Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Dicas e Curiosidades
10/09/2018 (Nº 52) FANTÁSTICO ENCONTRA O MAIOR MAMÍFERO TERRESTRE BRASILEIRO EM SEU HABITAT
Link permanente: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=2055 
  

FANTÁSTICO ENCONTRA O MAIOR MAMÍFERO TERRESTRE BRASILEIRO EM SEU HABITAT

 

 

Equipe de reportagem conseguiu ver a anta branca, animal raro que vive em reserva ambiental a apenas 120 quilômetros da cidade de São Paulo.

 

Os brasileiros tiveram uma boa notícia sobre a proteção do nosso meio-ambiente: em 2014, a derrubada da Mata Atlântica caiu 24%. O Fantástico esteve na maior reserva privada de Mata Atlântica do Brasil, um cenário de floresta bem ao lado da cidade de São Paulo. E nessa aventura topamos com um bicho que era tido como assombração.

 

Uma floresta com árvores gigantes, cercada de nuvens, a apenas 120 quilômetros da cidade de São Paulo. Fica em uma cadeia de montanhas e chega a 800 metros de altitude. O legado das águas é um patrimônio da natureza. Uma reserva inteiramente preservada há mais de 50 anos. Onde é proibido desmatar, caçar os animais ou alterar o meio ambiente. O caminhos das águas no meio da floresta é uma paisagem pela Mata Atlântica original.

 

Em todo o território nacional, restam apenas 12% da Mata Atlântica, distribuídos em áreas de preservação, com árvores seculares.

"Esses 12% de Mata Atlântica que sobrou ainda detém 7% da biodiversidade mundial”, explica o engenheiro agrônomo André Nave.

 

André Nave é especialista em recursos florestais e pesquisador da Mata Atlântica.

"Essa reserva é tão importante, que tem árvores como uma figueira de aproximadamente 200 anos, com mais de 40 metros de altura e cerca de oito metros de diâmetro”, conta André.

A perereca filomedusa, que anda sobre as bromélias, é uma das espécies raras encontradas lá, no tesouro da biodiversidade. Essas reservas são imensos laboratórios para a ciência, além de refúgios das espécies ameaçadas, como a belíssima saíra-sete-cores e o tucano do bico preto.

O fotógrafo Luciano Candisani está descobrindo animais selvagens da reserva através de armadilhas fotográficas.

 

“Eu montei esses estúdios camuflados na mata, onde os animais ao passar, disparam as próprias fotografias. Eu já registrei por exemplo nas câmeras, a onça parda, o cachorro-do-mato-vinagre, espécie raríssima, animal ameaçado, já registrei as antas. E sobretudo, o que mais nos surpreendeu, uma anta albina. Quer dizer, a mesma espécie de anta da Mata Atlântica, mas completamente branca. Quando vi essa imagem aparecendo, ao checar as fotos da câmera, o coração quase disparou, porque era um animal conhecido aqui na região, visto pelos mateiros, mas era quase uma lenda. Você imagine um animal completamente branco, na escuridão da noite, saindo da floresta, era uma aparição fantasmagórica pra muitas pessoas”, conta o fotógrafo de natureza.

Esse animal misterioso, a anta albina da Mata Atlântica, tem hábitos noturnos. Por isso a equipe do Fantástico saiu à noite para tentar um encontro inédito. Conseguimos fazer um contato com a anta branca, no ambiente natural dela. Na floresta, onde ela vive. Seguimos pela estrada de terra. De repente, surge um vulto branco na frente do nosso carro.

O cinegrafista Marconi Matos consegue gravar as únicas imagens da raríssima anta albina, no seu ambiente natural. Até ela desaparecer na selva como uma sombra. Mas volta a surgir, por inteiro. É um macho ainda jovem, diferente dos outros. A anta é o maior mamífero terrestre brasileiro. No legado das águas e no Parque Estadual Carlos Botelho, ao sul de São Paulo, estão os refúgios de uma espécie muito ameaçada.

"É uma ameaça muito séria, porque é um animal que pertence a todos nós brasileiros e é um mero desconhecido, o muriqui”, comenta o professor da USP Maurício Matos.

O muriqui do sul se diferencia dos muriquis do norte pela mancha escura na cara. Por isso, são conhecidos também como mono-carvoeiros.

"O muriqui do sul é atualmente classificado como em perigo crítico de extinção. Significa que nos próximos cem anos, se nada for feito, eles podem desaparecer para sempre”, alerta o professor.

A preservação das fontes naturais de água, das florestas e dos animais, depende dos seres humanos.

 

Fonte: http://g1.globo.com/fantastico/

 

Ilustrações: Silvana Santos