Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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BOSQUE DA CIÊNCIA DO INPA: AMBIENTE DE SENSIBILIZAÇÃO PARA AS CRIANÇAS-ESTUDANTES EM RELAÇÃO AO CUIDADO COM O MEIO AMBIENTE Jorgete Comel Palmieri Mululo1Augusto Fachín Terán21 Mestranda do Programa Pós-graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia. Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação em Ciências em Espaços Não Formais (GEPENCEF) da UEA. Manaus, Amazonas. Bolsista da FAPEAM. Especialista em Gestão e Supervisão Escolar. Manaus, Brasil, e-mail: zetecopamu@hotmail.com 2 Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia. Universidade do Estado do Amazonas. Líder do GEPENCEF. Manaus, Amazonas, Brasil, e-mail: fachinteran@yahoo.com.br RESUMO: Estudantes realizam atividades fora da sala de aula junto aos seus professores, em espaços não formais, onde exteriorizam sua curiosidade sobre a natureza nos diferentes ambientes que visitam. O objetivo deste estudo é apresentar o Bosque da Ciência, como ambiente de sensibilização para as crianças- estudantes, quanto ao cuidado com o meio ambiente. Para a coleta de dados foram realizadas observações sistemáticas, durante 16 dias, tendo como sujeitos da pesquisa crianças-estudantes da Educação Infantil e Ensino Fundamental. Os dados foram analisados com base na análise descritivo-interpretativa. Durante a aula passeio, os estudantes se mostraram bastante sensibilizados o que foi verificado mediante reações específicas como gritos, risos, gargalhadas, espanto e admiração. Palavras chave: Sensibilização. Educação Ambiental. Bosque da Ciência. Aulas passeio. Espaços Não Formais. Introdução Quando pensamos nos estudantes envolvidos com o meio ambiente, lembramos que a exigência por um cidadão crítico e reflexivo tem sido cada vez mais presente na sociedade. Alguns autores acreditam que quanto mais cedo os estudantes tiverem uma melhor compreensão sobre os problemas meio ambientais e como estes acontecem, mais fácil se tornarão aliadas do meio ambiente. Sendo assim, levar os estudantes aos Espaços Não Formais, promove a oportunidade de conhecerem e vivenciarem esses espaços, que potencialmente contribui com ganhos em sociabilidade, e ganhos em torno de aspectos afetivos e cognitivos, através de vivências da natureza valorizando o espaço natural. Conhecer o espaço não formal proporciona a intervenção no mesmo, e reafirma o pensamento de Demo (2007) quando diz que “conhecer é a forma mais competente de intervir”. Os espaços não formais apresentam grandes possibilidades de se trabalhar a educação ambiental, por meio das visitas conhecidas como "aula passeio", potencializando as observações, os sentidos das crianças-estudantes, culminando com as rodas de conversa em sala de aula ou até mesmo apresentações e relatos de experiências para toda a escola. “Na Educação Infantil, os ambientes (espaços/ tempos/ funcionalidade e interações) que se narram e onde se brinca são “provocadores” – tanto para os adultos quanto para as crianças” (FERREIRA & MELLO, 2012, p.17). Na cidade de Manaus existe uma diversidade de espaços não formais onde se pode trabalhar a educação para o meio ambiente, entre eles, o Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Este espaço foi projetado e estruturado para fomentar e promover o desenvolvimento do programa de Difusão Científica e de Educação Ambiental do INPA, e ao mesmo tempo preservar os aspectos da biodiversidade existente no local (ROCHA & FACHÍN-TERÁN, 2010, p. 71). Ao visitarem espaços educativos fora da sala de aula, as crianças- estudantes são atraídos pelo que existe no local, porém há indagações e reflexões que nascem a partir da sua própria curiosidade e observação. Enquanto realizam o percurso nas trilhas interpretativas, indagam não somente sobre o que lhes foi direcionado, mas, sobretudo ao que chama a atenção naquele momento. Menghini e Guerra (2008, p. 2), consideram que as trilhas interpretativas que apresentam estes ambientes, são espaços naturais e educativos capazes de promover entendimento às questões socioambientais com vistas a ações e atitudes efetivas que desenvolvem aprendizagem. Inúmeras práticas pedagógicas em Educação Ambiental, como por exemplo, as das trilhas interpretativas, procuram propiciar uma compreensão crítica do meio natural, despertando valores e atitudes que permitem uma participação responsável na busca de soluções para reverter ou prevenir os problemas socioambientais, bem como, atuar na melhoria e proteção do meio ambiente (MENGHINI & GUERRA, p. 3). As trilhas são caminhos percorridos com intencionalidade por meio daqueles que o propõem para aquisição de conhecimentos do ambiente visitado. Em termos práticos, trilhas interpretativas têm o propósito de estimular os grupos de atores a um novo campo de percepções, com o objetivo de levá-los a observar, questionar, experimentar, sentir e descobrir os vários sentidos e significados relacionados aos temas selecionados (VASCONCELLOS & OTA apud MENGHINI e GUERRA, 2008, p.6). As trilhas trazem um caráter educativo segundo os autores supra citados e “possibilitam conhecimento da fauna, flora, geologia, geografia, dos processos biológicos, das relações ecológicas, do meio ambiente e sua proteção” (p. 6). O objetivo deste trabalho é apresentar o espaço não formal institucionalizado, chamado Bosque da Ciência, como ambiente de sensibilização para as crianças- estudantes, quanto ao cuidado com o meio ambiente. Procedimentos Metodológicos O trabalho foi realizado no Bosque da Ciência, que é ambiente de divulgação das pesquisas feitas pelo INPA e onde é realizado ações de educação ambiental para os visitantes. O local já foi descrito por Rocha & Fachín-Terán (2010) e Maciel & Fachín-Terán (2014). A identificação das escolas e dos sujeitos envolvidos obteve-se junto à administração do Bosque, com base no cronograma de visitas agendadas pelas instituições que se propuseram a visitar o espaço. A pesquisa teve uma abordagem qualitativa e é de natureza descritiva. Foram realizadas observações sistemáticas no período de 18 de abril a 28 de junho de 2014, 2 dias/semana previamente estabelecidos, totalizando 8 dias/mês, somando 16 dias de observação. As informações foram coletadas a partir do acompanhamento das crianças- estudantes da Educação Infantil e do Ensino fundamental, cujas escolas se apresentavam inscritas para visitação nos dias estabelecidos para a realização da pesquisa. Durante o trabalho registramos elementos de sensibilização percebidos na fala dos professores, que segundo Martins (2010) são maneiras de alertar os indivíduos para questões ambientais. Também tomamos nota das indagações feitas pelas crianças- estudantes e da relevância dos mesmos em temas relacionados ao meio ambiente. Foi registrado como os professores reagem aos questionamentos. Os dados foram anotados no caderno de campo, e as falas das crianças- estudantes, professores ou líderes das visitas gravadas em áudio. Para o tratamento dos dados, utilizou-se a análise do conteúdo de Bardin (2011), que nos esclarece como pontuar criticamente e avaliar os conteúdos de uma pesquisa, qualitativa ou quantitativa, para que o desvendar crítico da mesma como função primordial, se dê por meio desta ferramenta de análise. A permissão para a coleta de dados obteve-se junto aos responsáveis dos grupos visitantes, onde verificou-se particularidades, como: idade, ano escolar, número de alunos e professores, averiguando se a visita destinava-se a objetivo específico que caracterizasse como estudo extraclasse, respostas de questionários, pesquisas, ou outros. Resultados e Discussão Análises das falas das crianças-estudantes Quando analisamos as falas das crianças-estudantes, podemos perceber que a maioria delas não são propriamente perguntas elaboradas, mas interações representadas por reações específicas como gritos, risos, gargalhadas, espanto e admiração ao que foi observado. Dentre as indagações e reações das crianças- estudantes contabilizamos 18 em relação a perguntas elaboradas e 34 foram reações percebidas. As falas das crianças-estudantes foram organizadas em 5 categorias: a) curiosidades; b) reações; c) desejo de conhecer outros espaços e/ ou animais; d) perguntas ou observação desconectada com o espaço; e, e) conhecimento apresentado (Quadros 1, 2, 3, 4). A continuação analisamos cada uma das categorias: Curiosidade - Em cada expressão de curiosidade percebida por parte das crianças-estudantes pudemos notar que as perguntas se desenvolveram a partir da observação da fauna ou da flora do espaço visitado, ou de algum conhecimento prévio, aliado a imagem ou lembrança que se desenvolveu por meio de questionamentos (Quadros 1, 2, 3, 4). Fuentes (2012) diz que a curiosidade natural da criança a direciona a um verdadeiro interesse científico estimulando-a a explorar seu entorno. Olha alí, olha alí! Lá na copa da árvore; Olha o tucano lá em cima!; A cobra é um peixe?; Ela é uma nadadora olímpica? Reação - Esta categoria expressa as reações das crianças de forma espontânea e livre. Percebe-se que os risos, gritos e gargalhadas fazem parte das interações e respostas atentas, misturados as observações de quem está comprometido com o espaço pesquisado: Um cocô!. Credo, tem cocô flutuando; Olha, ele faz exercício! Olha só a tartaruguinhas! Duas tartarugas, duas tartarugas! É muita da tartaruga! Aquilo alí é a baleia? (Quadros 1, 3, 4). Desejo de conhecer outros espaços e/ou animais - Aqui nos deparamos com um misto de ansiedade por parte das crianças-estudantes, em ir ao próximo ambiente de visita, querendo saber o que viria a seguir ou ainda, que animais poderiam ver ou encontrar (Quadros 1, 3, 4). Para Ferreira e Mello (2012, p. 18) os ambientes externos fazem melhor aos perguntadores, e os “[...] estudos do meio sempre foram importantes para experiência e, consequentemente, para a motivação de crianças e jovens.” Entendemos que os espaços devem ser provocativos, e que confirma-se aqui, a relevância e o potencial do espaço não formal Bosque da Ciência para trabalhar a educação ambiental com crianças-estudantes na educação infantil e ensino fundamental. Perguntas ou observação desconectada com o espaço - Na fala das crianças conseguimos relacionar sua perspicácia. Uma vez que havia um trajeto programado e realizado, porém, foram capazes de relacionar outras perguntas com o que viram e estavam interessados em pesquisar, fazendo sua descrição (Quadros 1, 3). Uma criança atentou para o faixo de luz que estava passando por entre as árvores: Olha a luz, olha a luz!; Quase não perguntaram. No entanto, notaram uma formiga no chão, exatamente no lago das tartarugas: Formiga! Vamos anotar. Ferreira e Mello (2012, p. 18) enfatizam que: “Deve-se dar maior visibilidade para as perguntas das crianças [...] e mostrar como os “pequenos pensadores” estão pensando”. Conhecimento apresentado - Nesta categoria, o conhecimento prévio das crianças por meio de suas vivências e experiências trazem riquezas de pensamentos sobre o mundo e seu funcionamento, as mesmas que segundo Nébias (1999) precisam ser considerados no processo de formação de conceitos científicos. Quadro 1: Falas das crianças-estudantes da Educação Infantil e Ensino Fundamental I (idades de 2 a 12 anos) no ambiente do "peixe boi" (Trichechus inunguis, Trichechidae).
Quadro 2: Falas das crianças-estudantes da Educação Infantil e Ensino Fundamental I (idades de 2 a 12 anos) no ambiente da "ariranha" (Pteronura brasiliensis, Mustelidae).
Quadro 3: Falas das crianças-estudantes da Educação Infantil e Ensino Fundamental I (idades de 2 a 12 anos) na Ilha da "Tanimbuca" (Buchenavia tetraphylla, Combretaceae).
Quadro 4: Falas das crianças-estudantes da Educação Infantil e Ensino Fundamental I (idades de 2 a 12 anos) no lago do "Poraquê" (Electrophorus electricus, Gymnotidae).
Objetivos de aprendizagem e respostas dos professores frente às indagações das crianças-estudantes no Bosque da Ciência Dos grupos acompanhados, três (3) tinham objetivos, e um não. Porém, o que não apresentou objetivo acompanhou melhor ao seu grupo. Já o posicionamento dos professores que possuíam objetivos diante das perguntas dos alunos, não apresentou eficácia nas respostas (Quadro 5). Os professores (P1) da educação infantil na faixa de 2 a 4 anos, não puderam alcançar o seu objetivo, pela interdição da Casa da Ciência. Usaram um plano alternativo, e assim pode cumpri-lo e levar as crianças a observar as partes das plantas e fazer registros (Quadro 5). Notamos que a reação dos professores em relação às perguntas das crianças, é relevá-las a segundo plano. Como se o que elas quisessem saber fosse irrelevante. E como o tempo reservado à visita, estava chegando ao fim, parecia justificável deixá-las de lado, sem respostas. Notamos, que apesar do segundo grupo de professores (P2) da educação infantil na faixa de 4 a 6 anos, não ter objetivo específico, foi o que mais deu atenção e explorou as possibilidades das crianças conhecerem o ambiente e interagiu com elas (Quadro 5). Os professores (P3) do ensino fundamental de 6 a 8 anos, ao se posicionar em suas falas com os estudantes mostraram uma atitude voltada à sensibilização ambiental, mantendo sempre uma conversa informal, mostrando a eles a necessidade de manterem a limpeza do local, lembrando com preocupação, para que eles jogassem lixo no local designado e não alimentassem os animais inadequadamente, e que seus “pés sujos” de barro poderiam sujar a Casa da Ciência (Quadro 5). Detalhe este, que quase os tirou da observação deste espaço, porque, devido a este fato, eles não poderiam visitá-lo. Pelo menos duas indagações dos estudantes, no percurso da visita, não receberam atenção para ser respondida. Os professores (P4) do segundo grupo do ensino fundamental com os estudantes na faixa de 10 a 12 anos, possuíam objetivos específicos para a língua inglesa: que aprendessem o nome dos animais em inglês e visualizassem os animais de perto (Quadro 5). Porém, delegou aos guias presentes no espaço, a orientação, em todo o percurso proposto com o grupo de estudantes. Ressaltou que aqueles estavam bem mais preparados do que eles. Sem se dar conta que o foco era visualizar os animais, mas o objetivo era fixar seus nomes em inglês. Logo, deveria haver orientação em inglês. O educador tem a função de mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza (JACOBI, 2003, 193). De acordo com Silva e Fachín-Terán (2013), os professores precisam estar preparados para falar sobre temas científicos, mesmo não sendo sua área específica, pois as crianças fazem perguntas, em todas as faixas etárias. É importante que a atividade de campo não aconteça apenas como uma mera excursão, mas as etapas do planejamento, execução e exploração devem ser elaboradas previamente e com a organização devida (ROCHA & FACHÍN-TERÁN, 2010, p. 20). Os professores(as) devem estar cada vez mais preparados para reelaborar as informações que recebem, e dentre elas, as ambientais, a fim de poderem transmitir e decodificar para os alunos a expressão dos significados sobre o meio ambiente e a ecologia nas suas múltiplas determinações e intersecções (JACOBI, 2003, p. 199). Quando as crianças fizeram as suas indagações, iniciaram o seu processo de inserção na ciência que, segundo Bachelar (1996) e Fuentes (2012) começam com questionamento e a dúvida, estão estabelecendo o processo de transição dos conhecimentos cotidianos em conhecimento científico. Nesse momento entra o papel do professor que se colocará como mediador das perguntas e curiosidades, para que juntos se estabeleça o aprendizado (SILVA & FACHÍN-TERÁN, 2013, p. 54): Ser professor requer saberes e conhecimentos científicos, pedagógicos, educacionais, sensibilidade, indagação teórica e criatividade para encarar situações ambíguas, incertas, conflituosas e, por vezes, violentas, presentes nos contextos escolares e não escolares. É da natureza da atividade docente proceder à mediação reflexiva e crítica entre as transformações sociais concretas e a formação humana dos alunos, questionando o modo de pensar, sentir, agir e de produzir e distribuir conhecimento. Diante do que enfatiza os autores supracitados, analisamos que no trato com seu grupo de alunos, alguns destes saberes e a mediação reflexiva estiveram ausentes. Observamos que as crianças menores falaram bastante, ficaram muito eufóricas e estabeleceram maior comunicação por meio de constantes interações, chegando a fazer perguntas apesar de serem bem pequenininhas, realizando associações daquilo que eles conhecem com aquilo que eles viram. Quadro 5: Planejamento da visita e reação do professor.
Considerações finais A interação é claramente perceptível dentro do espaço frequentado. Visitantes e monitores (quando estes últimos estiveram disponíveis) mostraram harmonioso envolvimento, no momento em que estes, estavam munidos de conhecimento sobre o entorno utilizando-os com propriedade. Percebemos que os espaços não formais se constituem em espaços para trabalhar a educação ambiental, e cada vez que são adequadamente explorados, promovem a capacidade de fazer leituras e potencializar o desenvolvimento integral do indivíduo com o ambiente que o cerca. A fala das crianças-estudantes traz uma forma peculiar de indagar. Esta indagação pode nortear o trabalho do professor dentro de sala de aula e explorar melhor os conteúdos a partir do que presenciaram. O aprendizado torna-se mais significativo e efetivo uma vez que surgiu in loco sendo trabalhada de forma dinâmica. Planejamento se faz imprescindível. O professor que adentra neste ambiente com os objetivos estabelecidos, tende a facilitar o processo de ensino aprendizagem. Mas, estar atento ao que surgirá no percurso, pode trazer à tona uma nova possibilidade. Por isso, não podemos ser rígidos, sem chance de adequação ao que vamos ensinar. O espaço não formal é consolidador de reflexões e possibilidades do “novo”, do inusitado, do que é percebido por uns e não por outros. Um espaço capaz de gerar múltiplos questionamentos despertando para ações em relação ao meio ambiente. Dentre os conceitos de sensibilização ambiental e Educação Ambiental, aquele antecede a este último, sendo capaz de acontecer no Bosque da Ciência e contribuir para uma transformação social e humana, e dessa maneira contribuir para a preservação dos recursos naturais. O trajeto proposto no ambiente onde ocorreu a pesquisa colaborou para potencializar a temática ambiental, possibilitando aos estudantes conhecer boas práticas relativas ao meio ambiente, sensibilizando-as sobre o tema; e fazendo-os compreender que o que cada um faz repercute no meio ambiente e, por conseguinte na qualidade de vida das pessoas. Referências ALDERSON, P. As crianças como pesquisadoras: os efeitos dos direitos de participação sobre a metodologia de pesquisa. Educação e Sociedade, Campinas, v.26, n.91, p. 419-442, 2005. BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. CASCAIS, M. G. C. Espaços educativos para a alfabetização científica: uma experiência com estudantes dos anos finais do ensino fundamental. 2012. 141p. Dissertação (Mestrado em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia), Universidade do Estado do Amazonas, Manaus, 2012. DELORS, J. (Org.). A educação para o século XXI: questões e perspectivas. Porto Alegre: Artmed, 2005. DEMO, P. Educação Científica. B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof.,
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