Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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16/12/2013 (Nº 46) REFLEXÕES SOBRE OS EFEITOS DOS AGROTÓXICOS NO MEIO AMBIENTE E NA SAÚDE HUMANA: UMA ANÁLISE SOBRE A CONSCIENTIZAÇÃO DOS AGRICULTORES DE CHAPECÓ, SC
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Percepção de risco dos trabalhadores rurais sobre o uso de agrotóxicos em Chapecó, SC

 

Reflexões sobre os efeitos dos agrotóxicos no meio ambiente e na saúde humana: uma análise sobre a conscientização dos agricultores de Chapecó, SC

 

Tanny Oliveira Lima Bohner

Mestranda do Programa de Pós-graduação em Extensão Rural (PPGExR) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

E-mail: tanny.bohner@hotmail.com

 

Letícia Paludo Vargas

Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Extensão Rural (PPGExR) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

 E-mail: leticiavargas@zootecnista.com.br

  

Filipe Augusto Xavier Lima

Doutorando do Programa de Pós-graduação em Extensão Rural (PPGExR) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

 E-mail: filipeaxlima@hotmail.com

 

Toshio Nishijima

Professor Adjunto da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

E-mail: toshio@smail.ufsm.br

 

Jozé Geraldo Wizniewsky

Professor do Programa de Pós-graduação em Extensão Rural (PPGExR) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

 E-mail: zecowiz@gmail.com

 

Resumo

A agricultura praticada no Brasil pode ser caracterizada pela dependência da utilização de agrotóxicos. Muitas vezes, os produtores rurais consideram o agrotóxico um insumo necessário à viabilidade dos sistemas agrícolas, sendo a única alternativa viável de produção. No entanto, o atual modelo de agricultura representa um processo de insustentabilidade ambiental, pois resulta em situações de risco ao meio ambiente e à saúde humana. A partir disso, cabe-nos questionar: Qual a percepção dos produtores e trabalhadores rurais quanto uso de agrotóxicos? Existe um reconhecimento, por parte dos agricultores, quanto ao risco que os agrotóxicos podem causar ao meio ambiente e à saúde pública? Portanto, levando em consideração os efeitos negativos de uma potencial contaminação por agrotóxicos à saúde da população e ao meio ambiente, este estudo tem como objetivos analisar e avaliar o nível de conhecimento dos usuários de produtos químicos na prática da agricultura. Para tentar responder o desafio proposto, a pesquisa empírica que nos serve de base é a experiência de um grupo de agricultores do município de Chapecó, Estado de Santa Catarina. Esses agricultores têm a agropecuária como a sua principal atividade econômica, e a utilização de agrotóxicos é comum nas propriedades da região, fazendo parte das praticas agrícolas cotidianas dos produtores locais. Trinta produtores locais participaram desta pesquisa, que foi realizada através de entrevistas, após visitas acompanhadas de um técnico da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC). A análise dos resultados demonstrou que uma pequena parcela dos trabalhadores rurais costuma ler o receituário agronômico e compreender as informações contidas na bula dos agrotóxicos. Menos da metade compreende totalmente as tarjas e os desenhos presentes nos rótulos dos agrotóxicos. Além disso, a respeito dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), quase todos utiliza algum tipo de EPI, no entanto o fazem parcialmente. Assim, a relevância desta pesquisa está na possibilidade de contribuir para uma melhor compreensão acerca da percepção dos agricultores quanto aos riscos ambientais e a saúde humana provocados pelo uso de agrotóxicos.

Palavras-chave: agrotóxicos, riscos, contaminação, meio ambiente, saúde pública.

 

INTRODUÇÃO

O uso de agrotóxicos na lavoura é um dos recursos adotados pelos agricultores para elevar a produtividade agrícola. Agrotóxico é o termo empregado para definir os produtos químicos direcionados aos processos de produção agropecuária. Estes insumos foram desenvolvidos com o objetivo de combater pragas agrícolas e são compostos por diversas substâncias químicas com propriedades biocidas (MOREIRA et al, 2002; VEIGA, 2007).

A agricultura obteve inúmeros benefícios a partir do uso destes produtos, como o aumento da produção e oferta de alimentos, bem como a redução dos custos de produção (SOARES et al., 2003). Veiga (2007) considera que o benefício mais comum proporcionado pela utilização de agrotóxicos consiste em obter uma maior produção agrícola para determinada área, reduzindo assim os custos de produção.

No Brasil, um dos principais instrumentos do presente modelo de desenvolvimento da agricultura baseia-se na utilização de agrotóxicos, tendo em vista que o País é considerado o principal consumidor destes produtos, além de um mercado promissor para a sua comercialização (PORTO e SOARES, 2012).

No que diz respeito à perspectiva dos agricultores, em relação ao uso desses produtos, Veiga (2007) destaca que, muitas vezes, os produtores rurais consideram o agrotóxico um insumo necessário à viabilidade dos sistemas agrícolas, sendo esta a única alternativa viável para o aumento da produção. No entanto, o uso indiscriminado destes insumos ocasiona prejuízos, uma vez que existe uma associação entre a utilização de agrotóxicos e os impactos causados ao meio ambiente e à saúde humana (LACERDA et al., 2006). Nesse sentido, pesquisas revelam que nem sempre o usuário tem a percepção dos danos decorrentes da aplicação dos agrotóxicos e a exposição continuada ao produto. Além disso, o baixo nível de instrução, a falta de aconselhamento técnico e o desconhecimento de outras técnicas de produção, constituem alguns exemplos de fatores relacionados aos altos níveis de contaminação por essas substâncias (VEIGA, 2007).

A partir dessa situação, constata-se que o atual modelo de agricultura representa um processo de insustentabilidade ambiental, pois, resulta em danos imediatos ou tardios ao meio ambiente e à saúde da população (PIGNATI et al., 2007). Consequentemente, existe uma necessidade de minimizar o impacto destes produtos no meio ambiente e na saúde pública. Assim, é fundamental estabelecer uma relação entre o uso de agrotóxicos na agricultura e os fatores de vulnerabilidade que levam ao seu uso. Existe, portanto, um problema que se refere ao nível de conhecimento sobre essas práticas, ou seja, de percepção desses possíveis impactos.

A partir desses levantamentos iniciais, cabe-nos questionar: Qual a percepção dos produtores e trabalhadores rurais quanto uso de agrotóxicos? Existe um reconhecimento, por parte dos agricultores, quanto ao risco que os agrotóxicos podem causar ao meio ambiente e à saúde pública? Portanto, levando em consideração os efeitos negativos de uma potencial contaminação por agrotóxicos à saúde da população e ao meio ambiente, este estudo tem como objetivos analisar e avaliar o nível de conhecimento dos usuários de produtos químicos na prática da agricultura.

Para tentar responder o desafio proposto, a pesquisa empírica que nos serve de base é a experiência de um grupo de agricultores do município de Chapecó, Estado de Santa Catarina. Esses agricultores têm a agropecuária como a sua principal atividade econômica, além disso, a utilização de agrotóxico é comum nas propriedades da região, fazendo parte das praticas agrícolas cotidianas dos produtores locais. Assim, a relevância desta pesquisa está na possibilidade de contribuir para uma melhor compreensão acerca da percepção dos agricultores quanto aos riscos ambientais e a saúde humana provocados pelo uso de agrotóxicos.

 

Impactos do uso de agrotóxicos no meio ambiente e na saúde dos agricultores

A agricultura praticada no Brasil pode ser caracterizada pela dependência da utilização de agrotóxicos, pois o consumo destes insumos é crescente no país (VEIGA, 2007; SCORZA JUNIOR et al., 2010).

Os agrotóxicos combatem os organismos que prejudicam o rendimento da cultura, garantindo patamares mais elevados de produtividade e, consequentemente, maior retorno econômico da atividade agrícola (SCORZA JUNIOR et al., 2010).

            Atualmente, as práticas agrícolas consistem em uma das maiores ameaças ao meio ambiente, devido ao potencial poluidor do uso de produtos químicos em larga escala, máquinas agrícolas e outras tecnologias (CAMPOS, 2008).

A aplicação dos produtos fitossanitários é realizada diretamente nas plantas ou no solo (SCORZA JUNIOR et. al., 2010). Uma vez utilizados na agricultura, os pesticidas podem seguir diferentes rotas no ambiente (LAABS et al., 2002).

Alves Filho (2002) relata em sua pesquisa que menos de 10% dos agrotóxicos aplicados por pulverização atingem seu alvo, enquanto que o restante pode contaminar o solo e as águas subterrâneas.

 A partir de estudos de Souza Junior (2007), percebe-se que sua utilização em excesso pode resultar em danos ao meio ambiente através da acidificação dos solos, contaminação dos reservatórios de água e eutrofização, podendo causar não só alterações significativas nos ecossistemas, mas também prejuízos à saúde da população (LACERDA et al., 2006; VEIGA et al., 2006, FRANZ e LINK, 2011). 

            Veiga et al. (2006) constatam que é comum a presença de agrotóxicos nos sistemas hídricos, principalmente se estes estão próximos à regiões agrícolas. Segundo Foster et al. (2006), o perigo de contaminação está relacionado à ameaça de um aquífero sofrer impactos negativos em tal nível que a água subterrânea torne-se imprópria para o consumo. Portanto, a contaminação de um sistema hídrico não representa só a contaminação da água consumida pela população local, mas de toda a população abastecida por esta água contaminada.

Em relação aos agricultores, outro efeito indesejável do uso destes produtos é a contaminação de organismos que não interferem no desenvolvimento da cultura, incluindo os seres humanos (PERES E MOREIRA, 2007; SCORZA JUNIOR et al., 2010). 

No Brasil, muitos produtores estão envolvidos em práticas agrícolas que os expõem a estas substâncias, cujos prejuízos não são totalmente conhecidos (GARCIA e ALVES FILHO, 2005).

             A saúde humana pode ser afetada de maneira direta, pelo contato com estas substâncias, ou indiretamente, a partir da contaminação de áreas próximas aos locais de cultivo (PERES et al., 2005).

De acordo com Grützmacher et al. (2008), a degradação dos agrotóxicos no meio ambiente também consiste em uma ameaça à saúde humana, pois neste processo são produzidos metabólitos que podem ser ainda mais tóxicos que os produtos originais.

Fernandes Neto e Sarcinelli (2008) relatam que a exposição a estes produtos químicos possui conseqüências à longo prazo e está associada a efeitos crônicos difíceis de detectar. As vias de absorção usual dos agrotóxicos são: oral, respiratória e dérmica, portanto, os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) consistem em uma ferramenta de trabalho que visa a preservação da saúde do trabalhador rural, conferindo-lhe segurança na manipulação dos agrotóxicos. Assim, o uso adequado destas ferramentas, levando em consideração as precauções necessárias, diminui os riscos de exposição e a probabilidade de intoxicação do usuário (SILVA et al., 2005;  FRANZ e LINK, 2011).

      No entanto, Veiga et al. (2006) afirmam que as práticas de biossegurança muitas vezes não são eficazes na proteção dos usuários de agrotóxicos, pois em muitos casos, os EPIs não são adequados à sua finalidade ou são utilizados de maneira incorreta, podendo atuar inclusive como fonte de contaminação.

            O Ministério da Saúde estima que para cada caso de intoxicação notificado, existem 50 outros não notificados, logo, estima-se que no Brasil 400.000 pessoas são contaminadas anualmente pela exposição aos agrotóxicos (PERES et al., 2005). Soares et al. (2003) atribuem os altos níveis de intoxicação à falta de controle no uso destas substâncias químicas tóxicas e ao desconhecimento da população em geral sobre os riscos e perigos à saúde decorrentes desta prática.

Em relação aos impactos decorrentes do uso de agrotóxicos, vale salientar que a atitude de controle individual está relacionada ao reconhecimento dos produtores rurais acerca destes potenciais prejuízos, o que reforça a importância de conscientizar o usuário em relação às características de toxidez, riscos à saúde e ao meio ambiente, bem como a utilização correta destes produtos químicos (GARCIA, e ALVES FILHO, 2005).

 

A percepção dos agricultores em relação ao uso de agrotóxicos

            Grande parte da população está exposta aos prejuízos causados pelos agrotóxicos, com efeito, a vulnerabilidade à contaminação do indivíduo está relacionada ao grupo ao qual pertencem e à sua posição em relação aos riscos destes produtos (MOREIRA et al., 2002).

            A percepção de riscos pelos agricultores, segundo Garcia e Alves Filho (2005), é influenciada por fatores culturais, sociais e econômicos, que contribuem para a adoção de estratégias de adaptação à situação de risco.

            Na mesma linha de pensamento, Bedor et al. (2009) consideram que a baixa percepção de risco a que está exposta a população usuária de agrotóxicos é uma questão fundamental no âmbito das práticas agrícolas. Para Soares e Porto (2007), os agricultores não recebem estímulos para considerar os impactos no meio ambiente e na saúde humana e, portanto, superestimam os benefícios do uso de agrotóxicos.

            Para prevenir os riscos, torna-se necessário o emprego de práticas agrícolas de acordo com as disposições agronômicas, ambientais e de saúde, aspectos que muitas vezes são desconsiderados entre os trabalhadores rurais.   Nessa perspectiva, Moreira e Peres (2007) identificam a carência educacional dos agricultores; a freqüente disseminação das informações por técnicos provenientes da indústria química; a escassez de políticas públicas relacionadas à fiscalização e acompanhamento das práticas agrícolas; e as políticas de incentivo atreladas ao consumo de agentes químicos como os principais problemas relacionados ao uso de agrotóxicos.

            Bedor et al. (2009) observam, que a falta de fisca­lização no acompanhamento técnico e no controle de agrotóxicos, faz com que a tomada de decisão do agricultor seja baseada apenas em parâmetros de produtividade, sem levar em conta outros fatores. Veiga (2007), por sua vez, constatou em sua pesquisa, que a maior parte dos produtores e trabalhadores rurais considera a produção agrícola, na ausência de agrotóxicos, uma prática inviável.

            Assim, na concepção de Soares et al. (2003), tanto os grandes proprietários de terra, quanto os pequenos agricultores, optam pela utilização destes insumos na agricultura, no intuito de atingir altas produtividades na lavoura, difundidas pela indústria e seus representantes. Além disso, os autores afirmam ainda que esta concepção adquire credibilidade e respeito pelo fato de, muitas vezes, ser assegurada por institutos de pesquisa agropecuária, universidades e acadêmicos.

            Neste sentido, é fundamental conhecer os fatores que condicionam o uso de agentes químicos, para que seja possível intervir e minimizar os danos ao meio ambiente e à saúde pública (BEDOR et al., 2009). Conseqüentemente, constata-se a necessidade de estudos de percepção de riscos, aliados a estratégias de intervenção no meio rural, baseadas na sustentabilidade ambiental e campanhas educativas que visem garantir a qualidade de vida dos trabalhadores rurais e dos consumidores (MOREIRA e PERES, 2007).

           

A Teoria da Sociedade de Risco

            A teoria da sociedade de risco, elaborada pelo sociólogo alemão Ulrich Beck, é uma das propostas de superação para a crise da modernidade e serve como base para discussões a respeito das realizações e limitações da sociedade industrial moderna.

No entendimento de Brüseke (2007), os atuais discursos que visam alertar a população para as conseqüências negativas de inúmeros processos fazem o uso da palavra risco, pressupondo-se assim a consciência de possíveis danos.

            Beck (2010) associa os processos tecnológicos adotados nas sociedades industriais do século XIX à distribuição de riscos imprevisíveis que escapam à percepção, acarretando em situações sociais de ameaça. Neste contexto, Chevitarese e Pedro (2005) revelam que os avanços tecnológicos estão vinculados não só ao desenvolvimento do conhecimento e da visibilidade, mas também ao aumento das incertezas.

            Assim, a sociedade industrial é permeada por riscos imprevisíveis e incalculáveis, que representam ameaças, ameaças estas não controláveis pela ciência, além da ineficiência dos padrões de segurança (AYDOS e MORAES, 2009).

A abordagem centrada na teoria da sociedade de risco justifica-se por sua relação com a problemática ambiental (NAVARRO e CARDOSO, 2005), aspecto de interesse para os estudos de análise dos riscos associados ao uso de agrotóxicos nas práticas agrícolas.

De acordo com Beck (2010), a existência dos riscos é determinada pela consciência das situações de ameaça. Para Navarro e Cardoso (2005), a inserção do indivíduo em um espaço social, aspecto cultural, sua personalidade, história de vida e as pressões e demandas do ambiente são fatores que determinam o comportamento associado à perspectiva do risco de determinada situação. Ainda de acordo com os autores, os indivíduos constroem a auto-imagem  a partir de um sistema de valores e consolidam o pensamento acerca de determinado potencial humano, tendo-o como base para sua auto-avaliação, relacionada à exposição ou não a riscos.

Em relação aos efeitos da utilização de agrotóxicos nas lavouras, por serem produtos químicos com diversas substâncias sintéticas nocivas ao meio ambiente e ao ser humano, no que se refere ao meio ambiente, Czyzeski (2010) salienta que os prejuízos muitas vezes são irreversíveis e irreparáveis.

Ainda, considerando as indagações quanto aos riscos, cabe salientar que há uma diferença entre precaução e prevenção. O princípio da prevenção tem como objetivo a prevenção de danos e de consequências conhecidas, a partir das adoções de medidas preventivas, eliminando ou reduzindo as causas de determinado dano, a fim de evitá-lo (REIS, 2008). O principio da precaução, por sua vez, é utilizado quando se desconhecem as consequências, imperando a falta de certeza científica. Tal princípio relaciona-se, ainda, à necessidade de estudos de avaliação de riscos e impactos ambientais, constituindo um importante instrumento para que se tenha uma gestão adequada destes riscos, resguardando assim a seguridade coletiva (MACHADO, 2007).

Sendo assim, Setzer (2007) associa o princípio da prevenção à riscos probabilísticos, ou seja, de dano potencial, e o princípio da precaução à riscos não probabilísticos, de perigo potencial. No entendimento de Machado (2007), em ambas as situações permanece o dever de evitar os riscos, sejam eles certos ou incertos.

Segundo Hammerschmidt (2010), esta comparação revela um importante debate social nos dias atuais, visto que cabe aos especialistas a prevenção dos riscos de dano potencial, enquanto é dever da sociedade gestar e orientar as políticas do estado no que se refere aos danos de perigo potencial.

Deste modo, considerando o meio ambiente e sua questão protetiva, a falha das instituições que controlam a segurança e sancionam a normalização legal de riscos incontroláveis é responsável pela atual crise ecológica, e a proteção do meio ambiente apresenta relação inversa ao crescimento do perigo, cabendo aos ecologistas apontá-los.

 

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

            O estudo foi desenvolvido no município de Chapecó, situado na região Oeste do Estado de Santa Catarina. O município tem relativa importância na economia Catarinense, devido à agricultura e à pecuária. Assim, a produção agrícola caracteriza-se por culturas anuais e pela criação de aves e suínos.

            Para atingir os objetivos propostos, realizou-se um estudo exploratório. De acordo com Gil (2008), as pesquisas exploratórias proporcionam uma visão geral de determinado fato, permitindo especificar determinada realidade. A abordagem do estudo empregou um enfoque quali-quantitativo. A amostra intencional foi selecionada por acessibilidade.

            De um universo de 1500 produtores locais, 30 participaram desta pesquisa. Foram realizadas entrevistas após visitas acompanhadas de um técnico da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC). A participação dos mesmos foi de forma voluntária, sendo mantida a confidencialidade dos dados.

             O nível do conhecimento dos participantes sobre a utilização de agrotóxicos foi determinado por meio de um questionário abordando questões a respeito dos seguintes aspectos: legislação, receituário agronômico, biossegurança, aplicação e descarte de agroquímicos.

O questionário aplicado foi composto de 25 perguntas, subdividido em quatro partes, sendo elas: Parte 1: perfil do produtor, contendo três perguntas; Parte 2: aspectos informativos sobre agrotóxicos e a compreensão do agricultor acerca destas informações, com catorze perguntas; Parte 3: conhecimentos a respeito da manipulação, aplicação e armazenamento dos defensivos agrícolas, com cinco perguntas; Parte 4: Aspectos referentes à biossegurança, com três perguntas.

Os participantes escolheram a resposta considerada mais apropriada para cada questão dentre as alternativas. A análise dos dados tem abordagem quantitativa. Os resultados foram expressos como distribuição da freqüência e computada a porcentagem de respondentes para cada questão. Os dados foram tabulados e analisados através de estatística descritiva no Microsoft Excel, versão 2003.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos trinta agricultores da região de Chapecó, SC, que responderam o questionário abordando aspectos relacionados ao uso de agrotóxicos, 24 eram proprietários, 3 empregados e 3 arrendatários. Quanto ao nível de escolaridade, apenas 3,3% possuem ensino superior completo, enquanto 46,7% haviam estudado até a quinta série. Neste sentido, Oliveira-Silva et al. (2000) estabelecem relação entre a contaminação humana por agrotóxicos e fatores socioeconômicos, como o nível educacional, a habilidade de leitura e escrita e a renda familiar.

         Quando os agricultores foram questionados sobre o significado de agrotóxico, 76,7% deles responderam ser um veneno, enquanto 3,3% associaram-no a um remédio para as plantas. Dos entrevistados, 73,3% afirmaram buscar na assistência técnica oferecida pelas empresas, as informações necessárias para efetuar a compra de agrotóxicos.

  Em relação ao receituário agronômico, 83,3% dos entrevistados relataram que sempre o recebem. Entretanto, apenas 23,3% costumam ler sempre o receituário, como demonstra a Figura 1.

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Figura 1. Informações referentes à compreensão do receituário agronômico pelos agricultores.  Chapecó, SC, 2011.

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.

 

            Dos 83,3% agricultores que lêem a bula dos agrotóxicos, apenas 30% compreendem todas as informações e 54% as seguem, o que pode ser constatado na Figura 2.

 

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Figura 2. Compreensão da bula dos agrotóxicos pelos trabalhadores agrícolas.  Chapecó, SC, 2011.

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.

 

            Na concepção de Garcia (2005), um dos fatores responsáveis pelo uso inadequado de agrotóxicos é a não observação das orientações e instruções contidas nos rótulos e bulas dos produtos. De acordo com Aragão (2002), muitos dos agricultores não estão capacitados para interpretar rótulos dos vasilhames de produtos químicos, o que resulta no envenenamento do meio ambiente, dos agricultores e dos consumidores.

            Como demonstra a Figura 3, a maioria dos participantes observa os desenhos e as tarjas representados nos agrotóxicos, porém, apenas 37% revelam compreendê-las totalmente e 20% entendem todos os desenhos.

Figura 3. Compreensão dos agricultores acerca dos desenhos e tarjas presentes nos rótulos dos agrotóxicos. Chapecó, SC, 2011.

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.

 

            Oliveira-Silva et al. (2001), em pesquisa realizada no município de Magé (RJ),  constataram que 64% dos agricultores entrevistados não praticavam a leitura dos rótulos dos produtos. Ainda de acordo com esses autores, os níveis de escolaridade aliados à linguagem técnica das informações contidas nas embalagens justificam a deficiência na compreensão das informações pelos trabalhadores rurais. Do mesmo modo, Siqueira e Kruse (2008) definem a linguagem pouco acessível como um entrave ao entendimento dos usuários.

             Com relação ao uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs), 83,7% disseram utilizar algum tipo de proteção, enquanto que 16,3% não utilizam nenhum tipo de EPI. Deste total que utiliza EPIs, 99 % dos produtores usam botas; 95% usam máscaras; 87,5% usam luvas; 63,6% usam calça e jaleco; 51,7% usam boné; 43,7% usam avental e 43,7% usam viseira (Figura 4).

 

 

Figura 4. Percentual de equipamentos de Proteção Individual utilizados pelos produtores. Chapecó, SC, 2011.

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.

 

Silva (2001) verificou que, mesmo os agricultores que utilizam EPIs, nem sempre o empregam adequadamente, ou o fazem em partes. Em seu trabalho, metade dos entrevistados relataram fazer o uso apenas da bota e do chapéu, fato constatado também por Castro et al. (2011). Trabalhadores rurais entrevistados por Soares et al. (2003) atribuem esta deficiência ao desconforto, dificuldade de locomoção e excessivo calor do EPI.

Alguns estudos estabelecem relações entre a exposição aos agrotóxicos e prejuízos à saúde humana. Neste contexto, Castro e Colfaniere (2005) ressaltam que o grau de toxidade, aliado ao nível de contaminação e ao tempo de exposição ao produto são fatores determinantes dos riscos à saúde humana.

Como assinalam Silva et al. (2006), as principais vias de absorção dos agrotóxicos são a respiratória e a cutânea. Em Minas Gerais, Soares et al. (2003) constataram através de análise sanguínea que 50% dos trabalhadores entrevistados estavam intoxicados. Oliveira-Silva et al. (2001) encontraram resultados semelhantes, com 41,8% dos trabalhadores infectados. Ambos os autores identificaram como fatores de risco o não uso de EPIs e o curto intervalo de tempo entre as recorrentes manipulações dos agrotóxicos. Soares et al. (2003) também relacionam estes fatores e afirmam ainda que o agricultor desprotegido tem as chances de intoxicação aumentadas em 72%, e os que entram em contato com o produto em um intervalo de tempo menor que 15 dias tem  43% a mais de chances de intoxicação.

            Peres et al. (2004), em pesquisa semelhante, revelam que, segundo entrevistados, os principais sintomas de intoxicação são dor de cabeça, náuseas e fraqueza. Além disso, Garcia (2001) define como principais sintomas contrações musculares, convulsões, dificuldade respiratória, sangramento nasal e desmaios. Pires et al. (2005) relacionam ainda as atividade agrícolas às intoxicações e tentativas de suicídio pela exposição a agrotóxicos na microrregião de Dourados (MS), principalmente durante a  safra de verão. Silva et al. (2006) salientam que as intoxicações podem, ainda, levar o usuário à óbito.

            A Figura 5 ressalta que a maioria dos entrevistados, nesta pesquisa, frequentemente realiza as atividades de acordo com as condições climáticas, horário de aplicação e regulagem dos equipamentos.

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Figura 5. Fatores considerados pelos agricultores no momento da aplicação dos agrotóxicos. Chapecó, SC, 2011.

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.

           

Recena et al. (2006) relacionaram a intoxicação dos agricultores, não só à ausência de  equipamentos de proteção individual e à toxidade dos produtos, mas, também, às práticas de baixa tecnologia.

Conforme já citado anteriormente, a formulação dos agrotóxicos é composta de elementos químicos poluentes e tóxicos à saúde humana, devendo ser realizado seu armazenamento com extrema cautela e rigor. A maior parte dos entrevistados realiza o armazenamento destes produtos em local fechado e à uma distância segura para as crianças, longe de alimentos e fontes de água. Entretanto, 60% revelaram não sinalizá-los adequadamente, como demonstra a Figura 6.

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Figura 6. Fatores de segurança considerados na definição do local de armazenamento dos agrotóxicos. Chapecó, SC, 2011.

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.

            Castro et al. (2011) analisaram o uso de agrotóxicos em dois assentamentos de reforma agrária em Russas, CE, e verificaram que a maior parte dos entrevistados armazenava os agrotóxicos em suas residências ou o depositavam fora, junto a outros materiais, sem definir uma distância mínima de segurança.

Posteriormente à aplicação dos agrotóxicos, grande parte dos entrevistados toma os cuidados necessários em relação à lavagem dos equipamentos de proteção individual e higiene pessoal, o que é evidenciado na Figura 6. Em relação à lavagem das embalagens vazias, Quintela (2004) relaciona esta prática com a diminuição dos riscos de contaminação, proteção do meio ambiente e ainda permite o aproveitamento integral do produto.

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Figura 7. Práticas de higiene realizadas após a aplicação dos agrotóxicos. Chapecó, SC, 2011.

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.

 

Conforme destacado na Figura 8, 93,3% dos entrevistados realizam a tríplice lavagem. Além disso, todos os entrevistados demonstraram ter conhecimento a respeito da devolução de embalagens, sendo que  83,3% sempre as devolvem.

 

 

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Figura 8. Informações e práticas relacionadas à lavagem e descarte de agrotóxicos. Chapecó, SC, 2011.

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.

 

            Em relação ao comércio ilegal dos defensivos agrícolas, apenas 40% dos agricultores apresentam conhecimento sobre a comercialização de produtos contrabandeados, sendo que de todos os entrevistados, 70% não sabem diferenciá-los de um agrotóxico legal, como pode ser verificado na Figura 9, a seguir. Situações como essa, levou Londres (2010) a afirmar que a fiscalização pelo serviço público quanto às aplicações e utilização de produtos ilegais é inoperante.

            Bedor et al. (2009) destacam que a falta de fisca­lização no acompanhamento técnico e no controle de agrotóxicos faz com que a tomada de decisão do agricultor seja baseada apenas na produtividade, sem levar em conta outros fatores, relativos à saúde e ao meio ambiente.

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Figura 9. Conhecimento dos entrevistados em relação à produtos contrabandeados. Chapecó, SC, 2011.

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos dados analisados nesta pesquisa, é possível constatar que o conhecimento agricultores de Chapecó, referente aos aspectos relacionados à compreensão das informações sobre a manipulação, o armazenamento, o descarte e à legislação fitossanitária de agrotóxicos, é inadequado.  Isso porque, apenas 23,3% dos entrevistados costumam ler, frequentemente, o receituário agronômico, e 30% compreendem todas as informações contidas na bula dos agrotóxicos.  Somente 36,7% revelam compreender totalmente as tarjas, e 20% entendem todos os desenhos presentes nos rótulos dos agrotóxicos. Além disso, 83,3% dos agricultores utiliza algum tipo de EPI, no entanto o fazem parcialmente. Em relação ao armazenamento dos agrotóxicos, 60% revelaram não sinalizá-los adequadamente. E mais, 70% não sabem diferenciar um agrotóxico contrabandeado de um agrotóxico legal.

Neste contexto, a inexistência de políticas efetivas de fiscalização, controle, acompanhamento e aconselhamento técnico adequados, aliados ao baixo nível de instrução dos produtores e ao desconhecimento de outras técnicas produtivas, são fatores que contribuem para os atuais níveis de contaminação à saúde humana e ao meio ambiente.

Ante o exposto, tendo em vista o alto risco oferecido ao meio ambiente e a saúde humana com o uso dos agrotóxicos, são necessárias decisões urgentes para o esclarecimento e conscientização dos agricultores, instruindo e alertando a população sobre riscos eminentes de toxidez e informando a respeito das informações referentes aos agrotóxicos, bem como a utilização correta dos defensivos agrícolas, segundo as normas de biossegurança.

Assim, a gestão e o manuseio correto dos agrotóxicos em áreas agrícolas, regu­lação estatal e a adoção de programas de educação ambiental que conscientizem a população a respeito da contaminação do meio ambiente e da saúde humana, são alternativas para a minimização dos danos decorrentes do uso de agrotóxicos. Portanto, é fundamental que se desenvolvam ações integradas que atuem no preparo das equipes de saúde, na melhoria da escolaridade e na diminuição da desigualdade social da população rural.

 

 

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Ilustrações: Silvana Santos