Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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03/09/2010 (Nº 33) A CRIANÇA, A FLOR E A ESPERANÇA
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Educação Ambiental 33

A CRIANÇA, A FLOR E A ESPERANÇA

 

 

Eduardo Beltrão de Lucena Córdula

 

Pesquisador do GEPEA/GEPEC-UFPB/CE

Intermares. Cep: 58.310-971. Cabedelo-PB.

ecordula@hotmail.com

 

 

No éden terreno de nossas vidas, onde a imaginação alça vôos longínquos e os sonhos tornam-se realidade, o mundo é repleto de criatividade e de pessoas que amam a condição humana de existir. Neste lugar incrível, uma criança chamada Fé encontra uma flor chamada Solidão, para aqui narrarmos sua pequena odisséia.

Solidão não se destacava no campo de flores em que brotava, pois suas cores acinzentadas destoavam perante a composição e os nuances alegres e vibrantes do espectro colorido ali presente. Porém um dia, Fé passava pelos caminhos da vida que ficavam no centro do jardim, onde brotava Solidão, e que era dividindo em leste – o nascer e a vida, e em oeste – o poente e o seu fim.

Esta era apenas mais uma caminhada, como de costume de todos os dias, mas a trilha sempre mudava seus contornos, suas curvas e inclinações, pois a vida é inconstante e assim o é também, o caminho de Fé. E, neste dia em especial, onde a luz brilhava radiante sobre o imenso jardim, fez com que Fé percebesse Solidão perante as demais flores. Fé logo parou e ficou observando-a atentamente, por alguns instantes, até que decidiu se aproximar. Chegando a Solidão, acariciou suas pálidas pétalas num gesto fraternal, mas ao mesmo tempo, enrugou a testa sem entender como uma flor aparentemente igual as demais e, ao mesmo tempo tão diferente, poderia estar sem suas cores naturais. Fé se curvou e se ajoelhou perante Solidão, e começou comovidamente, a chorar. Suas lágrimas de amor ao caírem sobre flor a nutriram, exatamente o que ela precisava. E, repentinamente, numa explosão resplandecente Solidão reagiu e se ergueu acima de todas as outras flores, com suas pétalas, agora, aveludadas que reluziam as cores do arco-íres em um espetacular dégradé policromático, espalhando pelo ar um doce e suave aroma de liberdade, exaltando sua vitalidade florescente. Fé decidiu então, após o que havia presenciado chamá-la de Esperança.

Nesta longa jornada que é a vida, se tivermos fé ajudaremos muitos que precisam e estão ao nosso redor, pois a solidão de muitos deixará de existir, e a vida deles se renovará nos caminhos que agora brotam a esperança.

 

Ilustrações: Silvana Santos