Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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12/03/2015 (Nº 51) CARTILHA INTERATIVA COMO AUXÍLIO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA
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A IMPORTÂNCIA DO MARKETING DE RELACIONAMENTO NA GESTÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PRIVADAS

CARTILHA INTERATIVA COMO AUXÍLIO À EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA

 

 

Edilberto Venturelli1, Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues1,2

 

1Programa de Pós-Graduação em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, Mestrado Profissional, UniFOA; 2Programa de Pós-Graduação em Química; Engenharia de Produção, UERJ

edilventurelli@gmail.com

denise.rodrigues@foa.org.br

 

 

Resumo

 

A preocupação com o consumo consciente e com a produção de produtos sustentáveis torna-se lícito quando estamos trabalhando com um público que se preocupa ou mesmo ouviu falar sobre o meio ambiente e quanto devemos contribuir para tornar nossa existência planetária mais responsável. Para auxiliar nesse processo, resolvemos desenvolver uma cartilha digital interativa e sustentável. No presente artigo, apresentamos um produto que foi pensado e realizado para causar o menor impacto possível no meio ambiente. Seus materiais  de composição e sua formatação buscam criar uma empatia e representar, realmente, o seu conteúdo que é voltado a Educação Ambiental. Esse produto tem o objetivo de ser mais uma ferramenta no auxílio do aprendizado de crianças e pré-adolescentes, de escolas públicas e/ou privadas, de assuntos correlacionados com a Educação Ambiental. Nosso objetivo é propor um produto que traga conteúdo e mostre preocupação com o meio ambiente.

 

Palavras-chave: Produto sustentável, meio ambiente e Educação Ambiental.

 

 

1. INTRODUÇÃO

 

Este artigo trata da intervenção pedagógica junto à geração chamada Z (crianças, adolescentes e pré-adolescentes) na compreensão da sustentabilidade no século XXI. Quando classificamos a geração a quem se destina o  nosso produto, estamos falando em subcultura.

Schiffman e Kanuk (2009), nos dizem que  subcultura é quando um grupo cultural se reúne por compartilharem das mesmas crenças, valores e costumes e que por essas escolhas formam um segmento  identificável dentro de uma sociedade maior e mais complexa.

Os mesmos autores esclarecem sobre algumas subdivisões das categorias de subculturas, inclusive a que nos interessa diretamente que é a subcultura etária. Essa subcultura se distingue das demais por ter como características as escolhas na hora de consumo de produtos e serviços, da programação de televisão entre outras escolhas que determinarão seu comportamento do mercado. Nessa subcultura estão incluídos quatro grupos etários que são: Idosos – nascidos até 1945; Baby-boomers, nascidos entre 1946 e 1964; Geração X, nascidos entre 1965 e 1979; Geração Y, nascidos entre 1977 e 1994; Geração Z, nascidos a partir de  1995. (SCHIFFMAN e KANUK, 2009).

O interesse no desenvolvimento deste trabalho se dá pelas percepções acerca da geração chamada de  Z  em que os mesmos começam a se posicionar de maneira mais sensível às questões ambientais. Claramente mais interessados aos acontecimentos e conectados na grande rede de informação, estes jovens cidadãos planetários trocam conhecimento e decidem, por exemplo, comprarem ou consumirem produtos e bens de empresas que sabem produzir e ao mesmo tempo lidar com os recursos do planeta de maneira sustentável.

Diante do exposto, este trabalho tem por  objetivos específicos disponibilizar informações de forma atrativa sobre as questões ambientais para a geração em destaque, além de desenvolver uma cartilha interativa a ser utilizada como ferramenta de apoio para a educação ambiental.

 

 

2. METODOLOGIA

 

Quanto a classificação da pesquisa, tomamos como base a taxonomia elucidada por Vergara (2011, p.46) que a classifica segundo dois critérios básicos:  quanto aos fins; quanto aos meios. Configura-se como uma Pesquisa Descritiva e exploratória, pois se buscou descrever as percepções, expectativas e sugestões deflagradas tanto pelos educadores quanto pelos educandos acerca de suas concepções sobre educação ambiental, sustentabilidade e a possibilidade de utilizar uma cartilha interativa para auxiliar na sua prática social.

Adotamos também, como meio a pesquisa de campo uma vez que esta viabiliza a penetração em um contexto social, de modo a investigar os discursos e percepções dos participantes da pesquisa. Elegemos a abordagem qualitativa por parecer ser a mais adequada a este estudo que busca a disseminação do conhecimento acerca da sustentabilidade.

Foi realizada uma pesquisa, por meio de questionários junto ao  público-alvo acerca de seu entendimento em relação ao que é educação ambiental, sustentabilidade e a possibilidade de utilizar uma cartilha interativa para auxiliar na sua prática social. Os questionários foram devidamente aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres Humanos, sob o número CAAE 11798313.7.0000.5237.

Os questionários tiveram como objetivo promover uma adequação do conteúdo e informações para que a cartilha pudesse atender da melhor forma possível, aos ensinamentos da Educação Ambiental para crianças e pré-adolescentes, contribuindo, para quem sabe, despertar no indivíduo, um comportamento mais consciente.

O nosso público-alvo, foi selecionado da seguinte forma: estudantes do ensino fundamental na faixa etária entre 6 a 13 anos; professores com idade entre 17 e 50 anos Os locais de estudo foram o CAP - Colégio de Aplicação do Centro Universitário Geraldo Di Biase, com 110 formulários de pesquisa (entre alunos e professores) e a Escola Municipal Miguel Couto Filho, com 220 formulários de pesquisa (entre alunos e professores).

Esses questionários apresentaram perguntas relacionadas a conhecimentos prévios dos entrevistados acerca de assuntos tratados pela Educação Ambiental e, evidentemente sobre a criação do nosso produto, a cartilha digital e interativa, apontando quais atividades e informações que os professores gostariam de trabalhar e de que forma os alunos gostariam de receber esses conhecimentos.

A partir das informações captadas nas respostas dos questionários, elaborou-se o produto, com o título de “Cartilha digital e interativa para ensino da Educação Ambiental”, cujo objetivo é disponibilizar informações de forma atrativa sobre as questões ambientais para a geração em destaque e também desenvolver uma cartilha interativa a ser utilizada como ferramenta de apoio para professores no ensino da educação ambiental. 

Por ser uma cartilha digital e interativa, onde o usuário poderá fazer escolhas em um menu com alguns itens, fizemos opção por desenvolvê-la através do software Adobe Flash CS4, que proporciona, por exemplo, animações.

Foram criados personagens próprios para configurar essa cartilha. Esses personagens foram criados pelo artista e estudante de publicidade Miguel Marques Cardoso Pereira, escaneados e vetorizados no software Corel DRAW X6 e tratadas no software Adobe Photoshop CS7.

O desenvolvimento do conteúdo da cartilha foi realizado pelo profissional de publicidade Oséias Arnaldo dos Santos Júnior.

 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

A pesquisa foi respondida por 109 alunos, desses, 39 são da rede privada e 70 da rede pública. Já dos professores, obtivemos 26 questionários preenchidos, sendo que 12 da rede privada e 14 da rede pública.

Os primeiros questionamentos definiam faixa etária, sexo e escolaridade dos professores da Escola Pública (Figura 1) e da Privada (Figura 2).

Após identificarmos os perfis dos professores da rede pública e da rede particular, partimos para as perguntas que nos ajudariam a compor os conteúdos adequados para a cartilha.

A primeira pergunta direcionada a esse conteúdo, tinha o objetivo de  descobrir entre sete itens, quais os mais importantes para serem discutidos em sala de aula, em disciplinas de ciência, biologia e afins. Os resultados encontram-se nas Figuras 3 e 4.

 

Figura 1: Perfil dos entrevistados da escola pública, em relação à faixa etária, sexo e escolaridade.

 

Figura 2: Perfil dos entrevistados em relação à faixa etária, sexo e escolaridade.

 

Figura 3: Temas a serem abordados – Professores da Escola Pública

 

Figura 4: Temas a serem abordados – Professores da Escola Privada

Achamos necessário, fazer uma pergunta direta, que nos mostrasse a disponibilidade e vontade dos professores em trabalhar com um material didático digital e interativo para auxiliar no ensino da educação ambiental.  Tanto na escola pública quanto na escola privada todos os respondentes declararam ter interesse.

 

Em sequência nós completamos perguntando, se a resposta fosse positiva, qual das opções eles achariam a mais adequada para essa prática, deixando claro que poderiam ser escolhidas mais de uma opção.  Na rede pública, a maioria dos  professores 30%, optaram pelos jogos interativos (Figura 5). Na rede privada, a opção com maior número de adesão foi a cartilha digital e interativa, 39%. Resultados que nos mostram que a interatividade é uma opção que pode fazer a diferença (Figura 6).

 

Figura 5: Escolha das opções  de materiais didáticos digitais e interativos - Escola Pública.

Figura 6: Escolha das opções  de materiais didáticos digitais e interativos - Escola Privada.

 

Buscando reconhecer a importância ou não da cartilha para os professores, perguntamos se achariam que o aluno se interessaria mais em aprender sobre educação ambiental através de uma cartilha digital e interativa. Nas escolas pública e privada, 100 % dos professores  acreditam no interesse dos alunos pela cartilha.

Em relação aos alunos, na escola pública: 26% estão entre 6-7 anos e 74% entre 8-13 anos. 53% são do sexo feminino e 47% do sexo masculino. Quanto a escolaridade: 94% Ensino fundamental e 6% Ensino médio completo. Na rede privada: 26% estão entre 6-7 anos, 74% entre 8-13 anos. Desses, 38% são do sexo feminino e 62% do sexo masculino. Quanto a escolaridade: 51% Ensino dizem estar no ensino fundamental e 49% têm o Ensino médio completo.

Quando questionados sobre as sete opções de assuntos, relacionados a Educação Ambiental, que gostariam de aprender, sendo que poderiam optar por quantas quisessem, a opção mais evidenciada foi 19% por reciclagem (Figura 7).  Já na rede privada 18%, optaram pelo reflorestamento.  Reciclagem e reflorestamento, podem ter sido escolhidos por estarem muito em voga em comentários realizados em diversos meios de comunicação e ambientes de convívio social. Na mesma questão foi dada a opção de informar um outro assunto de interesse e nenhum foi mencionado (Figura 8).

 

Figura 7: Qual assunto você gostaria de aprender na escola - Escola Pública

Figura 8: Qual assunto você gostaria de aprender na escola - Escola Privada

 

            Em uma das questões, queríamos entender se existia, por parte dos alunos um costume de reciclagem em suas residências. Então oferecemos seis opções, as quais os alunos poderiam assinalar mais de uma. Entre os alunos da Escola Pública,  35% dizem que em suas residências há uma preocupação com a economia de luz e água (Figura 9). Na rede privada a maior porcentagem fica ligada ao consumo, quando a porcentagem de 30%  dizem comprar só o que necessita (Figura 10). Com esses dados percebemos uma pequena distinção entre o poder de consumo que pode estar relacionado a famílias que pagam pelo ensino privado e por isso, os filhos tenderam a optarem pelo item que determinava o consumo.

 

Figura 9: Ações praticadas em casa - Escola Pública.

 

Figura 10: Ações praticadas em casa - Escola Privada.

 

Quando questionamos sobre a área de pesquisa, a escola e quais das cinco opções referente a reciclagem de lixo era realizada, tanto na rede pública quanto na privada a opção mais observada pelos alunos com 35%, foi a Reciclagem do lixo (Figuras 11 e 12).

 

Figura 11: Ações praticadas em casa - Escola Pública.

 

Figura 12: Ações praticadas em casa - Escola Privada.

 

                        Por último, mas não menos importante, foi perguntado aos alunos se eles gostariam de receber um material que incluísse conteúdo em forma de jogos e desenhos que lhes ajudasse a aprender sobre educação ambiental. Na rede pública, quase a maioria, 97%, disseram que sim. Na rede privada, o resultado foi bem semelhante 95% , disseram sim.

Entendemos que essa pergunta vem diretamente nos responder sobre a necessidade ou não de produzirmos nossa cartilha digital e interativa, então o resultado apresentado nos ajuda a considerar o nosso produto como uma possibilidade de auxílio no ensino da Educação Ambiental.

Para que possamos confirmar, comparar e analisar nossos resultados, utilizaremos estudos de caso que tratam dos assuntos que nós também abordamos em nossa pesquisa.

De início vamos buscar os dados  apresentados no estudo de caso de Luz et al. (2011), ao trabalhar com uma escola privada e outra pública, como nós fizemos.

Como em nossa pesquisa, os autores trabalharam com professores de duas escolas, uma da rede pública que eles denominam “Escola A” e uma da rede particular que eles denominam “Escola B”. O estudo foi realizado na Região Metropolitana de Goiânia e os objetivos são explicados pelos autores, Luz et al (2011, p.1), da seguinte forma:

 

O objetivo da pesquisa foi diagnosticar a visão dos professores, assim como suas  características básicas de formação e perfil social e as correlacionar com os fatores que interferem no processo de Educação Ambiental (EA) vigente na instituição de ensino público e privado para comparar o ambiente escolar desses dois casos avaliados.

 

Ao cruzarmos os dados conseguidos por nós com os da pesquisa citada, observamos que algumas respostas reafirmam nossos resultados.

Com relação à idade dos professores da escola pública, a nossa pesquisa mostra que a maioria 29%,  tem entre 26-35 anos,  a outra pesquisa mostra que 36% tem entre 31 e 40 anos. Já os da rede privada, 50% está entre 17 e 25 anos, em Goiânia, 40% estão entre 30 e 40 anos, o que demonstra que os professores de Goiânia podem apresentar uma maturidade maior, porém os nossos professores, por serem mais novos, podem apresentar uma maior adaptabilidade aos novos conceitos.

Quanto ao sexo, professores da rede pública e privada de Goiânia: 100% são do sexo feminino. Em nossas pesquisas, na rede pública também temos a totalidade do sexo feminino, na rede privada 75% são do sexo feminino e 25% do sexo masculino. Quanto a escolaridade da nossa rede pública: 60% Ensino superior incompleto,  40% Ensino superior completo, os da rede privada 14% Ensino superior incompleto,  86% Ensino superior completo. Os professores de Goiânia mantêm uma certa regularidade com relação a escolaridade – pública 54% e a privada 70% têm especialização -  demonstrando uma boa formação acadêmica, em nossa pesquisa percebemos um resultado dispara quando observamos que a maioria dos professores da rede particular têm uma formação superior completa.

Quando, em nossa pesquisa, procuramos entender qual a importância de trabalhar o conteúdo de educação ambiental com os alunos, obtivemos a resposta dos professores afirmando que 65% são indivíduos ainda em formação, o que resultará em adultos potencialmente mais conscientes, a mesma resposta atingiu 79%. Em Goiânia, na escola A – pública -  73% dos professores afirmaram que são incentivados e motivados para desenvolverem projetos de EA, 91% consideram importante a implantação da EA na grade curricular, 100% dos professores afirmam que sabem o que é EA.  A Escola B – privada - também possui a EA na sua grade curricular de forma bem estruturada, possui recursos financeiros e patrocinadores para execução dos projetos. Tem área arborizada, coleta seletiva de lixo, horta e um espaço físico bem adequado. Nesta escola percebemos um cenário positivo e já em andamento para a implantação da EA.

Comparando esses dados das duas pesquisas, percebemos que os professores de ambas, apresentam uma boa formação acadêmica  e interesse em trabalhar com a EA.

Já para compormos uma análise parcial de alguns dados discutidos com os alunos das escolas pública e particular que nós trabalhamos, fomos buscar o trabalho de Cavalheiro (2008, p. 42 - 47), que propõe um estudo sobre a consciência ambiental entre alunos e professores.

Por exemplo, quando os estudantes foram questionados como preferem discutir e assimilar os problemas ambientais. A partir das opções os entrevistados do pesquisador, apontaram: Palestras, através de vídeos, pela internet, trabalhos práticos com jogos e brincadeiras educacionais. Em nossa pesquisa, questionamento semelhante, perguntamos aos alunos se eles gostariam de receber um material que incluísse conteúdo em forma de jogos e desenhos que lhe ajudasse a aprender sobre educação ambiental. Na rede pública: 97% disseram sim e a mesma pergunta feita na rede privada resultou em 95%.

Outro resultado nosso que a questão acima de Cavalheiro (2008) nos auxilia a analisar é: para entendermos o perfil desses estudantes, perguntamos o que costumam fazer em seu tempo livre. Entre as respostas estavam, na rede pública, 35% assistir à TV, 25% internet e entre outros que compunha 7% os jogos foram mencionados. Na rede privada, 27% assistir à TV, 31% internet e entre outros que compunha 8% os jogos foram mencionados. Quando defrontamos os dados da nossa pesquisa com a do outro autor, percebemos que vídeos – TV, Internet e jogos são as preferências dos alunos para receber essas informações sobre problemas ambientais.

            Em outra pergunta ele questiona se na casa do aluno há o cuidado em separar o lixo. Na sua maioria num total de 22 alunos têm o conhecimento da necessidade da reciclagem doas resíduos sólidos. E também praticam na residência a separação dos lixos alimentar e não-alimentar. Enquanto que 10 entrevistados afirmam que não há separação dos resíduos sólidos. Em nossa  pesquisa queríamos, também, saber se praticavam o costume de reciclagem em suas residências. O resultado apresentado foi o seguinte, na rede pública: 8% Reciclagem do lixo, 22% Reciclagem do óleo de cozinha, 35% Economia de luz e água, 24% Comprar só o que necessita, 8% Usar produtos sustentáveis, 3% Não praticavam nenhuma das opções. Na rede privada 10%Reciclagem do lixo, 17% Reciclagem do óleo de cozinha, 28% Economia de luz e água, 30% Comprar só o que necessita e 15% Usar produtos sustentáveis. Percebemos assim, que nas duas pesquisas, a maioria dos alunos estão envolvidos em processos de reciclagem em suas residências. Mostrando assim a importância da família no aprendizado da EA.

SILVA e MELO (2007), desenvolveram uma pesquisa com alunos de duas escolas, uma particular e outra pública de Manaus. Utilizamos seus dados, também, por ter certa semelhança com os questionamentos realizados por nós. Na pesquisa realizada em Manaus, quando questionados sobre que práticas ambientais eles observavam em suas escolas, que o item da coleta seletiva foi a mais equilibrada para as duas escolas pesquisadas (18% escola pública e 23% na escola privada). Pergunta semelhante realizada por nós, chegou aos seguintes resultados: na rede pública e na privada tivemos a mesma porcentagem, 35% Reciclagem do lixo – coleta seletiva. Mostrando muitas vezes que as lixeiras, com suas cores de classificação seletiva, são bem percebidas pelos alunos.

Na mesma pesquisa vamos observar um resultado interessante que complementa nossas informações e nos ajudam a posicionar nossos dados. O Questionamento foi sobre o interesse por assuntos relacionados ao meio ambiente. Os dados demonstraram equilíbrio, 53% dos entrevistados declararam muito interesse pelo tema, enquanto 43% declararam pouco interesse, por último 3%, declararam não ter interesse pelo meio ambiente. Em nossa pesquisa, quando questionamos sobre as sete opções de assuntos, relacionados a Educação Ambiental, que gostariam de aprender, sendo que poderiam optar por quantas quisessem, os principais itens mencionados foram, na rede pública: 14% optaram por ecologia, 10% por sustentabilidade, 17% por meio-ambiente, 17% por preservação do planeta, 19% por reciclagem,  11% por reflorestamento e 11% por recursos naturais. Na rede privada: 17% optaram por ecologia, 11% por sustentabilidade, 17% por meio-ambiente, 16% por preservação do planeta, 10% por reciclagem, 18% por reflorestamento e 11% por recursos naturais. Como podemos perceber os alunos estão interessados em entender o meio ambiente e acabam co-relacionando outros temas envolvidos com o meio ambiente e EA.

 

 

4. APRESENTAÇÃO DO PRODUTO

 

A cartilha poderá, inicialmente, ser utilizada de duas maneiras. A primeira é adotando com os alunos a leitura pré-produzida no material, onde o educador somente explanaria o conteúdo tratado e o levaria à discussão. A segunda maneira seria deixar que os próprios alunos conduzissem, juntos, a discussão e daí criassem  seu próprio texto com base nas imagens gráficas contidas na cartilha.

 

Para que a cartilha seja atrativa ao público-alvo, resolvemos ilustrá-la com personagens e cenários que auxiliassem esses indivíduos no aprendizado da educação ambiental.

 

Os personagens criados o Giulli, (Figura 13) , a Cacá (Figura 14) e o Beto (Figura 15) têm como características o interesse em assuntos relacionados a natureza e ao meio ambiente. 

Figura 13 : Giulli - Personagem elaborado por Miguel Marques Cardoso Pereira

 

Figura 14 : Cacá - Personagem elaborado por Miguel Marques Cardoso Pereira

 

Figura 15 : Beto - Personagem elaborado por Miguel Marques Cardoso Pereira

Para apresentar a primeira página de nossa cartilha, desenvolvemos o layout a seguir (Figura 16) . Onde podemos verificar a presença dos personagens e dos ícones que permitem o acesso ao conteúdo da cartilha (figura 17).

 

Figura 16: Página inicial da Cartilha

Figura 17: Página de conceitos da Cartilha

 

Banzato (2001), destaca a importância da embalagem como item fundamental para criar proteção, utilidade e comunicação ao produto.  Com esses atributos, a embalagem tem função de manter a integridade do produto, de sua produção, passando pelo transporte, até a chegada do mesmo ao consumidor final.

 

 Para Cobra (2001, p.67): “São funções das embalagens: facilitar a armazenagem; ajudar a posicionar o produto ou reposicioná-lo; proteger e conservar o produto; facilitar o uso do produto; e ajudar a vender o mesmo”. Percebemos que a embalagem é estratégica e muito importante para valorizá-lo.

Essa valorização pode acontecer, quando esse produto, por exemplo, utiliza uma embalagem sustentável, reciclável. Sua logística reversa e destino ambientalmente correto, para que o seu fim continue viabilizando sua utilização, sob qualquer condição, comenta Banzato (2001).

O mesmo autor completa, que dentre os vários tipos de embalagens utilizadas, as mais comumente encontradas, são as de papelão. Que tem como característica a possibilidade de reciclagem, que o torna importante frente a preocupação que temos que ter diante dos problemas ambientais que estamos enfrentando.

Para complementar a nossa embalagem, resolvemos utilizar o sistema de serigrafia que segundo Collaro (2007), é definida como:

 

Sistema de impressão milenar, pois japoneses e chineses já imprimiam com essa técnica (...) Baseado na permeabilidade, o processo consiste em vedar as tramas de uma rede fina de nylon, onde não queremos imprimir, e deixar passar tinta nas áreas que queremos imprimir.

 

 

Pensando em uma embalagem que cause o menor impacto ao meio ambiente, optamos por substituir a tinta, originalmente utilizada para serigrafia, pela tintura acrílica que não é tóxica.

 

5. CONCLUSÕES

 

A Educação Ambiental tem um campo fértil para sua disseminação no ambiente escolar.  Mas percebemos que mesmo com essa real possibilidade é importante o incentivo e o auxílio através de ferramentas como a que nós estamos propondo.

Pela pesquisa realizada, foi possível perceber que havia uma certa receptividade em ter uma cartilha digital, interativa e sustentável que ajudasse no aprendizado da Educação Ambiental. Percebemos também que o professor, por ser o intermediário entre o produto e o público-alvo, é peça fundamental para aceitação desse produto. Ao criarmos esse produto, na tentativa de ser sustentável, buscamos ao mesmo tempo torná-lo viável, funcional e que tratasse com de assuntos tão importantes e que trouxesse em sua embalagem todo o contexto de sustentabilidade.

Assim sendo, acreditamos que o produto, desta forma desenvolvido pode ajudar o entendimento da Educação Ambiental dentro de um contexto escolar.

 

 

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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Ilustrações: Silvana Santos