Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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22/11/2007 (Nº 20) CORREDORES ECOLÓGICOS NO ESPÍRITO SANTO
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Educação Ambiental em Ação<

 

CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL

ELISA CERQUEIRA

  

CORREDORES ECOLÓGICOS NO ESPÍRITO SANTO

 

 

VILA VELHA 14 DE DEZEMBRO DE 2006

  

 

 

Dedico esse Trabalho a todos envolvidos de coração no Projeto Corredores Ecológicos; Todos os que preservam o meio ambiente simplesmente por saber o quanto dependemos dele; Todos os que, por mais que não veem diferenças imediátas continuam com seus conseitos firmes e fazem a diferença por onde passam.   

 

Elisa Cerqueira

 

 

SUMÁRIO

 

 

 

Capítulo 1   Projeto Corredores Ecológicos - Uma visão geral

 

1.0-           O Projeto

1.1-    Corredores Ecológicos

1.2-     De ilhas biológicas a Corredores Ecológicos

1.3-     Atores sociais envolvidos

1.4 -    Benefícios gerados pela mudança

1.5 -    Estratégia de desenvolvimento do Projeto

1.6 -    Recursos e fontes de financiamento

1.7 -    O novo conceito: conservar a biodiversidade em escala regional

1.8 -    Colocando o conceito em prática

1.9 -    Integridade dos ecossistemas no Corredor Central da Amazônia

 

 

Capítulo 2   Corredores Ecológicos no Espírito Santo

 

1.0-     Corredor Central da Mata Atlântica

1.1-     Parceria com a iniciativa privada no Corredor Central da Mata Atlântica

1.2 -    Corredor é aprovado por proprietários de Cachoeiro

1.3 -    PCE lança publicação com resultado de Encontros Regionais

1.4 -    PCE mobiliza grupos de articulação em todo o Espírito Santo

1.5-     Região Norte do Espírito Santo define corredor piloto

1.6-     Planejamento da região do Caparaó

 

 

Capítulo 4  Áreas para Implantação do PCE

 

1.0 -    PCE - Conectando pessoas e florestas

1.1 -    Estratégias para fomar Corredores Ecológicos

1.2 -    Corredores Prioritários

1.3 -    As dez áreas de implantação

1.4 -    Localização das Áreas de implantação do PCE

1.5 -    O Plano de Fiscalização

1.6 -    Corredores Ecológicos Marinhos

 

 

PROJETO CORREDORES ECOLÓGICOS

UMA VISÃO GERAL

 

 

 

1.0-           O Projeto

 

A concepção de corredores ecológicos – em discussão no Brasil desde 1996 - está sendo posta em prática pelo Projeto Corredores Ecológicos (PCE), associado ao Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil – PPG7, do Ministério do Meio Ambiente.




1.1
-     Corredores Ecológicos

 

Corredores Ecológicos são áreas planejadas com o intuito de reconectar remanescentes florestais e proporcionar o livre trânsito de animas e sementes de espécies vegetais, aumentando a cobertura vegetal e garantindo a conservação dos recursos naturais e da biodiversidade de ecossistemas considerados prioritários.

Corredores Ecológicos podem unir unidades de conservação públicas, reservas particulares, áreas de preservação permanente, reservas legais ou quaisquer outras áreas naturais.

Entre as estratégias para a implementação de corredores ecológicos estão o estímulo à criação de novas unidades de conservação públicas e reservas particulares de patrimônio natural (RPPN), a recomposição de áreas de preservação permanente e reservas legais e a difusão de atividades com menor impacto ambiental, como turismo sustentável, agroecologia, sistemas agroflorestais e agricultura orgânica.

 

 

1.2-     De ilhas biológicas a corredores ecológicos

 

O Brasil é reconhecido mundialmente pela sua megadiversidade biológica. A Amazônia, considerada a maior área de floresta contínua do planeta, detém cerca de 30% das reservas florestais tropicais. A Mata Atlântica concentra o maior número de espécies endêmicas, isto é, daquelas que só ocorrem em seus ecossistemas, embora seja também um dos biomas mais ameaçados. A riqueza de espécies animais e vegetais presentes nesses dois biomas, apesar de pouco conhecida, pode se tornar chave para a sobrevivência das futuras gerações. Essas florestas prestam ainda importantes serviços ambientais, como a manutenção das reservas de água e a absorção de carbono da atmosfera. O modelo adotado até agora para a conservação desse patrimônio tem se mostrado insuficiente para garantir a sobrevivência das espécies e minimizar os impactos da ação humana sobre o ambiente. Baseia-se na implantação de áreas protegidas sob responsabilidade exclusiva do Estado. O resultado dessa visão são unidades de conservação isoladas, que sofrem os impactos das atividades rurais e urbanas. Problemas fundiários e frágil fiscalização encorajam o uso predatório dos seus recursos naturais. As populações do entorno são vistas como ameaças e, por sua vez, consideram-nas obstáculos ao desenvolvimento. Por isso, o modelo das ilhas biológicas está dando lugar a um novo conceito de conservação: o dos corredores ecológicos.

 

 

1.3-           Atores sociais envolvidos

 

·        Populações tradicionais e povos indígenas;

·        Proprietários de terras e empresários interessados em negócios sustentáveis;

·        Agências governamentais federais, estaduais e municipais;

·        Organizações comunitárias locais, extrativistas ou não, ONGs e instituições de pesquisa envolvidas em empreendimentos voltados à conservação;

·        Comitês de bacia hidrográfica e outras instâncias colegiadas de intervenção regional.

 

 

 

1.4-           Benefícios gerados pela mudança

 

·        Otimização dos recursos para a conservação, por meio da interação entre os governos federal, estadual, municipal e da interface com os demais atores sociais;

·        Exercício de gestão descentralizada e participativa na política ambiental em todos os âmbitos, com ganhos em controle social;

·        Aumento do conhecimento sobre áreas com representativa riqueza biológica;

·        Desenvolvimento de novas metodologias de planejamento e de manejo ambiental, com exercício da resolução de conflitos sócio-ambientais;

·        Fortalecimento econômico, social e cultural das comunidades locais (extrativistas ou não);

·        Desenvolvimento de iniciativas sustentáveis para geração de emprego e renda;

·        Manutenção da quantidade e da qualidade da água que os centros urbanos e as atividades econômicas nos corredores;

·        Desenvolvimento de novos modelos de uso e ocupação do solo nas áreas situadas entre as unidades de conservação, com incentivo ao ecoturismo, ao manejo agroflorestal, à criação de reservas particulares, entre outras atividades econômicas ambiental e socialmente sustentáveis.

 

 

 

1.5-           Estratégia de desenvolvimento do Projeto

 

A implementação do Corredor Central da Mata Atlântica e do Corredor Central da Amazônia apóia-se em estratégias de planejamento participativo, descentralização das decisões, orientação aos investimentos produtivos e estrutura institucional em rede a partir das entidades que atuam em cada corredor. As ações são definidas por conselhos gestores paritários, compostos por instituições governamentais e não-governamentais.

 

1.6-           Recursos e fontes de financiamento

 

O Projeto conta com aproximadamente cem milhões de reais para seu planejamento e implementação, previstos para cinco anos de duração. Este recurso origina-se de doações externas (Fundo Fiduciário das Florestas Tropicais – RFT, por meio do Banco Mundial, Comunidade Européia e República Federal da Alemanha, por meio do KfW) e de contrapartidas do Governo Federal e dos governos estaduais. Espera-se que este montante influencie as políticas setoriais que se desenvolvem em cada região e estimule a captação de recursos de outros empreendimentos econômicos. Afinal, a implementação efetiva dos corredores depende de mudanças profundas que redirecionem o desenvolvimento regional para a sustentabilidade.

 

1.7-           O novo conceito: conservar a biodiversidade em escala regional

 

Corredores ecológicos são extensões territoriais que contêm ecossistemas considerados prioritários para a conservação da biodiversidade. Sua função é reduzir ou prevenir a fragmentação das florestas existentes por meio da interligação entre diferentes modalidades de áreas protegidas e outros espaços com diferentes usos do solo. Nos corredores, unidades de conservação federais, estaduais e municipais são gerenciadas de forma integrada com terras indígenas, reservas extrativistas e áreas de particulares, seja de empresas ou de pequenos e grandes proprietários. Dessa forma, buscam manter ou restaurar a conectividade da paisagem e facilitar o fluxo genético entre populações, aumentando a chance de sobrevivência em longo prazo das comunidades biológicas. Essa abordagem abrangente, descentralizada e participativa permite que governo e sociedade compartilhem a responsabilidade pela conservação da biodiversidade e planejem juntos a utilização do solo e dos recursos naturais. Por isso, o corredor ecológico não é simplesmente mais uma área de proteção ambiental. Trata-se de uma proposta de gestão do território em escala regional destinada a contribuir com o desenvolvimento sustentável.

 

1.8-           Colocando o conceito em prática

 

O planejamento e a implementação de corredores ecológicos foi proposto no âmbito do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, por meio do Projeto Corredores Ecológicos. Este projeto surgiu com o propósito de testar e abordar diferentes condições para a implementação desse novo conceito em dois corredores: o Corredor Central da Amazônia e o Corredor Central da Mata Atlântica. Baseando-se nas lições aprendidas, preparar e apoiar a criação de corredores adicionais nos dois biomas. Sua linha de atuação baseia-se em:

·        aumento da proteção das unidades de conservação e das terras indígenas;

·        ações de vigilância, fiscalização, monitoramento e controle;

·        planejamento e conservação ambiental realizadas de forma participativa e descentralizada, privilegiando todos os atores sociais operantes nas áreas dos corredores;

·        promoção de mudanças de comportamento das populações envolvidas, mediante ações de efeito demonstrativo, divulgação e educação ambiental;

criação de oportunidades de negócios sustentáveis e incentivo a atividades que promovam a conservação, agregando o viés ambiental aos projetos de desenvolvimento.

 

1.9-           Integridade dos ecossistemas no Corredor Central da Amazônia

 

O Corredor Central da Amazônia ocupa uma área de 40.000.000 hectares e corresponde a cerca de um terço do Estado do Amazonas. As unidades de conservação proteção integral e uso sustentável, somadas às terras indígenas, compõem mais de 70% deste corredor. Como se situa em região com baixo índice de desmatamento, a principal estratégia do Corredor Central da Amazônia consiste em garantir a continuidade das extensas florestas. Em áreas já alteradas dos trinta municípios onde este corredor se situa, o projeto pretende estimular atividades sustentáveis, como agricultura orgânica, implantação de sistemas agroflorestais, ecoturismo e averbação de reserva legal.

 

 

CORREDORES ECOLÓGICOS
ESPÍRITO SANTO

 

 

No Espírito Santo, o Projeto Corredores Ecológicos é gerenciado pela Unidade de Coordenação Estadual (UCE-ES), sediada no Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema). O Projeto é executado pelo Governo do Estado, em parceria com Reserva da Biosfera e Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

 

 

Principais atividades da UCE-ES

- Divulgação do conceito de corredores ecológicos e formação de multiplicadores.
- Elaboração de Políticas Públicas.
- Gestão integrada de unidades de conservação.
- Fiscalização e monitoramento ambiental.

 

 

1.0-     Corredor Central da Mata Atlântica

 

1.1-     Parceria com a iniciativa privada no Corredor Central da Mata Atlântica

 

A região escolhida para compor o Corredor Central da Mata Atlântica compreende o sul da Bahia e as regiões norte e centro-serrana do Espírito Santo, incluindo as áreas marinhas até o limite da plataforma continental. O trecho terrestre corresponde a uma área de 8,5 milhões de hectares que vem sofrendo crescente desmatamento devido ao declínio da atividade cacaueira, da expansão da cafeicultura e das atividades turísticas e imobiliárias.Cerca de 95% do corredor sobrepõe-se a propriedades particulares de 163 municípios. Nessas localidades serão estimuladas iniciativas do setor privado e não-governamental que promovam o desenvolvimento sustentável por meio da agrossilvicultura, do ecoturismo, do aumento de Reservas Particulares do Patrimônio Natural e de incentivos às Reservas Legais e às Áreas de Preservação Permanente

 

 

 

1.2-     Corredor é aprovado por proprietários de Cachoeiro

 

O corredor Burarama-Pacotuba-Cafundó, na região noroeste de Cachoeiro de Itapemirim, será a primeira experiência de corredor ecológico no Espírito Santo. O projeto do micro-corredor, que tem como meta conectar os fragmentos de Mata Atlântica da Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) do Cafundó e da Floresta Nacional (FLONA) de Pacotuba às nascentes do distrito de Burarama, começou a se concretizar após o sucesso da mobilização com os proprietários da região, realizada na última semana de junho.

Em três dias de mobilização foram assinados 18 termos de adesão onde os proprietários aceitaram participar e se comprometeram a averbar reserva legal. José Calegari, proprietário das Fazendas Mutum e Nona Raquel, localizadas estrategicamente entre a RRPN e a FlONA, foi um dos primeiros a assinar o termo. Outro que gostou da idéia foi Dalton de Souza, dono de uma pequena propriedade em Pacotuba, batizada de "Sítio Corredor Ecológico", em homenagem ao Projeto.

Segundo a engenheira florestal e técnica do Projeto, Erica Munaro, no reflorestamento serão usadas espécies nativas que vão permitir ao proprietário aproveitar de forma sustentável os recursos da Mata. "Incluímos espécies de valor comercial, paisagístico e frutíferas, que além de contribuir para a conexão dos fragmentos, futuramente poderão ser aproveitadas de forma sustentável", afirma.

A elaboração do Projeto foi feita com base nas oficinas de planejamento participativo, realizadas com a comunidade local em outubro de 2004 e em abril deste ano, e prevê iniciativas de educação ambiental e cursos de agroecologia e sistemas agroflorestais. A experiência será monitorada e sistematizada de forma que possa servir de experiência para o projeto de outros micro-corredores.

A implantação do micro-corredor Burarama-Pacotuba-Cafundó está sendo feita em parceria com o Instituto Cafundó, Iema, Ibama, Incaper, Idaf, Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, Associação de Moradores de Burarama, Comunidade Quilombola de Monte Alegre, Pastoral Ecológica e instituições de ensino como Escola Agrotécnica Federal de Alegre, Nedtec/CCA-UFES e Faculdade São Camilo.

 

1.3-     PCE lança publicação com resultado de Encontros Regionais

 

Aconteceu no dia 06 junho o lançamento oficial do livro síntese dos encontros regionais do Projeto Corredores Ecológicos (PCE) com os municípios do Espírito Santo. A solenidade será durante a abertura da Semana de Meio Ambiente, na sede do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), em Cariacica, Espírito Santo.

Segundo o coordenador estadual do Projeto, Marcelo Mores, a publicação é um levantamento das características ambientais, agrícolas e sociais do Estado, construída com base nos dez encontros regionais, realizados entre novembro de 2003 e agosto de 2004. "Estes dados têm sido nossa diretriz para a implantação de corredores ecológicos locais. Através deles também é possível comparar a percepção das comunidades sobre problemas, potencialidades e ações prioritárias para a formação dos corredores", explica.

Entre as ações prioritárias indicadas, se destacaram a mobilização das comunidades locais para participar do processo de formação dos corredores e a recuperação de nascentes matas ciliares e topo de morros. O potencial turístico, a existência de projetos de sistemas agroflorestais, de agricultura orgânica e de agroecologia e a beleza cênica foram apontados como potencialidades por grande parte das regiões.

Os livros serão distribuídos para órgãos governamentais, organizações civis parceiras e participantes dos Encontros Regionais.

 

1.4-     PCE mobiliza grupos de articulação em todo o Espírito Santo

 

No último dia 07 de junho, com a formação do grupo de articulação da Grande Vitória, a unidade de coordenação capixaba do Projeto Corredores Ecológicos comemorou a conclusão da etapa de definição dos articuladores locais.

De acordo com a metodologia participativa que vem sendo utilizada, serão estes representantes das comunidades locais os responsáveis por conduzir a implementação de corredores ecológicos e reverter fragmentação florestal em cada uma das regiões do Espírito Santo.

Ao todo, foram formados dez grupos de articulação, com uma média de 25 membros cada. Os grupos são formados tanto por organizações governamentais, como por organizações civis, como sindicatos, associações e instituições acadêmicas. Após a definição do grupo, a próxima etapa, a ser concluída até o final do mês, é a definição de uma área-piloto para implantação de um corredor modelo em cada uma das regiões.

 

 

1.5-     Região Norte do Espírito Santo define corredor piloto


Conectar os fragmentos de Mata Atlântica da Reserva Biológica do Córrego do Veado e da reserva particular Victorio Orlette, em Pinheiros, com remanescentes do município de Boa Esperança foi o plano definido por representantes de organizações civis e secretarias municipais de agricultura e meio ambiente, durante o II Encontro Projeto Corredores Ecológicos com os municípios da Região Norte, realizado no último dia 31, em Pinheiros. A oficina de planejamento do corredor da região deve ser marcada para julho.

 

 

1.8-           Planejamento da região do Caparaó

 

Caparaó realiza segunda oficina de planejamento

Nos dias 18 e 19 de maio foi realizada pelo Projeto Corredores Ecológicos a segunda oficina de planejamento da região do Caparaó. Durante a oficina, foram definidas ações prioritárias para a formação do corredor piloto que vai conectar o Parque Nacional do Caparaó a fragmentos de Mata Atlântica do entorno. As ações foram planejadas de acordo com aspectos bióticos, antrópicos e do setor produtivo apontados pelos participantes, através de um mapa falado da região. Na ocasião também foi formado um grupo de facilitadores que serão responsáveis pelo contato entre a unidade de coordenação estadual do Projeto e o grupo de articulação local.

 


 


ÁREAS PARA IMPLANTAÇÃO DO PCE

 

 

1.0-     PCE - Conectando pessoas e florestas

 

O projeto Corredores Ecológicos é uma parceria do governo com a sociedade civil que tem como objetivo reduzir a fragmentação das florestas e possibilitar a conservação dos recursos naturais e da biodiversidade.

Além de órgãos governamentais federais, estaduais e municipais, fazem parte do Projeto organizações não-governamentais, associaões, sindicatos, cooperativas instituições de ensino, igrejas, comunidades tradicionais e produtores rurais.

 

 

1.1-     Estratégias para formar Corredores Ecológicos

 

-         Recuperação de áreas de preservação permanentes (APP) e de reservas legais;

-         Implantação de sistemas agroflorestais;

-         Criação de novas unidades de conservação;

-         Incentivo a Criação de reservas particulares do patrimônio natural (RPPN);

-         Fiscalização e monitoramento da cobertura florestal;

-         Estímulo a atividades que geram menor impacto ambiental, como turismo sustentável, agroecologia e agricultura orgânica.

 

 

1.2-           Corredores Prioritários

 

O Espírito Santo definiu de forma participativa dez áreas para implantação de corredores ecológicos. Esses corredores são de caráter demonstrativo e tem como objetivo testar metodologias e divulgar a experiencia para que esta possa possa ser replicada em outras regiões, contribuindo para a construção de novas bases de apoio à conservação da biodiversidade.

 

 

1.3-     As dez áreas de implantação

 

1-     Córrego do Veado

 

Durante a maior parte do ano esta região sofre influência da seca, sendo os remanescentes florestais existentes de extrema importância para a conservação dos recursos hídricos.

Área aproximada: 43.000ha

Municípios: Pinheiros e Boa Esperança

2-     Pedra do Elefante

 

Além da beleza paisagística da Pedra do Elefante e dos outros aloramentos rochosos do entorno, este Corredor possui atributos biológicos e geológicos de grande potencial para a conexão dos fragmentos e conservação da biodiversidade.

Área aproximada: 43.900ha)

Municípios: Nova Venécia, São Gabriel da Palha, Vila Pavão e Vila Valério

 

 

3-     Corredor Sooretama- Goytacazes- Comboios

 

Nesse Corredor está incluída a maior área de florestas contínua do estado, formada pela Reserva Biológica de Sooretama e pela Reserva Natural de Linhares, o que favorace a a ocorrência de grandes mamíferos. A área também abrange parte do Rio Doce, a floresta Nacional dos Goytacazes e a Reserva Biológica de Comboios.

Área aproximada: 175.100h a

Municípios: Linhares, Sooretama, Jaguaré, Vila Valério e Aracruz.

 

 

4-     Corredor Alto Misterioso- Serra do Palmital

 

A topografia deste corredor é marcada principalmente pela presença de morros com alta declividade. A recomposição das áreas de preservação permanentes dos morros e das margens dos rios, apresenta grande potencial para a conexão.

Área aproximada: 73.800h a

Municípios: Iataguaçú, Colatina, Baixo Guandu, Laranja da Terra, Santa Teresa, São Roque do Canaã.

 

 

5-     Corredor Complexo Centro-Norte Serrano

 

O Complexo concentra uma das maiores biodiversidades do planeta e, apesar da intenssa fragmentação, possui uma grande quantidade de cobertura florestal. A Reserva Biológica Augusto Ruschi, a Estação Biológica de Santa Luzia, a Área de Proteção ambiental de Goiapaba-Açu e o Parque Municipal de São Lourenço são algumas das unidades de conservação da região.

Área aproximada: 120.200h a

Municípios: Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, Fundão, Ibiraçu, Aracruz e Serra.

 

 

6-     Corredores Duas Bocas- Mestre Álvaro

 

Incluindo a Reserva Biológica de Duas Bocas, a Área de Proteção Ambiental do Mestre Álvaro e o complexo de lagoas da Serra, este Corredor possui grande importância para a conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos, já que abriga rios importantes para o abastecimento da Grande Vitória.

Área aproximada: 36.900h a

Municípios: Cariacica, Serra, Viana e Santa Leopoldina.

 

 

7-     Corredor Saíra-apunhalada

 

Apesar de ainda não possuir nenhuma unidade de conservação em áreas particulares, a área deste Corredor conserva importantes fragmentos florestais preservados e possui atributos relevantes para a conservação da biodiversidade. O nome Saíra-apunhalada faz referência a uma espécie de ave que era considerada extinta e foi encontrada na região.

Área aproximada: 37.100h a

Municípios: Brejetuba,  Afonso Cláudio, e Conseição do Castelo.

 

 

8-     Corredor Caparaó

 

Este Corredor está localizado em região montanhosa e abrange a parte capixaba do Parque Nacional do Caparaó, além de fragmentos do entorno. A área preserva um dos únicos locais de ocorrência de campos de atitude no estado e abriga animais ameaçados de extinção.

Área aproximada: 51.000h a

Municípios: Irupi, Ibitirama, Iúna, Dores do Rio Preto e Divino São Lourenço.

 

 

9-     Corredor Burarama- Pacotuba- Cafundó

 

Além das nascentes do distrito de Burarama, inclui duas unidades de conservação, sendo uma federal, a Floresta Nacional Cafundó. O Corredor possui tanto atributos biológicos quanto histórico-culturais, abrigando a comunidade quilombola de Monte Alegre e a colônia de descendentes de Italianos de Burarama.

Área aproximada: 7.800h a

Municípios: Cachoeiro do Itapemirim.

 

 

10- Corredor Guanandy

 

Este corredor vai do pontal de Marataízes até a foz do Córrego Iriri (Lagoa da Conceição), englobando a Área de Proteção Ambiental de Guanandy. Com forte influência marinha, a área abriga lagoas, alagados e uma exuberante vegetação de restinga. Além da importância biológica, a região possui beleza cênica e potencial para o desenvolvimento do turismo sustentável.

Área aproximada: 9.800h a

Municípios: Anchieta, Piúma, Itapemirim e Marataízes.

 


1.4-     Localização das Áreas de implantação do PCE     
 
 
 
 

 


1.5-     O Plano de Fiscalização

 

O Projeto Corredores Ecológicos vem conduzindo em toda a área do Espírito Santo o Plano Integrado de Fiscalização da Mata Atlântica. O Plano tem como objetivo proteger os recursos naturais do Estado através da fiscalização e controle das atividades com potencial degradador ou poluidor do meio ambiente, além de realizar atividades educativas e de conscientização sobre a importância da preservação e conservação dos recursos naturais.

 

 

Nas operações realizadas durante o ano de 2004 foram constatados 339 focos de devastação, sendo a maioria por desmatamento, queimada, mineração e brocagem. O diagnóstico foi feito através de patrulhamento aéreo por helicóptero e confirmado posteriormente pela checagem terrestre das áreas identificadas. Para 2005, estão previstas 80 horas de vôo, o dobro do ano passado.

 

 

O Plano de Fiscalização é desenvolvido em parceria com Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Companhia de Polícia Ambiental, Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Grupamento Aéreo da Casa Militar.

Veja o relatório de 2004 do Plano Integrado de Fiscalização.

 


 

 

 

 

 

 

 


 


 


 


 

 


1.6-     Corredores Ecológicos Marinhos

 

Assim como corredores terrestres, os corredores ecológicos marinhos são áreas planejadas como objetivo de promover o melhor aproveitamento dos recursos naturais de forma a não comprometer a conservação dos ecossistemas e a qualidade de vida das populações. A formação de corredores marinhos é importante para os seres vivos que vivem no mar, para aqueles que durante determinada fase da vida  migram para os rios e manguezais, para as aves marinhas, e principalmente para o homem.

 

O ordenamento das atividades pesqueiras, a delimitação de zonas de exclusão, a criação de unidades de conservação e o estímulo a pesquisas científicas são algumas das estratégias usadas para a formação de corredores ecológicos marinhos.

 

NOTA DO ALUNO

 

 

Ao pesquisar sobre o Projeto Corredores Ecológicos, pude me envolver mais com o meio ambiente, conversar com os responsáveis pelo projeto e interagir com pessoas que buscam colocar em prática um projeto que um dia foi apenas uma utopia.

 

A aplicação de conceitos de conservação ambiental se torna evidente na vida daqueles que tomam esse conceito como um estilo de vida. Durante essa pesquisa notei que os responsáveis tomam o projeto como filhos, cuidam de cada etapa com muito cuidado e muito carinho.

 

A divulgação do projeto tem se expandido mais nesse último ano, mesmo assim muitos ainda não se intereção, não vêem o projeto como uma prioridade, assim como a comunidade nos arredores das áreas prioritárias.

 

Em uma pesquisa de campo, conversei com uma senhora moradora da Serra (ES), próximo ao Corredor Duas Bocas - Mestre Álvaro. Dona Fátima de Medelhos nunca teve conhecimento do projeto, e se interessou quando mostrei os informativos, e fiz uma pequena divulgação sobre os Corredores. Dona Fátima disse que são poucas as pessoas que se envolvem em algum projeto como esse.

 

Minha pesquisa de campo me ajudou a notar a indiferença das pessoas em relação ao meio ambiente. A vida corrida, ganância, estudos, tudo isso acaba tomando todo o tempo das pessoas.

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

Projeto Corredores Ecológicos/UCE – ES

 

Informativos Impressos do Projeto

 

Coordenador do Projeto: Marcelo Mores (corredorecologico@iema.es.gov.br)
 

BR 262- Km 0 – Jardim América- Cariacica- Espírito Santo

Cep: 29140-500 

Tel: (27) 3136-3476 / 3136-3475

Fax: (0xx)27 3136 3476

 

www.mma.gov.br

 

www.iema.es.gov.br

 

http://www.iema.es.gov.br/default.asp?pagina=5653

 

 

 


 

 
 

 

Ilustrações: Silvana Santos