Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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DIÁLOGO ENTRE AULAS DE CAMPO E EDUCAÇÃO
AMBIENTAL: UM OLHAR SOBRE A PRÁTICA DOS PROFESSORES DE CIÊNCIAS Lívia de Rezende Cardoso Mestre em Educação/ Professora Substituta do Departamento de Biologia
da UFS livinha.bio@gmail.com Alex Souza de Jesus Licenciado em Ciências Biológicas UFS alexdabio@hotmail.com INTRODUÇÃO Nos
últimos anos, as preocupações com o meio ambiente têm aumentado tanto a nível
global quanto a nível local. Assim, deve-se refletir sobre os problemas
ambientais regionais no sentido de contribuir, significativamente, com os alunos
para uma tomada de consciência de modo a tornarem-se aptos a exercer a
cidadania. Segundo Guimarães (1995, p. 28), “a educação ambiental vem sendo
definida como eminentemente interdisciplinar, orientada para resolução de
problemas locais. É participativa, comunitária, criativa e valoriza a ação”.
Ainda de acordo com o autor: a
EA se realizará de forma diferenciada em cada meio para que se adapte às
respectivas realidades, trabalhando com seus problemas específicos e soluções
próprias em respeito á cultura,
aos hábitos, aos aspectos psicológicos, às características biofísicas e
socioeconômicas de cada localidade. Entretanto, deve-se buscar compreender e
atuar simultaneamente sobre a dinâmica global; ou seja, as relações que
aquele ecossistema local estabelece com os ecossistemas vizinhos e com o planeta
Terra como um todo, e também as relações políticas e econômicas daquele
local com o exterior. (GUIMARÃES, 1995, p. 37) Nessa
perspectiva, a presente pesquisa se justificou por duas razões básicas: a
primeira estava relacionada à necessidade de desenvolver pesquisas qualitativas
com educadores, investigando como trabalham e concebem a educação ambiental e
porque assim o fazem. O segundo motivo inseriu-se no contexto do próprio município
escolhido para estudo. No momento, os problemas ambientais mais evidentes em
Japaratuba-SE, e que potencialmente podem ser abordados pelos professores, são
os decorrentes de: plantio da cana-de-açúcar aos arredores da cidade e a
degradação de matas. Portanto, foi necessário
conhecer como a Educação Ambiental é desenvolvida pelos professores desse
município e se esta é ou não abordada de modo crítico a objetivar mudanças
de atitudes individual e coletivamente. Além disso, foi dado um enfoque maior
às aulas de campo relatadas pelos professores pesquisados, buscando entender
como essa modalidade de aula contribui no estudo do meio.
Para tanto, traçamos um plano metodológico que constituiu-se num estudo
de caso de cunho exploratório, tratando-se de uma pesquisa com abordagem
qualitativa. De acordo com Haguette (1997, p.64), esse enfoque “fornece uma
compreensão de certos fenômenos sociais apoiados no pressuposto da maior relevância
do aspecto subjetivo da ação social face à configuração das estruturas
societais, seja a incapacidade da estatística de dar conta dos fenômenos
complexos e dos fenômenos únicos”. Assim,
o trabalho foi realizado em algumas escolas públicas do município de
Jabaratuba-SE que, segundo o censo 2007 do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), possui uma área de 360 km2, localiza-se a 54 km
da capital sergipana e está formada por uma população de 15.450 habitantes.
Nesses estabelecimentos, demos voz aos professores de Ciências através de
entrevistas semi-estruturadas, em que há um roteiro de tópicos relativos ao
problema que se vai estudar e o entrevistador tem a liberdade de fazer as
perguntas que quiser, segundo Marconi e Lakatos (2006).
Então, os dados coletados foram analisados seguindo as seguintes
categorias: 1) O conceito de meio ambiente e natureza que possuem; 2) A
abordagem da Educação Ambiental durante o currículo de Ciências no ensino
fundamental; 3) As aulas de campo desenvolvidas por eles. DESAFIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL De acordo com Morales
(2007, p. 59), o processo de conhecer as diferentes concepções de meio
ambiente pode expressar práticas pedagógicas e discursos antagônicos e/ou
complementares de educadores, além de determinar as correntes e caminhos da
pesquisa em educação ambiental. Reigota (2001) classifica as concepções de
ambiente em: 1) Naturalista: em que o meio ambiente é visto como sinônimo de
natureza intocada, evidenciando-se somente os aspectos naturais; 2) Antropocêntrica:
que evidencia a utilidade dos recursos naturais para a sobrevivência do ser
humano; 3) Globalizante: que é pautada nas relações recíprocas entre
natureza e sociedade. Essas maneiras de
perceber o ambiente se inter-relacionam e não são mutuamente exclusivas.
“Esta sistematização deve ser vista como uma proposta teórica e será
vantajoso que constitua objeto de discussões críticas” (SAUVÉ, 2005, p.
18). As concepções de ambiente definem diferentes formas de praticar a Educação
Ambiental, resultando, de acordo com Morales (2007, p. 62), em “várias
identidades socioambiental e política que se consolidam nos pensamentos e ações
cotidianas”. Por
sua vez, a visão de natureza também interfere no modo de desenvolver a educação
para o ambiente. O conceito de natureza não é natural, sendo, na verdade,
criado e instituído pelos homens. Para os filósofos pré-socráticos, a
palavra physis indica aquilo que por
si brota, se abre, emerge, como o desabrochar que surge de si próprio e se
manifesta neste desdobramento, pondo-se no manifesto. É com Platão e Aristóteles
que a physis, atinge uma concepção
desumanizada. Com Descartes, a oposição homem-natureza se torna mais completa:
o antropocentrismo e o sentido utilitarista do pensamento cartesiano consagrará
a dominação humana sobre a natureza, pressupondo uma idéia de homem não
natural e fora da natureza (GONÇALVES, 2005 p. 30). Araújo (2004, p. 62)
argumenta que “a concepção de educação ambiental torna-se mais complexa,
incorporando as dimensões sociais, culturais, políticas, econômicas e ecológicas,
com enfoque em conhecer e compreender as realidades e as problemáticas
ambientais sob a visão da totalidade”. De modo complementar, Loureiro (2004,
p. 31) conceitua a educação ambiental como, “em síntese, uma práxis
educativa que é em si cultural e informativa, mas que fundamentalmente política,
formativa e emancipatória, portanto, transformadora das relações sociais
existentes”. Nesse sentido, Gutiérrez-Perez ressalta que: A educação ambiental
não é uma tarefa inocente isenta de intencionalidade e propósitos, nem se
trata de ensinar às crianças como o mundo anda mal, nem tampouco ocultá-lo. O
acúmulo de conflitos, valores, culturas e idiossincrasias que se cruzam nessa
parcela de responsabilidade, atribui ao ambiental um valor superestimado de
complexidade epistemológica e um status disciplinar de singular riqueza, pois
nele se encontra uma diversidade de interesses contrapostos, de ideologias contrárias,
de pressupostos filosóficos divergentes, de éticas díspares e de práticas
cotidianas muito desiguais e variadas. (2005, p. 180) Segundo Araujo (2004,
p.22), a Educação Ambiental deve ser capaz de orientar o cidadão nas tomadas
de decisões comprometidas com a atualidade, visando atender as necessidades
atuais e futuras, no sentido de construir uma nova mentalidade ambiental
preocupada com os problemas ecológicos e sociais. Sato et
al. (2005, p.107) atenta, ainda, para necessidade de adequá-la à realidade
brasileira, “que legitime a linha de dignidade na perspectiva da diversidade
cultural e biológica e que sobremaneira saiba se posicionar criticamente diante
dos modelos importados da sociedade industrial”. Para
Passos e Sato (2002), evidenciar as diferenças constitui ainda o desafio da
Educação Ambiental, não buscando a síntese hegemônica, mas oferecendo
caminhos multifacetados à construção de uma nova ética. Além disso, urge o
imperativo de se trabalhar de forma interdisciplinar para que se alcance seus
princípios. Isto porque, para Gonsalez-Gaudiano (2005), de uma perspectiva política,
a interdisciplinaridade questiona as práticas de produção e reprodução do
conhecimento que habitam o território das aparências e apresentam realidades
deformadas ou distorcidas. Ao referir-se ao tema
meio ambiente e saúde, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) afirmam que
a principal função do trabalho com o tema é contribuir para formação de
cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade sócio-ambiental
de um modo comprometido com a vida, com o bem estar de cada um e da sociedade
local e global. Portanto, tendo em vista as diretrizes propostas pelos PCN,
entendemos que o trabalho de educação ambiental precisa ser desenvolvido a fim
de ajudar os cidadãos a construírem uma consciência global das questões
relativas ao seu meio para que possam assumir atitudes sustentáveis, baseadas
em posições afinadas com os valores referentes à sua proteção e melhoria.
De acordo com Guimarães (1995, p. 30), em Educação Ambiental “é
preciso que o educador trabalhe intensamente a integração entre ser humano e
ambiente e se conscientize de que o ser humano é natureza e não apenas parte
dela”. De acordo com Araujo: As finalidades e princípios
dessa abordagem de educação requerem uma nova mentalidade para a formação do
professor. Espera-se do professor, que deseja trabalhar sob a égide dessa ordem
educacional, uma formação pedagógica fundada na experiência e na reflexão
alinhada à formação ambiental, por meio da aquisição do conhecimento científico
contextualizado. (2004, p.22). Hennig
(1994) afirma que para os professores terem sucesso em suas aulas, estas devem
ser cuidadosamente programadas. O professor deve fazer uma visita ao local, traçar
roteiros, trilhas, conversar com os alunos preparando-os para atividades em
campo e produzir, quando não disponível, material didático que possa ser
utilizado pelos alunos durante e depois das atividades.
Numa uma aula de campo deve-se realizar estudo do meio. Esse estudo
consiste numa abordagem analítica-sequencial do ambiente no campo, ou seja, um
diagnóstico seqüencial e gradativo dos componentes bióticos e abiótiticos.
Além dessa caracterização,devem ser traçados relações entre os aspectos
encontrados no meio com as possíveis relações evolutivas, históricas, ecológicas,
geográficas, biológicas e humanas (ROSA et
al., 1997). CONCEITO DE NATUREZA E MEIO AMBIENTE A
partir de agora, passaremos a analisar as entrevistas realizadas com os
professores de Ciências, investigando, inicialmente, a concepção de natureza
e ambiente que eles possuem de modo a relacionar com as atividades de educação
ambiental desenvolvidas por eles. Então, ao perguntar se existe diferença
entre meio ambiente e natureza, embasado em Reigota (2007), tivemos o objetivo
de perceber os conceitos dos mesmos. Quando
se fala em meio ambiente, a professora 01 traz uma concepção globalizante, de
ambiente como todo, o entorno, o meio físico com todos os outros elementos,
como o homem, os animais, etc. Ao se referir à natureza, ela a conceitua como
natureza intocada, vegetação, explicitando uma concepção naturalista.
Podemos também perceber, em seu discurso, a divisão existente entre meio
ambiente e ser humano: “vegetação é um ambiente que não foi tocado [pelo homem]...
o meio ambiente é isso... não só o entorno com todas as peças que fazem
parte do entorno né?” (P-01) A
professora 02, ao afirmar que “meio ambiente pode ser qualquer ambiente físico natural e a natureza. O
ambiente é tudo que nos rodeia. E natureza se refere aos elementos físicos e
químicos”, apresenta uma concepção
recursista de natureza, antropocêntrico. Isto porque entende a natureza como
aos recursos naturais. Da mesma forma, explicita o ambiente sob uma visão
naturalista, como ecossistema. De
modo semelhante, o professor 03 ao afirmar que “Ambiente
é meio biótico e meio abiótico. O abiótico são os fatores físicos e químicos
né? Água, solo e meio biótico é os seres vivos que fazem parte do
ambiente”, apresenta o ambiente como ecossistema, numa visão naturalista.
Seguindo a mesma idéia, entende a natureza como “aquilo
que já nasce né? Já vem, já ta formado. É aquilo que já vem, que é
criado, que já nasce”. Segundo
a professora 04, a diferença é que natureza inclui somente flora e fauna,
evidenciando uma concepção naturalista. Ao passo que, meio ambiente seria o
espaço natural e construído, incluindo o homem e suas relações sociais, econômicas
e políticas, demonstrando uma concepção globalizante: Quando
se fala em natureza você inclui somente os aspectos naturais. É lógico que o
homem ele faz parte da natureza, mas quando a gente fala de natureza, está
falando mais de flora e fauna. E quando a gente fala de meio ambiente, a gente
fala do homem e de todas as relações sociais né, cultura, política, tudo o
que inclui o homem. (P-04) Para
a professora 05, não existe diferença, pois esses conceitos se relacionam de
forma ampla, apresentando os mesmos significados semânticos. Ao afirmar isso, a
professora demonstrou entender ambos sob uma visão naturalista de natureza e
ambiente. Enquanto que a professora 06, mesmo não concebendo que exista diferença,
pois os conceitos se inter-relacionam formando um todo, entende o ambiente de
modo globalizante, mas a natureza de forma antropocêntrica. No
que diz respeito à natureza e ao meio ambiente, se a gente for olhar com um
enfoque muito especial, não! Por que meio ambiente é um todo, sabe? Natureza
também faz parte desse todo. Então a gente jamais pode ficar sem olhar de modo
especial a natureza. A gente já explora demais e o homem esquece que é parte
desse meio ambiente. (P-06) Segundo
a professora 07, existe diferenças entre meio ambiente e natureza. Isto porque
meio ambiente é o “lugar onde agente vive, né? Meio ambiente, a escola é um meio
ambiente, a sala de aula é um ambiente”. Enquanto que a natureza é
concebida como aquilo que ainda não foi transformado pela ação humana. Por
último, a professora 08 acredita que não há diferença, pois um depende do
outro. Seria o todo, o holístico associado à perfeição e harmonia do cosmos
articulado com a noção de bem estar, que está sendo rompido por ação antrópica.
Podemos perceber também, no seu discurso, a separação homem-natureza, quando
questionada sobre o meio em que vivemos, em que o natural é aquilo que ainda não
foi tocado pelo homem. Podemos
observar que as professoras 01, 04, 06, 07 e 08 conceituam meio ambiente como o
entorno, o local onde vivemos, evidenciando uma concepção holística ou
globalizante do mesmo. O ambiente não é apenas o meio que circunda as espécies
e as populações biológicas. É, também, uma categoria sociológica (e não
biológica), relativa a uma racionalidade social, configurada por
comportamentos, valores e saberes, bem como por novos potenciais produtivos,
segundo Leff (2004, p. 160). Desta
forma, a visão de meio ambiente como entorno, o ecossistema é marcantemente
influenciado pelo paradigma holístico por se referir ao meio de forma ampla.
Porém essa visão pode se tornar reducionista uma vez que essas representações
de meio podem se tornar alvo do discurso preservacionista dos professores nas
aulas de Ciências, não refletindo as dimensões social, econômica e cultural
nas quais os atores sociais estão envolvidos. Para
os professores 02, 03 e 05, meio ambiente é o ecossistema, constituído de
fatores bióticos e abióticos. Nesse modo de entender o ambiente, esquece-se
que o homem faz parte desse sistema, que interage com ele e que suas relações
sociais também permeiam o natural. No
que diz respeito à natureza, os professores 01, 03, 04, 05, 07 e 08 se referem
como uma natureza intocada e como fauna e flora, evidenciando uma concepção
naturalista. Deste modo, mesmo que algum desses professores tenham apresentado
uma visão globalizante de meio, falham ao conceber a natureza como aquilo que não
foi tocado pelo homem, como se este não fizesse parte daquela. De forma
semelhante, as professoras 02 e 06 se referem à natureza como recurso, de onde
podemos perceber uma concepção antropocêntrica. Portanto,
os professores ainda privilegiam a natureza em seus aspectos ecológicos,
evidenciando uma concepção naturalista. Isso implica em um reducionismo do
ponto de vista teórico, uma vez que essa concepção corre o risco de deixar de
lado os aspectos políticos e econômicos que envolvem a natureza. Por sua vez,
pode influenciar na prática pedagógica voltada para as questões ambientais. ABORDAGEM CONCEITUAL E METODOLÓGICA Ao
perguntar em que momento do currículo os professores abordam a educação
ambiental, objetivamos analisar a prática pedagógica em educação ambiental
ao longo do ensino de Ciências no ensino fundamental. Como resultado, os
professores foram unânimes, afirmando que trabalham a educação ambiental à
medida que ministram os conteúdos. Além disso, a abordagem metodológica é
feita por meio de trabalhos em grupo desenvolvidos em sala de aula, pesquisa
bibliográfica, seminários ou aulas de campo. Para
a maioria dos entrevistados – 01, 04, 06, 07 e 08 –, a educação ambiental
é abordada continuamente no decorrer do ano letivo. Isso se opõe com a educação
ambiental caracterizada por Morales (2007), que afirma que, durante algum tempo,
esta restringiu-se a cumprir seu papel na perspectiva preservacionista, o que
implicou no reducionismo refletido nas práticas pontuais, relacionadas às
datas comemorativas, ao desenvolvimento de hortas e jardins, à reciclagem de
lixo, entre outras diversas atividades. Entretanto,
para os professores 02, 03 e 05, ela ainda ocorre como descrito por Morales
(2007), pois os temas ambientais são debatidos, principalmente, em atividades
pontuais nas datas comemorativas e semana do meio ambiente, como relatou um dos
professores: Sempre
tem as datas comemorativas na escola, no mês de junho ou é julho, a semana do
meio ambiente, aí a gente trabalha a semana do meio ambiente na escola. (P-05) Em
relação à inserção da Educação Ambiental no currículo, todos os
professores afirmaram que esta é necessária para a sensibilização e
conscientização não somente dos alunos, mas também da comunidade local em
relação aos problemas ambientais. Porém, divergiram quanto à forma como esta
deve ser apresentada. Para alguns, sua inserção deve ocorrer de forma diluída
no currículo, enquanto que para outros esta deve ser uma disciplina isolada: Não
como uma disciplina isolada, mas uma educação ambiental, que seja entendida e
trabalhada em todas as disciplinas. Eu acho que os professores tinham que ter
essa consciência né? Da necessidade de se cuidar desse meio ambiente e
justamente usar da transversalidade. (P-01) Eu
ensino de 5ª a 8ª série, durante a semana dá tempo de comentar o que está
acontecendo, nos países, aqui em Sergipe, especificamente na cidade onde to
ensinando. Então quando diz respeito em implementar a educação ambiental na
escola é importante por que vai ter uma disciplina específica pra trabalhar
sobre isso. Então vai constar no currículo, é tão importante quanto, outra
disciplina. Por que até então ela é muito importante, mas não é levada a sério,
como é levada as demais. (P-06) De
forma geral, os professores procuram abordar a educação ambiental na medida em
que vão ministrando suas aulas, procurando relacionar o conteúdo programático
do livro didático com temáticas relacionadas ao ambiente. O ensino de Ciências,
nos 3º e 4º ciclo no PCN, é uma fase escolar na qual o aluno amplia sua
participação social e desenvolve uma atitude crítica para diversos tipos de
relações que estabelecem, sejam culturais ou afetivas. A complexidade desta
fase escolar exige que o professor tenha real possibilidade de realizar ensino
ativo, desafiador e atualizado (BRASIL, 1998, p.57). Em função disso, buscamos
conhecer quais os “conteúdos-chave” e pedimos que os professores relatassem
de que maneira eles estabeleciam a relação desses conteúdos com a temática
ambiental. No
6º ano, a Educação Ambiental é abordada principalmente quando se fala em água,
ar, solo e componentes abióticos. Dentre os entrevistados, a professora 01
nunca ensinou nesta série. Enquanto que a professora 05 só leciona nesta série,
pois, para ela, essa divisão facilita o trabalho pedagógico. Ao abordar a
educação ambiental no tema solo, por exemplo, mencionou-se aspectos positivos
como a importância para a agricultura e aspectos negativos como a possibilidade
de transmissão de doenças. Por fim, a ênfase foi dada no sentido de
preservar, cuidar e evitar a degradação do solo. No
7º ano, os conteúdos citados pelos docentes foram ecossistemas, seres vivos e
desequilíbrio ecológico. Eles enfatizaram muito a questão da interdependência
dos fatores bióticos e abióticos do ecossistema e que esse equilíbrio é
necessário para o bem estar dos seres humanos. Enquanto que a ruptura desse
equilíbrio pode trazer conseqüências seríssimas, tais como efeito estufa,
poluição e extinção de espécies. Por isso é necessário evitar a degradação
e minimizar os efeitos antrópicos sobre o ambiente. Os professores citaram também
a importância da cadeia alimentar para o humem e demais seres vivos. No
8º ano, os assuntos mais recorrentes são célula, corpo humano, alimentação.
Os professores citaram a célula como sendo a unidade básica dos seres vivos,
relacionando o seu funcionamento em analogia com o funcionamento dos
ecossistemas, a importância de se ter uma boa alimentação, com alimentos de
boa qualidade, saudáveis, evitando o desperdício. Por fim, a questão dos
medicamentos sintéticos e os naturais que fazemos em casa, mostrando para os
alunos a importância de se preservar a biodiversidade, pois é daí que são
extraídos os fármacos. No
9º ano, a abordagem se restringe mais aos átomos como constituintes da matéria,
os corpos e a eletricidade. No que diz respeito à eletricidade, eles
relacionaram principalmente com a questão dos impactos ambientais para a
construção de uma hidrelétrica, a importância dessa tecnologia, origem,
tipos de energia e geração de eletricidade. Como pudemos notar no
discurso dos professores de Ciências, existe a necessidade de abordar e inserir
a educação ambiental no currículo com a finalidade de conscientizar os
alunos. De valiosa utilidade nessa perspectiva, são os PCN que representam um
subsídio a mais e devem ser cuidadosamente lidos e compreendidos para gerar
posturas críticas e contribuir no processo de elaboração de uma proposta
curricular da escola, levando em conta a diversidade e a cultura local (SATO,
2001). Esses
parâmetros curriculares atentam para necessidade dos alunos se perceberem como
parte integrante do ambiente local e de atuar de forma consciente na resolução
dos problemas do meio em que vivem. Portanto, afirmam que se torna imprescindível
incluir temática sobre meio ambiente nos currículos escolares como tema
transversal, permeando toda a prática educacional, por meio da implantação de
um trabalho de Educação Ambiental que contemple questões da vida cotidiana
dos alunos. Dessa forma, a função desse tema seria contribuir para formação
de cidadãos conscientes e atuantes na realidade socioambiental (BRASIL, 1998). Tendo
isso em vista, concluímos que ao abordarem a questão ambiental no 6º ano, o
solo é visto pelos professores entrevistados como um recurso que deve ser
preservado, evidenciando um sentido utilitarista sobre o mesmo. No 7º ano, a ação
antrópica nos ecossistemas é apontada como o principal fator de sua degradação
e perda de seu equilíbrio ecológico. Já no 8º ano, podemos perceber a relação
que estabelecem com a educação nutricional quando citam a necessidade de uma
boa alimentação e os alimentos que eles produzem na agricultura familiar. E no
9º ano a atenção é voltada para os impactos ambientais. Essa
abordagem apresenta pontos em comum com os conteúdos selecionados pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais para o tema transversal para o 3º e 4º ciclos. De
acordo com Loureiro, (2005, p. 70), a ação educativa acrítica e instrumental,
a partir da concepção do ambiente como algo reificado, facilita a perspectiva
de que o que podemos fazer na práxis educativa é sensibilizar, minimizar os
problemas por meio da correta gestão dos recursos naturais.
A
partir dessas respostas e das anteriores, pudemos traçar o perfil dos
professores. Mais uma vez, demonstraram-se preocupados com a preservação dos
recursos naturais, do ecossistema e com a diminuição da ação antrópica por
meio da conservação. Neste aspecto, os professores se contradizem por não
estarem de acordo com a visão globalizante que a maioria demonstrou ter no tópico
anterior. Esse reducionismo presente no discurso do preservacionismo não é
compatível com uma concepção holística do meio ambiente e natureza. AULAS DE CAMPO Ao
perguntar se os professores já haviam levado seus alunos a campo, até porque
eles haviam citado esta modalidade didática ao listar a abordagem metodológica
adotada, tivemos o objetivo de perceber a importância dada pelos professores ao
estudo do meio sobre os locais visitados no município em questão ou em outras
localidades. Dentre
os entrevistados, a professora 08 não leva seus alunos a campo porque trabalha
à noite com EJA, mas leva seus alunos a eventos como palestras e projetos que
ocorrem na cidade, além de solicitar a eles que plantem sementes e preservem o
que é plantado. A professora 07 ainda não levou seus alunos a campo, mas
pretende levá-los para a usina se reciclagem de lixo, para trabalhar a questão
dos resíduos sólidos. Os demais professores afirmaram fazer aulas de campo e
citaram alguns locais, principalmente, da cidade de Japaratuba. O
local mais citado pelos professores foi o Balneário do Prata, que localiza-se
na fazenda Timbó em Japaratuba-SE. É lugar de águas límpidas, freqüentado
principalmente nos finais de semana, segundo o site oficial do município. Neste
espaço, não só o professor de Ciências desenvolve atividades, mas vão em
conjunto com outros professores. Algumas professoras – 01, 05 e 07 –
evidenciaram, ainda, que utilizam esse local para evitar a poluição e o
desmatamento conscientizando as pessoas. Caeiros
é um pequeno povoado do município de Japaratuba, que apresenta alta
biodiversidade, mas que está recebendo resíduos sólidos em suas proximidades
o que acarreta perda da qualidade de vida das pessoas que vivem nessa região,
bem como a contaminação dos riachos. Ao comentar sua visita ao local, o
professor 03 relatou que leva os alunos para fazerem uma caminhada e observar o
estado do rio. A
destilaria é um local onde se fabrica bebidas destiladas, tais como cachaça,
wisky, vodka e muitas outras. Nesta indústria, a professora 04 relatou que
desenvolve uma visita interdisciplinar, debatendo desde o processo de fermentação
até a produção de resíduos sólidos. Como
o município não apresenta destinação adequada dos resíduos sólidos, sendo
o lixo urbano coletado e transportada em caçamba acionada por trator e
depositado em terreno baldio, a professora 04 atentou para importância de
visitar o lixão. No local, ela afirma que “foi
trabalhar a questão do consumo, de como esse consumo afeta nossas vidas e o
destino dos resíduos. Como ocorre a contaminação dos solos e até o incômodo
das famílias que moram naquela área, né? Por conta de vetores, mau cheiro”. As
praças públicas foram citadas pelas professoras 02 e 04. Estes locais, segundo
elas, apresentam uma elevada biodiversidade e podem ser utilizadas com objeto de
estudo do meio. Nas palavras de um deles: Primeiro
para que eles percebam o ambiente, né? O que é que tem ali naquela praça e
ver as relações entre os seres. Aí vai encontrar algumas florezinhas,
formigas, gafanhotos, mas que eles percebam que os seres tão ali, plantas e
animais interdependem um do outro. Mas também para que eles observem que na
cidade mesmo em cidade do interior como a nossa, a gente não tem espaços
verdes. O homem substituiu os espaços verdes pelo meio construído. (P-04) Conhecido
como Horto do Diogo e localizado no município de Carmópolis-SE, comumente
visitado pelos estudantes de escolas públicas e particulares que ocorrem
sempre às quintas-feiras, o local contém uma Trilha Ecológica com uma flora
bastante diversificada e nascentes de rios. Ao ser citado pela professora 02,
apresentou-se como um lugar destinado à contemplação dos vegetais, do sistema
agroflorestal e desenvolver a limpeza do lixo. Situado
na entrada da cidade de Carmópolis-SE, o Parque Ecológico da Mangueira conta
com uma área verde e uma completa infra-estrutura de lazer e turismo, que
inclui restaurantes, barzinhos, churrasqueiras, quiosques, quadras de esportes,
praça e área de camping. Pode-se também apreciar os riachos que nascem no
meio da mata e formam piscinas naturais, segundo dite oficial do município. Ao
relatar sua visita, a professora 06 afirma que fez “projetos
para trabalhar a parte específica de lá”. Localizada
no município sergipano de Pirambu-SE, a Reserva de Santa Isabel foi criada para
proteger as tartarugas marinhas. A região é um importante ecossistema composto
por dunas móveis e fixas, manguezais, lagoas, vegetação de restinga. Abriga
aves marinhas, espécies de crustáceos e principais sítios de nidificação de
três espécie de tartaruga. Neste local, a professora 06 afirmou já ter levado
seus alunos para conhecer a reserva.
Outros locais também foram citados, tais como: a 1ª Usina de Reciclagem
e Compostagem de lixo do estado de Sergipe, criada em 2001 e localizada no
povoado São José, e a Matinha que é um povoado em Carmópolis. Em ambos os
locais, as atividades desenvolvidas são voltadas para reflexão sobre o destino
dos resíduos sólidos. Além deles, palestras na Câmara e no Clube são outros
locais citados, porém, menos freqüentados. Assim, foram apontados como
possibilidade visitação pelos professores de modo que os alunos tenham um
momento de reflexão e conscientização. Localizado
na Orla de Atalaia, em Aracaju, com cerca de 60 espécies de peixes, vertebrados
e crustáceos que habitam o litoral sergipano, o Oceanário chama a atenção
pelo interessante formato de tartaruga gigante, feita de palha, e por abrigar 18
aquários e dois tanques repletos de peixes, tartarugas, lagostas,
cavalos-marinhos, estrelas-do-mar, entre uma infinidade de outros animais
marinhos, segundo Seixas (2006). Neste local, a professora 02 afirmou levar os
alunos para visualizar a diversidade dos peixes. O
Parque da Cidade situa-se em Aracaju, onde destacam-se seus lagos, um pequeno
zoológico e diferentes áreas.
Arara azul, arara Canindé, urso pardo americano, onça pintada são parte dos
500 animais que são as atrações do Parque, segundo Neves (2008). O espaço
proporcionou à professora 05 uma visita com seus alunos para observar os
animais e suas características. A
grande maioria dos professores leva seus alunos a campo, pois eles consideram
uma atividade muito importante para que os alunos conheçam o ambiente local, os
demais ecossistemas, bem como os principais problemas ambientais, como lixo,
poluição e desmatamento. Esse é o momento ideal, segundo os professores, para
falar dos problemas ambientais mais amplos, como aquecimento global, até os
mais específicos, como a destruição das praças públicas. A
saída a locais, desde uma trilha ecológica a uma praça pública, possibilita
ao estudante a percepção de que fenômenos e processos naturais estão
presentes no ambiente como um todo, não apenas no que ingenuamente é chamado
de natureza. Além disso, possibilitam explorar aspectos relacionados com os
impactos provocados pela ação humana nos ambientes. É importante que o
professor inclua no seu plano o desenvolvimento de atividades de preparação e,
ao voltar, a discussão das observações e dados coletados para a sistematização
de conhecimentos (BRASIL, 1998, p.126). Dessa
forma, a realização de estudo do meio, além de gratificante, é motivadora
para alunos e professores, visto que desloca o ambiente de aprendizagem para
fora da sala de aula, tornando mais significativo o aprendizado. Assim, durante
a aula de campo deve ser feito estudo do meio. Esse estudo consiste numa
abordagem analítica-sequencial do ambiente no campo, ou seja, um diagnóstico
seqüencial e gradativo dos componentes bióticos e abióticos do meio. Além
dessa caracterização, devem ser traçados relações entre os aspectos
encontrados no meio com as possíveis relações evolutivas, históricas, ecológicas,
geográficas, biológicas e sociais (ROSA et
al., 1997). No entanto, os
professores apresentaram uma concepção de aula de campo como possibilidade de
lazer para seus alunos. Devemos frisar que para que o trabalho de campo ou
excursão tenha significado para a aprendizagem, e não apenas como atividade de
lazer, é importante que o professor tenha clareza dos diferentes conteúdos e
objetivos que pretende explorar. O professor deve se programar, cuidadosamente,
para obter sucesso nesse tipo de atividade e, para tal, precisa: fazer uma
visita ao local, traçar roteiros, conversar com os alunos e produzir material
didático que podem ser utilizados antes e depois das atividades. Isso precisa
ser atentado como no caso dos panfletos que as professoras 01, 02 e 05
produziram com o objetivo de informar alunos e comunidade da poluição que está
ocorrendo no Balneário do Prata. Com
as respostas dadas pelos entrevistados, podemos inferir ainda que as atividades
de aula de campo são utilizadas pelos professores para conscientizar os alunos
da necessidade de preservação da natureza, para ampliar o conhecimento além
do que aprendido em sala de aula, perceber as alterações que estão ocorrendo
no meio ambiente, como ferramenta didática, para trabalhar problemas ambientais
como o lixo, desmatamento e queimadas. Entretanto, isso é feito de modo
superficial visto que os professores não comentaram realizar atividades de
pesquisa com os alunos, formulando, antes de ir a campo, questões a serem
resolvidas com a atividade. Isto
é, em nenhum momento das entrevistas os professores explicitaram seguir etapas
básicas para uma aula de campo, segundo Krasilchik (1987): etapa de preparação,
na qual é feita uma visita de reconhecimento do local escolhido para o trabalho
e reconhecimento dos problemas que serão investigados; elaboração do roteiro
de trabalho contendo as instruções para o procedimento dos alunos e as
perguntas que eles devem responder; trabalho em classe para organização dos
dados e exame do material coletado; discussão dos dados para elaboração de
uma síntese final. Outro
aspecto importante na prática desses professores é que as atividades são
realizadas geralmente com a participação de professores de outras disciplinas
como Geografia, Educação Física e Português, como citado pelos professores
01, 03 e 05. Porém, os mesmos não apresentaram uma visão interdisciplinar do
meio. Em seus discursos, os pesquisados indicaram que cada professor fica
responsável pelo que lhe cabe como professor de uma dada disciplina nessas idas
a campo. Destacamos
alguns trechos das entrevistas nos quais fica ainda mais evidente a concepção
de educação para o ambiente ao relatarem suas aulas de campo: “observamos
a questão do lixo no ambiente, recolhemos, fizemos os panfletos e distribuímos”
(P-01); “mostramos pra eles a
sujeira lá no ambiente e eles ajudaram até a tirar o lixo, depois eles tomaram
banho bastante, foi muito bom” (P-07); “Ver
o sistema agro florestal, o plantio de vegetais pequenos com árvores grandes”
(P-02). Assim, confirmam a abordagem preservacionista de Educação
Ambiental que os professores de Ciências entrevistados possuem, por não irem a
fundo nessas questões trazendo todas as dimensões que as envolvem. Por
fim, trazemos trechos da entrevista da professora 04 por ser a única a
apresentar, efetivamente, uma concepção holística de Educação Ambiental. Ao
levá-los à aula de campo na destilaria, a professora trabalhou “a
produção, a transformação da cana em açúcar, o processo de fermentação
alcoólica e os resíduos que sobram da atividade de produção”. Quando
os levou ao lixão, “foi trabalhar a questão do consumo, de como esse consumo afeta nossas
vidas e o destino dos resíduos. Como ocorre a contaminação dos solos e até o
incômodo das famílias que moram naquela área por conta de vetores, mau
cheiro”. Deste modo, discutiu dimensões ecológicas, econômicas,
culturais e sociais que estavam envolvidos no local escolhido para aula de
campo. CONSIDERAÇÕES FINAIS A
prática pedagógica voltada para as questões ambientais dos professores de Ciências
entrevistados é influenciada por diversos fatores, tais como: a formação
inicial e continuada que receberam, o tempo de ensino, experiências vivenciadas
no magistério, seus conceitos de ambiente e natureza aliados à perspectiva de
preservação que perpassa pela sua prática e a concepção que possuem sobre
aula de campo.
Pudemos notar um avanço na visão holística de meio ambiente dada pelos
professores num primeiro momento. Porém, a abordagem da Educação Ambiental
realizada por eles, ao descreverem suas aulas, é estritamente preservacionista.
As atividades em campo são utilizadas como mera forma de fazer com que os
alunos visualizem problemas ambientais gritantes, como poluição de rios e
despejo do lixo em locais inadequados.
Esses professores deixam de aproveitar as aulas de campo como o momento
para realizarem um estudo do meio, seja em espaços urbanos – funções das
praças públicas, implementação de pequenas reservas florestais, condições
de residências situadas em morros ou utilização dos córregos de uma cidade
– seja na área rural. Com essa perspectiva, estariam provocando o senso crítico
dos estudantes, aprimorando o olhar para o local onde vivem, unindo as dimensões
ecológicas, econômicas, culturais, históricas e sociais do meio ambiente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO,
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