Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Formação
do Engenheiro Ambiental e Educação Ambiental: o caso da visita a Empresa de
Saneamento Urbano – S.A.U. Maristela
Zamoner* *Mestre
em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR),
Especialista em Educação Ambiental pelo Instituto Brasileiro de Pós-graduação
e Extensão, Licenciada em Ciências Biológicas (UFPR). Docente
de disciplinas na área biológica na graduação de Engenharia Ambiental da
Faculdade Anchieta de Ensino Superior do Paraná (FAESP); atua na Prefeitura
Municipal de Curitiba (PMC)/Secretaria Municipal da Saúde (SMS)/Centro de Saúde
Ambiental (CSA)/Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental (CVSA). Endereço:
Rua Lívio Peterlle, 283 apto 301 – Tingui – Curitiba/PR – 82620240. Telefone:
(041) 9656 6288; Fax: (041) 3672 2612; E-mails: maristelaz@curitiba.org.br;
mzamoner@sms.curitiba.pr.gov.br. Resumo O curso de Engenharia
Ambiental é um dos cursos superiores da área ambiental que mais crescem no
Brasil. A formação deste profissional é permeada pela Educação Ambiental.
Este entendimento é reforçado pelo fato de que, atualmente, sabe-se que a solução
de vários problemas ambientais, muitos dos quais serão objeto de trabalho de
engenheiros ambientais, dependem primordialmente de Educação Ambiental. A
proposta deste trabalho é analisar uma experiência de visita monitorada
interdisciplinar e sua contribuição para formação do Engenheiro Ambiental.
Foi realizada visita a uma empresa de saneamento urbano que conduz o controle de
populações consideradas pragas urbanas, trabalho intimamente relacionado à ações
de Educação Ambiental. Esta visita foi decisiva para que os alunos
assimilassem a importância das estratégias de Educação Ambiental para sua
futura atuação profissional. Palavras-chave:
Engenharia Ambiental, Educação Ambiental, Visita Monitorada. Title: The Training of Environmental Engineers and
Environmental Education: a case of a visit to an urban sanitation firm Abstract Environmental
Engineering is one of the graduate courses in the Environmental area that has
expanded the most in Brazil. The training of this professional is associated
with Environmental Education. This
understanding is reinforced by the fact that it is currently known that the
solution for many environmental problems – many of which will be the object of
work for environmental engineers – depends primarily on Environmental
Education. This paper aims to analyze an experience of an interdisciplinary
monitored visit and its contribution to the Environmental Engineering training.
There has been a visit to an urban sanitation firm that conducts the control of
populations which are considered urban plagues, a work that is closely related
to the action in Environmental Engineering. This visit was decisive for students
to take in the importance of strategies in Environmental Education for their
future professional performance. Keywords: Environmental Engineering, Environmental
Education, Monitored Visit. Introdução A educação superior
ainda prioriza métodos pouco contributivos para o desenvolvimento de indivíduos
autônomos (ROZENDO, et al., 1999). O
ensino focado exclusivamente na teoria, que é tratada de maneira dicotomizada
da prática, funciona como um receituário para realização de determinada
tarefa, o que compromete a autonomia do indivíduo (SERAFIM, 2001). A forma como
os conteúdos são abordados pode ajudar o indivíduo a se apropriar de informações
e ser capaz de promover sua articulação, favorecendo a compreensão de sua
realidade humana e social (MASETTO, 2000). As vivências de situações
concretas capazes de promover aproximação com a realidade, significam maior
compreensão durante a formação dos indivíduos (BOADA apud SERAFIM,
2001), por isto, a investigação de ações pedagógicas voltadas para prática
é importante. O curso de Engenharia
Ambiental é um dos cursos superiores da área ambiental que mais crescem no
Brasil (REIS et al., 2005). A portaria
que estabeleceu este curso foi a nº. 1.693, de 05 de dezembro de 1994 do MEC
(BRASIL, 1994). O parecer CES n. 1.362, de 12 de dezembro de 2001, que define
princípios, fundamentos, condições e procedimentos da formação de
engenheiros, instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação
em Engenharia (BRASIL, 2001). O mercado de trabalho
deste profissional envolve várias áreas, o que é característico das profissões
que tratam de questões ambientais. A formação do engenheiro ambiental pode
ser entendida como permeada também pela Educação Ambiental, uma vez que a Lei
N° 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui sua Política Nacional,
considera que a Educação Ambiental, diz respeito aos processos que permitem a
construção de valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente. A Engenharia Ambiental também
diz respeito a estas questões. Este entendimento é reforçado pelo fato de
que, atualmente, sabe-se que a solução de problemas ambientais, muitos dos
quais serão objeto de trabalho de engenheiros ambientais, dependem
primordialmente de estratégias de Educação Ambiental (ZAMONER, 2007). Atualmente,
é conhecida a importância das ações de Educação Ambiental não só para a
qualidade do ambiente como também para a saúde humana (Saúde Ambiental).
Neste sentido, os trabalhos educacionais precisam envolver, de maneira
interdisciplinar, a atuação de uma diversidade de profissionais. Para
exemplificar, podemos abordar a questão do controle urbano de populações de
mosquitos e roedores transmissores de doenças, como dengue e leptospirose,
respectivamente. Este tipo trabalho prescinde ações de manejo ambiental como
controle de fatores ambientais que favorecem a instalação e proliferação
destas populações consideradas pragas urbanas. O controle destes fatores
ambientais, por sua vez, depende da colaboração efetiva das populações
humanas expostas aos referidos riscos de doenças. Esta colaboração se dá em
conseqüência de estratégias de sensibilização - Educação Ambiental. No
Brasil, estas ações são atribuídas ao governo, por meio de suas Secretarias
de Saúde, que já vêm abrindo concursos e contratando engenheiros ambientais
(ZAMONER, 2006). Algumas das Secretarias Municipais de Saúde terceirizam estes
serviços, contratando empresas especializadas em ações que incluem a Educação
Ambiental das populações sob a responsabilidade da contratante. Estas empresas
também podem contar com engenheiros ambientais no seu quadro profissional. Desta
forma, percebe-se que é essencial que o engenheiro ambiental seja um
profissional com conhecimento teórico e prático da Educação Ambiental, da
qual dependerá, em muitas situações, para a qualidade da sua atuação
profissional. Entretanto,
de acordo com a portaria que instituiu o curso de Engenharia Ambiental no
Brasil, a Educação Ambiental não é uma disciplina obrigatória (BRASIL,
1994). Nestes termos, a Educação Ambiental do futuro engenheiro ambiental fica
relegada às estratégias oportunizadas ou não por alguns de seus professores,
através de atividades interdisciplinares ou paralelas à educação formal.
Estas estratégias podem incluir visitas a uma diversidade de locais
relacionados à Educação Ambiental: museus, feiras, sistemas domésticos de
utilização de águas pluviais, empresas de tratamento de resíduos, empresas
de saneamento urbano etc.. As visitas constituem estratégias que permitem ao
aluno uma vivência de aproximação com a realidade, favorecendo uma visão
ampla dos conhecimentos necessários para futura atuação profissional de
qualidade. A sensibilização dos futuros engenheiros ambientais para a
necessidade do conhecimento teórico e prático a respeito da Educação
Ambiental, pode ser enfaticamente oportunizada por meio de visitas a empresas
prestadoras de serviços ambientais, que incluem de maneira indispensável ações
de Educação Ambiental. Curitiba é uma das
cidades brasileiras com maior número de cursos de Engenharia Ambiental (BRASIL,
2004). Desta forma, esta cidade é particularmente interessante para o estudo da
formação deste profissional, o que já vem ocorrendo (ZAMONER, 2006). Nesta cidade, a
empresa terceirizada que presta serviços de saneamento urbano é a S.A.U. –
Saneamento Ambiental Urbano, tendo assumido a responsabilidade de controle dos
mosquitos e roedores transmissores de doenças. Esta empresa iniciou suas
atividades como terceirizada da Prefeitura Municipal de Curitiba (PMC) –
Secretaria Municipal da Saúde (SMS), no ano de 2002, desde quando vem atuando
em ações de controle ambiental que incluem extensas atividades de Educação
Ambiental. Estas atividades abrangem: capacitação de agentes de controle
ambiental que entram em contato direto com a população para orientação no
sentido preventivo; estudos e eventos na área de educação ambiental; produção
de material educativo e abertura para visitas monitoradas de estudantes da Educação
Básica e Superior. A proposta deste
trabalho é analisar a experiência de uma visita monitorada de alunos do 5º
período de Engenharia Ambiental da Faculdade Anchieta de Ensino Superior do
Paraná – FAESP, à empresa S.A.U. – Saneamento Ambiental Urbano, analisando
sua contribuição para formação do Engenheiro Ambiental, com especial enfoque
no reconhecimento da importância da Educação Ambiental para futura atuação
profissional. Metodologia Foi realizada visita
monitorada como método interdisciplinar, relacionando conteúdos de: ·
Biologia Geral (disciplina cursada
no primeiro semestre de 2006); ·
Ecologia Geral (disciplina cursada
no segundo semestre de 2006); ·
Ecologia Aplicada (disciplina
cursada no primeiro semestre de 2007); ·
Bioquímica (disciplina cursada no
primeiro semestre de 2007); ·
Saúde Ambiental (disciplina não
cursada, obrigatória e prevista para o segundo semestre de 2008); ·
Educação Ambiental (disciplina não
cursada, não obrigatória e prevista como optativa). Participaram da visita
nove alunos do 5º Período do curso de Engenharia Ambiental da Faculdade
Anchieta de Ensino Superior do Paraná (FAESP). A visita ocorreu no primeiro
semestre de 2007, no mês de junho. A Empresa Saneamento
Ambiental Urbano (S.A.U.) A S.A.U. é uma
empresa que realiza serviços de saneamento urbano para outras empresas e para
órgãos governamentais como, por exemplo, prefeituras. As atividades que
desempenha para a PMC/SMS incluem o controle do mosquito transmissor de doenças
como Dengue (especialmente do gênero Aedes),
o controle de populações murinas e recolhimento de animais mortos. O trabalho
realizado pela empresa abrange atividades permanentes de Educação Ambiental
das populações expostas aos riscos de doenças provenientes da proliferação
excessiva de mosquitos e roedores. Educação Ambiental
realizada pela S.A.U. O controle das populações
que são consideradas pragas urbanas depende do comportamento das populações
humanas, portanto, depende essencialmente de estratégias constantes e
eficientes de Educação Ambiental. Estas estratégias são promovidas pela
S.A.U. de maneira direcionada a cada problemática ambiental focada em seus
objetivos: ·
a proliferação de mosquitos
transmissores de doenças ocorre em diversos reservatórios de água, inclusive
pneus, vasos, latas e outros resíduos que, em geral, são mal gerenciados pelas
próprias populações humanas. Logo, a solução deste problema depende da
sensibilização das pessoas. Como a S.A.U. trabalha com questões que abrangem
esta sensibilização, a atividade de Educação Ambiental é essencial para a
efetividade dos serviços de controle dos mosquitos transmissores de doenças.
Agentes de controle são capacitados e visitam as residências dos moradores
verificando condições ambientais que representam riscos para o desenvolvimento
de mosquitos. Paralelamente, os agentes de controle conversam com os moradores,
instruindo para que assumam atitudes preventivas. Nestas ocasiões, também são
distribuídos materiais educativos; ·
a proliferação dos roedores
ocorre comumente em centros urbanos devido à: disponibilização de abrigo,
alimento, água e acesso (conhecidos como 4 As). Os hábitos humanos que
constituem estes fatores são: deixar restos de alimentos expostos, facilitar o
acesso dos animais, oportunizar locais para abrigo e aquisição de água. Para
o efetivo controle das populações murinas, é indispensável o manejo
ambiental dos destes fatores que favorecem a sua instalação e proliferação.
Assim, a sensibilização das pessoas é indispensável. A S.A.U., portanto,
atua também neste aspecto com atividades de Educação Ambiental. Os agentes de
controle são treinados para realização do controle efetivo das populações
murinas e também sensibilização das populações humanas. Equipes especiais são
direcionadas às áreas de maior ocorrência de roedores e as populações
humanas são orientadas sobre os cuidados em relação aos 4 As, ao uso de
venenos não autorizados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
e aos riscos para a saúde. Também são distribuídos materiais educacionais
com informações voltadas ao controle das condições ambientais capazes de
reduzir as populações murinas e consequentemente os riscos à saúde. Visita – Empresa
Saneamento Ambiental Urbano (S.A.U.) A duração da visita
foi de 4 aulas, em um sábado pela manhã. As quatro aulas foram divididas em três
momentos distintos, descritos a seguir: 1.
Os alunos foram recebidos no estacionamento coberto da empresa, que foi
preparado para a visita com a colocação de cadeiras e instalação de
equipamento de projeção de slides. Inicialmente, assistiram a uma palestra
ilustrada, proferida por duas funcionárias da empresa, uma Licenciada em Ciências
Biológicas e outra graduada em Pedagogia. Neste momento, os alunos foram
esclarecidos sobre: os aspectos biológicos do vetor transmissor da doença
Dengue e dos roedores; as doenças que transmitem; a necessidade da Educação
Ambiental para seu efetivo controle. Foi abordado o trabalho da empresa como um
todo, mas, com especial enfoque em relação à Educação Ambiental da população
como estratégia permanente, visando controle das populações de mosquitos e
roedores. Também foram apresentados os resultados que a empresa vem obtendo,
tanto em relação ao controle de mosquitos e roedores, quanto em relação à
sensibilização da população. 2.
Na seqüência, os alunos foram encaminhados ao laboratório de
identificação de espécies (principalmente mosquitos), onde tiveram contato
com as técnicas de identificação das espécies reconhecidas como vetores. Os
funcionários da empresa mostraram o trabalho de recebimento e identificação
de animais. Foram abordadas, especialmente, as diferenças entre os gêneros Aedes
(reconhecimento de duas espécies transmissoras) e Culex
(mosquitos com ocorrência freqüente, mas, não transmissores de Dengue). O
reconhecimento foi feito nas fases larvais e de adultos. Foi discutido que a
população vem sendo esclarecida sobre as características dos referidos
vetores, porque nota-se o envio de animais de outros grupos além de mosquitos.
Este esclarecimento da população é muito importante, principalmente tendo em
vista que, em uma situação de ocorrência de uma epidemia, poderia haver perda
de tempo dos técnicos com animais de grupos muito distintos do inseto alvo. Foi
relatado que a população, quando desinformada, envia grande quantidade de
animais que não são nem mosquitos. Esta é a situação que compromete o tempo
dos técnicos que, obrigatoriamente, devem responder à cada envio de exemplar
biológico. Este relato mostra a importância dos processos de Educação
Ambiental da população. 3.
Em seguida, direcionaram-se para um espaço onde estava disposta uma
maquete educativa, a Maquete Ambiental. Este material de Educação Ambiental
foi desenvolvido pelo Centro de Saúde Ambiental da PMC/SMS e apresenta cerca de
20 problemas ambientais como: riscos em relação à saúde do trabalhador, má
destinação de resíduos sólidos (lixo), poluição de rios, riscos de
proliferação de mosquitos transmissores de Dengue, disponibilidade de
alimentos, acesso, água e abrigo para roedores etc.. Existe quase uma dezena de
Maquetes Ambientais distribuídas pelos Distritos Sanitários da cidade, sendo
utilizadas nos mais diversos eventos que abrangem estratégias de Educação
Ambiental. Este material didático tem por objetivo apresentar os diversos
problemas ambientais urbanos em uma visão ampla e simultânea. A Maquete
Ambiental é utilizada em programas de Educação Ambiental, sendo reconhecida
como eficiente para sensibilizar a respeito de problemas e da relevância da
responsabilidade individual no gerenciamento urbano. A estratégia utilizada
pelos educadores é a apresentação da maquete e discussão de cada situação
representada. Primeiramente, descreve-se um problema ambiental escolhido na
maquete, seu risco à saúde e, posteriormente, a atitude ambientalmente correta
que cada cidadão deve assumir para preservação do ambiente e da saúde. Desta
forma, procede-se com os diversos problemas representados, em uma ampla explanação. Os alunos foram
orientados a realizar, em casa, um relatório completo sobre as atividades
vivenciadas na visita. Na aula seguinte, os
relatórios foram entregues e os alunos receberam formulários para proceder à
avaliação dos três momentos organizados pela S.A.U. Para cada um dos três
momentos da visita o aluno escolheu uma das alternativas: “Muito Bom”;
“Regular”; “Ruim”, justificando sua escolha. Também atribuíram uma
nota geral à visita. Foi aberto um debate para discutir: ·
a importância da visita para a
formação como engenheiro ambiental; ·
as características da empresa
visitada e de seus funcionários; ·
os trabalhos ambientais da
empresa; ·
os problemas relacionados com
mosquitos vetores de doenças, populações murinas e animais mortos; ·
os conteúdos das diversas
disciplinas envolvidas nos conhecimentos abrangidos na visita; ·
a importância decisiva do
trabalho de Educação Ambiental para estratégias de controle ambiental de
pragas urbanas; ·
a relevância do fato de que, na
empresa, a Educação Ambiental é conduzida por profissionais com formação na
área da educação: Licenciatura em Ciências Biológicas e graduação em
Pedagogia, que agem de forma articulada com profissionais de outras áreas. As disciplinas e conteúdos
que permearam a visita de maneira interdisciplinar foram: ·
Biologia Geral: ·
seres vivos: Reino Animalia (artrópodos,
roedores e outros animais); ·
biologia de mosquitos vetores
transmissores de Dengue; ·
caracterização da doença
Dengue; ·
biologia de roedores; ·
caracterização das doenças
transmitidas por roedores, principalmente leptospirose. ·
Ecologia Geral: ·
relações ecológicas
(parasitismo, comensalismo, cleptoparasitismo etc.); ·
condições ambientais que
favorecem o desenvolvimento dos vetores da doença Dengue; ·
condições ambientais que
favorecem o desenvolvimento dos roedores; ·
estrutura dos ecossistemas; ·
produção e decomposição; ·
cadeias e teias alimentares; ·
estrutura das comunidades. ·
Ecologia Aplicada: ·
crescimento populacional; ·
ecologia de populações: controle
de populações que constituem pragas urbanas; ·
interações entre populações; ·
ecologia e dinâmica de
comunidades; ·
fatores ecológicos –
limitantes; ·
mudanças globais – temperatura
global e desenvolvimento de insetos; ·
recursos naturais renováveis,
proteção, degradação e recuperação; ·
desenvolvimento e manutenção do
equilíbrio ecológico; ·
técnicas de manejo ambiental para
controle das populações de roedores; ·
técnicas de manejo ambiental para
controle das populações de mosquitos, especialmente do gênero Aedes. ·
Bioquímica: ·
tratamento de águas de piscinas; ·
controle químico de mosquitos,
especialmente do gênero Aedes; ·
controle químico de populações
murinas. ·
Saúde Ambiental: ·
Saúde Pública e Saúde Coletiva;
·
zoonoses; ·
doenças ambientais; ·
Vigilância Sanitária e Vigilância
em Saúde Ambiental; ·
ambientes saudáveis. ·
Educação Ambiental: embora esta
disciplina não seja obrigatória, inevitavelmente permeou o trabalho
interdisciplinar através dos seguintes conteúdos: ·
Estratégias de sensibilização
das populações para o controle dos fatores favoráveis ao desenvolvimento dos
vetores da doença Dengue; ·
Estratégias de sensibilização
das populações humanas para o controle dos fatores que favorecem o
desenvolvimento de populações murinas; ·
Estratégias de sensibilização
das populações humanas para o controle do uso irregular de produtos químicos
para o controle de populações murinas; ·
Estratégias de sensibilização
das populações humanas para a importância da correta separação dos resíduos
urbanos. Resultados e discussão A média de notas
atribuídas à visita foi de 9,0, sendo que a mais alta foi 10,0 e a mais baixa
foi 7,0. A avaliação escrita
dos alunos, em formulários, apresentou os seguintes dados: ·
Palestra: todos os alunos
consideraram a palestra como um momento “Muito Bom”; ·
Laboratório: um aluno entendeu
que o momento no laboratório foi “Regular”, justificando que teve
dificuldades em relação ao uso do microscópio. Todos os demais consideraram
“Muito Bom”; ·
Maquete Ambiental: o momento da
explanação com a Maquete Ambiental foi considerado “Regular” por dois
alunos, que justificaram considerando que houve pouco tempo disponibilizado para
esta atividade. Todos os demais consideraram “Muito Bom”; ·
Nenhuma atividade foi considerada
“Ruim” por nenhum aluno. Durante o debate sobre
esta visita, realizado em sala de aula, os alunos mostraram-se surpresos com o
trabalho realizado pela empresa, relatando que não imaginavam que existisse uma
empresa como a visitada. Analisaram que, por meio da visita monitorada, foi possível
perceber a importância de diversos aspectos, dentre os quais se destacam: ·
conhecer os aspectos biológicos
das espécies consideradas pragas; ·
compreender a relação entre
ambiente, transmissão de doenças e Educação Ambiental; ·
a importância do controle de águas
de piscina e outros reservatórios; ·
a relevância do manejo ambiental
para redução ao mínimo de produtos químicos para controle de pragas; ·
a necessidade da Educação
Ambiental não só como estratégia para solução dos problemas ambientais,
como também como conhecimento teórico necessário á sua formação. A leitura dos relatórios
permitiu perceber que: ·
os alunos relacionaram
adequadamente os conteúdos das diversas disciplinas, compreendendo a natureza
interdisciplinar das questões ambientais; ·
assimilaram os aspectos
apresentados na visita, reconhecendo a importância da Educação Ambiental para
o controle de populações consideradas pragas urbanas e consequentemente para o
controle da disseminação de doenças. Conclusões Esta
estratégia de visita monitorada foi eficiente para o estudante de engenharia
ambiental compreender os aspectos ambientais relacionados ao controle de pragas
urbanas. Percebeu-se que também foi eficiente como estratégia para que o aluno
perceba a natureza interdisciplinar destas questões, favorecendo uma vivência
prática de possibilidades de atuação profissional. A
visita foi decisiva para que os futuros engenheiros ambientais assimilassem a
importância das estratégias de Educação Ambiental, bem como a necessidade
deste conhecimento para futura atuação profissional. Considerações
finais Uma
vez que a Educação Ambiental é decisiva para a eficiência de muitas ações
voltadas à qualidade ambiental e até mesmo à saúde de populações humanas,
dever-se-ia discutir a possibilidade de inseri-la como disciplina obrigatória
nos cursos de Engenharia Ambiental, já que o objetivo desta graduação é
formar um profissional cujo objeto de trabalho é o Ambiente. Outra
possibilidade é a avaliação de uma política que sustente a Educação
Ambiental como abordagem transversal obrigatória na Educação Superior da área
ambiental, nos moldes propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais da
Educação Básica (BRASIL, 1997). Enquanto
a Educação Ambiental não é uma disciplina obrigatória e/ou não tem sua
abordagem transversal estruturada em graduações voltadas á formação de
profissionais da área ambiental, as visitas que permitem ao estudante desta área
perceber a sua importância podem ser essenciais para a futura atuação
profissional. Referências
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