Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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11/06/2019 (Nº 68) ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS EM SANTA CATARINA E SUA RELAÇÃO COM A CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES
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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS EM SANTA CATARINA E SUA RELAÇÃO COM A CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES



Bruna Caroline Leber Schrör1, Bruna Isabel Luzzani2, Heloisa Bernardi Hummel3, Larissa Vicente4, Carlos Efrain Stein5, Thaís Helena Szabo Castro6, Bruna Helena Kipper7



1Acadêmico do curso de medicina veterinária – Universidade Regional de Blumenau (FURB), Blumenau/SC, Brasil. E-mail: brunaclschror@gmail.com.

2Acadêmico do curso de medicina veterinária – Universidade Regional de Blumenau (FURB), Blumenau/SC, Brasil. E-mail: brunna.isabel07@gmail.com.

3Acadêmico do curso de medicina veterinária – Universidade Regional de Blumenau (FURB), Blumenau/SC, Brasil. E-mail: helo.hummel@hotmail.com.

4Acadêmico do curso de medicina veterinária – Universidade Regional de Blumenau (FURB), Blumenau/SC, Brasil. E-mail: vicente_larissa@outlook.com.br

5Mestre, Professor orientador do curso de medicina veterinária, Universidade Regional de Blumenau (FURB) – Blumenau/SC, Brasil. E-mail: efrain@furb.br

6Mestre, Professor do curso de medicina veterinária, Universidade Regional de Blumenau (FURB) – Blumenau/SC, Brasil. E-mail: thaishzcastro@hotmail.com.

7Mestre, Professor orientador do curso de medicina veterinária, Universidade Regional de Blumenau (FURB) – Blumenau/SC, Brasil. E-mail: bkipper@furb.br.

3Mestre, Professor do curso de medicina veterinária, Universidade Regional de Blumenau (FURB) – Blumenau/SC, Brasil.

RESUMO

Acidentes com animais peçonhentos possuem grande relevância em países tropicais e, no Brasil, os que mais causam acidentes são algumas espécies de serpentes, aranhas, abelhas, lagartas, entre outros. Podem gerar graves problemas de saúde pública, podendo levar o indivíduo à morte. Este trabalho objetivou descrever o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos em Santa Catarina entre 2007 e 2017, associando-os com as ações do ser humano e a conservação das espécies. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e retrospectivo a partir de dados epidemiológicos secundários da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina. Verificou-se que o total de casos de acidentes por animais peçonhentos em Santa Catarina entre 2007 e 2017 foi de 95.905, no qual o ano de 2015 teve maior destaque com 10,3% dos casos. Houve predominância de casos nos meses de novembro à março e o município com maior número de acidentes foi Chapecó (4,2%). O sexo masculino entre 20 a 59 anos demonstrou ser o mais acometido e a zona urbana foi o principal local de ocorrência dos acidentes. Os animais que mais causaram acidentes no estado foram as aranhas (64,4%), seguido das abelhas (9,2%) e das serpentes (9,0%). As aranhas do gênero Loxosceles e as serpentes do gênero Bothrops foram as principais causadoras do agravo. A maioria dos casos evoluiu para cura (96,57%), entretanto, houve 52 óbitos pelo agravo durante o período. Os resultados demonstraram que o aumento desses acidentes pode estar relacionado com as alterações climáticas, o crescimento urbano e também ao melhoramento na eficiência do sistema de notificação. A incidência de acidentes encontrados se caracteriza como reflexo das ações do ser humano no ambiente, sendo fundamental ações de educação ambiental para conservação das espécies e equilíbrio da saúde humana, animal e do ambiente.

Palavras-chave: Animais Venenosos. Pesquisa sobre Serviços de Saúde. Mordeduras de Serpentes. Saúde Única.



ABSTRACT

Accidents with poisonous animals have great relevance in tropical countries, and in Brazil, the most common cause of accidents are some species of snakes, spiders, bees, caterpillars, among others. They can generate serious public health problems, which can lead to death. This work aimed to describe the epidemiological profile of accidents by venomous animals in Santa Catarina between 2007 and 2017, associating them with human actions and species conservation. This is a quantitative, descriptive and retrospective study based on secondary epidemiological data from the Epidemiological Surveillance Office of Santa Catarina. It was verified that the total of cases of accidents by poisonous animals in Santa Catarina between 2007 and 2017 was 95,905, in which the year of 2015 was more prominent with 10.3% of the cases. There was a predominance of cases in the months of November to March and the municipality with the highest number of accidents was Chapecó (4.2%). The male sex between 20 and 59 years was shown to be the most affected and the urban area was the main place of occurrence of the accidents. The animals that caused most accidents in the state were spiders (64.4%), followed by bees (9.2%) and snakes (9.0%). Spiders of the genus Loxosceles and the serpents of the genus Bothrops were the main cause of the disease. The majority of cases evolved to cure (96.57%), however, there were 52 deaths due to the disease during the period. The results showed that the increase in these accidents may be related to climate change, urban growth and also to the improvement of the efficiency of the reporting system. The incidence of accidents is characterized as a reflection of the actions of the human being in the environment, being fundamental actions of environmental education for conservation of species and balance of human, animal and environmental health.

Key-words: Animals. Poisonous. Health Services Research. Snakes Bites. One Health.



INTRODUÇÃO

Acidentes por animais peçonhentos são causados por toxinas introduzidas no organismo através de um aparelho inoculador de um animal e que podem causar problemas locais e sistêmicos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Dentre esses animais, os que mais causam acidentes no Brasil são algumas espécies de serpentes, aranhas, abelhas, lagartas, entre outros (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).

Nos países tropicais, os acidentes com animais peçonhentos representam um problema sério de saúde pública (MACHADO, 2016), pois refletem um problema econômico, médico e social do indivíduo, devido ao fato de gerar casos com sequelas que levam a incapacidade temporária ou definitiva, ou ainda a morte das vítimas (SANTANA; SUCHARA, 2015).

No Brasil, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016a), entre o período de 2007 e 2016 houve o registro de 1.411.072 casos notificados de acidentes por animais peçonhentos. Entre os estados do Brasil, Santa Catarina ocupa o sexto lugar em relação ao número de notificações de casos de 2007 a 2016 com 85.689 (6,07%) registros, ficando atrás de Minas Gerais com 242.870 (17,21%), São Paulo com 189.230 (13,41%), Paraná com 140.979 (10%), Bahia com 134.502 (9,53%) e Pernambuco com 92.146 (6,53%) casos registrados.

Mesmo com um número elevado de casos no estado, pouco ainda se sabe sobre esses acidentes (DÁGOSTINI; CHAGAS; BELTRAME, 2011). Diante disso, é evidente a importância da investigação dos acidentes, assim como, o levantamento de espécies que mais causam ataques à população, pois essas informações são fundamentais para o desenvolvimento de vigilância em saúde e do controle e prevenção desses acidentes (BREDT; LITCHTENEKER, 2014).

Em relação às espécies de animais considerados de importância médica, as principais no Brasil são as aranhas dos gêneros Phoneutria (Armadeira), Latrodestus (Viúva negra) e Loxosceles (Aranha marrom); as serpentes dos gêneros Crotalus (Cascavel), Micrurus (Coral verdadeira), Bothrops (Jararaca) e Lachesis (Surucucu); as lagartas do gênero Lonomia e escorpiões do gênero Tityus (CHEUNG; MACHADO, 2017). Em relação aos escorpiões, existem três principais espécies responsáveis por envenenamentos em humanos, que levam a casos graves e até mesmo fatais, como: Tityus bahiensis (escorpião marrom), T. serrulatus (escorpião amarelo) e T. stigmurus (SILVA; BERNARDE; ABREU, 2015).

Em todo o Brasil, o número de acidentes por animais peçonhentos vem aumentando e a causa principal disso é o desequilíbrio ecológico causado pelo desmatamento e pelas alterações climáticas ao longo dos anos, que aproximam esses animais das áreas urbanas e, consequentemente, do ser humano (MACHADO, 2016).

O presente estudo objetivou descrever o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos ocorridos em Santa Catarina, no período de 2007 a 2017, buscando associar essas ocorrências com as ações do ser humano, a importância da educação ambiental, assim como, a conservação desses animais para o equilíbrio da cadeia trófica e do meio ambiente.



METODOLOGIA

Estudo quantitativo, descritivo e retrospectivo utilizando dados secundários de morbidade e mortalidade no período de 2007 a 2017 em Santa Catarina do Sistema de Informação de Agravos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina – DIVE.

As variáveis analisadas compreenderam: incidência de casos registrados por ano em Santa Catarina, número de casos por município de notificação, número de casos por mês, por sexo, faixa etária, zona de ocorrência, tipo de acidente e evolução do agravo. As variáveis analisadas foram transcritas de uma planilha do Microsoft Office Excel 2016 e organizadas em uma tabela de frequência absoluta, relativa e incidência de casos, além de gráficos.

Para a visualização da distribuição espacial dos municípios com maior número de acidentes por animais peçonhentos notificados em Santa Catarina, utilizou-se o programa TabWin na versão 4.1.4.



RESULTADOS

Em Santa Catarina, o número absoluto de acidentes por animais peçonhentos notificados foi de 95.905 casos, distribuídos nos anos de 2007 a 2017, e o maior número de casos ocorreu em 2015 (10,3%). A incidência anual média foi de 133,3 acidentes a cada 100 mil habitantes, sendo a maior incidência em 2011 (144,3 casos para 100 mil habitantes) e a menor em 2016 (109,8 casos para 100 mil habitantes) (Tabela 1).

Tabela 1 – Distribuição anual do número de casos e coeficiente de incidência de acidentes por animais peçonhentos em Santa Catarina de 2007 a 2017.

Anos

Acidente

População

(hab)

Coeficiente de Incidência por 100.000 hab.

Casos

%

2007

7.933

8,2

6.072.000

130,6

2008

7.815

8,1

6.164.049

126,7

2009

8.305

8,7

6.257.173

132,7

2010

8.922

9,3

6.351.418

140,4

2011

9.302

9,6

6.446.209

144,3

2012

8.806

9,2

6.540.596

134,6

2013

9.407

9,8

6.634.254

141,7

2014

8.964

9,3

6.727.148

133,2

2015

9.801

10,3

6.819.190

143,7

2016

7.594

8,0

6.910.553

109,8

2017

9.056

9,5

7.001.161

129,3

Total

95.905

100

-

-

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados da DIVE, 2018.

Conforme a figura 1, os municípios com maior número de acidentes por animais peçonhentos em Santa Catarina foram Chapecó com 4.029 casos (4,2%), seguido de Concórdia com 3.502 (3,6%), Xanxerê com 2.923 (3,0%) e Florianópolis com 2.540 (2,6%).







Figura 1 – Distribuição geográfica dos casos de acidentes por animais peçonhentos em Santa Catarina de 2007 a 2017, por município de notificação.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados da DIVE, 2018.

Quanto à sazonalidade, os meses mais quentes e chuvosos, de novembro a março, apresentaram maior número de acidentes por animais peçonhentos com 55.751 casos (58,13%), sendo em janeiro a maior expressividade, com 13.005 casos (13,6%) registrados (Figura 2).

Figura 2 – Distribuição mensal do número total de casos de acidentes por animais peçonhentos em Santa Catarina no período de 2007 a 2017.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados da DIVE, 2018.

O maior número de casos de acidentes por animais peçonhentos foi no sexo masculino com 50.847 casos (53%), enquanto que o sexo feminino foi representado por 45.058 (47%). A faixa etária com maior representatividade dos casos ocorre entre 20 e 59 anos, correspondendo a 58.851 casos (61,3%) em relação ao total (Figura 3).

Figura 3 – Número de casos absolutos por faixa etária em Santa Catarina no período de 2007 a 2017.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados da DIVE, 2018.

Em relação à zona de ocorrência, houve maior número de acidentes na zona urbana, representando 51.668 casos (53,9%), enquanto que a zona rural e periurbana apresentaram 41.685 (43,4%) e 1.220 (1,3%) casos, respectivamente. O número de registros ignorados ou em branco totalizaram 1.332 casos (1,4%).

Os acidentes registrados envolveram principalmente aranhas, responsáveis por 61.696 (64,4%) acometimentos, abelhas 8.815 (9,2%) e serpentes com 8.694 (9%) (Figura 4).

Figura 4 – Número absoluto de casos por tipo de acidente em Santa Catarina no período de 2007 a 2017.

Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados da DIVE, 2018.



Dentre as aranhas, o gênero responsável pelo maior número de acidentes foi o Loxosceles, com 20.168 casos (21%). No caso das serpentes, o gênero Bothrops foi o maior causador de acidentes, com 6.990 casos (7,3%). Na identificação das espécies de aranhas e serpentes a frequência de casos ignorados ou em branco foi alta, com 45.744 (47,6%) e 88.147 (92%) casos, respectivamente.

Em relação a evolução dos casos, 92.616 (96,57%) evoluíram para cura, enquanto que 52 (0,05%) evoluíram para óbito pelo agravo. Neste período, ocorreram 16 (0,02%) óbitos por outra causa e o número de notificações ignoradas ou em branco totalizaram 3.221 casos (3,36%).



DISCUSSÃO

Os acidentes por animais peçonhentos são considerados um agravo de notificação compulsória, mesmo na ausência de soroterapia, e o caso deve ser registrado no SINAN, com o preenchimento da Ficha de Investigação de Acidentes por Animais Peçonhentos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016b). Com esses registros, é possível ter acesso as informações referentes às doenças e agravos de notificação que ocorrem no país, especialmente os registros de acidentes por animais peçonhentos, contribuindo para os estudos epidemiológicos, de planejamento e também da avaliação em saúde (FISZON; BOCHNER, 2008).

De acordo com a tabela 1, o maior número de casos registrados foi em 2015 com 10,3% dos casos. O aumento de acidentes provocados por animais peçonhentos pode estar relacionado com as alterações climáticas, o crescimento urbano desordenado, desmatamentos, falta de saneamento e acúmulo de lixo em terrenos baldios, provocando desequilíbrios ecológicos. As faixas marginais de estradas e parques também influenciam nesse aumento, pois fazem com que esses acidentes aconteçam fora do ambiente natural desses animais, ou seja, nas proximidades de casas e em plantações (RITA; SISENANDO; MACHADO, 2016).

Outro fator é o melhoramento na eficiência do sistema de notificação e vítimas que buscam mais frequentemente unidades de saúde em casos de envenenamento (LADEIRA; MACHADO, 2017). Entretanto, não é possível saber exatamente a magnitude desses dados, pois no Brasil há um grande número de subnotificações, preenchimento incorreto e omisso das fichas de investigação (MACHADO, 2016).

O maior número de casos de acidentes por animais peçonhentos em Santa Catarina foi registrado em Chapecó. Esse município se destaca devido ao tamanho da sua população (BUSATO et al., 2014), representando a maior cidade da região oeste catarinense (213.279 habitantes) (IBGE, 2017) e também pela atividade econômica predominante do município relacionada ao setor agroindustrial (FUGITA, 2013). Salienta-se ainda uma inversão no local de moradia, já que a partir de 2010 apenas 8,39% dos habitantes residiam em área rural (FUGITA, 2013) e que atualmente a área urbana registra o maior número de casos. As notificações de acidentes por aranhas do gênero Loxosceles e Phoneutria no município podem estar relacionadas com o crescimento da população, aumentando o número de pessoas expostas (BUSATO et al., 2014) e com a expansão dos serviços de saúde neste município que vigiam constantemente os casos ocorridos (PARIS et al., 2017).

A maior incidência dos acidentes por animais peçonhentos ocorreu nos meses de novembro a março (Figura 2), correspondendo aos meses mais quentes do ano e com maior índice de pluviosidade. Em relação as aranhas, o aumento da temperatura é um fator importante para a postura de ovos, ocorrendo a partir da primavera e verão. Isso torna esses animais mais ativos e agressivos, o que justificativa o aumento dos acidentes nesse período (CHENET et al., 2009). Da mesma forma, a reprodução das serpentes também ocorre na primavera, o que explica o aumento no número de acidentes, assim como a procura por abrigo na vegetação úmida e quente, o florescimento de plantas que aumentam a disponibilidade de alimento para alguns desses animais e ao desalojamento dos animais dos seus esconderijos em virtude das chuvas (LADEIRA; MACHADO, 2017). A ocorrência dos acidentes ofídicos está relacionada a fatores climáticos e aumento da atividade humana. Deste modo, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, observa-se um aumento do número de acidentes no período de setembro a março (BRASIL, 2001).

Verificou-se que pessoas do sexo masculino sofreram mais acidentes do que do sexo feminino e a faixa etária mais acometida pelos acidentes foi de 20 a 59 anos (Figura 3), semelhante ao encontrado por Silva, Bernarde e Abreu (2015). A ocorrência de acidentes nessa faixa etária pode ser explicada devido ao fato de que essas pessoas compõem a população economicamente ativa (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016b). Relacionado ao sexo, os homens são mais acometidos devido a ocupação profissional (BOCHNER; STRUCHINER, 2003), sendo que a atividade em ambiente rural é desempenhada na grande maioria por pessoa do sexo masculino (BARRETO et al., 2010). Atividades como a agricultura, pecuária e construção civil aumentam a chance de contato com animais peçonhentos pelo sexo masculino, já que essas atividades são desempenhadas predominantemente por eles (SANTANA; SUCHARA, 2015).

No presente estudo, a zona urbana foi a que concentrou o maior número de casos de acidentes por animais peçonhentos. Essa mudança de ambiente dos animais peçonhentos vem alterando o perfil dos acidentes que antes aconteciam somente em áreas rurais, devendo-se ao desmatamento, alterações climáticas e ao desequilíbrio ecológico. Ainda, o crescimento urbano desordenado gera uma sobreposição da utilização de espaço entre homem e animais, fazendo com que estes busquem alimento e abrigo nas cidades (MACHADO, 2016). A expansão urbana, ao deslocar esses animais de seus ambientes naturais, também gera matéria que possibilita abrigo para roedores, insetos e outros animais, facilitando a adaptação dos animais peçonhentos ao ambiente urbano (PIRES; RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).

Em Santa Catarina, as aranhas foram os animais peçonhentos que mais causaram acidentes com 64,4% dos casos, seguido das abelhas (9,2%) e serpentes (9%) (Figura 4). Segundo Lise e Garcia (2007), os acidentes notificados por aranhas se concentram nos estados do Sul, especificamente no Paraná e Santa Catarina. A maior ocorrência de acidentes com aranhas pode estar associada a atividades domésticas como limpeza da casa, quintais e lavagem de roupas, além do manuseio de entulho e materiais de construção sem a devida proteção (SILVA; BERNARDE; ABREU, 2015). Aranhas do gênero Loxosceles (aranha marrom) são as que mais causaram acidentes em Santa Catarina e segundo Dorneles (2009) relacionam-se com acidentes mais graves, sendo elas muito comuns no Sul do Brasil. Muitos acidentes por aranhas desse gênero não são percebidos, pelo fato da picada ser indolor e o acidente ocorrer quase sempre à noite, durante o sono. Sendo assim, é crucial salientar que a identificação do animal é fundamental para orientar um diagnóstico e tratamento apropriado e, consequentemente, a notificação do agravo (MARQUES DA SILVA et al., 2006).

Os acidentes por picada de abelhas podem estar relacionados com a potencialidade de adaptação desses animais e a sobrevivência em novos locais, aumentando o contato com o ser humano (TERÇAS et al., 2017). Esses acidentes também podem ocorrer devido à facilidade de locomoção e grande população desses animais, que colonizam outras áreas devido à diminuição de alimento, mudanças climáticas desfavoráveis e situações de perigo (FREITAS et al., 2006). Ainda assim, ao longo dos anos esse tipo de acidente foi subnotificado por não haver especificações na ficha de notificação de acidentes por animais peçonhentos do SINAN. Em 2006, a ficha de notificação sofreu alterações com a inclusão do espaço específico para o preenchimento dos casos de acidentes por picada de abelhas, aumentando o registro desses acidentes (TERÇAS et al., 2017).

Em relação às serpentes peçonhentas, a identificação errônea pode colaborar para o aumento do número de acidentes (MOURA et al., 2010). Da mesma forma, a interferência da ação humana nas alterações do ambiente permite a aproximação e permanência de serpentes próximas à população (SILVEIRA; MARTINS-NETO, 2007). Os acidentes ofídicos em humanos ocorrem quando esses animais se sentem ameaçados e executam o comportamento de defesa (SANDRIN; PUORTO; NARDI, 2005). O alto número de acidentes com serpentes do gênero Bothrops ocorre por serem as mais agressivas e por possuírem alta capacidade de adaptação ao ambiente, além de terem uma extensa distribuição geográfica indo da Amazônia ao Sul do país (SILVEIRA; MARTINS-NETO, 2007; RITA; SISENANDO; MACHADO, 2016). Esses animais têm hábitos noturnos ou crepusculares e habitam preferencialmente ambientes úmidos e locais com proliferação de roedores, nas zonas rurais e periferias das cidades (BRASIL, 2001).

Quanto à identificação das espécies de aranhas e serpentes, os acidentes registrados apresentaram uma frequência alta para casos ignorados ou em branco, com 47,6% (aranhas) e 92% (serpentes) dos casos. Sugere-se que esse aumento de casos ignorados ou em branco e as subnotificações devem-se a não coleta do animal pela vítima, a destruição do espécime coletado, a negligência no diagnóstico e tratamento dos envenenamentos, além do desconhecimento do tema por parte dos profissionais de saúde (LISE; GARCIA, 2007; SCATENA, 2013; MACHADO; LEMOS, 2016). Neste contexto, é importante que ocorra a identificação da espécie causadora do acidente, pois há casos que necessitam de tratamento com soro imunizante e, portanto, requerem conhecimento biológico dos profissionais da saúde.

Houve predominância na evolução para cura nos acidentes por animais peçonhentos, correspondendo a 96,57% dos casos. Apesar disso, 52 casos (0,05%) evoluíram para óbito pelo agravo no período. A ocorrência de óbitos pode estar relacionada com o tempo decorrido entre o acidente e o atendimento, juntamente com o tipo de envenenamento. A falta de procura por socorro médico, principalmente em acidentes por serpentes, também pode justificar os casos de óbitos (OLIVEIRA; COSTA; SASSI, 2013). Ainda assim, a mortalidade pode variar de acordo com as diferentes regiões do mundo, como, por exemplo, na Europa, Estados Unidos e Canadá, onde esses acidentes são geralmente raros (LEMOS et al., 2009).

Em relação aos acidentes ofídicos, com a crise na produção do soro no país, em 1986, foi implantado o Programa Nacional de Ofidismo. Os acidentes ofídicos passaram a ser de notificação obrigatória e ocorreu a redução do número de óbitos por envenenamento ofídico. Quando a produção de soro estabilizou e começou a atender de forma satisfatória a demanda, a obrigatoriedade da notificação diminuiu e a distribuição do soro não mais necessitava estritamente do registro de casos (BOCHNER; STRUCHINER, 2002).

Mesmo com um aumento no número de acidentes por animais peçonhentos a cada ano, Oliveira, Costa e Sassi (2013) declaram em sua pesquisa que 57,4% dos entrevistados acreditam haver diminuição no número de acidentes, especialmente porque acreditam que a quantidade desses animais diminuiu. Dos entrevistados, 89,3% já sofreu algum acidente com animais peçonhentos, sendo 38,8% dos casos causados por serpentes. Ainda assim, 82,8% das pessoas entrevistadas declaram ter matado o animal (OLIVEIRA; COSTA; SASSI; 2013). Da mesma forma, em um estudo de conscientização sobre animais peçonhentos em uma escola de ensino fundamental de Minas Gerais, Moreira et al. (2014) comentam que alguns alunos relatam que ao se depararem com animais peçonhentos tiveram ações inapropriadas com esses animais, expondo-se ao perigo e inclusive matando-os de forma indiscriminada. As aranhas, por exemplo, devido a sua má reputação, são vistas de forma negativa pelas pessoas e isso afeta a relação com esses seres vivos (CARDOSO et al., 2013). Da mesma forma, as serpentes por serem consideradas animais perigosos, ao serem vistas, a primeira reação humana é mata-las (OLIVEIRA et al., 2012).

Entretanto, todos os animais, peçonhentos ou não, têm sua importância na natureza e contribuem para o equilíbrio e manutenção do ambiente, devendo ser preservados. Neste contexto, a Medicina Veterinária da Conservação tem como preocupação a saúde ambiental e está envolvida com a transdisciplinaridade, realizando ações de manejo e a proposição de políticas públicas com o objetivo de manter a saúde de todas as comunidades biológicas, assim como seus ecossistemas (LANGE et al., 2013). É fundamental que essa preocupação se estenda a todas as espécies animais, inclusive aranhas, serpentes, abelhas e escorpiões, devendo fazer parte dos processos de conservação, pois também propiciam benefícios ao meio em que os seres humanos e outros animais habitam.

As aranhas contribuem para a manutenção do equilíbrio ecológico devido ao fato de serem carnívoras e se alimentarem de insetos, porém, também são fontes de alimento para pássaros, sapos e lagartixas (SILVA et al., 2005). Elas são muito importantes na cadeia alimentar e, com isso, desempenham um papel fundamental de predadoras de outros animais, ou seja, controlam a população de insetos. Por outro lado, o veneno das aranhas pode servir como matéria para produção de fármacos ou inseticidas (BERTAI et al., 2015).

Em diversas regiões do Brasil têm-se uma preconcepção negativa com todas as serpentes, onde geralmente são consideradas como “animais perigosos” (MOURA et al., 2010). Apesar de algumas espécies causarem graves acidentes por envenenamento, elas têm um importante papel no controle de outros animais, como roedores, sapos, insetos e também outras cobras (OLIVEIRA et al., 2012). O extermínio delas é um fator importante a ser considerado, pois contribui para o aumento do número de animais transmissores de doenças (SILVA et al., 2016). No caso das serpentes venenosas, elas também contribuem para a fabricação de medicamentos utilizados no Brasil e no mundo (MARTINS; MOLINA, 2008).

As abelhas são um dos componentes-chave da biodiversidade mundial, pois o comportamento de forrageamento desses insetos os tornam importantes do ponto de vista ecológico e econômico, levando em consideração seu papel na produção agrícola (PATRICIO, 2013). As abelhas fornecem ao homem produtos de importância comercial, como o mel, pólen, própolis e cera, além de realizar a polinização de plantas silvestres que servem de alimento para animais, alguns em perigo de extinção (WITTER et al., 2014).

Assim como todos os seres vivos, os escorpiões também auxiliam no equilíbrio ecológico, pois são predadores e devem ser reconhecidos devido ao seu importante papel na natureza (SILVA, 2012). Por serem animais carnívoros, alimentam-se de insetos e aranhas desempenhando a função de eficientes predadores de pequenos animais que algumas vezes podem ser maléficos ao ser humano. Ainda assim, são predados por outros animais como corujas, galinhas, quatis, sapos e por outros escorpiões (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009), equilibrando a cadeia trófica. Nesse contexto, é muito importante que exista maior conscientização da população em relação às condutas a serem realizadas ao se deparar com esses animais, pois o pouco conhecimento de uma sociedade sobre uma determinada espécie pode levar a destruição indiscriminada desses animais (MOURA et al., 2010).

A educação ambiental vem para construção do conhecimento e também para eliminar mitos impostos durante anos, auxiliando na compreensão ecológica e na formação de novos valores que contribuirão para a conservação dos animais peçonhentos (MOREIRA et al., 2014). Em seu estudo, Oliveira et al. (2013) concluem que a falta de informação das pessoas, principalmente em relação às serpentes, é um fator importante que contribui para o medo e discriminação desses animais, fazendo com que as pessoas matem as cobras, mesmo elas não tendo representado perigo. Portanto, o desenvolvimento de ações educativas é muito importante para difundir o conhecimento e interações das serpentes com o ambiente, a fim de contribuir para conservação da fauna ofídica (SILVA et al., 2016).

Sendo assim, é fundamental orientar campanhas de educação ambiental para uma determinada comunidade com o objetivo de conservar as espécies, pois é importante que tenham noção do conhecimento sobre a fauna local (MOURA et al., 2010), o que reflete na importância em manter o equilíbrio ecológico (SILVA et al., 2016).



CONCLUSÃO

Os acidentes por animais peçonhentos em Santa Catarina no período de 2007 a 2017 demonstraram aumentar a cada ano, acometendo principalmente indivíduos do sexo masculino entre a faixa etária de 20 a 59 anos de idade em ambiente urbano. Os meses de novembro a março revelaram o maior número de acidentes por animais peçonhentos, envolvendo principalmente aranhas, abelhas e serpentes. É importante ressaltar a importância de se estabelecer medidas de prevenção e controle nos meses mais quentes do ano, com foco na população masculina em idade economicamente ativa e que vive na zona urbana.

A incidência de casos de acidentes por animais peçonhentos encontrada no presente estudo caracterizou-se como reflexo das ações do ser humano no ambiente, aumentando o contato homem-animal na área urbana, diferente do que ocorria anos atrás. Ações de educação ambiental são fundamentais para conservação dessas espécies, objetivando a difusão de informações concretas que beneficiem a preservação da biodiversidade e o equilíbrio entre a saúde humana, animal e do meio ambiente.



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Ilustrações: Silvana Santos