Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Natureza, Verso e Prosa
AGROTÓXICO (2011) Sozinho, só, único, somente um grão Monocultura, soja, milho, trigo, somente isso na terra, no chão Mas lá no céu, olha bem o céu, voo raso, rasante, aviação Cuidado! É voo baixo, rápido, fulminante Tóxico, perigoso, forte contaminante Veneno brilhante no céu se espalhando rápido pelo vento, como bala de canhão
Corre!Corre! Foge desse veneno Não come, não bebe, não vive, só some
Fruta, legumes, verdura, lambida de avião…e aí qual será a alimentação?
O índio bem disse que o branco envenenou a terra…somente a terra. Toda base, toda força de vida, energia, todo o início e todo o começo, todo o ciclo, todo o mistério, toda a guerra.
De se viver, de ser e nascer, crescer e morrer Sem Agronegócio e sem Agrotóxico!
Palavras do Escrevinhamor
Lucas Camba, morador de São Paulo, geógrafo.
Agrotóxico, fiz em 2011 depois de um trabalho de campo no Paraná, na região do rio Piquiri, afluente do rio Paraná. Certo dia estávamos de carro no meio de uma plantação de milho e de repente recebemos uma "lambida de avião" de agrotóxico que estavam jogando na plantação. Isso me deixou embasbacado! Além do fato da paisagem ser homogênea por conta da monocultura. Nesse campo também encontrei uns índios que estavam acampados na área de uma fazenda reivindicando terras e me marcou a fala dele de que o homem branco envenenou a terra. De fato, senti isso na pele no Paraná.
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