Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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12/03/2015 (Nº 51) ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA PARA AS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: POR UMA ALFABETIZAÇÃO MAIS SUSTENTÁVEL
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ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA PARA AS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: Por uma Alfabetização mais Sustentável.

Lucia Helena da Silva

Bióloga licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Iguaçu - UNIG

Pós - graduada em Educação Ambiental Transdisciplinar pela Universidade Veiga de Almeida – UVA

lu_3.2@hotmail.com

 

RESUMO

 

Este artigo tem como objetivo apresentar uma proposta de Alfabetização Sustentável Transdisciplinar para as escolas privadas do ensino fundamental I, situadas no Município de Belford Roxo do estado do Rio de Janeiro. O estudo da proposta foi realizado através de uma entrevista informal com professores, e coordenadores das séries iniciais do Ensino Fundamental, de dez escolas do município. Após os dados obtidos com a entrevista, evidenciou-se que as escolas ainda sentem dificuldades de se trabalhar com a temática da Educação Ambiental Transdisciplinar dentro e fora de sala de aula. Inúmeras são as dificuldades e desafios enfrentados pela escola quando se tratar de abordar o tema, que muitas das vezes são trabalhados mais em datas específicas. As escolas reconhecem que para se trabalhar com uma Educação Ambiental mais ampla é necessário que seus professores tenham mais qualificação, e mesmo se tratando de escolas privadas há uma necessidade de se abordar a fundo assuntos de Educação Ambiental que interaja mais a criança com a natureza e amplie a sua percepção para o meio ambiente do qual ela faz parte.

 

Palavras-chave: Educação Ambiental; Alfabetização Ecológica; Desenvolvimento Sustentável.

 

 

ABSTRACT


This work aims to present a proposal for a Sustainable Literacy Transdisciplinary for private elementary schools I, located in the city of Belford Roxo in the state of Rio de Janeiro. The survey was conducted through an informal interview with teachers and coordinators of the lower grades of elementary school, ten schools in the city. After the data obtained from the interview, it became clear that schools still find it difficult to work with the theme of Transdisciplinary Environmental Education inside and outside the classroom, many are the difficulties and challenges faced by the school when it comes to addressing the theme, which often are worked more on specific dates. The schools recognize that to work with a broader environmental education is necessary that their teachers have more skills, and even when dealing with private schools there is a need to address the issues of environmental education background that the child interacts more with nature and expand your awareness to the environment on which it is part.

 

Keywords: Environmental Education; Ecological Literacy; Sustainable development.

 

 

INTRODUÇÃO

Quando se começou a pensar em meio ambiente em sala de aula, logo relacionaram os temas voltados de ecologia para as aulas de ciências naturais. No entanto, a Educação Ambiental não pode ser implantada nas escolas, como disciplina específica, mas apenas como temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), chamado de ecoalfabetização.

E nesse contexto, os termos sustentabilidade, desmatamento, reciclagem, poluição, impactos ambientais, consumo sustentável entre outros ao passo que vem crescendo no dia a dia das escolas, e cabe aos professores desenvolverem atividades isoladas de educação ambiental que enfoque essas questões, e como preserva o meio ambiente é de responsabilidade de todos. O termo educação ambiental vem se tornado alvo de preocupação da maioria das instituições de ensino, pois estão cientes que um trabalho de Educação Ambiental, mais profundo necessita de professores com mais conhecimento e tempo disponível para atuar dentro e fora de sala, tempo este que muitas das vezes o profissional não dispõe.

Hoje sabemos que para viver nas próximas décadas as crianças precisam aprender ecologia, processo esse que Capra (2006, p.214), chamou em seu livro de “Alfabetização Ecológica”. Mas como trabalhar a alfabetização ecológica em uma época em que as crianças identificam com facilidade mais de mil logotipos de marcas de produtos, tem acesso a diversos tipos de aparelhos eletrônicos, porém não conseguem e nem se interessam pelo nome das plantas, árvores, pássaros de sua região, e nem tão pouco sabe de onde vem a água e nem pra onde vai o lixo (HASS, 2006, p.148). É nesse cenário em que as crianças são o tempo todo bombardeada com a mídia do consumo, que vejo a necessidade da criação de um projeto de Alfabetização Sustentável, formada por uma equipe Transdisciplinar de Educadores Ambientais que tem como proposta oferecer as Instituições de Ensino uma parceria de ações educativas, com oficinas pedagógicas baseada em atividades lúdicas voltadas ao ensino infantil, pois acredito que a educação ambiental informal aliada ao ensino, venha ser a ponte entre o consumo sustentável, a criança e a preservação ao meio ambiente. Essa parceria é fundamental para o educando, pois o conscientizara para uma vida toda.

Gadotti (2004, p.407) aponta o desenvolvimento sustentável como elo educativo formidável, pois a consciência ecológica depende de uma consciência educativa que promova o aprendizado a partir do cotidiano das coisas. 

A UNESCO destaca que:

Apesar dos consideráveis progressos alcançados a reorientação da educação formal para sustentabilidade encontra ainda enormes obstáculos, que não podem ser enfrentados por meio do trabalho individual dos docentes [...] e é necessário que os alunos aprendam a refletir de forma crítica, sobre seu lugar no mundo e a considerar o que significa desenvolvimento sustentável para ele e para sua comunidade (UNESCO, 1999, pp.50-51).

 

Nesse mesmo sentido, reforçar-se (GADOTTI, 2000, p.93) que “a educação para um desenvolvimento sustentável não pode ser confundida como educação escolar. A escola pode contribuir muito e está contribuindo, hoje as crianças escolarizadas que levam para os adultos em casa a preocupação com meio ambiente”.  E esse é um dos objetivos da Alfabetização Sustentável, apresentar conteúdos que possam esclarecer à temática ambiental, para a formação da consciência do aluno a partir das atividades lúdicas de Educação Ambiental, para que venha a praticar dentro e fora do ambiente escolar. Um exemplo de problema ambiental que nos cercam, é o lixo que as pessoas ainda insistem em descartá-los em lugares desapropriados, não por falta de informação, mas sim de conscientização para colocá-las em prática.

Na perspectiva de Capra (2006, p.74) o desenvolvimento sustentável tem que estar interligado em uma rede de relacionamentos entre comunidades, professores, estudantes, administradores e pais. Considerando tal pensamento, vejo que a educação ambiental informal pode exercer uma contribuição fundamental no processo que chamo de Alfabetização Sustentável.   

 

 

 

METODOLOGIA

De acordo com Gil (2008, p. 5), os fatos sociais não podem ser tratados como coisas, pois são produzidos por seres que pensam, sentem e reagem as situações de diferentes maneiras. Da mesma forma ocorre com o pesquisador que é uma espécie de ator que sente, age e exerce sua influência sobre o que pesquisa, porém não é capaz de ser absolutamente objetivo. Ele tem suas preferências, inclinações, interesses particulares, caprichos, preconceitos, interessa-se por eles e os avalia com base num sistema de valores pessoais. Sendo assim, para alcançar suas respostas faz-se o uso de metodologias, que devem possibilitar e facilitar o alcance dos objetivos propostos.

A metodologia utilizada na execução deste trabalho é de cunho descritivo e bibliográfico, onde através da coleta de dados e de literaturas relacionadas ao tema abordado ficou notório que a Educação Ambiental mesmo se tratando de Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) as escolas ainda encontram dificuldades para inserir essas questões em seu plano de aula.

Nas análises de Capra (2006, p.73) as questões ambientais vividas hoje, estão ligadas a valores que os adultos perderam ao longo dos anos, valores esses que estão intactos nas crianças e que bem nutridos podem se transformar em Alfabetização Ecológica que os conduzirá a uma sociedade mais sustentável, sendo que, as questões ambientais hoje apresentadas nas escolas são de caráter básico, pois ensinam apenas que é preciso cuidar e respeitar a natureza, mas não os despertam para uma consciência ambiental mais investigativa sobre o meio que os cercam em busca de uma sociedade mais consciente, eles permanecem apenas como ouvinte, onde na verdade deveriam ser praticantes de uma realidade sustentável.

Segundo Francisco Gutierrez (1994) citado por Gadotti (2004, p.404) “qualquer atividade, qualquer tarefa sem sentido em vez de educar, deseduca”.

A proposta desse projeto é despertar as escolas para uma nova pedagogia ambiental, onde o educando aprende que o meio ambiente não é constituído só de plantas e animais, mas também de seres humanos, cidade, zonas rurais e urbanas e que esses mundos estão todos relacionados entre si, e que o rompimento dessa relação pode causar uma agressão ambiental irreversível.

“A tarefa do educador nessa nova pedagogia, não será tanto ensinar, mas muito mais promover, facilitar, criar e recriar a experiência de aprendizado [...] educar para uma vida sustentável, implica também educar para a cidadania planetária” (GADOTTI, 2004, p.405).

A UNESCO (1999, pp.55-56) afirma que a raiz para uma educação mais sustentável está firmemente implantada na educação ambiental, mesmo não se tratando de uma disciplina. Em outras palavras a reforma para uma educação mais sustentável depende muito mais dos docentes do que dos currículos clássico das disciplinas, onde os alunos devem participar mais ativamente de atividades individuais e coletivas. Só que na prática isso não funciona, é preciso trabalhar a educação ambiental de forma mais eficaz.

 

A educação, concebida não como escolarização, pode e deve ter um peso na luta pela sustentabilidade econômica, política e social. Processos não formais e informais já estão conscientizando muitas pessoas e intervindo positivamente, se não solucionando, despertando para o problema da degradação crescente do meio ambiente [...] A educação ambiental em muitas escolas tem sido o ponto de partida dessa conscientização, embora se saiba que a educação para um futuro sustentável é mais ampla do que uma educação ambiental ou escolar (GADOTTI 2000, p87).

 

O Brasil hoje é um dos países líderes em biodiversidade, e para mantermos essa posição, precisamos de uma geração com visão holística, onde entendam que fazem parte de um todo, e que tudo que está em sua volta, e em seu organismo vem de elementos que estão na natureza.

Gadotti (2008, p.64) nos ensina que não aprendemos a amar a terra apenas lendo livros, e sim, vivenciando experiências, como plantar e acompanhar o crescimento de uma árvore, ouvir o canto dos pássaros ou até mesmo se aventurar numa floresta, sendo assim as teorias de sala de aula não tem como ser atrativas. As aulas de educação ambiental precisam ser prazerosas, precisamos despertar na criança não só a conscientização, mas também o amor a terra.

 

 

 

ALFABETIZAÇÃO SUSTENTÁVEL

A ideia da proposta de Alfabetização Sustentável surgiu com a unificação da teoria da Alfabetização Ecológica de Capra com o conceito Desenvolvimento Sustentável, onde em parceria com as Instituições de Ensino irá oferecer oficinas pedagógicas de educação ambiental que não envolva somente as disciplinas, mas a poesia, música, a arte, o consumo, as classes sociais e todas as coisas ligadas ao nosso dia a dia. As oficinas serão baseadas em atividades lúdicas de conscientização. Porém o fato de conscientizar não significa “simplesmente transmitir valores “verde” do educador para o educando [...] É permitir que o educando construa conhecimento e critique valores com base em sua realidade” (GUIMARÃES, 1995, p.31,35), é preciso sensibilizar e despertar o aluno para as questões ambientais que os cercam, de forma a compreender que nada vive isolado e que tudo estar inter-relacionado, assim como influenciamos o meio ambiente, também somos influenciado por ele, dependemos um do outro para viver, somos todos importantes no ciclo de vida do planeta.  Como diz Fritjof Capra (1999), citado por Gadotti (2004, p.412)

 

Precisamos de um currículo que ensine as nossas crianças esses fatos fundamentais da vida, nenhum ecossistema produz resíduo, já que o resíduo de uma espécie são alimentos de outras, a matéria circula continuamente pela teia da vida.

 

 Vivemos hoje um paradigma aonde nossas crianças vão adquirindo novos hábitos obtidos através da mídia e acatados pela família. Precisamos entender que elas não nascem consumistas, mas se tornam por omissão dos pais. O futurista norte-americano Alvin Toffler citado por Rocha (2009, p.15) afirmou que “O analfabeto do século XXI não será aquele que não pode ler e nem escrever, mas aquele que não for capaz de aprender, desaprender e reaprender”. O que estamos ensinando as nossas crianças, que valores estamos passando, que legados irão deixar?

Sendo assim, de acordo com a UNESCO (1999, p.49) o desenvolvimento sustentável não deve ser uma luta entre a minoria em nome da maioria, deve partir da contribuição e dedicação de todos, é essencial que todos abracem a causa e que devemos começar pela educação fundamental, para que através desses possamos construir um futuro sustentável.     

Na percepção de Gadotti (2000, p.47) “a educação do futuro deve ser inovadora, construtora de sentimentos e plugada no mundo, deve ter autonomia para inovação”. O papel das escolas ainda é forma cidadãos, e diante dos problemas ambientais que nos cercam, precisamos torná-los capazes de pensar criticamente sobre a realidade do planeta e como suas atitudes podem influenciar tais mudanças. Precisamos entender que, “Os problemas ecológicos são provocados pela nossa maneira de viver, [...] Reorientar a educação a partir do princípio da sustentabilidade significa retornar a nossa educação em sua totalidade, implicando em uma revisão de currículos”. (Gadotti 2000, p.42).  

Nesse sentindo, Guimarães (1995, p.30) argumenta que os grandes debates ambientais estão relacionados à posição incorreta que o ser humano se mantém diante da natureza, não que ele não esteja no centro dos problemas ambientais, mas é preciso entender que não existe separação entre o homem e esse ambiente, e cabe ao educador não passar uma visão pessimista de que é o homem que rompe todo esse equilíbrio ecológico, pois em contrapartida estaríamos colocando as futuras gerações contra as gerações atuais, e não é esse o objetivo da educação ambiental.

Defender o desenvolvimento sustentável não é fazer proselitismo ambiental. É, sim, mostrar que as chances de futuro dos seres humanos, das sociedades humanas e das suas organizações dependem de uma mudança na forma como interagimos, tanto entre nós, quanto com o meio ambiente natural. (ROCHA 2009, p.5)

Vivemos, portanto, em uma sociedade totalmente voltada ao consumismo onde parte das coisas que adquirimos se torna obsoleto em pouco tempo. E isso tudo se deve a mídia que contribui bastante para esse avanço, nos dizendo o tempo todo que precisamos mudar a aparência, as roupas, o carro, os aparelhos eletrônicos, e principalmente os Smartphone que hoje são líderes em obsolescência perceptiva. Porem diante dessas circunstância é evidente que as pessoas hoje têm mais coisas que alguns anos atrás, mais em contrapartida têm menos tempo para aproveitá-las, em razão de estarem trabalhando cada vez mais, e quando lhe resta algum tempo, correm para shopping ou para as filas dos fast–food.

Para Erick Beaudout (1997) citado por Gadotti (2000, p.84) a ecoformação deve compreender as relações formadoras entre o meio ambiente e o homem, ou seja, precisamos de uma pedagogia da terra para a reeducação humana. Pois o produto que consumismo hoje, vira lixo amanhã, e esse lixo é incinerado ou despejado em um aterro, mas o que muitos não sabem é que as duas formas poluem nosso ambiente. E como cada vez mais os adultos estão se tornando consumidores compulsivos e passando esses valores as nossas crianças, mais resíduos teremos.

Nesse contexto, Francisco Gutiérrez (1999) citado por Gadotti (2000, p.61) afirma que “é impossível construir um desenvolvimento sustentável sem que haja uma educação pra isto”. Em outras palavras é preciso desenvolver uma educação ambiental informal voltada às crianças de forma que elas se transformem em multiplicadores da informação, para que através delas as gerações de hoje mudem suas atitudes voltadas à preservação do meio ambiente.  

Para uma civilização se torna humana, justa e sustentável é preciso à mesma dose de amor, competência e prudência que o amor por certos lugares requer [...] o amor pelo lugar é a aceitação que a disciplina que esse lugar impõe se mostrando essencial para que haja um futuro decente. (ORR 2006, p.133)

Os recursos do nosso planeta tendem a se tornar escassos, por isso precisamos de uma mudança drástica em nosso modo de viver, e os movimentos pedagógicos devem ser o elo entre o presente e o futuro, através deles será possível provar que podemos viver bem, mesmo negando aos apelos do consumismo. Para Gadotti (2008, p.65), esses movimentos pedagógicos não devem estar ligados apenas na preservação da natureza, mas as mudanças sociais humanas e ambientais que nos cerca, essa ecopedagogia não se opõem a educação ambiental e sim se inter-relacionam em prol de uma educação sustentável.

Ainda, de acordo com o autor, “A preservação do meio ambiente depende de uma consciência ecológica, e a formação da consciência depende da educação” (2008, p.62).

   

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisar os conteúdos bibliográficos aqui citados é possível constatar que as escolas da Baixada Fluminense do Estado do Rio de Janeiro estão muito longe de estarem comprometidas com o desenvolvimento sustentável, não por falta de interesse, mais por falta de um conhecimento multidisciplinar. Segundo os autores aqui citados, não há que se negar que precisamos de uma ecopedagogia, que envolva nossas crianças a um comprometimento ambiental para uma vida sustentável. A proposta da Alfabetização Sustentável é justamente enriquecer o currículo das escolas com oficinas de sustentabilidades que envolva os princípios básicos da Educação Ambiental de modo a colocar as crianças em situações onde sejam formadoras de opinião.

 

Para orientar a educação para o desenvolvimento sustentável é necessário admitir que os compartimentos e as categorias tradicionais já não podem ser mantidos isolados umas das outras e que devemos trabalhar, cada vez mais para a inter-relação das disciplinas. (UNESCO 1999, p.45)       

Diante dos fatos aqui descritos, fica evidente que um trabalho como esse onde ocorrem mudanças nas rotinas das instituições, será extremamente árduo e desafiante, ainda mais se tratando de uma sociedade tão voltada ao consumismo e pouco ligada às questões sociais, políticas e ambientais da cidade.  

Capra (2006, p.295) destacar, que ambas as questões tem que ser vistas e abordadas no contexto familiar, geográfico, ecológico e político, logo as intuições de ensino não podem, mas visualizar a ecoalfabetização como uma utopia que se encontra apenas nos livros. É preciso acreditar que seja possível criar uma sociedade mais igualitária e menos egocêntrica, e para guiarmos nossas crianças para um de modo vida sustentável é preciso incentivá-las.

   Logo, o que se evidencia neste artigo é ampliar a conscientização de todos mediante a importância da sustentabilidade em nosso cotidiano, demonstrando que a partir de pequenas atitudes podemos mudar aos poucos a história ambiental de nosso planeta tais como, iniciativas baseadas em um projeto escolar que leve o educando a vivenciar toda a estrutura ambiental, suas causas e consequências do que se pode ocorrer no futuro caso não sejam implementadas mudanças que envolvam o interesse, o conhecimento, a coragem em buscar soluções para possíveis acertos seguidos de caminhos que os levem a supostos entendimentos para que por fim caminhem de forma correta, acreditando que é a partir do dia a dia que fará do comportamento humano suscetível a mudanças seguidas de atividades educativas que estejam embasadas em um fundamento de reflexão e alerta sobre a Sustentabilidade.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAPRA, F. C. et al. (org.), Alfabetização Ecológica: A educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Cultrix; 2006.

 

GADOTTI, M. Educar para a sustentabilidade: uma contribuição à década da educação

para o desenvolvimento sustentável / Moacir Gadotti. — São Paulo: Editora e

Livraria Instituto Paulo Freire, 2008.

______. Os Mestres de Rousseau/ Moacir Gadotti – São Paulo: Cortez, 2004.

 

______. Pedagogia da Terra/ Moacir Gadotti – São Paulo: Peirópolis, 2000

 

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social / Antônio Carlos Gil. - 6. ed. - São Paulo: Atlas, 2008.

 

GUIMARÃES, M. A Dimensão Ambiental na Educação. São Paulo: Papirus, 1995.

 

 

ROCHA LOURES, Rodrigo C. da Sustentabilidade XXI: Educar e Inovar sob uma Nova Consciência/ Rodrigo C. da Rocha Loures, São Paulo: editora Gente, 2009.

 

  UNESCO. Educação para um futuro sustentável: uma visão transdisciplinar para ações compartilhadas / UNESCO. Brasília: Ed. IBAMA, 1999.

 

Ilustrações: Silvana Santos