foguetes, satélites desativados, tanques de combustível e fragmentos de aparelhos que explodiram normalmente após cumprirem suas missões, por acidente ou quando destruídos pela ação das armas antissatélites (DI CHIACCHIO, 2007).

 

 

Figura: 08 – Peça achada no Pará é lixo espacial que caiu no Atlântico

Fonte: www.paraiba.com.br/2014/04/29/81318-peca-achada-no-para-e-lixo-espacial

Lixo especial: “Formado por resíduos geralmente industriais, merece tratamento, manipulação e transporte especial, são eles, pilhas, baterias, embalagens de agrotóxicos, embalagens de combustíveis, de remédios ou venenos” (DI CHIACCHIO, 2007). Para estes resíduos já possui a LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010, que trata da logística reversa:

 

Logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Visando a sustentabilidade, por meios de reciclagem, ou dando a disposição final ambientalmente adequada. (BRASIL, 2010).

Verifica-se que esta lei trata do dever da empresa fabricante, em receber e tratar o produto após seu uso pelo cliente. Por exemplo, a empresa que produz pneus, gera resíduos para sua produção. Então, ela deve tratar esses resíduos. E após o cliente usar o pneu a empresa fabricante tem o dever de receber esse material e tratar.

Figura: 09 – Logística reversa

Fonte: www.google.com.br/search?q=logística+reversa

Lixo radioativo: Resíduo tóxico e venenoso formado por substâncias radioativas resultantes do funcionamento de reatores nucleares. Como não há um lugar seguro para armazenar esse lixo radioativo, a alternativa recomendada pelos cientistas foi colocá-lo em tambores ou recipientes de concreto impermeáveis e a prova de radiação, e enterrados em terrenos estáveis, no subsolo (DI CHIACCHIO, 2007).

Figura: 10 – Lixo Radioativo

Fonte:  www.google.com.br/search?q=tipos+de+lixo+radioativos&newwindow

2.2 POLUIÇÃO E CONSEQUÊNCIAS

Além dos diversos tipos de lixos, que impactam o curso normal das águas, prejudica e contamina o solo e por consequência põe em risco o ser humano e toda tipo de vida na terra, vários outros agentes polui a atmosfera. Assim temos: a poluição do ar, da água, do solo, sonora e visual. As questões ambientais possuem complexidades que carece de estudos distintos, o esquema elaborado por Vieira (2009), mostra as inter-relações entre as dimensões ambiental, social e econômica.

Figura:   11 - Relações entre o meio ambiente, a economia e o social

Fonte:  Viera (2009. p. 14)

Entre as consequências mais discutidas no momento está o efeito estufa acontece em função do aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, devido principalmente à intensa utilização de carros e motores a explosão, esse fenômeno consiste na retenção do calor provocando o aquecimento global. Este por sua vez tende provocar o derretimento das geleiras e por consequência aumentar o nível de água nos oceanos, assim, áreas costeiras e ilhas aos poucos podem desaparecer do território, causando desequilíbrio no meio ambiente e originando os refugiados ambientais (homens, mulheres, crianças e animais retirados dessas áreas) que não terão seus territórios originais para habitar, talvez países inteiros possam vir a desaparecer.

 

2.3 EXEMPLOS DE RECICLAGEM

Como o homem não pode parar totalmente de consumir, a reciclagem é maneira mais viável para minimizar impactos ambientais e por consequência impactos sociais. A educação ambiental é a maneira de fazer repensar as atitudes do ser humano, principal devastador e poluidor dos recursos naturais, a reciclagem propicia vários benefícios por reduzir a quantidade de lixo enviado nos aterros sanitários, sendo que a cidade limpa também não ocorre entupimento da rede coletora de águas pluviais, a redução de retirada de matéria prima e de grande importância por causar menos impactos.

O Lixo escolar está incluído entre o Lixo Domiciliar/Urbano, por fazer parte do grupo de repartições similares a residências ou comércios. Os resíduos podem ser aproveitados e transformados em arte, conforme figuras a seguir.

Figura: 12 – Exemplo de lixo reciclado

Fonte: www.google.com.br/search?q=lixo+na+escola+projeto&

Figura: 13 – Carrinho feito de garrafas pet reciclada

Fonte: www.google.com.br/search?q=lixo+na+escola+projeto&newwindow

Figura: 14 – Garrafas decorativas - recicladas

Fonte: www.google.com.br/search?q=lixo+na+escola+projeto&newwindow=1&

No tocante a reciclagem industrial vários avanços vem sendo alcançados, umas por via de leis como podemos citar a lei de Gestão de resíduos sólidos, a ISO 14001 que trata da gestão ambiental e também aborda a formação dos recursos humanos como parte fundamental desse sistema, os requisitos treinamento, conscientização e competência, visam garantir que todo o pessoal envolvido com o sistema de gestão ambiental esteja apto para exercer suas tarefas. Em busca de credibilidade junto aos clientes vários segmentos adotam medidas sustentáveis, contudo, não só o setor industrial, deve se preocupar em cumprir uma lei a responsabilidade deve ser real e compartilhada por todas as entidades, ou seja, por todos os habitantes deste planeta terra. A seguir exemplos no setor industrial.

 

Figura: 15 – Reciclagem de resíduos da construção civil

Fonte:  www.google.com.br/search?q=reciclagem+na+constru%C3%A7%C3%

 

Figura: 16 –Reciclagem na indústria têxtil

Fonte: www.google.com.br/search?q=reciclagem+na+industria+textil

 

3 ANALISE DOS RESULTADOS, QUESTIONAMENTOS AOS ALUNOS

Nas questões efetuadas aos alunos, buscou-se avaliar o conhecimento prévio quanto à consciência ambiental, sua participação ativa, positiva ou negativa, reciclando ou poluindo, bem como a educação familiar. Os resultados mensurados apresentaram os percentuais conforme quadro da figura a seguir.

 

Figura: 17 – Quadro de respostas dos alunos

Fonte: Autores da pesquisa

As cores são simbologias que buscam identificar de forma direta os vasilhames quanto ao tipo de lixo a ser armazenado separadamente. Quando perguntado aos alunos sobre o conhecimento das mesmas de forma consciente, de quatro apresentadas apenas (10%) disseram conhecer todas, o maior índice (42%) responderam ter certeza de apenas duas cores. Ao serem interrogados se já jogaram papel no piso da escola, a maioria (44%) responderam que jogaram mais de três vezes, deixado enfatizado a necessidade de atividades voltadas para maior esclarecimento do assunto. A mesma pergunta, voltada para vias públicas, este índice foi ainda maior (58%). Estes resultados tem haver com a falta de informações passadas por familiares, visto que (56%) disseram que o assunto nunca fez parte da conversa com seus responsáveis. Quando perguntado se são sabedores se existem empresas de reciclagem na  cidade, (32%) disseram não saber, o que demonstra falta de informação, existe a cidade sim empresa de reciclagem mesmo que de pequeno porte que servem de intermediarias para grandes empresas de cidade circunvizinhas.

 

3.1 ANALISE DOS RESULTADOS, QUESTIONAMENTOS AOS FAMILIÁRES

O questionário apresentado aos familiares teve a intenção de avaliar a participação ativa ou passiva dos responsáveis pelas crianças que deveriam ser os principais interessados pela sua qualidade de vida futura. Os percentuais mensurados estão transcritos na figura a seguir:

 

Figura: 18 – Quadro de respostas dos familiares dos alunos

Fonte: Autores da pesquisa

 

Os percentuais resultantes do questionário respondido pelos familiares dos alunos em relação com os referenciais teóricos evidenciam a falta de percepção desejada quanto ao assunto meio ambiente e sue preservação. O índice de (47%) evidenciando que a maioria dos entrevistados adultos teve conhecimento sobre reciclagem por meio de rádio ou televisão, mostra a falta de organizações particulares ou públicas em meio a comunidade de forma representativa.

A maioria (47%), respondeu não acharem necessário ter vasos coletores diferentes na cozinha, um dos entrevistados disse: “não adianta separar, vai juntar tudo no carro de lixo”. Esta fala demonstra que não tendo coleta seletiva organizada, ficará mais árdua a tarefa da escola no sentido conscientização.

O tema meio ambiente, aspectos poluidores e a reciclagem, passam despercebidos no convívio familiar. Esta colocação fica evidenciada na pesquisa quando (59%) dos adultos disseram afirmaram não conversar com os filhos sobre a temática onde ainda temos (29%) que responderam que já falaram não tem lembrança.

O habito de deixar lâmpadas ligadas ainda é bastante comum e teve com resposta o índice de (57%), já quanto deixar o chuveiro ligado durante o banho enquanto passa o sabonete no corpo, apresentou menor índice apenas (31%) disseram sim. A questão do chuveiro evidencia que a comunicação maciça é a forma que apresenta melhor resultado, já que a televisão enfoca o chuveiro como vilão em especial sempre que existe seca prolongada e consequente eminência de “apagão”. Além da realidade que as lâmpadas consomem menos, ou seja, não impactam tanto no valor final da conta.

No questionamento sobre o reaproveitamento da água que sai da máquina de lavar, (76%) disseram não reutilizar, além de pouca propaganda para esta ação, a própria constituição da máquina possui forma de expurgar a água já vem com recomendação para instalação e conexão direta na rede de esgoto das residências.

 

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa evidencia e importância da conscientização das pessoas, órgãos municipais e federais, empresas públicas ou privadas e a sociedade como um todo, o cuidado e a preservação da natureza, é fundamental para as gerações futuras, fazer com que várias espécies ou ecossistemas possam sobreviver e continua reproduzindo, a não preservação os recursos naturais, estaremos consequentemente destruindo nossa própria morada.

A responsabilidade não deve ficar apenas com quem gerou o lixo, deve haver uma preocupação com a qualidade de vida do presente e das futuras gerações. As pessoas devem conscientizar-se dos impactos negativos que podem ser causados pelos resíduos líquidos e sólidos. A escola deve promover leituras de textos informativos pelos professores, onde alunos participam primeiro como ouvintes, posteriormente envolvidos em dinâmicas que possibilitam interação entre os docentes e os discentes, para formular reflexões sobre o tema discutido. Como sugestões, a escola deve incentivar o grupo com oficinas, palestras e exercício práticos com reciclagem, buscar integração entre os setores público e privado. A reciclagem reduz o volume de lixo enviado aos aterros sanitários, mantém a cidade limpa e reaproveita matéria-prima.

Com base em Luiz (2009), a educação ambiental dever servir como uma alavanca para sensibilizar as pessoas, enfatizar que cada uma é parte integrante do problema e assim enfrentar os desafios de um desenvolvimento sustentável, para qual a autora convida: “Assim, é só arregaçar as mangas e trabalhar com essa forma inovadora e que deve ser linha mestre dos sábios” (LUIZ, 2009. P. 136).

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

BRASIL. MEC. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso em: 26 abr. 2014.

 

BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.  Art. I Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 28 abr.1999. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2014

 

BRASIL, LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos, Disponível em: Acesso em: 01 mai 2014.

 

BRASIL, MEC. Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, 1992. Disponível em: Acesso em: 01 mai 2014.

 

BRASIL, Ministério do meio ambiente, Resolução CONAMA Nº 306, de 05 de julho de 2002. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30602.html Acesso em: 20 jan 2014.

 

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Printice Hall, 2003. 242 p.

 

DI CHIACCHIO, Alexandra C. Lixo: o mal do mundo civilizado. Artigo Web, 2007. Disponível em: Acesso em: 01 mai 2014.

 

FREIRE, Paulo; DE OLIVEIRA, Rosisca Darcy. Extensão ou comunicação?. São Paulo: Paz e Terra, 2001.

 

IMBELLONI, Rodrigo. O CONCEITO DE LIXO, Artigo Digital, 2007. Disponível em: Acesso em: 0l mai 2014.

 

KNAPIK, Janete. Administração Geral e de Recursos Humanos: 2. ed. Curitiba: Ibpex, 2005. 229p.

 

KIRALY, Cesar. Os Limites da Representação: um ensaio desde a filosofia de David Hume. Cesar Kiraly, 2010.

 

KRAWULSKI, Cristina Célia e ZANETTI, Kenia. Introdução à gestão ambiental, São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2013. 177p.

 

LORDÊLO, Patrícia Miranda; EVANGELISTA, Patrícia P. de Abreu; FERRAZ, Tatiana G. de Almeida. Gestão de Resíduos na Construção Civil: redução, reutilização e reciclagem. Salvador: Senai, 2007. 86p.

 

LUIZ, Leliana A.C., Educação Ambiental e desenvolvimento sustentável. São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2009. 175p.

 

PRETI, Orestes. Bases Epistemológicas e Teorias em Construção na Educação a Distância. Cuiabá, NEAD/UFMT, 2002. Disponível em: <http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CCsQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.uab.ufmt.br%2Fuab%2Fimages%2Fartigos_site_uab%2Fbases_epistemologicas.pdf&ei=bRptUqHuAfS54AOBs4DYBg&usg=AFQjCNEPB0K4_Hs-r1tYzhNHJuTqacr_xw&bvm=bv.55123115,d.eW0&cad=rja>. Acesso em 30 abr. 2014.

 

RESENDE, R. L. S. M. Fundamentos Teórico Pedagógicos para EaD. Rio de Janeiro.  ABED, 2005. Disponível em: Acesso em 30 abr. 2014.

 

RESOLUÇÃO CONAMA nº 306, de 5 de julho de 2002 Publicada no DOU no 138, de 19 de julho de 2002, Seção 1, páginas 75-76, ANEXO I DEFINIÇÕES, inciso XII. Disponível  em <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=306> Acesso em: 14 abr. 2014.

 

DA ROSA, Sanny S. Construtivismo e Mudança. São Paulo: Cortez Editora, 1994.

 

VIEIRA, Neise Ribeiro. Poluição do ar: indicadores ambientais.Rio de Janeiro. Editora E-papers, 2009. Disponível em: < http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=71RYsMVh4EQC&oi=fnd&pg=PA203&dq=Polui%C3%A7%C3%A3o+do+ar:+indicadores+ambientais&ots=0ZplK0N91y&sig=vpYRRtS-bNv8IdaH4o4epxDHQ7E#v=onepage&q=Polui%C3%A7%C3%A3o%20do%20ar%3A%20indicadores%20ambientais&f=false> Acesso em: 30 abr. 2014

 

Ilustrações: Silvana Santos