Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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Reflexão
UM IMPERATIVO CHAMADO IMPACTO SOCIAL Por Renata Câmara Por muito tempo, empresas de todos os portes trataram - e muitas ainda tratam - as questões sociais dissociadas do seu modelo de negócio. Empresas existem para gerar lucro: essa é a premissa básica e predominante desde que o mundo dos negócios surgiu. Mas a reconciliação entre o econômico e o social já é uma realidade inegável e isso vai muito além de campanhas de responsabilidade social. Quando o termo sustentabilidade começou a circular de forma mais ampla na sociedade, o viés ambiental se destacou como ponto de maior atenção, devido aos impactos que o volume de lixo industrial e doméstico causam no meio ambiente, a poluição continuada de rios e mares, o uso indiscriminado de sacolas e utensílios plásticos, só para citar alguns exemplos. Mas sustentabilidade é um conceito muito mais amplo, ancorado num tripé que integra o pilar ambiental, o social e o econômico. Governos e empresas foram se apropriando deste conceito em sua totalidade de forma muito lenta, mas agora parece que todos decidiram colocar o pé no acelerador e fazer a sua parte. Seja por força dos extremos climáticos, dos índices gritantes de pobreza e vulnerabilidade social, dos impactos desastrosos no meio ambiente ou por todos estes fatores juntos. Os negócios de impacto social surgem para conciliar resultados financeiros com impactos positivos socioambientais e muitos modelos de negócios deste tipo estão atraindo novos empreendedores que são impulsionados por propósitos mais nobres que os motivem a investir e perseguir lucratividade em suas empresas. Uma das molas propulsoras de novos negócios de impacto social tem sido as favelas. Num país como o Brasil, com uma população de cerca de 210 milhões de habitantes, cerca de 13 milhões moram em favelas, sendo 45% delas compostas por jovens entre 16 e 34 anos e com quase 50% destas famílias chefiadas por mulheres. A força destas comunidades e do seu potencial de consumo é tão relevante que foi criada a organização sem fins lucrativos G10, um bloco de líderes e empreendedores de impacto social das favelas, assim os países ricos (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) fundaram o G-7. A
ideia do G-10, é inspirar o Brasil inteiro a olhar para a
favela, tornando as comunidades grandes polos de negócios,
atrativo para investimentos, de forma a “transformar a exclusão
em startups e Empreendimentos de Impacto Social”. Um ponto
importante para os organizadores da iniciativa é deixar claro
que o objetivo não é arrecadar doações ou
patrocínio, mas investimentos que gerem tanto retorno ao
investidor quanto o desenvolvimento econômico das
comunidades.
Fonte: https://www.folhape.com.br/noticias/opiniao/um-imperativo-chamado-impacto-social/323710/
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