Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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27/09/2019 (Nº 69) REUTILIZAÇÃO DO ÓLEO NA PRODUÇÃO DE VELAS AROMÁTICAS: UMA PRÁTICA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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REUTILIZAÇÃO DO ÓLEO NA PRODUÇÃO DE VELAS AROMÁTICAS: UMA PRÁTICA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Thainá Marcella Cordeiro1*, Claudia Cristina Rossoni1, Fabiane Jacinto1, Jéssica Cousseau Pilonetto1, Vanessa Aparecida Ribeiro Alberti1, Anelize Queiroz Amaral2, Rosangela Maria Boeno2

1Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas, Departamento de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Dois Vizinhos, PR, Brasil– E-mail: thainamarcella@gmail.com

2 Docente Adjunta do Curso de Ciências Biológicas, Departamento de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Dois Vizinhos, PR, Brasil E-mail: anelizeamaral@utfpr.edu.br



Resumo

O presente trabalho tem por objetivo a integração do processo educativo com a temática ambiental na reutilização de óleo usado na produção de velas aromáticas, possibilitando um processo educativo de Educação Ambiental. Teve-se a participação de professores em uma oficina de reutilização do óleo para produção de velas, em uma ação do Projeto Sala Verde nas Ondas do Rio Iguaçu. O instrumento utilizado para coleta de dados foi um pré-questionário e depois foram feitas análises quali-quantitativas. Os resultados possibilitaram a confecção de gráficos, bem como análise dos trechos descritos pelos próprios professores. Foram produzidas inúmeras velas coloridas e aromatizadas, buscando associar a reutilização de resíduos com a produção de objetivos que podem ser utilizados para fins de captação de renda, uma vez que os alunos desses professores encontram-se em áreas de vulnerabilidade social. Este trabalho permitiu concluir que as atividades de Educação Ambiental são de extrema importância, não somente para alunos, mas para professores e para a sociedade em geral, que por vezes não se dão conta da relevância de tal atividade.

Palavras chave: Educação Ambiental. Professores. Quali-quantitativa.



Abstract

The present work aims to integrate the educational process with the environmental theme in the reuse of used oil in the production of aromatic candles, making possible an educational process of Environmental Education. Teachers participated in an oil reuse workshop to produce candles, in an action of the Green Room Project on the Waves of the Iguaçu River. The instrument used for data collection was a pre-questionnaire and then qualitative and quantitative analyzes were performed. The results enabled the creation of graphs, as well as analysis of the excerpts described by the teachers themselves. Numerous colored and flavored candles were produced, seeking to associate the reuse of waste with the production of objectives that can be used for income capture purposes, since the students of these teachers are in areas of social vulnerability. This work allowed to conclude that the activities of Environmental Education are of extreme importance, not only for students, but for teachers and for society in general, that sometimes do not realize the relevance of such activity.


Keywords: Environmental Education. Teachers. Qualitative-quantitative.



1 INTRODUÇÃO

Existem indagações referentes aos resíduos que vêm sendo abordadas por especialistas do campo ambiental como sendo um sério problema urbano da atualidade. Apesar da complexidade do tema, percebe-se que muitos programas de Educação Ambiental são implementados de modo pragmático, reducionista, visando somente a solução dos problemas relacionados a esta problemática, com enfoque apenas às questões relacionadas a reciclagem e a coleta seletiva de resíduos (LAYARGUES, 2002).

Para Layargues (2002), na busca de solução de problemas, a Educação Ambiental é desenvolvida na maioria das vezes, numa perspectiva pragmática, o que torna a reciclagem do lixo uma atividade-fim, ao invés de refletir para o questionamento das causas e consequências da questão dos resíduos.

Layrargues e Lima (2014, p. 30-31) ao se referirem a esta macrotendência pragmática:

Que abrange, sobretudo, as correntes da Educação para Desenvolvimento Sustentável e para o Consumo Sustentável, é expressão do ambientalismo de resultados, do pragmatismo contemporâneo e do ecologismo de mercado [...]. Caracterizam esse cenário pragmático a dominância da lógica do mercado sobre as outras esferas sociais, a ideologia do consumo como principal utopia, a preocupação com a produção crescente de resíduos sólidos, a revolução tecnológica como última fronteira do progresso e a inspiração privatista que se evidencia em termos como economia e consumo verde, responsabilidade socioambiental, certificações, mecanismos de desenvolvimento limpo e ecoeficiência produtiva

Conforme contexto apresentado, observa-se a importância de se levar para o palco da Educação processos educativos relacionados à temática ambiental que compreendam uma reflexão acerca do atual modelo de relação sociedade-natureza que já não se sustenta mais. Através desta ponderação, Carvalho (2006) defende que:

[...] o processo educativo é sempre apresentado como uma possibilidade de alteração desse quadro, isto é, como um agente eficaz de transformação. Muitas vezes a contribuição do processo educativo para as mudanças almejadas é de tal forma supervalorizada que leva facilmente a idealização ou a mistificação.

Observa-se que devido à supervalorização do papel educacional, é comum encontrar autores que abordam o tema de maneira definida como “ilusão pedagógica”, que remete a uma reflexão primeiramente dos limites e as reais possibilidades do processo educativo, como um dos caminhos para a chamada “crise ambiental” que Leff (2009) menciona como sendo na verdade uma “crise civilizatória”, que segundo Amaral (2018, p. 26) trata-se de uma “crise provocada por uma racionalidade baseada em um modelo de produção capitalista, onde sujeitos socialmente organizados se orientam por meio de uma racionalidade econômica proposta pela modernidade”.

Dentro do contexto abordado tem-se como uma das maiores problemáticas ambientais na atualidade a poluição por meio do descarte incorreto dos resíduos ao meio ambiente, questão preocupante, pois dependendo da forma de descarte pode-se causar grandes problemas ambientais. Diante disso, é fundamental que dentro das Escolas de Educação Básica trabalhe-se de forma crítica de modo a sensibilizar os educandos com relação a esta temática, evitando que os resíduos sólidos de alguma forma cheguem ao solo ou na água, gerando impactos negativos ao meio ambiente.

A reutilização do óleo é uma ação de extrema importância, quem trabalha com grandes quantidades de óleo diariamente encontra dificuldades em descartá-lo corretamente, uma atitude simples pode evitar que o óleo usado seja descartado nos ralos da pia, solo ou no lixo, causando problemas ambientais.

Assim, a Educação Ambiental se faz necessária, e requer o apoio da população para que o processo de descarte do óleo seja correto (SILVA, 2013, p. 11). A produção de velas aromáticas com óleo usado contribui para que este não seja descartado de forma indevida, além disso, as velas podem ser decorativas, coloridas e aromatizadas servindo como objetos de decoração e fonte de renda.

O presente estudo traz como objetivo a integração do processo educativo com a temática ambiental na reutilização de óleo usado na produção de velas aromáticas com professores de uma determinada Escola Pública possibilitando um processo efetivo da Educação Ambiental.



2 MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho foi desenvolvido com oito professores de uma Escola pública de Educação Básica do município de Dois Vizinhos no sudoeste do Paraná. Para tanto, os professores participaram de uma oficina de reutilização do óleo na produção de velas aromáticas: uma prática de Educação Ambiental, durante uma ação do Projeto Sala Verde nas Ondas do Rio Iguaçu em que se trabalhou antes da oficina diversos conceitos relacionados à perspectiva crítica da Educação Ambiental.



2.1 Abordagens de Pesquisa

A abordagem de pesquisa proposta neste trabalho é quali-quantitativa. Para Denzin e Lincoln (2006) a pesquisa qualitativa vai muito além de um campo de investigação, onde conceitos e suposições estão interligados, tendo como premissa diversas práticas materiais e interpretativas, que visam modificar o mundo com uma série de ideias, incluindo entrevistas, gravações, lembretes e fotografias. Para os autores esse tipo de pesquisa busca compreender cenários naturais, abordando significados às pessoas que as conferem.

Segundo Gibbs (2009), esse tipo de pesquisa procura abordar o mundo fora dos contextos especializados de laboratório, entender, descrever e às vezes explicar os fenômenos sociais de maneiras diferentes. Gibbs (2009) também afirma que os pesquisadores qualitativos buscam acesso a diversas experiências, interações e documentos no contexto natural, buscando dar espaço às particularidades dos materiais a serem estudados.

Já a pesquisa quantitativa segundo Raupp e Beuren (2006, p.92) “caracteriza-se pelo emprego de instrumentos estatísticos, tanto na coleta quanto no tratamento dos dados”.

Portanto, este estudo trabalhará de forma quali-quantitativa, onde “o conjunto de dados quantitativos e qualitativos, [...] não se opõem. Ao contrário se completam, pois a realidade abrangida por eles interage dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia” (MINAYO, 2002, p. 22).

Desta forma trabalharemos tanto com a abordagem de pesquisa qualitativa nas discussões dos trechos descritos pelos professores, bem como a abordagem quantitativa na apresentação dos gráficos estatísticos.



2.2 Procedimentos de Pesquisa

Os procedimentos da pesquisa iniciaram com a aplicação de um pré-questionário por meio do qual buscou-se investigar os conhecimentos prévios que os entrevistados tinham sobre esse tema, constatando-se que os professores já conheciam sobre a Educação Ambiental e também sobre o descarte correto do óleo de cozinha.

Em seguida deu-se início a uma explanação teórica sobre a história da Educação Ambiental, bem como seus principais eventos desde a década de 60 e 70 e as macrotendências político-pedagógicas da Educação Ambiental, enfocando na perspectiva crítica.

Posteriormente, realizou-se atividade na prática, a presente prática visou a confecção de velas aromáticas por meio da reutilização do óleo de cozinha usado e a utilização de outros materiais como a parafina, o barbante, essência e o giz de cera para a produção das velas. Para a realização deste processo educativo, foram utilizados para a confecção de cada vela: 1 colher de sopa de parafina; 2 colheres de sopa de óleo; raspas de giz de cera (diversas cores); essências (de acordo com a preferência); formas de silicone; barbante; refratário de vidro; prendedor de roupas e micro-ondas.

Dessa maneira, a prática prosseguiu da seguinte forma: em um refratário de vidro colocou-se uma colher de parafina para duas colheres de óleo, misturou-se as raspas de giz de cera, adicionou-se a essência e para finalizar os ingredientes foram levados ao micro-ondas por 1 minuto (Figura 1). Passado este tempo mexeu-se a mistura dos materiais e estes foram colocados por mais 1 minuto no micro-ondas.

Figura 1 – Mistura de óleo usado, parafina e raspas de giz.

Fonte: Autoras, 2018

Após esse tempo verificou-se se a mistura estava diluída e então nas formas de silicone arrumou-se o barbante preso pelo prendedor de roupas e despejou-se o líquido contendo as misturas que haviam sido levadas ao micro-ondas (Figura 2).

Figura 2 – Formas de silicone

Fonte: Autoras, 2018



No decorrer desta etapa, esperou-se cerca de 30 minutos para a retirada das velas das formas e estas estarem prontas para serem utilizadas (Figura 3).

Figura 3 – Velas finalizadas.

Fonte: Autoras, 2018

Através das atividades propostas nesse projeto, de acordo com Hammes (2012, p. 137), o indivíduo tem a possibilidade de desenvolver habilidades em suas relações ambientais e repensar suas atitudes em busca de um lugar com pessoas que busquem a cidadania.

Após essa prática foi implementado na Sala Verde a coleta de óleo da comunidade acadêmica no espaço que foi construído para esse fim (Figura 4).

Figura 4 – Cantinho do óleo.

Fonte: Autoras, 2018



3 RESULTADOS E DISCUSSÕES



A primeira pergunta do questionário interrogou: “Vocês já participaram de alguma ação de Educação Ambiental? Descreva”. As respostas analisadas possibilitaram a construção do gráfico 1.

Gráfico 1 – A participação em ações de Educação Ambiental de professores da Educação Básica.

Fonte: Autoras, 2018

Conforme o gráfico 1, observa-se que 50% dos sujeitos nunca participaram de ação de Educação Ambiental e 50% já participaram, conforme fragmentos das falas dos entrevistados, a seguir:

Sim. PANCs, aproveitamento de palets, reflorestamento de áreas urbanas, construções de hortas. ”

Sim. Na escola fundamental sim, temos a Educação Ambiental, cultivo de plantas, mudas, visita ao horto municipal”.

Analisando os trechos acima, observa-se que as ações estão relacionadas às práticas, como: cuidados com o lixo, plantio e produção de mudas, hortas e reutilização de resíduos. No entanto, nos trechos mencionados não está claro se os trabalhos envolveram um questionamento sobre o consumismo, obsolescência programada e simbólica e o nosso atual modelo de relação sociedade-natureza.

De acordo com Layargues (2002, p.1), o lixo na atualidade é indicado como sendo o mais preocupante dos problemas ambientais. O autor ainda relata que a reciclagem vem sendo implantada em atividades educacionais como sendo a solução dos problemas, sendo que o correto seria gerar questionamentos sobre as causas e os impactos que o lixo pode trazer.

Além disso, torna-se necessário refletir sobre nossas atitudes e trazer reflexões acerca do nosso padrão de consumismo que já não se sustenta mais.

Quando questionados sobre a destinação do óleo de cozinha em suas residências, obteve-se as seguintes respostas:

Uso pouco, mas elimino na horta”.

É separado para fazer sabão e detergente”.

O óleo utilizado é reservado em potes de conserva para doação, as escolas utilizam para fazer sabão”.

Ao observar os trechos citados acima percebe-se que muitas pessoas realizam o descarte do óleo de forma eficiente sendo utilizado na fabricação de sabão como foi citado, mas lamentavelmente ainda existem pessoas que fazem o descarte incorreto do óleo sendo eliminado no solo de hortas por exemplo. É importante salientar que o óleo ao entrar em contato com solo ou água forma uma camada a qual impede a absorção de nutrientes pelas plantas, oxigênio para peixes e fitoplânctons, impede o crescimento de microrganismo que são necessários para as plantas, solo e água, além de poder ser transportado para os lençóis freáticos contaminando as fontes de água potável.

Se considerar o número de pessoas que faz o descarte do óleo nas redes de esgoto, a capacidade da contaminação irá causar um grande impacto na flora e fauna existente nas proximidades, para realizar a descontaminação destes ambientes geralmente custa caro e nem sempre se torna viável por ser um processo complexo (RESENDE, 2014).

As respostas à questão número três realizada com os participantes: “Você faz algum tipo de destinação correta para o óleo de cozinha? Quais?” Resultou no gráfico 2.

Gráfico 2 – Realização de uma destinação correta para o óleo de cozinha

Fonte: Autoras, 2018.

De acordo com o gráfico 2, observa-se que 12,5% dos indivíduos participantes não realizam a destinação correta do óleo de cozinha e 87,5% destinam o óleo de forma correta, conforme respostas a seguir:

Guardo em uma vasilha descartável e depois faço sabão”.

Toda vez que é descartado é coletado em um vidro de amaciante vazio, e depois é feito sabão caseiro”.

Postos de coletas em supermercados”.

Quando questionados sobre a importância da reutilização do óleo, obteve-se os resultados apresentados no gráfico 3:

Gráfico 3 – Importância da reutilização do óleo

Fonte: Autoras, 2018

No gráfico 3 podemos observar que 100% das pessoas responderam à questão de forma positiva mesmo não realizando tal atitude no seu dia-a-dia conforme análise feita no gráfico 2. Na sequência, algumas das respostas referentes ao gráfico 3:

Todos os produtos que podem ser reutilizados devem ser reaproveitados, pois assim interfere-se menos no ambiente, além de diminuir a extração de recursos naturais”.

Evita a contaminação do solo”

Não polui a natureza. É aproveitado para fazer outras coisas e também ajudam na economia. Ex: sabão”.

Quando questionados sobre citar alguns problemas ambientais que o óleo pode causar quando descartado incorretamente na pia ou solo, podemos ver abaixo algumas das respostas:

Poluição dos rios, solo, meio ambiente em si. Prejudica a vida dos animais, ser humano e vegetais”.

Se for na fossa ocorre a contaminação do solo e lençóis freáticos e se tiver rede de esgoto vai para o tratamento tornando-o mais caro”.

Vai para o esgoto que contamina as águas e é difícil de separar da água que volta a ser tratada”.

Assim a confecção de velas ecológicas reutilizando óleo e outros materiais como giz de cera, parafina, barbante, etc., permite trabalhar vários aspectos dentro de uma temática, buscando associar a reutilização de resíduos com a produção de objetos que podem ser utilizados para fins lucrativos, decorando e aromatizando ambientes. Alguns participantes nunca haviam participado de uma ação de Educação Ambiental, o que evidencia ainda mais a importância desta ação.

Foi possível observar que poucos realizam o descarte incorreto do óleo de cozinha, a maioria tem consciência dos problemas do descarte incorreto. Além disso, a maioria cita o sabão como produto final resultante da reutilização do óleo, desconhecendo outras formas.

Diante disso, a confecção das velas foi algo novo, onde puderam observar que os procedimentos são simples e de fácil acesso tanto na sua produção, quanto economicamente.

Por fim, foram produzidas inúmeras velas coloridas e aromatizadas com vários formatos, demonstrando que é possível a destinação final deste resíduo de uma forma prática e criativa.



4 CONCLUSÕES

Com este trabalho foi possível concluir que as atividades de Educação Ambiental são de extrema importância, não somente para os alunos, mas para professores, para a sociedade em geral, que por vezes não se dá conta da relevância de tal atividade, uma vez que normalmente as atividades são desenvolvidas no âmbito escolar tão somente para alunos, de forma pragmática.

Ressalta-se que, além da produção de velas, nesse processo educativo fez-se um trabalho de reflexão acerca do consumismo e sobre o atual modelo de relação sociedade-natureza, o que é fundamental para a educação ambiental, o que mostra claramente a necessidade de uma formação continuada sobre esta temática para professores, pois muitos não tinham conhecimento sobre a área.

Pode-se concluir que com essa atividade, além de desenvolver bons hábitos de Educação Ambiental, abrange uma questão cultural social, pois com a fabricação das velas aromáticas a abordagem abre a possibilidade de obtenção de uma renda extra, além de embelezar esteticamente diversos ambientes.



5 REFERÊNCIAS

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DENZIN, Normam K; LINCOLN, Yvonna S. O planejamento da Pesquisa Qualitativa: Teorias e Abordagens. Tradução Sandra Regina Netz. Porto Alegre: Artmed, 2006.

GIBBS, G. Análise de dados qualitativos. Tradução Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2009.

HAMMES, V. S; Construção da Proposta Pedagógica. 3ed. rev. Ampliada. Brasília, DF: Embrapa, 2012.

LAYARGUES, Philippe. O cinismo da reciclagem: o significado ideológico da reciclagem da lata de alumínio e suas implicações para a educação ambiental. Em: LOUREIRO, F.; LAYARGUES, P.; CASTRO, R. (Orgs.) Educação ambiental: repensando o espaço da cidadania. São Paulo: Cortez, 2002, 179-220

LAYRARGUES, Phillipe Pomier; LIMA, Gustavo Ferreira da Costa. As macrotendências político-pedagógicas da educação ambiental brasileira. Ambiente & Sociedade. São Paulo, v. XVII, n.1, p. 23-40, jan/mar. 2014.

LEFF, Enrique. Complexidade, Racionalidade Ambiental e Diálogo de Saberes. Educação & Realidade. v. 34, n.3, p. 17-24, set/dez. 2009.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 21.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

RAUPP, Fabiano Maury; BEUREN, Ilse Maria. Metodologia da Pesquisa Aplicável às Ciências Sociais. Em: Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas. 2006.

RESENDE, Fábio de Melo; SOUZA, Silvânia Coelho. Proposta de metodologia para o gerenciamento e reaproveitamento de óleo residual (vegetal) de frituras na educação ambiental. Artigo final do ENEX 2014. Área Temática: Meio Ambiente. Disponível em: <http://minilink.es/40bj>. Acesso em 06 de nov. de 2019.

SILVA, C.L.W. Óleo de cozinha usado como ferramenta de Educação Ambiental para alunos do ensino Médio. Monografia (Especialização em Educação Ambiental) - Universidade Federal de Santa Maria - UFSM - RS, 2013

Ilustrações: Silvana Santos