Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Reflexão
14/12/2008 (Nº 26) Para onde iremos, se continuarmos a agir desta forma?
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Educação Ambiental em Ação

Para onde iremos, se continuarmos a agir desta forma?

Cristina Guimarães Mortágua / CENED

 

O que fazer para evitar a explosão do planeta em que vivemos?

Que atitudes  devemos ter para preservar o meio ambiente?

E para não poluir a pouca quantidade de água potável , tão necessária às nossas vidas?

Com o decorrer da história da humanidade, o homem criou e deu a si próprio instrumentos para a sua própria destruição. O risco, hoje, não vem de alguma ameaça cósmica - choque de algum meteoro ou asteróide rasante - nem de algum cataclismo natural produzido pela própria terra - um terremoto sem proporções ou uma revoada de labaredas de fogo ou uma chuva de enxofre como aquela que destruiu Sodoma e Gomorra . Vem da própria atividade humana. O asteróide ameaçador se chama homo sapiens e está muito bem perto de nós. Veja que essa reflexão nos levará a uma meditação quase que estritamente de nível pessoal (qual será o meu futuro?). Alguém estaria perguntando como salvar o mico leão dourado ou a onça pintada, e eu lhe pergunto: como salvar esse maluco de pedra que atenta contra a própria existência?

De agora em diante a existência da biosfera estará à mercê da decisão humana. Para continuar a viver o ser humano deverá, em primeiro lugar, querer; e segundo lugar, terá que garantir as condições de sua sobrevida. Tudo depende de sua própria responsabilidade. E o risco, como já afirmei, pode ser fatal e terminal.

Verdade é que a nossa sociedade se organizou muito mais na insensatez do que na sabedoria. E esse estilo de vida, que é mundial, está ligado a destruição de ecossistemas, a ameaça nuclear e a falta de compaixão, relegando milhões e milhões de pessoas à miséria absoluta. E os indicadores dos futurólogos de plantão são alarmantes. Estimativas otimistas estabelecem como data-limite o ano de 2030. A partir daí a sustentabilidade do sistema-terra não estará mais garantida.

Em resumo, temos três problemas que, urgentemente, devem ser destacados: a exaustão dos recursos naturais não renováveis, a suportabilidade da terra (quanto de agressão ela pode suportar?) e a injustiça social mundial.

 Parece-nos que a solução destes problemas não se encontra nos recursos da civilização vigente: esta civilização está centrada nos princípios do mercado, que é competitivo e não cooperativo que produz grandes exclusões e vitimas. O eixo desta civilização reside na vontade de poder e de dominação. O sonho maior que mobilizou o mundo moderno foi sempre o do poder e o da dominação, que sempre resultou na espoliação dos recursos naturais, nas conquistas dos povos e na apropriação de suas riquezas, buscando sua prosperidade mesmo à custa da exploração da força de trabalho e da dilapidação da natureza. E essa ambição desenfreada está levando a humanidade e o próprio planeta a um impasse fatal. Ou mudamos ou pereceremos todos juntos.

Muitas espécies de animais estão se tornando extintas, os rios estão poluídos, os solos estão se tornando desérticos e salinificados (o que favorece a erosão) e o El Niño e Niña são ferozes: na primavera já não existem flores e no inverno não se faz frio e nem no verão existem andorinhas. Por quê?

Tudo por conta do chamado desenvolvimento. E para diminuir o remorso criou-se a teoria do desenvolvimento sustentado. E justamente neste final de século, teleguiados por essa teoria do desenvolvimento sustentado, os homens se preocuparam em buscar exatamente este equilíbrio entre o desejado desenvolvimento econômico e a preservação da sadia qualidade de vida. Chega-se ao final do segundo milênio pós-Cristo contabilizando resultados altamente questionáveis. Vejamos:

Evidentemente que os movimentos sociais contra a degradação do meio ambiente vem se articulando de forma crescente, buscando democraticamente a implantação de um novo modelo de cidadania. Pois a defesa destes direitos ambientais une lutas sociais, seja pelo acesso a bens coletivos como a água e o ar (em níveis de qualidade compatíveis), seja pelo acesso a recursos naturais de uso comum necessários à existência de grupos (seringueiros, comunidades indígenas), ou seja, pela garantia de uso público do patrimônio natural (áreas verdes, rios e nascentes).

O problema da degradação ambiental, com certeza, tem amplitude necessária para mover os sentimentos de todo os habitantes deste planeta, pois é transnacional. Pode ser uma bandeira para unir e diminuir o conflito entre as sociedades mais ricas e as mais pobres - embora este cassino internacional e globalizado nem tenha rosto, nem ética e nem moral. É preciso que este problema possa tornar-se plataforma para um exercício de solidariedade.

Essa pequena reflexão (abrangente e ampla) nos leva a uma reflexão de ordem pessoal. Temos que mudar nossa forma de pensar, de sentir, de avaliar e de agir. Somos chamados a fazer uma revolução sob uma inspiração posta sobre princípios mais benevolentes para com a terra e seus filhos e filhas.

Se salvarmos a terra, nos salvaremos. Se nos salvarmos, salvaremos também o planeta.

A falta de água já atinge 2,2 milhões de pessoas. Quarenta por cento da população mundial já enfrentam a escassez de água e 2,2 milhões de pessoas morrem a cada ano por beberem água contaminada; outras 3 milhões são mortas por causa da poluição provocada dentro de suas casas, poluição esta que deriva da queima de lenha ou restos de colheita para cozinhar.

Segundo relatórios da ONU, com as reservas subterrâneas de água sendo consumidas muito mais rapidamente do que podem ser repostas, dentro de duas décadas cerca de 3,5 bilhões de pessoas - metade da população do mundo - não terão acesso à água potável. Isso já ocorre com perto de 1 bilhão de pessoas, principalmente no Nordeste da África e na Ásia Ocidental.

Mesmo esta pequena parcela aproveitável ao consumo humano já sofre problemas de exaustão das fontes, seja pela contaminação ou poluição, ou ainda pela alta demanda de desperdícios.

Abaixo lha uma lista de alguns exemplos de desperdícios:

- Torneira gotejando de 46 litros por dia, 1.380 por mês.

- Torneira com um filete de mais ou menos 2mm, desperdiça 4.140 litros por mês.

- Escovar os dentes em 5 minutos: 12 litros.

- Lavar o rosto em 1 minuto: 2,5 litros.

- Fazer a barba em 5 minutos: 12 litros.

- Banho com ducha por 15 minutos: 135 litros.

- Banho com chuveiro elétrico por 15 minutos: 45 litros.

- Lavar louças por 15 minutos: 117 litros.

- Válvulas de descargas tradicionais: 10 litros. (A válvula de descarga defeituosa pode chegar a gastar 30 litros).

Com estes dados vemos a necessidade de produtos que ajudam na manutenção da pouca água existente no mundo, através da sua economia, como é o caso da Válvula de descarga desenvolvida para  economizar até 50% do volume de água gasto pelos produtos tradicionais.

No entanto, para os habitantes do campo, a poluição não é tão evidente, por exemplo: os "agrotóxicos" que poluem os rios e os alimentos, lançados sobre as plantações.
O mais triste é que os seres humanos são os únicos animais que poluem nosso planeta e agora até o espaço sideral está sendo poluído, porque os "lixos espaciais" estão sendo abandonados em órbita e até as escovas de dente de alguns astronautas estão sendo jogadas fora das espaçonaves no nosso Universo.

Os maiores responsáveis pela poluição do ar são os gases lançados na atmosfera por queimadas, indústrias, automóveis, etc. Nas capitais mundiais, há dias em que a condição do ar fica tão ruim que todos os veículos são proibidos de trafegar durante certo período. Em muitas cidades há o rodízio de automóveis, que faz com que alguns carros fiquem em casa durante um dia, estas são algumas tentativas para que a poluição diminua principalmente no Inverno, pois nessa estação do ano, o calor da terra não consegue aquecer o ar para fazer com que ele suba para as camadas altas levando a poluição junto com ele. Além do clima, outro fator que influência na poluição é o regime de chuvas. O inverno é seco no sul e no sudeste brasileiro, com isso, os poluentes ficam parados no ar por mais tempo, causando inúmeros problemas de saúde com asma e bronquites, devido a este clima seco. Respeitar os sistemas contra a poluição é muito importante.

Em grandes cidades, com atividade industrial e numerosa frota de veículos, a camada de ar frio começa a concentrar os poluentes. A fumaça fica "presa" e contamina o ar. Nos dias quentes é raro ocorrer à inversão térmica. Nesses dias os raios de sol aquecem a superfície terrestre.

O chão transfere o calor para o ar acima dele. Esse ar aquecido, menos denso e mais leve, sobe e carrega os poluentes. Por isso o nível de poluição do ar costuma ser maior no inverno do que no verão.

Nos dias frios, o cenário muda, porque o clima fica propício à inversões térmicas. Forma-se uma camada de ar frio em baixas altitudes, essa massa de ar não consegue subir e a qualidade do ar piora por causa da fumaça emitida por veículos e indústrias. O ar frio é mais pesado do que o ar quente, por isso ele tende ficar embaixo, esse fenômeno ocorre em dias de inversão térmica, quando a camada de ar frio é bloqueada por uma de ar quente.

Em grandes cidades, como São Paulo, fica visível a "fronteira" entre as duas camadas de ar. Os veículos são os maiores responsáveis pela emissão de poluentes no ar em grandes cidades, automóveis, caminhões e ônibus despejam todos os dias toneladas de gases tóxicos pelos escapamentos. Eles respondem por 90 por cento da poluição presente na atmosfera. O restante fica por conta das indústrias e outras fontes, como queimadas.

Em dias mais quentes, toda essa fumaça é dissipada na atmosfera e seus efeitos nocivos se tornam menores. No inverno, porém, a situação piora muito. A inversão térmica, um fenômeno natural nos dias frios, forma uma espécie de "cobertor" que impede que os gases tóxicos se dispersem. "Quando a camada mais quente do ar fica muito próxima da superfície, os problemas gerados pela inversão são preocupantes", dizem alguns metereologistas. Nesses dias, a concentração de poluentes é visível. Perto do solo, o ar é escuro e cheio de fumaça. Logo acima, o céu é azul. A linha que divide o ar sujo do ar limpo é a zona de transição do ar frio e o ar quente.

O nosso corpo dá algumas pistas de que os níveis de poluentes estão acima do normal:

  • A cabeça é a primeira a sentir os efeitos dos gases tóxicos. A concentração tende a diminuir, enquanto a irritação aumenta, devido à ação do gás carbônico emitido pelos escapamentos dos veículos. A dor de cabeça é outro sintoma.
  • O nariz começa a escorrer, provocando coriza, por causa da inalação de óxidos nitrosos, hidrocarbonetos e ozônios no ar poluído.
  • Os olhos ardem e ficam avermelhados, irritados pelas mesmas substâncias que atingem o nariz.
  • A garganta começa a "raspar". O quadro pode evoluir para tosse e dor de garganta, por causa da combinação entre o dióxido de enxofre e o ozônio aspirado do ar contaminado.
  • Ao atingir os pulmões, os gases tóxicos podem causar mais problemas. E lá também se deposita a fuligem, um pó muito fino que sai dos escapamentos e carrega os poluentes. Juntos, eles diminuem a defesa do organismo e aumentam a possibilidade de problemas respiratórios, como bronquite e pneumonia.
  • Problemas cardiovasculares aumentam cerca de 10 por cento em decorrência da poluição.

O efeito estufa também é o responsável pelo aumento da temperatura no globo terrestre nas últimas décadas. Pesquisas recentes indicaram que o século XX foi o mais quente dos últimos 500 anos. Pesquisadores do clima afirmam que, num futuro próximo, o aumento da temperatura provocado pelo efeito estufa poderá ocasionar o derretimento das calotas polares e o aumento do nível dos mares. Como conseqüência muitas cidades litorâneas poderão desaparecer do mapa.

O efeito estufa é gerado pela derrubada de florestas e pela queimada das mesmas, pois são elas que regulam a temperatura, os ventos e o nível de chuvas em diversas regiões. Como as florestas estão diminuindo no mundo, a temperatura terrestre tem aumentado na mesma proporção.

Um outro fator que está gerando o efeito estufa é o lançamento de gases poluentes na atmosfera, principalmente os que resultam da queima de combustíveis fósseis. A queima do óleo diesel e da gasolina nos grandes centros urbanos tem colaborado para o efeito estufa. O dióxido de carbono e o monóxido de carbono ficam concentrados em determinadas regiões da atmosfera formando uma camada que bloqueia a dissipação do calor. Esta camada de poluentes, tão visível nas grandes cidades, funciona como um isolante térmico do planeta Terra. O calor fica retido nas camadas mais baixas da atmosfera trazendo graves problemas ao planeta.

Pesquisadores do meio ambiente já estão prevendo os problemas futuros que poderão atingir nosso planeta caso esta situação persista. Muitos ecossistemas poderão ser atingidos e espécies vegetais e animais poderão ser extintos. Derretimento de geleiras e alagamento de ilhas e regiões litorâneas. Tufões, furacões, maremotos e enchentes poderão ocorrer com mais intensidade. Estas alterações climáticas poderão influenciar negativamente na produção agrícola de vários países, reduzindo a quantidade de alimentos em nosso planeta. A elevação da temperatura nos mares poderia ocasionar o desvio de curso de correntes marítimas, ocasionando a extinção de vários animais marinhos e diminuir a quantidade de peixes nos mares.

Preocupados com estes problemas, organismos internacionais, ONGS e governos de diversos países já estão tomando medidas para reduzir a poluição e a emissão de gases na atmosfera. O Protocolo de Kioto, assinado em 1997, prevê a redução de gases poluentes para os próximos anos. Porém, países como os Estados Unidos tem dificultado o avanço destes acordos. Os EUA alegam que a redução da emissão de gases poluentes poderia dificultar o avanço das indústrias no país.

Após ter feito este trabalho sobre os principais problemas do meio ambiente demonstrei que de nada adianta, o mundo pensar em prosperidade, em aumento da produção ou simplesmente inventar construir novas tecnologias se não preservarmos e conservarmos o meio ambiente, já que a produção não irá aumentar se os solos estiverem esgotados ou mal cuidados.

Diante de todo o exposto no desenvolvimento deste trabalho posso com certeza afirmar que temos é que preservar o meio ambiente, pois é ele quem nos fornece as condições mínimas para a nossa existência!!!

Ilustrações: Silvana Santos