Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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05/06/2010 (Nº 32) Educação ambiental no ensino médio: conhecimentos, vivências e obstáculos
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OS OBSTÁCULOS ENCONTRADOS PELOS PROFESSORES EM SE TRABALHAR EDUCAÇÃO AMBIENTAL


EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO MÉDIO: CONHECIMENTOS, VIVÊNCIAS E OBSTÁCULOS


Fernanda Alves Zuquim

Arcos, MG. E-mail: fernandazuquim@yahoo.com.br. Endereço: Rua Israel Pinheiro, 89, Brasília. Arcos – MG. CEP 35588-000. Tel: (37) 99532958


Alysson Rodrigo Fonseca

E-mail: alysson@funedi.edu.br. Endereço: Rua Goiás, 492, apt 23, centro, Divinópolis, MG. CEP:35500-000. Tel: (37) 99058194.


Batistina Maria de Sousa Corgozinho

E-mail: batistina@funedi.edu.br. Endereço: Rua João Esteves, 225, Bairro Bom Pastor, Divinópolis, MG. CEP:35500-153. Tel: (37) 3221 4428



RESUMO


A educação ambiental, nas suas diversas possibilidades, abre um estimulante espaço para repensar as práticas sociais. Nesse sentido, torna-se fundamental que os professores possam mediar e transmitir um conhecimento suficiente para que os alunos tenham a possibilidade de adquirir uma base adequada de compreensão do meio ambiente global e local. Este trabalho buscou investigar as concepções didático-pedagógicas, vivências e obstáculos encontrados por professores do ensino médio em relação à educação ambiental. Do ponto de vista metodológico, o estudo realizado insere-se numa perspectiva quali-quantitativa de investigação. Os elementos essenciais constitutivos desta investigação, a saber, a prática do professor e seus conhecimentos e aplicações sobre educação ambiental caracterizaram-se pelas convergências obtidas a partir de análises feitas sobre os discursos de professores em uma escola pública e uma particular, no município de Arcos, Minas Gerais. Os resultados demonstram que, de um modo geral, os professores não estão habilitados para trabalhar a educação ambiental ou ainda não se sentem preparados para desenvolver o tema, uma vez que a grande maioria deles não possui conhecimento e preparação específica. Aliado a isso, o estudo identificou que as dificuldades apresentadas pelos professores para implementação da educação ambiental nas escolas possivelmente são causa e conseqüência de bases oriundas de uma educação escolar tradicional, assim como da falta de interesse por parte dos docentes em questão.


Palavras-chave: Educação Escolar. Meio Ambiente. PCN’s. Transdisciplinaridade.


INTRODUÇÃO


O mito do desenvolvimento social, cultural, econômico, educacional e político através da exploração da natureza foram fortificados por uma complexa transformação humana. Essa transformação intensificou as mais diversas formas de produção e exploração por parte do homem, gerando efeitos, muitas vezes, irreversíveis à natureza. Tais efeitos atualmente geram questionamentos quanto ao futuro do planeta e, principalmente, dos humanos, uma vez que tem se percebido na atualidade grandes alterações climáticas, sendo a maior parte delas decorrentes do descaso humano ao ambiente.

Essa problemática nos alerta para os diversos modos que a sociedade humana tem se relacionado com o meio construído (humano) e o não-construído (natural). Autores como Ribeiro (1998); Raynaut; Lana; Zanoni (2000); Medina (2001); Ruscheinky (2002); Guattari (2006) discutem incessantemente sobre formas de alterar a consciência da população e assim, modificar o olhar da cultura capitalista que permanece ativa em toda sociedade.

Uma forma de transformar a realidade atual é incorporar à educação tradicional sistemas que permitam trabalhar de forma multidisciplinar o conhecimento. Esse conhecimento propicia a formação de cidadãos suficientemente informados, conscientes e preparados para modificar o presente, para que as questões ambientais possam ser não apenas discutidas, mas para que se busquem soluções para as mesmas (LUCATTO; TALAMONI, 2007).

Nesse sentido, a educação fornecida no âmbito escolar apresenta-se como uma possibilidade dos seres humanos de apropriar-se de conhecimentos produzidos ao longo do tempo, buscando assim valores que possam contribuir para o desenvolvimento e melhoria do modo de viver. Dessa forma, é possível perceber que a educação ambiental surge como obrigação legal, ética e moral da escola, uma vez que a atualidade pede mudanças profundas de valores e comportamentos humanos. Nesse contexto, buscar alternativas de sustentabilidade nas relações entre a humanidade e a natureza saudável e equilibrada torna-se um desafio diário de todos os seres humanos interessados no meio ambiente.

Com este intuito, a educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a co-responsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo modelo de desenvolvimento, chamado por muitos de desenvolvimento sustentável. Entende-se, portanto, que a educação ambiental constitui uma das condições necessárias para modificar o quadro de crescente degradação sócio-ambiental, com ênfase em um modelo educacional que vise equacionar o relacionamento entre homem e natureza. Dessa forma, a inserção desse tema na escola representa uma possibilidade de orientar aos alunos em um caminho que venha a transformar as diversas formas de participação social em possíveis fatores de dinamização que permitam melhor interação entre escola e comunidade.

Assim sendo, a educação ambiental, nas suas diversas possibilidades, abre um estimulante espaço para repensar práticas sociais. É papel dos professores mediar e transmitir um conhecimento suficiente para que os alunos tenham a possibilidade de adquirir uma base adequada de compreensão do meio ambiente global e local, impulsionando transformações de um modelo educacional que assuma um compromisso com a formação de valores visando a sustentabilidade como parte essencial de um processo coletivo. Tal percepção possibilitaria uma visão mais ampla da interdependência dos problemas e soluções relacionados ao meio em que vivemos, superando o reducionismo e estimulando o pensamento voltado para um meio ambiente diretamente vinculado ao diálogo entre saberes.

Entretanto, a implementação da educação ambiental nas escolas tem se deparado com alguns obstáculos, como a adequação do currículo na preparação dos docentes. A práxis pedagógica demonstra que ainda há uma hegemonia tradicionalista, cujo pragmatismo geralmente não permite uma contextualização dos temas e conteúdos. De forma semelhante, geralmente não há incentivo a novas descobertas, transformando a educação em um mero ato de depositar, no qual os educandos são depositários e o educador depositante (CORTELLA, 2004). Em adição, Freire (1987) afirma que essa forma tradicionalista de pensar e praticar a educação impossibilita a reflexão, geradora de transformação.

Por conseguinte, há ainda a necessidade da implantação de metodologias inovadoras e abrangentes, que possibilitem a inserção da Educação Ambiental de forma a contemplar o currículo das escolas de forma pedagógica. Tal assertiva está estabelecida pela Política Nacional de Educação Ambiental, Lei 9.795/99, em seu artigo 11°, quando afirma que a dimensão ambiental deve constar nos currículos de formação dos professores, em todos os níveis e todas as disciplinas (BRASIL, 1999). Dessa forma, além de atender as necessidades de novos conhecimentos, valores e competências dos educandos, as escolas devem colocar em foco, no currículo, a dimensão ambiental de forma articulada e interdisciplinar. Assim, as escolas de formação inicial devem se adequar ao novo quadro do ensino fundamental, cuja proposta está pautada nos PCN’s, que objetivam estimular os indivíduos a enfrentar o mundo atual como cidadãos participativos, críticos e profundos conhecedores de seus direitos e deveres (BRASIL, 1997).

Graça; Campos (2009, s/n) vão mais longe ao afirmar que:


A realidade da educação em nosso país ainda não é a que sonhamos graves problemas ainda impedem um bom desempenho escolar e resultados positivos do sistema de ensino. Esses empecilhos repercutem no próprio desenvolvimento brasileiro, porém não podemos esquecer que os danos ambientais aumentam assustadoramente, em conseqüência da ausência de cuidados e do descaso provenientes da ação humana.


Tendo em vista esta discussão, infere-se que os professores devam ser veículos de comunicação e conhecimento, de forma a conduzir o estudante na conscientização da importância de pensamento e ação voltados para a sustentabilidade, implementando, assim, uma integralização dos discentes com o meio em que vivem. Neste contexto, este estudo constou de uma investigação sobre os conhecimentos, vivências e obstáculos encontrados pelos professores sobre o seu cotidiano escolar, tendo como tema principal a educação ambiental.


METODOLOGIA


A pesquisa foi realizada na cidade de Arcos, município do estado de Minas Gerais, localizado na região Centro-Oeste, numa altitude de 740 metros. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que a população residente no município no ano de 2007 era composta por 34.763 habitantes.

O estudo baseou-se em representações sociais sobre os conhecimentos, vivências e obstáculos encontrados pelos professores do ensino médio em relação à Educação Ambiental, em duas escolas do município de Arcos - MG, sendo uma pública e outra particular. Participaram do estudo todos os professores que atuavam no ensino médio em ambas as escolas, independente da disciplina que lecionavam.

A escolha dessas escolas deu-se por serem as maiores escolas do município, o que permitiu um universo de estudo mais ampliado. Para a realização da pesquisa, foi obtido um termo de anuência da Secretaria Estadual de Educação e dos diretores das escolas pesquisadas. Por se tratar de uma pesquisa que envolve diretamente seres humanos (Resolução 196/96 CNS), o projeto foi encaminhado para o Comitê de Ética da FUNEDI, obtendo aprovação em 18/12/2008.

Para o delineamento metodológico optou-se pela utilização da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), segundo metodologia proposta por Lèfreve e Lèfreve (2005). As informações foram coletadas por meio de entrevistas individuais e semi-estruturadas. Segundo Gil (1999) a utilização da entrevista na pesquisa social é importante, pois possibilita a obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos da vida social, além de permitir maior flexibilidade, uma vez que o entrevistador poderá esclarecer qualquer dúvida a fim de que o entrevistado apresente uma melhor compreensão.

As entrevistas foram realizadas no período de 15 de junho de 2009 a 10 de julho de 2009, na própria escola onde os professores trabalhavam, em horários variados, adequados à disponibilidade dos mesmos, sendo registradas através de gravação e posteriormente transcritas para análise. As entrevistas foram realizadas a partir de um roteiro que abrangia um universo de três perguntas: Qual a sua preparação para trabalhar educação ambiental? Quais as dificuldades em se trabalhar a educação ambiental em sala? O que você conhece dos PCN’s sobre educação ambiental?

A ordem de entrevistas foi realizada por sorteio, através de duas listas (uma para cada escola) numeradas com o nome de todos os professores que atuavam no ensino médio, independente da disciplina que lecionavam.

Análise dos dados quantitativos foi realizada através de estatística descritiva simples, utilizando-se de gráficos. Os dados qualitativos foram analisados através da teoria das representações sociais, utilizando o DSC, conforme apontado anteriormente. Através dessa análise, buscou-se estabelecer uma relação entre a parte e a totalidade social, mediante a investigação de práticas sociais e conhecimentos dos professores do ensino médio.


RESULTADOS E DISCUSSÃO


A partir da pergunta: “Qual a sua preparação para trabalhar educação ambiental?” os professores evidenciaram, de um modo geral, uma nítida despreparação para ministrar aulas que contemplem o assunto em questão. Nesse sentido, a Figura 1 apresenta as respostas dos professores da escola estadual, na qual, 33,33% deles disseram não ter nenhuma preparação para trabalhar educação ambiental. Aproximadamente 60% daqueles que têm alguma preparação, estes as obtêm por conta própria, através de informações obtidas pela internet, revistas, jornais e televisão. Ao referenciar sobre os atributos dos educadores para o século 21 (BRASIL, 2002), os técnicos do Ministério da Educação e Cultura (MEC) citam que a formação de um profissional da educação deve estimulá-lo a aprender o tempo todo, pesquisar, investir na própria formação, utilizando criatividade, sensibilidade e capacidade de interagir com outras pessoas. Assim, acredita-se que essa potencialidade deva ser incentivada ou incrementada, através de uma efetiva participação dos cursos oferecidos pelo governo. Contudo, Bernardes (2006, p.24) acredita que a não participação dos professores nos referidos cursos se deva a vários motivos, dentre eles “a falta de tempo e de cursos específicos oferecidos na região”.


Figura 1 – Capacitação dos professores do Ensino Médio de uma escola estadual do município de Arcos - MG, quanto ao tema educação ambiental.


No que se refere aos resultados obtidos para os professores da escola particular, observou-se uma parcela significativa possui preparação própria, onde 21,42% diz obter informações pela internet, jornais e revistas e ainda 28,57% através de leituras pessoais. Nota-se ainda que 14,28% dos professores não possuem nenhuma preparação, este número é preocupante, especialmente se levado em consideração que o professor necessita de um mínimo de preparação para ensinar (Figura 2).

Pimenta (1999: p.05) afirma que:


A formação de professores na tendência reflexiva se configura como uma política de valorização do desenvolvimento pessoal e profissional dos professores e das instituições escolares, uma vez que supõe condições de trabalho propiciadoras da formação contínua dos professores, nos locais de trabalho, em redes de auto-formação, e em parceria com outras instituições de formação.


Segundo Zaldivar (2002) a sociedade atual transforma-se a todo instante e a instituição de ensino juntamente com seus professores devem oferecer um conhecimento adequado, atualizado para os alunos que ali buscam formação. O autor afirma ainda que os profissionais que quiserem continuar atualizados em relação às mudanças do mundo têm que estar em permanente processo de capacitação.

Quanto aos professores que buscam conhecimento por conta própria, se somados chegam a quase 50% dos entrevistados. Será que é uma atribuição do professor ir atrás de recursos sozinho? Obviamente, como transmissor de conhecimento, este necessita estar sempre estudando e se atualizando, contudo, não seria papel também da escola oferecer meios para que o professor possa se sentir mais preparado?

A Legislação da Educação Brasileira, Lei nº 9.394, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), (BRASIL, 1996), publicada em 23 de dezembro de 1996, demonstra, mesmo que de forma fragmentada e dispersa em vários artigos, a necessidade do desenvolvimento profissional dos professores. O Parecer nº 16 do CNE/CEB, de 21 de janeiro de 1999, ressalta que as competências dos professores devem ir além do conhecimento do conteúdo técnico. Dessa forma, a escola deve incorporar ações apropriadas de desenvolvimento dos professores no seu projeto pedagógico, sugerindo que esse preparo deva acontecer em serviço, ou em programas especiais seguida por ações continuadas de desenvolvimento profissional (BRASIL, 2001).

Assim, fica claro que a responsabilidade de formar professores capacitados para trabalhar educação ambiental na escola é das instituições e dos profissionais, devendo haver uma parceria para que a educação ambiental seja uma realidade nas redes de ensino do país.

Um dos problemas da educação, segundo Meller (1997), se relaciona ao conhecimento: concepções estreitas, limitação de enfoques e abordagem fragmentada. Entretanto, o presente estudo verificou que quase 50% dos docentes afirmam possuir interesse em buscar informações sobre a educação embiental (Figura 2), demonstrando a consciência da necessidade de qualificação profissional.

No que se refere ao discurso do sujeito coletivo é possível destacar seguinte idéia: “Procuro ler muito e pesquisar”:


Mais é disposição, procura pela internet, livros, arquivos, revistas, etc.


Essas percepções evidenciam o despreparo dos professores e ainda leva a questionar o fato de como eles podem oferecer um ensino em educação ambiental de qualidade, se os mesmos não estão adequadamente capacitados? Estudos desenvolvidos por Raggi; Santana (2005) sobre a percepção dos docentes sobre a educação ambiental no CEFET do Espírito Santo mostraram que a maioria dos professores não está devidamente preparada para trabalhar com temas transversais, com a interdisciplinaridade e tampouco com trabalhos com projetos, estratégias muito úteis no trato das questões ambientais. Silva (2008) complementa, apontando que professores mal preparados, desmotivados e com excesso de trabalho não encontram tempo para buscar novas formas de ensinar, sendo que aqueles que ainda conseguem fazê-lo geralmente tropeçam na falta de recursos pedagógicos e financeiros das escolas.

Ainda sobre a figura 2, observou-se que 7,14% dos professores afirmam ter como base os conteúdos de seu estudo formal, ou seja, aqueles estudos na faculdade. Será que esse conhecimento é suficiente, uma vez que a atualização torna-se cada vez mais necessária mediante o vertiginoso desenvolvimento tecnológico, científico e também cultural? Será adequado para o aluno contar apenas com um conhecimento desatualizado de um professor que parou de estudar quando terminou sua graduação? Para Farnesi; Melo (2002) a escola deve se constituir num espaço formação de professores/pesquisadores contínua e permanente, tanto de formação inicial como de formação continuada. Viola (2001) complementa, apontando que é preciso intervir em processos de capacitação que permitam ao professor embasar seu trabalho com conceitos sólidos, para que as ações não fiquem isoladas e/ou distantes dos princípios da educação ambiental.

Os resultados encontrados corroboram com Carvalho (1994), ao dizer que o professor está hoje despreparado e sem condições de atender as exigências de um trabalho que incorpore a temática ambiental de forma consciente.

Figura 2 – Capacitação dos professores do Ensino Médio de uma escola particular do município de Arcos - MG, quanto ao tema educação ambiental.


A comparação dos resultados entre as duas escolas (pública e particular) evidenciou que a situação na escola pública parece ser ainda mais grave, pois 33,33% dos professores disseram não possuir nenhuma preparação. Nesse caso, o discurso do sujeito coletivo mostra que a idéia central é nenhuma:


Nenhuma, pra trabalhar educação ambiental, eu não fui preparada pra isso, fui preparada pra ser professora, uma educadora de um modo geral.


A fala do discurso apresenta certa comodidade da profissional que diz não ter sido educada para trabalhar educação ambiental, mas parece se contentar com tal situação. Como inserir a educação ambiental em um meio, no qual, os profissionais mostram uma comodidade e aceitação de que não foram formados para trabalhar tal conteúdo? A forma como alguns educadores percebem a educação ambiental poderia ser considerada como um tabu, no qual é melhor não se falar, pois explicita o receio do professor diante de questões que não fazem parte do conteúdo ministrado pelos mesmos.

Segundo Rosa; Silva; Leite (2009), na constituição de um ambiente educativo de caráter crítico, a construção do conhecimento visa superar a visão de conteúdo isolado, elaborando uma interpretação da realidade a partir da interdisciplinaridade e de uma visão ampliada. O que pressupõe investimentos na formação de educadores, de maneira a propiciar atualização e aprofundamento das temáticas educacionais, apoiando-se numa reflexão sobre a prática educativa e promovendo um processo constante de auto-avaliação que oriente a construção contínua de competências profissionais (BRASIL, 1999a) e demarque mudanças efetivas de percepção e de ação.

Quanto à preparação dos professores para ministrar assuntos referentes à educação ambiental observou-se que a disposição maior se dá por parte dos professores da rede pública. Como mostra o discurso do sujeito coletivo:


Procuro me informar através de internet, livros, revistas, reportagens. Olha o que a gente lê, ouve, conhecer, assistir vídeos.


Acredita-se que tal interesse se deva ao fato de que esses professores dispõem de menos recursos no ambiente de trabalho e, portanto, devem recorrer a meios próprios de preparação.

Já por parte da rede particular, segundo professores, a pesquisa se dá diante da emergência de se aplicar os conhecimentos adquiridos em suas respectivas disciplinas. Outra ocorrência inquietante é o fato de não haver nenhuma capacitação por parte da rede pública em contraposição com a escola particular em que 14,28% tiveram capacitação específica.

Tais resultados vêm apenas confirmar o que expõem Rosa; Silva; Leite (2009: p.256) ao dizer que os professores “não estão recebendo formação suficiente para romper as correntes que os amarram à perspectiva educacional conservadora”.

Para avançar na questão da educação ambiental torna-se necessário pensar na formação do educador e dos demais componentes da escola, no aperfeiçoamento constante que esta profissão exige. Não basta apenas instituir a lei, se não houver como colocá-la em prática. Além disso, falta investimento na formação continuada do professor e valorização do profissional. As políticas de educação precisam ser pensadas e discutidas a partir do empírico para que explicitem o concreto e sejam experimentadas (SCHILLING; et al., 2005). Por isso, torna-se de grande utilidade, um aprofundamento e uma preparação eficiente para que se trabalhe de forma efetiva a educação ambiental.

Na figura 3, observa-se que os principais problemas apresentados pela escola pública foram à falta de material (67%) e adequação do tempo (53,33%). Contudo, o despreparo por parte dos professores quanto ao saber ensinar sobre o assunto educação ambiental foi fato citado por 26,26%.



Figura 3 Dificuldades de se trabalhar o tema educação ambiental relatadas pelos professores do Ensino Médio de uma escola estadual do município de Arcos – MG.


Diante da emergência de se esgotar o conteúdo de suas respectivas disciplinas, observa-se uma dificuldade por parte dos professores de se contemplar temas transversais durante as aulas, conforme evidencia o discurso do sujeito coletivo:


A falta de tempo, porque a gente tem aquele conteúdo pra ministrar então a gente é obrigado a cumprir aquele conteúdo em determinado tempo. Como se diz, a gente tem um currículo a seguir um plano de aula seguir, um limite de aula certo para terminar no final do ano então a gente não tem tanto tempo para outras atividades fora do conteúdo. A questão de horário, muita das vezes você tem apenas um horário, de cinqüenta minutos, desses cinqüenta minutos, você tem que levar em conta que você já desconta dez a quinze minutos pra outras atividades rotineiras em sala de aula e quando você consegue despertar mais atenção, eles se abrem ao trabalho, aí o horário acaba.


No que se refere ao questionamento “Quais as dificuldades em se trabalhar a educação ambiental em sala?”, uma porcentagem de 27,27% dos professores acredita que um dos grandes obstáculos encontrados para se trabalhar um tema transversal é a falta de aceitação por parte dos colegas. Nesse sentido, o discurso do sujeito coletivo ilustra a idéia central de que a “falta de parceria entre os professores” apresenta-se como uma das maiores dificuldades para trabalhar educação ambiental em sala de aula:


A dificuldade maior que tem, eu acho, primeiramente, é a aceitação dos professores de outros conteúdos no tema Educação Ambiental. Mesmo que o professor não tenha conhecimento sobre determinado assunto, eles recusam a participar do projeto falando que a matéria dele não tem nada haver com aquilo, a matéria tem haver com geografia, com biologia, que não tem nada haver com matemática e com física. A dificuldade com parceria, com professores. A educação ambiental precisa de conhecimentos de todas as áreas, da química, da biologia, química, das estatísticas, da matemática aplicada, etc.



Figura 4 Dificuldades de se trabalhar o tema educação ambiental relatadas pelos professores do Ensino Médio de uma escola particular do município de Arcos - MG.


Ainda no que se refere às principais dificuldades em se trabalhar a educação ambiental em sala, a falta de disposição por parte dos professores ficou em segundo lugar, com 18,18% (Figura 4). A principal argumentação é que a cobrança para se esgotar o conteúdo é muito grande e fica complicado adequar o tempo. A falta de tempo também foi a resposta de 18,18% dos professores.

A falta de conscientização dos próprios educadores gera a falta de interesse nos alunos? Essa questão deve ser devidamente pensada uma vez que, nos interessamos por um assunto quando percebemos que a pessoa que fala dele também acredita em sua importância. Segundo Santos; Carvalho (s/n) um dos maiores problemas enfrentados para a inclusão da educação ambiental nos Planos Pedagógicos Escolares é a resistência para funcionar enquanto assunto transversal, conforme orientação feita pelos PCN’s. De modo geral, as disciplinas escolares funcionam de forma individualizada, fugindo do propósito da interdisciplinaridade.

Os conhecimentos dos professores sobre os PCN’s de educação ambiental foi o terceiro tema tratado nesta pesquisa, sendo os resultados mostrados nas figuras 5 e 6. Os resultados expostos na figura 5 mostram que 60% dos professores da escola estadual não conhecem os PCN’s, enquanto que as respostas:


É um tema transversal; conhecem os PCN’s que se relacionam com as disciplinas que ministram e foi um assunto estudado na faculdade, empatam apresentando 13,34%, respectivamente.


Tais resultados corroboram com a pesquisa de Fath; et al. (2008) que evidencia que os PCN’s são pouco conhecidos pelos educadores. Apesar de muitos afirmarem ter manuseado o material publicado pelo MEC, poucos entendem do que se trata. Acredita-se que isso ocorra, tanto por falta de interesse dos professores que não tem motivação nem iniciativa de procurarem pesquisar e se inteirar no assunto, bem como de uma organização institucional que não viabiliza, nos espaços de formação continuada, a interação com esse tipo de material. Neste contexto, a discussão sobre essa problemática geralmente fica restrita ao âmbito acadêmico, encontros e congressos, dos quais a maioria dos professores não participa.


Figura 5 – Conhecimento dos PCN’s sobre educação ambiental por professores do Ensino Médio de uma escola estadual do município de Arcos – MG.


De acordo com a figura 6, observou-se que uma porcentagem de 36,36% dos entrevistados nas escolas particulares desconhecem os PCN’s e ainda, 36,36% afirmaram que até conhecem os PCN’s, mas estão distantes do cotidiano da escola. Tal assertiva não se coaduna com o referido PCN, pois eles foram elaborados justamente no intuito de se adaptar à realidade da escola. Será que é o cotidiano da escola que está distante ou o cotidiano dos professores? Haja vista que se percebe certa morosidade por parte destes para com mudanças nas metodologias e aplicação de temas transversais por vários fatores.


Figura 6 – Conhecimento dos PCN’s sobre educação ambiental por professores do Ensino Médio de uma escola particular do município de Arcos – MG.


A maioria dos professores ao responder a pergunta: “O que você conhece dos PCN’s sobre educação ambiental?” disseram não conhecer, fornecendo então o seguinte discurso do sujeito coletivo:


Eu não conheço nada!

Contudo, algumas respostas mostram certo conhecimento, ainda que raso, por parte dos professores:

Bom o PCN para mim é um compensativo de todos os assuntos. Eu conheço o PCN, ele trata a questão ambiental como tema transversal, como tema transdisciplinar a ser trabalhado em todas as disciplinas, vinculando assim os conhecimentos específicos que a disciplina pode dar à contribuição do desenvolvimento na mentalidade ambiental.


Os resultados expostos acima vão de encontro com a afirmação de Bizerril; Faria (2001), ao constatar em sua pesquisa que dos professores entrevistados, especialmente os de escolas públicas, deixam claro que os PCN’s são, ainda, uma incógnita nas suas escolas e que têm dificuldades em compreender a proposta ou, ao menos, em executá-la. Segundo esses profissionais, as reuniões sobre esse tema nas escolas, na maioria dos casos, são escassas ou improdutivas. Isto se deve ao desinteresse e despreparo de alguns professores, mas também à maneira complexa pela qual o tema interdisciplinaridade é por vezes exposto aos professores, provocando certa angústia em relação ao assunto.

Em ambas as escolas, as outras respostas pertinentes ao conhecimento dos PCN’s foram pouco precisas ou usadas como chavão, uma vez que muitos professores não admitem a falta de conhecimento:


É um tema transversal, estudo na faculdade. É interessante.


Tendo em vista os resultados obtidos nesse trabalho, observou-se que, de um modo geral, os professores parecem não estar habilitados para trabalhar educação ambiental ou mesmo ainda não se sentem preparados para desenvolver o tema. É comum colocar a culpa nas escolas ou mesmo isentar o professor da sua falta de atuação, justificando suas potencialidades e limites, diante de sua formação. No entanto, vale ressaltar que muitas vezes os profissionais têm sua parcela de culpa sendo omissos, deixando-se influenciar pelo comodismo.

A fim de sanar ou reverter esse quadro Azevedo; Silva; Sales; et al. (2009, s/n) sugerem que:


A escola ressignifique e reconsidere o seu processo de planejamento, a fim de rever práticas de ensino e aprendizagem, com a finalidade de possibilitar ao aluno o envolvimento com atividades prazerosas e significativas, que venham atender ao seu interesse. Sugerimos também que ela reveja sua proposta didática, possibilitando ao professor autonomia para desenvolver um trabalho, junto ao aluno, pautado no conhecimento e preservação integrando as demais áreas do conhecimento, como recurso para uma aprendizagem significativa e reflexiva.


Graça; Campos (2009) completam expondo:


O trabalho pedagógico com a questão ambiental requer empenho e, principalmente uma interação da escola com os demais setores sociais. As atividades a ser desenvolvidas demandam aspectos interdisciplinares que contribuirão para que a compreensão dos alunos ocorra de maneira mais fácil, favorecendo o seu entrosamento e atuação junto aos temas ambientais, passando assim, a fazer parte importante de um processo de conhecimento e cooperação com o seu bem estar, dos outros, do meio ambiente e, é claro, do planeta, permitindo que as próximas gerações também possam usufruir dos enormes benefícios que a natureza é capaz de proporcionar.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Este estudo aponta que as dificuldades em se trabalhar educação ambiental nas escolas passam pelo desconhecimento e despreparo dos professores sobre o assunto. Diante dessa constatação, percebe-se a necessidade de implementação de ações para que a educação ambiental realmente faça parte do cotidiano da escola. Nesse sentido, algumas possibilidades de melhora se revelam na própria fala dos docentes, dentre elas, a capacitação surge como uma meta a ser alcançada, haja vista que o desconhecimento sobre o tema foi, no mínimo, inquietante e a falta de conhecimento pode relacionar-se com as dificuldades que a educação escolar atravessa de um modo geral.

As propostas da educação ambiental e as condições necessárias a sua implementação podem auxiliar no desencadeamento das mudanças de que tanto necessita o ensino formal, a fim de atingir a efetividade esperada. Daí a importância de se rever os processos de formação dos educadores no intuito de capacitá-los e, nesse ínterim buscar melhores formas para que a educação ambiental seja um tema trabalhado em sala de aula, haja vista que é um assunto de suma importância para o corpo discente e o ambiente como um todo.

Contudo, apesar da importância da mudança na formação dos professores, algumas providências mostram-se mais imediatas, uma vez que a formação dos professores demanda tempo, ou seja, acontece no longo período de tempo. Nesse sentido, o planejamento de projetos e atividades práticas referentes a situações ambientais cotidianas podem e devem ser estimuladas, pois oferecem aos professores, alunos e comunidade escolar em geral, a oportunidade de envolver-se em situações reais. Assim como também, é possível haver um trabalho interdisciplinar, principalmente fora de sala de aula, de modo a romper com a educação tradicional.

A promoção de uma educação ambiental tornou-se responsabilidade contemporânea, por isso, sua inserção na escola mostra-se inevitável, já que esta é o veículo maior de formação humana. Porém seu sucesso depende do envolvimento de toda a comunidade escolar, de forma a não se fragmentar pessoas e conhecimentos. A sua realização adequada pressupõe o esforço da interdisciplinaridade efetiva, na qual, os professores possam trabalhar a realidade vivenciada com sua disciplina estabelecendo também ligação entre as outras disciplinas.


REFERÊNCIAS


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BASARAB, Nicolescu. O manisfesto da transdisciplinaridade. Trad. Lúcia Pereira de Souza. São Paulo: TRIOM, 1999.


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Ilustrações: Silvana Santos