Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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Dicas e Curiosidades
CHAPADA DIAMANTINA (BA) É PARQUE NATURAL MAIS LEMBRADO POR BRASILEIROS Dados são da pesquisa Parques do Brasil - Percepções da População, do Instituto Semeia
Flickr / andrebatz
Chapada Diamantina O Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA) foi o parque natural mais lembrado por brasileiros em uma pesquisa realizada pelo Instituto Semeia. Mencionado por 53% das pessoas entrevistadas, a Chapada Diamantina é seguida pelo Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), por 50%, e Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA), que correspondeu a 48%. Apesar de a maioria de brasileiros e brasileiras conhecer algum dos 569 parques naturais do Brasil, cerca de um terço ainda não esteve em um lugar como esse. Os dados são da pesquisa “Parques do Brasil - Percepções da População”. Com apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIo) e do Instituto Ekos Brasil, a quarta edição do estudo ouviu 1.539 pessoas de dez regiões metropolitanas do País, entre julho e agosto de 2023, para entender como percebem, interagem e refletem sobre as condições dos parques naturais e urbanos. Divulgação
Referente às visitas realizadas a parques naturais no último ano, o levantamento identificou um aumento (44%) em comparação ao ano anterior (27%), possivelmente devido ao momento pós-pandemia. Ao mesmo tempo em que a pandemia diminuiu as visitações com as restrições sanitárias e a redução na renda da população, trouxe reflexões relativas à relevância destes espaços para a manutenção da saúde física e mental, assim como a qualidade de vida. Quanto às motivações às visitas aos parques naturais, as três primeiras foram o contato direto com a natureza (36%) mostrá-la aos filhos (22%) e indicações de familiares e amigos (21%), seguidas de atrativos e atividades disponíveis nos parques, como esportes de aventura. A quem já visitou, o custo de deslocamento (33%), distância (22%), o custo com hospedagens (20%), a falta de informações sobre os parques (13%) e as atividades disponíveis neles (12%) foram apontados como as maiores barreiras. Quem nunca visitou também indicou custos com deslocamento (42%) e com hospedagem (31%), distância (20%) e desinformação (13%) como obstáculos para conhecer os parques. Divulgação
A coordenadora geral de Uso Público e Serviços Ambientais do Instituto Chico Mendes, Carla Guaitanele, ressalta a importância dos dados apresentados pela pesquisa com relação aos parques naturais, tanto para entender motivações e barreiras à visitação quanto para oferecer insumos à construção de políticas públicas ligadas ao tema. "Os Parques Nacionais têm apresentado um aumento real de visitas a cada ano demostrando maior interesse das pessoas em ambientes naturais apesar de ainda aquém do que vislumbramos. A pesquisa Parques do Brasil, realizada pelo Instituto Semeia, colabora com o aprimoramento das políticas públicas de visitação em nossos parques, diagnosticando frentes que devemos dar maior atenção", afirma. Parques urbanos Acerca das visitas aos parques urbanos, 82% afirmaram já terem feito, sendo 49% no período dos últimos seis meses e 21% até uma vez por mês. As motivações que levaram as pessoas aos parques urbanos foram sair de casa e passear (motivos listados por 48%); descansar e relaxar (para 39%) e contemplar a natureza (para 29%). Atividades sociais e funcionais também atraem visitantes: levar as crianças para brincar (27%), caminhar ou correr (21%), encontrar amigos (18%) e fazer piquenique (16%). Atividades que podem ser praticadas em outros lugares também foram citadas: atividades físicas (10%); passear com pet e namorar (ambos com 8% cada). Com relação às barreiras para visitação aos parques urbanos, 30% responderam distância, 21% preferência por ficar em casa, 14% preferência por outro tipo de passeio e 13% custos. Houve, ainda, impeditivos mencionados a respeito da zeladoria: banheiros e instalações ruins, má iluminação, falta de equipamentos de lazer e segurança. Apesar de todas as regiões metropolitanas alcançadas pela pesquisa possuírem parques urbanos, 20% das pessoas não mencionaram conhecer nenhum espaço como esse. Para a coordenadora de Conhecimento do Instituto Semeia, Mariana Haddad, “este cenário expressa o desafio de impulsionar a visitação nos parques brasileiros junto à opinião pública, enfrentado por gestores e especialistas dessas áreas”. Vivências e sentimentos As sensações referentes à última experiência em parques, tanto naturais quanto urbanos, foram, na maioria, de liberdade, paz e natureza. Para avaliar esses sentimentos, a pesquisa considerou a média das respostas – e, nesse quesito, vale ressaltar que as experiências podem variar consideravelmente de um local para outro. Divulgação
Sentimentos e vivências em parques naturais Quanto aos parques naturais, as avaliações dos 12 aspectos sobre zeladoria, serviços aos usuários e educação ambiental variaram entre 63% e 73% nas atribuições de ótimo e bom. Além disso, 66% atribuíram notas 9 ou 10 e recomendariam a experiência a familiares e amigos. Sobre parques urbanos, 40% dos visitantes o fizeram no último mês, sendo 56% com visitas que duraram entre uma e três horas. Os sentimentos foram de natureza, paz e liberdade. Zeladoria, serviços aos usuários e educação ambiental foram avaliados como bom e ótimo pela maioria, com notas 9 e 10, e 68% das pessoas entrevistadas recomendariam a visitação. Políticas públicas Uma parte das pessoas entrevistadas, 40%, concordam que o governo não dispõe de dinheiro suficiente para oferecer adequadamente os serviços que a população precisa, enquanto 75% acham o governo ineficiente na gestão dos seus recursos e 71% concordam que as parcerias do governo com instituições privadas melhoram o atendimento à população. Quando se trata dos parques brasileiros, 79% das pessoas entrevistadas concordam que o Turismo traz benefícios econômicos e sociais para os parques e seus entornos. Além disso, para 52% o governo tem questões mais prioritárias do que parques para direcionar o dinheiro público. Complementarmente, 58% concordam que o setor público é o mais indicado e eficaz para gerir a conservação da natureza e a educação ambiental nos parques, enquanto 60% concordam que o setor privado é o mais indicado e eficaz para gerir serviços e atrações turísticas nesses espaços. A pesquisa também avaliou a favorabilidade da população ao modelo de concessões/parcerias quando aplicado especificamente a parques, tanto naturais quanto urbanos. No caso dos naturais, 49% das pessoas se mostraram a favor, 22% são contra, 18% são indiferentes à adoção ou não desse modelo e 11% não opinaram. Para os parques urbanos, observou-se uma proporção maior de favorabilidade à adoção de concessões/parcerias: com 54% de pessoas se declarando a favor, 15% contra, 21% indiferentes e 10% que não se manifestaram. Para além desses dados, metade dos participantes da pesquisa têm expectativa de que a gestão dos parques, tanto naturais quanto urbanos, iria melhorar ao passar por um processo de concessão/parceria.
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