Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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10/09/2018 (Nº 52) A SITUAÇÃO DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CACOAL – RO QUE PARTICIPARAM DE ALGUMAS VERSÕES DA CNIJMA
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iii-005 - XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental

 

A SITUAÇÃO DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CACOAL – RO QUE   PARTICIPARAM DE ALGUMAS VERSÕES DA CNIJMA

 

 

Maria de Fátima Aparecida Lima(1)

Graduanda do curso de Engenharia Ambiental da UNESC, Professora de Geografia da rede Municipal de Cacoal-RO, é conselheira titular, representante do órgão Secretaria Municipal de Educação, Cacoal/RO, (SEMED) na composição do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA/ Cacoal). Professora que atuou como facilitadora em todos processos das CIJMA no município de Cacoal – RO.

CV: http://lattes.cnpq.br/1800004524708137.

Ediane Neuza de Oliveira Souza(2)

Graduanda do Curso de Engenharia Ambiental das Faculdades Integradas de Cacoal- FIC/UNESC.

Léia Marcia dos Santos Kempim(3)

Graduanda do Curso de Engenharia Ambiental das Faculdades Integradas de Cacoal- FIC/UNESC.

Raimundo Gilderlan Carvalho(4)

Graduando do Curso de Engenharia Ambiental das Faculdades Integradas de Cacoal- FIC/UNESC.

José Valdecir Murer(5)

Graduando do Curso de Engenharia Ambiental das Faculdades Integradas de Cacoal- FIC/UNESC.

 

 

RESUMO

 

O ambiente escolar com sua prática pedagógica, desenvolvendo ações dedicadas a educação ambiental (EA), possibilita a inserção de  todos envolvidos no contexto de uma incubadora de transformações socioambiental.

O intuito do presente trabalho é verificar se a EA está sendo realizada no contexto do processo pedagógico cotidiano das escolas. Após alguns estudantes da rede municipal de ensino terem participado da 3ª versão nacional da Conferência Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente - CIJMA, realizada em 2008/2009 e no ano 2010 com a participação de 02 (dois) estudantes deste município representando a região norte. No evento que ocorreu com a  versão internacional da CIJMA, Conferência Internacional infanto-juvenil: Vamos Cuidar do Planeta (CONFINT), evento que foi sediado no Brasil, que envolveu mais de 47 países. E por fim no ano de 2013 houve a participação de algumas escolas na realização da 4ª versão da CIJMA chegando a participar das fases municipal, regional e estadual, debatendo assunto acerca da temática "Vamos Cuidar do Brasil com Escolas Sustentáveis".

Para tanto a análise do presente estudo visa   confirmar como é classificada a participação da instituição de ensino no processo de diversas conferências realizadas no Brasil no período de uma década sendo, as escolas da rede municipal de Cacoal participantes num período menor que 10 anos?  Quais as ações mais relevantes, desenvolvidas pelos estudantes participantes no processo das Conferências?  E a percepção atual tanto dos discentes quanto dos docentes destas instituições de ensino no município de Cacoal, que é considerado a quarta maior cidade do Estado de Rondônia.

 

Palavras - Chaves: Educação ambiental, Ambiente Escolar, Escolas Sustentáveis

 

INTRODUÇÃO

 

Há muito tempo a humanidade tem explorado os recursos naturais de maneira desenfreada. E atualmente chegou ao ápice desta prática, onde em consequência há a contribuição decisiva para as catástrofes ambientais a nível global (DIAS, 2001). Porém com a visão de reduzir os estragos ocasionados com a exploração maciça dos recursos naturais e incentivar o desenvolvimento pelas nações com um modelo socioeconômico sustentável, Políticas Públicas vem sendo implantadas.

Cada cidadão deve sensibilizar-se e deixar fluir sua verdadeira humanidade e contribuir para reverter o quadro catastrófico que remete as mudanças ambientais em escala global (CÓRDULA, 1999).

Nesse sentido cabe destacar que a educação ambiental (EA) assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a co-responsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável. Entende-se, portanto, que a EA é condição necessária para modificar um quadro de crescente degradação socioambiental.

Contudo nos dias atuais está sendo desenvolvido universalmente um amplo trabalho, para mudar a percepção do ser humano em relação ao meio ambiente, esforços que são focados na EA Formal, desenvolvido por vários segmentos sociais e as esferas municipais, estaduais e federais. Com o intuito de sensibilizar cidadãos que são realmente ativos, participativos e conscientes, esta proposta visa a garantia da sobrevivência do ser humano nos próximos anos dentro do Século XXI (DIAS,2001).

Entretanto o ambiente escolar com sua prática pedagógica, no desenvolvimento da EA pode se transformar em um espaço que possibilitará aos professores, estudantes e a todos envolvidos um contexto da prática social de forma transformadora.

Neste sentido o objetivo do presente trabalho é verificar se a EA está sendo realizada no contexto das práticas pedagógicas cotidianas das escolas. Após alguns estudantes da rede municipal de ensino terem participado da 3ª versão nacional da Conferência Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente - CIJMA, realizada em 2008/2009, no ano 2010 a participação de 02 (dois) estudantes deste município representando a região norte onde ocorreu a versão internacional da CIJMA, Conferência Internacional infanto-juvenil: Vamos Cuidar do Planeta (CONFINT), evento que foi sediado no Brasil, que envolveu mais de 47 países. E por fim no ano de 2013 participou da 4ª versão da CIJMA chegando a participar das fases municipal, regional e estadual.

Para tanto a análise do presente estudo visa   confirmar como é classificada a participação da instituição de ensino no processo de diversas conferências realizadas no Brasil no período de uma década sendo, as escolas da rede municipal de Cacoal participantes num período menor que 10 anos?  Quais as ações mais relevantes, desenvolvidas pelos estudantes participantes no processo das Conferências?  E a percepção atual tanto dos discentes quanto dos docentes destas instituições de ensino no município de Cacoal, que é considerado a quarta maior cidade do Estado de Rondônia.

A pesquisa foi realizada com estudantes e professores de quatro escolas municipais de Cacoal- RO, a escolha das instituições foram considerando os critérios das escolas que participaram da IV CNIJMA ano 2013, escolas da zona rural. Os nomes das escolas são identificados em letras: A, B, C, e D. Os participantes da pesquisa são estudantes e professores das escolas municipais. Os professores são de diversas áreas do conhecimento e os estudantes são das séries do 6º ao 9º ano. O período da coleta dos dados foi realizado nas duas últimas semanas do mês de dezembro de 2014.

A metodologia utilizada para a coleta de dados foram questionários semiestruturados com perguntas abertas. Os estudantes e professores tiveram indagações semelhantes, os pontos abordados foram sobre assuntos acerca da EA pós participação nas CNIJMA, como os envolvidos no presente trabalho percebem o ambiente onde estão inseridos e como os mesmos   entendem a temática qualidade de vida.

Os questionários foram aplicados em horários normais de aulas e em intervalos das aulas com os professores. Totalizando 35 professores e 120 estudantes que participaram da pesquisa. A análise dos dados foi realizada com o objetivo de organizar os dados apresentados em forma de texto, imagens e gráficos elaborados no programa Excel.

Para se verificar sobre a importância da participação das referidas escolas nas CNIJMA que debateram e realizaram ações socioeducativas cujo tema foi de EA. O questionário apresentou duas perguntas. A primeira de forma direta com a seguinte indagação: Como você classifica a participação da sua instituição de ensino no processo de Conferência? Onde as respostas eram de uma escolha para   ruim, bom, ótima ou excelente. A segunda pergunta também foi direcionada aos discentes e docentes sendo.  Quais ações são mais relevantes, pelos estudantes participantes no processo das Conferências nos momentos do protagonismo atuando nas Com – vidas? A figura 1 demonstra os resultados da primeira pergunta.

 

Figura 1: Primeira Resposta dos estudantes e professores de escolas Municipais de Cacoal-RO que participaram da III CNIJMA, IV CNIJMA, e I CONFINT.

 

A segunda resposta está representada pela figura 2, o gráfico foi elaborado com base nos pequenos relatos obtidos que foram organizados em um grupo de frases fragmentadas, ambas em coerência com o tema abordado.

 

 

 

 

Figura 2: Segunda Resposta dos estudantes e professores de escolas Municipais de Cacoal-RO que participaram da III CNIJMA, IV CNIJMA, e I CONFINT.

 

Mediante leitura e análise das respostas dos estudantes e professores a fim de saber o significado de “Meio Ambiente”, após a participação das CIJMA que visam buscar a construção coletiva de estratégias para o enfrentamento das problemáticas socioambientais, numa dinâmica que realiza as ações socioeducativas envolvendo diversos agentes da sociedade cacoalense, perguntamos: como você vê o meio ambiente? As respostas, levando em conta a tipologia proposta por Sauvè (1997) é apresentado nas figuras 3 e 4 apresentado a seguir:

 

Figura 3: Percepção ambiental dos estudantes de escolas Municipais de Cacoal-RO que participaram da 3ª CNIJMA, 4ª CNIJMA, e 1ª CONFINT.

 

 Ao observarmos de forma geral, os estudantes pesquisados percebemos que a maioria, ou seja, 40 % possui uma percepção de meio ambiente como lugar para se viver, onde se inserem neste meio como agente ativo do ambiente. Percepção importante, pois esta análise comprova o fortalecimento dos novos agentes da sociedade à transformação socioambiental.

Em segundo, 31% dos estudantes veem o meio ambiente como problema, onde a palavra degradação foi utilizada com bastante frequência. Os problemas descritos, foram sobre poluição das águas, do ar, do solo e desmatamentos.

Ocupa-se em terceiro lugar, com 24% dos estudantes percebendo o ambiente como natureza, como um lugar intocado, fantástico, utópico.  Apenas 5% percebem o meio como recurso, como lugar a ser explorado e valorizado.

 

Figura 4: Percepção Ambiental dos professores de escolas Municipais de Cacoal-RO.

Os professores apresentaram um quadro diferenciado dos estudantes, como é notório na figura 4. O ambiente como problema é descrito em 48% dos questionários. Em segundo, o meio ambiente é percebido, 28%, como recurso, a ser explorado com cuidado. Com 19% é representado o meio como lugar para se viver, em paz e com harmonia no ambiente. Por último, 5% tendo uma visão de somente natureza, sem ao menos se inserir ao meio.

Outro ponto questionado foi sobre o que os estudantes e professores entendem por qualidade de vida. Os estudantes em sua grande maioria escreveram que a qualidade de vida está diretamente ligada ao ambiente equilibrado, protegido e sem problemas. Outro aspecto mencionado foi sobre a saúde, respeito e ter uma vida livre. Os professores afirmaram que qualidade de vida é ter um meio favorável ao desempenho do organismo, como ter boa saúde física, psíquica, boa alimentação, água tratada, uma vida tranquila sem violência e momentos de lazer.

Vale ressaltar, as escolas que participaram das CIJMA, possuem organização de projetos de EA envolvendo os seus estudantes no dia a dia dos trabalhos executados no ensino formal, e expandem essa instrução na vida dos envolvidos e da comunidade onde estão inseridos. As respostas tanto dos professores, quanto dos estudantes destas escolas expressam atividades diárias envolventes e transformadoras. Conforme o MEC (2012), a Com-Vida – é uma nova forma de organização na escola e uma das ações estruturantes para cuidar do Brasil. Sua proposta é consolidar, na comunidade escolar, um espaço permanente para realizar ações voltadas à melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida.

As escolas estudadas têm implantadas a Com-vida organização que tem êxito no espaço escolar com o protagonismo infanto-juvenil atuando diretamente nas tomadas de decisões, nas ações dedicadas a EA na escola com o intuito a melhoria da qualidade de vida no espaço escolar e em seu entorno envolvendo as famílias.

As imagens a seguir retratam o protagonismo infanto juvenil conforme a figura 2 representa, onde a escola B se destaca com a realização de eventos além da escola como o Encontro das Com-vida da rede municipal de ensino. Segundo os relatos os encontros I e II promoveram o intercâmbio das atividades, dedicadas a EA, formado por várias ideias que cada escola participante desenvolve em sua comunidade escolar. Cada uma foi representada por uma equipe com professores e alguns alunos, posteriormente a experiência vivenciada foi   inserida nas respectivas escolas, fortalecendo a prática da EA no ambiente escolar.

 

Figura 5: Evento I e II Encontro das Com-vidas idealizado e realizado pela escola B nos respectivos anos 2012 e 2014. (Fonte: Arquivo dos pesquisadores)

 

 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental. Departamento de Educação Ambiental. Os diferentes matizes da Educação Ambiental no Brasil: 1997-2007. Brasília: MMA, 2008.

 

  

BRASIL. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Vamos cuidar do Brasil com escolas sustentáveis: educando-nos para pensar e agir em tempos de mudanças socioambientais globais / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, Ministério do Meio Ambiente; elaboração de texto: Tereza Moreira. -- Brasília: A Secretaria, 2012.

 

 

CARVALHO, L. M. A temática ambiental e o processo educativo: dimensões e abordagens. In: CINQUETTI, H. S.; LOGAREZZI, A. Consumo e resíduo: fundamentos para o trabalho educativo. São Carlos: Edufscar, 2006. p. 19-41.  

 

 

CÓRDULA, E. B. L. Ser humano: da concepção criacionista à holostêmica. Educação Pública, n° 21, 31 mai., 2011a. Disponível em: <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/filosofia/0069.html>. Acesso em: 08 de dezembro de 2014.

 

 

DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. 7. ed. SÃO PAULO: 2001.

 

    

GRÜN, M. Ética e educação ambiental: a conexão necessária. Campinas:    Papirus, 1996.

 

 

GUIMARÃES, M. A formação de educadores ambientais. Campinas: Papirus, 2004.

 

 

SAUVÉ, L. Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável: uma análise complexa. Revista de Educação Pública, Cuiabá, v.6, n. 10, p. 72-103, jul/dez. 1997.Disponível em: <http://www.cacoal.ro.gov.br/sobre/economia.php>. Acesso em: 05 de dezembro de 2014.

 

Ilustrações: Silvana Santos