Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Breves Comunicações
16/12/2013 (Nº 46) LOGÍSTICA: UMA VISÃO DE SUSTENTABILIDADE
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LOGÍSTICA: UMA VISÃO DE SUSTENTABILIDADE

 

Édison Cardoso Teixeira1

edisonc.teixeira@gmail.com

1.        Aluno de graduação em Logística na UNOPAR e pesquisador publicador na área de Educação, Ornitologia e Meio Ambiente.

 

A definição consensual para logística defende que esta é a área da gestão responsável por prover recursosequipamentos e informações para a execução de todas as atividades de uma empresa. A logística está intimamente ligada às ciências humanas, tais como a administração, a economia, a contabilidade, a estatística e o marketing, envolvendo diversos recursos da engenhariatecnologia, do transporte e dos recursos humanos. Fundamentalmente a logística possui uma visão organizacional holística, onde esta administra os recursos materiais, financeiros e pessoais, onde exista movimento na empresa, gerenciando desde a compra e entrada de materiais, o planejamento de produção, o armazenamento, o transporte e a distribuição dos produtos, monitorando as operações e gerenciando informações.

Dentro desta base conceitual, hoje a logística compreende uma gama de variáveis e campos que envolvem o trabalho e o controle de processos de diferentes segmentos e áreas.

Atualmente temos uma ampliação nas preocupações logísticas. Isto é claramente verificável no crescimento do interesse e desenvolvimento de distintas áreas logísticas, tais como a Logística Reversa, Logística Internacional, Logística Verde, entre outras.

Associado a isto, a questão ambiental e o bem estar humano já não são assuntos pertinentes apenas a grupos específicos. A sustentabilidade do meio em que vivemos e desenvolvemos as atividades antrópicas é hoje assunto presente em variadas instituições, e não só na área acadêmica. Atualmente é crescente o interesse de grandes corporações na busca de ferramentas e estratégias que eliminem ou baixem o nível de perda e descarte no decorrer de processos produtivos diversos. Além disso, o estudo e desenvolvimento de novas e  melhores estratégias de armazenamento, acondicionamento e transporte, também são fatores substanciais na busca pela sustentabilidade.

Com base nestes questionamentos, cresce o papel da Logística Reversa, que a priori trata de questões de sustentabilidade, porém com foco voltado para o âmbito externo. Com isso, este segmento deve absorver e ampliar seus esforços ou, talvez, aí podemos pensar em um novo papel fundamental na área Logística: o que poderíamos chamar de “Logística Ambiental ou Sustentável – L.A. ou L.S.”. Caberia a ela o estudo, pesquisa, desenvolvimento e aplicação de soluções para minimizar e verificar possíveis destinos corretos para os descartes e perdas de materiais durante os diferentes processos envoltos à produção industrial, bem como o modelo correto e sustentável de armazenagem, acondicionamento e transporte destes materiais. É sabido que processos produtivos mal planejados e estruturados, tem como resultado imediato um número alto de descarte e perda, o que compromete diretamente valores como o custo e até o montante produtivo (isto sem falar no âmbito ambiental). Estas falhas ganham um destaque ainda maior, no momento em que se discute o destino destas “sobras”, bem como a influência destas sobre o meio ambiente.

A importância da L.A. ou L.S. é visível e os grandes ramos empresariais e industriais já reconhecem isto. Para tanto, profissionais da área logística devem ficar atentos a estes questionamentos, bem como buscar acompanhar e manter-se informado sobre este segmento. É importante destacar que cada “material sobra” resultante de determinado processo produtivo e a poluição gerada por diferentes modais, apresentam características distintas. Devido a isto o profissional de L.A. / L.S. deve buscar a troca de conhecimento com profissionais de áreas distintas. Exemplos da necessidade destas “parcerias” são diversos: retalhos de couro e tecidos gerados durante o processo de produção de estofados; malhas de metais provenientes de processos metalúrgicos; fragmentos e serragem de madeira gerados, no decorrer da produção de artefatos como móveis e decorações; entre outros.  As questões, porém, são as mesmas: como destinar estes retalhos de modo que não gerem perturbações ao meio ambiente? Será possível o desenvolvimento de novas técnicas de corte? Existe a possibilidade de aproveitamento em outro processo destas sobras? Como acondicionar e transportar este material de forma segura, eficaz e responsável para com o meio ambiente?

A busca cada vez maior por um modelo econômico baseado em estratégias de desenvolvimento sustentável é a base da política futura. Repensar valores e atitudes é questão básica para o bem estar humano, e as empresas dos diferentes seguimentos, bem como os responsáveis por estas não podem fugir desta responsabilidade e manter a viseira apenas do lucro imediato. Mesmo porque, cabe a todo ser humano o pensar neste assunto de interesse global. Os ramos industriais e econômicos não podem fugir disto.

Ilustrações: Silvana Santos