Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS AMBIENTAIS A PARTIR DE ANÁLISES SOCIOPARTICIPATIVAS
Larice Bruna Ferreira Soares Graduanda Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Garanhuns e Estagiária do Laboratório de Doenças Infecciosas pela mesma instituição. Avenida Bom Pastor, s/n, Boa Vista - CEP: 55292-270 - Garanhuns/PE. Email: brunna_soares@hotmail.com
João Luciano de Andrade Melo Junior Eng. Agrônomo pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Garanhuns e Mestrando em Produção Agrícola pela mesma instituição. Avenida Bom Pastor, s/n, Boa Vista - CEP: 55292-270 - Garanhuns/PE. Email: luciiano.andrade@yahoo.com.br
Arthur Prudêncio de Araujo Pereira Eng. Agrônomo pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Garanhuns e Mestrando em Solos e Nutrição de Plantas pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Avenida Pádua Dias, 11, Piracicaba/SP - CEP: 13418-900. Email: arthur.prudencio@usp.br
Resumo As diversas formas de degradação ocasionadas ao meio ambiente comprometem os ecossistemas e prejudicam a qualidade de vida. As análises que põem em prática a participação dos indivíduos da sociedade a cerca da natureza, podem evitar a perda das características positivas dos recursos naturais. O meio em que se vive possui relação direta com o cotidiano de uma população. É necessário exigir e respeitar os direitos das comunidades locais. A Educação Ambiental encontra-se como o início desse processo de sensibilização. Foram realizadas visitas técnicas em escolas públicas da rede municipal e estadual de ensino, levando ao público alvo, palestras e práticas sobre o meio ambiente. Os alunos, com o auxílio dos educadores, produziram materiais de conscientização, e com base nisso foi confeccionada uma Cartilha. A Educação Ambiental deve fazer parte do dia-a-dia das escolas, e o projeto pedagógico participativo precisa ser permanente. O intuito foi fazer com que os problemas comentados passem a ser vistos sobre outra perspectiva. O estreitamento das relações intra e extra-escolar é fundamental. Palavras-chave: Meio ambiente, Educação Ambiental, escolas públicas.
Introdução De acordo com a Sabesp (2003) a degradação ao meio ambiente é uma alteração causada aos diversos ecossistemas, e que compromete a qualidade de vida das pessoas. O conhecimento sobre o ambiente é necessário, pois, de acordo com Neves (1992), pode evitar a perda de características positivas, da qual, a população de forma geral, desconhece. O lixo produzido nos grandes centros urbanos é levado, sem o mínimo de interesse no destino final desses resíduos. O ser humano não tem o hábito de relacionar a natureza com questões práticas do cotidiano (DONELA, 1997). Prevenir a poluição, danos à saúde, desperdício de energias não renováveis e perda de biodiversidade é o desafio dos dias atuais. Desafios que vêm sendo relatados nas pesquisas de Bourg; Bernier (2000), que ressaltaram a necessidade de mais investimentos nesse setor. Através de Jonas (1990), trabalhos já mostraram que os impactos ambientais são dificuldades que podem limitar determinadas condições ou estilos de vida. Deve-se agir de forma sustentável e responsável, exigir e respeitar os direitos das diferentes comunidades, e preservar o meio ambiente (CASSINO et al., 1998). Trabalhos ambientais realizados nas escolas públicas conduzem o público a todo um conhecimento, enfatizando a natureza e as relações sociais. Dias (2000), conceituou Educação Ambiental como uma tática educativa para crianças e adultos, e que promove conhecimentos sobre como funcionam os ecossistemas, e as várias relações de dependência. Visto as vantagens e problemáticas citadas, entramos com os objetivos (gerias e específicos) e justificativas em relação ao estudo e divulgação de conhecimentos referentes à preservação dos recursos ambientais a partir de análises socioparticipativas.
Metodologia Foram realizadas visitas técnicas às escolas públicas da rede municipal e estadual de ensino entre junho/2012 e outubro/2012, as mesmas provenientes do município de Garanhuns, estado de Pernambuco. Os trabalhos foram feitos com alunos do 1o ao 6o ano, e consistiu em práticas e palestras sobre o meio ambiente. Foram abordados temas como: poluição, biodiversidade, recursos naturais, importância da água, bem estar animal e os benefícios ambientais e sociais. Verificou-se por meio de ilustrações dinâmicas e comentários dos próprios alunos, o conhecimento atingido. Uma Cartilha Ambiental foi a ideia final da pesquisa, utilizada como proposta de divulgação e reflexão sobre a importância da preservação ambiental.
Resultados e Discussão As práticas propiciaram aos alunos diferentes observações sobre como manter o ambiente saudável, e a participação destes foi positiva. A Educação Ambiental deve ser uma disciplina integrante na matriz curricular das instituições públicas de ensino. Como atividades desse tipo não são comuns no ambiente escolar, o interesse dos alunos foi ainda maior do que o esperado. O material desenvolvido dá a dimensão de que o objetivo foi cumprido com êxito. O processo pedagógico deve ser contínuo, tornando as pessoas mais críticas sobre os problemas ambientais que estão sendo enfrentados. Estende-se à sociedade, a capacidade de aprender e discutir sobre cada problema, e buscar soluções para minimizá-los. Os conteúdos foram adequados à idade dos alunos. Carvalho (2001) explicou que a Cartilha Pedagógica é um dos trabalhos mais efetivos para a Educação Ambiental. A opção pelas escolas da rede pública de ensino ocorre pelo fato de serem menos assistidas em relação às particulares (ANDRADE, 2000). O diálogo estabelecido no ambiente escolar foi útil, porém esse tipo de Educação nas escolas ainda é uma tarefa difícil, e alguns setores ainda estão em fase de desenvolvimento. Entraves na formação e sensibilização da população são muitos, e como mostrou Souza (2000) atividades como essas, são importantes, porém é fundamental também a manutenção e continuidade das já existentes. A problemática da sustentabilidade assume, neste final de século, um papel central na reflexão em torno das dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram. O objetivo foi alcançado e o produto final foi confeccionado (Fig. 1).
Figura 1. Cartilha Ambiental criada a partir dos desenhos, frases e relatos dos alunos das escolas públicas da rede municipal e estadual de ensino, nos locais das visitas técnicas. A. “Preserve a natureza em quanto a tempo”. Garanhuns, UFRPE/UAG, 2012.
Conclusões Ações de proteção, recuperação e melhoria sócio-ambiental, e a importância da educação para as mudanças culturais e sociais são abordadas na Educação Ambiental, como forma de planejamento estratégico para o desenvolvimento sustentável. O estreitamento das relações na escola é fundamental. O trabalho foi desenvolvido na ótica da Educação Ambiental Popular e Educação Ambiental Comportamental.
Referências bibliográficas ANDRADE, D. F. Implementação da Educação Ambiental em escolas: uma reflexão. In: Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v.4.out/nov/dez 2000.
BOURG, D.; BERNIER, J. M. Peut-on encore croire au progres?Paris: Presses Universitaires de France, 2000.
CARVALHO, I. C. M. Qual educação ambiental? Elementos para um debate sobre educação ambiental e extensão rural. In: Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, Porto Alegre, v.2. n.2, Abr./ Jun.2001.
CASSINO, F.; JACOBI, P.; OLIVEIRA, J. F. - Educação, Meio Ambiente e Cidadania - Reflexões e Experiências - Secretaria de Meio Ambiente /SP - 1998.
DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo, Gaia, 2000.
DONELLA, M. "Conceitos para se fazer Educação Ambiental" - Secretaria do Meio Ambiente, 1997;
JONAS, H. Le príncipe responsabilité: une éthique pourla civilisation technologique. Paris: Ed. Du Cerf, 1990.
NEVES, E.; TOSTES, A. Meio ambiente: Aplicando a Lei. Petrópolis: Vozes: Centro de Criação de Imagens Populares (CECIP), 1992.
SABESP. Guia de recuperação de áreas degradadas. Edson José Andrigueti (superintendente). São Paulo: SABESP, 2003. (Cadernos Ligação).
SOUZA, A. K. A relação escola-comunidade e a conservação ambiental. João Pessoa, Universidade Federal da Paraíba, 2000. |