Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Para Sensibilizar
10/09/2018 (Nº 52) O SER HUMANO COMO DANÇARINO
Link permanente: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=2061 
  

O SER HUMANO COMO DANÇARINO

 

VOLTOLINI,  Renata Vicente e MORALES, Angélica Góis Muller

 

O corpo do ser humano pode ser considerado como um instrumento para a vivência das emoções e valores na dança. O corpo é o templo da vida, onde a vida é celebrada diariamente. O bater do coração, o piscar de olhos, a respiração, o sangue correndo nas veias, tudo é movimento dentro do corpo humano, é uma dança, um ciclo que nos mantém vivos. Quando dançamos, estamos sincronizando este movimento individual, com o movimento do outro e com o movimento do planeta. “Através da dança podemos nos conhecer e movimentar o corpo, proporcionando uma maior percepção corporal.” (RIBEIRO, 2005, p. 138)

A coluna vertebral é um elo que une o céu e a terra, os braços estendidos nos unem ao outro. Os órgãos e os tecidos correspondem à terra, o sangue e a água que passam por todo o organismo, fluem como os rios e mares da terra. Os sentidos também podem ser ligados aos elementos naturais. O sentido do tato ao éter, o sentido da visão com o fogo, o sentido do olfato á terra, a audição ao ar e o paladar com a água. O ser humano torna-se um verdadeiro dançarino quando se deixa emocionar pelo que vivencia com os sentidos e, assim, pode vivenciar os ritmos da vida através da dança.

Todas as trajetórias de energia dos corpos terminam nos pés e, por isso, os povos da natureza andavam e dançavam descalços, para sentir os ritmos e as correntes da terra e também pelo conhecimento de que quem não toca a terra, não alcança o céu. (WOSIEN, 2002, p. 53)

O surgimento deste dançarino, deste novo ser humano dançante, ocorre pela fusão de natureza e espírito. Dançando, o ser humano se conecta novamente com sua totalidade, e ao se conectar ao centro da vida através da dança, pode, enquanto agente transformador, atuar sobre o seu ambiente, aprimorando-o.

Toda ação humana envolve a atividade corporal. A criança é um ser em constante mobilidade e utiliza-se dela para buscar conhecimento de si mesma e daquilo que a rodeia, relacionando-se com objetos e pessoas. O movimento é necessário para que a criança harmonize de maneira integradora as potencialidades motoras, afetivas e cognitivas.

Para os índios o corpo, além de dançar, é um instrumento musical por excelência. Com o corpo os índios geram sons inconfundíveis: gritos, batidas de mãos e de pés, numa coreografia perfeita que põe os participantes em harmonia com si próprios e com a natureza. Enfim, o corpo é essencial para a percepção do ambiente.

 

 

Fonte: Parte do  ARTIGO AS DANÇAS CIRCULARES COMO INSTRU-MENTO DE SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL, de autoria de VOLTOLINI,  Renata Vicen-te e MORALES, Angélica Góis Muller, publicado na revista Com Scientia, Curitiba, PR, v. 3, n. 3, jan./jun. 2007

Disponível na íntegra em:

 http://www.comscientia-nimad.ufpr.br/artigos/dancascirculares.voltolini.pdf

 

 

Ilustrações: Silvana Santos