Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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14/12/2006 (Nº 19) PERCEPÇÃO E CONCEPÇÃO DO MANGUEZAL VINCULADOS AO ENSINO DA BIOLOGIA EM UMA ESCOLA DE RECIFE- PE
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PERCEPÇÃO E CONCEPÇÃO DO MANGUEZAL VINCULADOS AO ENSINO DA BIOLOGIA EM UMA ESCOLA DE RECIFE- PE

 

Cristiane M.R. Farrapeira¹; Karla M. Euzébio Silva²; Alberto Oliveira Lima³

 

¹ Mestre em Oceanografia Biológica, Professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE/ Deptº Biologia, R. D. Manoel de Medeiros, s/nº, Dois Irmãos, Recife-PE-Brasil / 52.050-050; email: c.farrapeira@db.ufrpe.br

² Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino das Ciências da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE/ Deptº Educação, R. D. Manoel de Medeiros, s/nº, Dois Irmãos, Recife-PE-Brasil / 52.050-050; email: karlaeuzebio@yahoo.com.br

³ Especialista em Ensino de Biologia; Ex-Professor da Escola Estadual Eleanor Roosevelt, Recife (in memorian)

 

RESUMO

 

Este estudo corresponde a uma averiguação da percepção e posteriormente, a implementação de uma ação educativa sobre o manguezal com alunos de Biologia em Recife, Pernambuco, para contextualizar os conhecimentos da referida disciplina utilizando-se o ecossistema encontrado próximo à escola e residência dos educandos. A percepção foi analisada aplicando-se um questionário subjetivo e as respostas foram agrupadas em expressões similares. Considerando que a percepção prévia demonstrou-se fragmentada, reconhecendo-se unicamente a função social e econômica do ambiente, foram proferidas aulas expositivas dialogadas, utilizando imagens do manguezal. Após a intervenção didática, os alunos visitaram o ecossistema e realizaram um trabalho de pesquisa tendo demonstrado que houve uma aprendizagem satisfatória, com a aquisição de novos conhecimentos e, portanto, ampliação e complementação da percepção e concepção sobre a temática, já que, tornou-se possível a reflexão sobre a importância do manguezal para a humanidade, contextualizando o ensino de Biologia de forma prática e integrada.

Palavras-Chave: Educação ambiental, manguezal, contextualização de ensino.

 

INTRODUÇÃO

 

      A escola é uma instituição social com poder e possibilidade de intervenção na realidade e que, por este motivo, deve estar conectada com as questões mais amplas da sociedade incorporando-as à sua prática, onde a ciência aplicada deve destinar-se a um conhecimento que colabora para a compreensão do mundo e suas transformações, para reconhecer o homem como parte do universo e como indivíduo. Dessa forma a educação contemporânea deverá buscar uma ciência contextualizada capaz de contribuir para uma aprendizagem significativa, que garanta a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com a construção de uma sociedade sustentável (BRASIL, 1997).

      O ensino de ciências diante da necessidade atual deve, pois, proporcionar a todos os estudantes a oportunidade de desenvolver capacidades que neles despertem a inquietação diante do desconhecido, buscando explicações lógicas e razoáveis, amparadas em elementos tangíveis. Assim, os estudantes poderão desenvolver posturas críticas, realizar julgamentos e tomar decisões fundamentadas em critérios objetivos e defensáveis (BIZZO, 1998). Ao aproveitar o conhecimento cotidiano dos alunos e de sua comunidade, o professor os incentiva a conhecer o científico, facilitando assim o processo de ensino-aprendizagem (CARNEIRO, 2006). Esta atitude deve favorecer o desenvolvimento de uma postura reflexiva e investigativa, colaborando para a construção da autonomia de pensamento e ação e de sua compreensão do mundo e de suas transformações e para o reconhecimento de que ele é parte desse universo (BRASIL, 1998).

      O educador deve aplicar em seu dia-a-dia escolar, mais do que nunca, a chamada transposição didática definida por Chevallard (1991), na qual o saber que se institui em sala de aula não aparece tal qual ele foi produzido na comunidade científica e sim, passa por um processo de transformação e de didatização para que ele possa se transformar em um saber a ser ensinado. Grande parte do conhecimento humano é adquirida pela vivência (conhecimento do cotidiano, senso comum), que é intuitivo, carregado de signos que evidenciam o universo cultural. Esse universo é um rico acervo de explicações sobre os fenômenos da natureza e parece ser este o ponto de partida ideal para a transformação desse conhecimento adquirido pela vivência em conhecimento sistemático (SONCINI & CASTILLO JR, 1992).

      Na verdade, segundo as teses construtivistas de Piaget, constroem-se significados relacionando e integrando o novo conteúdo aos esquemas de compreensão da realidade que já se possuía. Denota-se, então a importância e a necessidade para a intervenção educativa e psicopedagógica de se pesquisar, avaliar e conhecer quais são os conhecimentos e esquemas prévios que os alunos possuem no referente a determinados conteúdos, antes de ensiná-los (SASSI, 2006).

      Neste sentido, Zabala (1998) complementou que os conteúdos de aprendizagem não se reduzem unicamente às contribuições das disciplinas ou matérias tradicionais, mas também o são todos aqueles que possibilitem o desenvolvimento das capacidades motoras, afetivas, de relação interpessoal e de inserção social. O aluno aprende um conteúdo qualquer (um conceito, a explicação de um fenômeno físico ou social, o procedimento para resolver um determinado tipo de problema, uma norma de comportamento, um valor que deve ser respeitado, etc.) quando é capaz de atribuir-lhe um significado (COLL, 1994).

      Nos últimos anos, a questão ambiental apresenta-se como um dos problemas de grande preocupação da espécie humana e o conhecimento tornou-se necessário para proteger a Natureza (SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, 1999).  Nesse contexto surge a percepção ambiental como instrumento de identificação do nível de conhecimento/atitude de uma realidade e a escola, através da educação ambiental contextualizada, como desencadeadora da “consciência ecológica” coletiva e estimuladora de ações.

      A percepção ambiental vem sendo, pois, uma grande aliada destas novas atividades acadêmicas, uma vez que, conforme definiram Silva (2002) e Bassani (2001), ela envolve o desenvolvimento da cognição ambiental, retratando a forma como o ser humano vê o meio ambiente e como compreende as leis que o regem, como resultado de conhecimentos, experiências, crenças, emoções, culturas e de ações, utilizando mapas cognitivos para se orientar e se deslocar nos diversos ambientes. Ela representa um ambiente ideal para desenvolver o conhecimento, valores, atitudes e atributos favoráveis ao meio, tendo a educação ambiental como uma ferramenta fundamental para interagir neste processo (DIAS, 1998; SILVA et al., 2003). A percepção ambiental é, segundo Frattolillo et al. (2004), o instrumento de ação e a escola, o agente básico e legítimo nesse processo de construção do elo entre o aluno e seu ambiente de vida.

      Dentre os temas deficitários e de importância para a abordagem didática no ensino da Biologia referente ao meio ambiente estão os manguezais, sobretudo, pela relação do ambiente com as comunidades humanas, a ausência do tema nos livros didáticos e, conseqüentemente, no currículo escolar, que comumente é norteado por este último. Para evidenciar a crescente preocupação em implantar processos de sensibilização a respeito dos problemas ambientais nestas áreas no âmbito escolar, destacam-se os trabalhos de Menezes & César (2000); Pessoa (2000); Silva et al. (2002); Vidal et al. (2003); Frattolillo et al. (2004); Oliveira (2004); Pereira (2005); Carneiro (2006); e Rodrigues (2006), que buscaram conhecer a percepção ambiental sobre o manguezal de alunos de escolas localizadas em área próxima a esse ecossistema e que aplicaram estratégias de educação ambiental com intuito de reverter o processo de degradação em curso na região.

      O manguezal é definido por Vannucci (2002) como uma floresta costeira que se desenvolve nas zonas delimitadas pela influência das marés, em áreas abrigadas das regiões intertropicais, ao longo de estuários, deltas, águas salobras interiores, lagoas e lagunas. De acordo com Schaeffer-Novelli (1989), são zonas de alta produtividade biológica, possuindo representantes de todos os elos da cadeia alimentar, onde nos seus numerosos nichos, habitam desde formas microscópicas até grandes peixes e mamíferos, onde peixes, crustáceos e moluscos passam toda ou pelo menos uma parte de suas vidas, utilizando-os para alimentação, reprodução, desova, crescimento e também proteção contra predadores (ARAÚJO & MACIEL, 1979; SCHAEFFER-NOVELLI, 1995). Por estas razões, os recursos naturais renováveis presentes no manguezal asseguram a sobrevivência de uma população humana muito importante, pois grande parte da pesca, fonte de renda para muitas famílias do litoral, baseia-se em espécies de manguezais ou que passam parte significativa de seu ciclo de vida nesses ambientes (NISHIDA, 2005).

      Apesar de toda importância desse ecossistema para o equilíbrio ecológico e conseqüentemente para o homem, o que se vê atualmente é uma abusiva utilização da área nos espaços litorâneos, colocando em risco e/ou mesmo destruindo-o por meio de processos urbano-industriais de ocupação do litoral, gerando uma exploração predatória de sua fauna e flora e poluição de suas águas, além de os transformarem em aterros e depósitos de lixo (CUNHA, 2000; OLIVEIRA, 2004; ROCHA et al., 2006). As conseqüências são as mais variadas, mas destacam-se aquelas que acarretam na diminuição da produtividade primária, estuarina e costeira e conseqüentemente, nas diminuição da produção pesqueira litorânea, da fonte de alimento e de renda para as populações ribeirinhas, entre outras (LIRA et al., 1992).

      Os manguezais mais afetados são aqueles que se encontram nas áreas mais urbanizadas, pois dentre os trechos mais concorridos para o estabelecimento do homem em busca de sua sobrevivência, estão aquelas que margeiam os estuários (SILVA, 1992). Além da delicada situação em que se encontra o manguezal, a falta de conhecimento sobre a importância desse ecossistema é um dos maiores entraves para sua conservação, por este motivo, é fundamental implantar e consolidar ações e programas de educação ambiental que desenvolvam um saber não puramente científico e pouco prático, mas um saber crítico e contextualizado (SATO & SANTOS, 1995).

        A cidade do Recife, Pernambuco, é uma cidade costeira entrecortada por rios, margeados por manguezais submetidos a intenso desequilíbrio ecológico, com aterros, ocupação desordenada das margens dos estuários por palafitas e invasões e poluição de todos os tipos, situação semelhante ao já exposto para as localidades urbanas (MUNIZ-FILHO & GOMES, 2004; SILVA, 2004). Por outro lado, a falta de políticas públicas para a conservação desse ecossistema e o fato das escolas não tratarem esse problema com a devida importância, sobretudo na disciplina de Biologia, dão indícios da necessidade de se fazer um trabalho de conscientização com os alunos das escolas públicas.

      Diante do exposto e considerando que a Escola Estadual Eleanor Roosevelt e as moradias de seus alunos estão localizadas em área próxima ao manguezal dos rios Tejipió e Jiquiá, no Recife, uma área estuarina fortemente impactada antropogenicamente, objetivou-se identificar as percepções dos alunos do 2° ano do Ensino Médio desta escola quanto aos conceitos e conhecimentos sobre este ecossistema, contextualizando o tema em conteúdos programáticos da matéria de Biologia a partir de vivências no manguezal das proximidades da escola e avaliar sua concepção sobre o ambiente em estudo após a ação educativa, tentando desencadear uma consciência ecológica.

 

METODOLOGIA

 

      Inicialmente foram feitas visitas aos manguezais situados nas margens dos rios Tejipió e Jiquiá e na Lagoa do Araçá, áreas localizadas nas proximidades da Escola Estadual Eleanor Roosevelt e nas favelas que servem de residência aos seus alunos. Nestes ambientes foi observada a biodiversidade local (fauna e a flora) e observadas as atividades humanas durante as marés baixas.

      Para conhecer a percepção ambiental que os alunos do 2º ano do Ensino Médio da referida escola têm sobre o ecossistema manguezal foi elaborado e aplicado um questionário contendo sete perguntas subjetivas contemplando sua caracterização, seus componentes biológicos e sua relação com a população urbana. Participaram nesta pesquisa 47 alunos, na faixa etária de 16 e 20 anos. Para a análise quali-quantitativa as respostas foram sistematizadas e representadas em gráficos agrupando-se as expressões similares. Considerando a variedade de respostas nas perguntas, utilizou-se a técnica desenvolvida por Pereira (2005), onde foram consideradas três categorias de respostas:

•         “Satisfatórias”, para as respostas completas nas quais os alunos demonstraram ter um conhecimento amplo do assunto;

•         “Parcialmente satisfatórias”, para aquelas nas quais os alunos demonstraram ter um conhecimento mínimo a razoável (mas incompleto) do assunto abordado; e

•         “Insatisfatórias”, onde os alunos demonstraram ou declaram não saber nada sobre o assunto, ou ainda, quando os mesmos deixaram-nas em branco.

      As questões foram agrupadas em três categorias incluindo a visão ecossistêmica, a caracterização e ecológica e a importância sócio-econômica, três variantes ligadas a conceituação de manguezal, de forma que:

•         Na Questão 1: “Para você, o que é um manguezal?”, foram consideradas satisfatórias as respostas que apontaram o manguezal como sendo um lugar / ambiente / ecossistema ou quando citaram um conjunto de elementos que o constitui (água, lama, plantas e animais); parcialmente satisfatórias as respostas que indicavam pelo menos dois desses elementos como constituintes; e insatisfatórias aquelas que não incluíam as respostas já citadas;

•         No conjunto de questões que intentou verificar seu conhecimento sobre seus componentes biológicos contemplando a Questão 2: “E mangue? Você sabe o que é?”; Questão 3: “No manguezal tem vegetais? Quais?”; e a Questão 4 “No manguezal tem animais? Quais?”, foram consideradas satisfatórias as respostas que indicaram os mangues como as árvores ou a vegetação da área e que citaram três ou mais animais típicos do manguezal; parcialmente satisfatórias quando eram sinalizada corretamente a vegetação típica ou pelo menos três animais típicos e insatisfatórias quando as respostas não correspondiam às acima descritas.

•         No conjunto de questões que pretendeu avaliar sua percepção sobre a importância social e econômica do manguezal para a população, contemplando a Questão 5: “Existem pessoas que dependem do manguezal para sobreviver? Quem são essas pessoas?”; Questão 6: “ Que tipos de coisas podem ser encontradas no manguezal?”; e a Questão 7 “Você já viu algo que tem no manguezal para vender na feira? O que?”, foram consideradas satisfatórias respostas que indicaram o manguezal como fonte de alimento e de renda para os pescadores e a comunidade ribeirinha, apontando animais comestíveis típicos do ambiente como comercializados nas feiras; as respostas que citaram uma destas descrições acima foram consideradas parcialmente satisfatórias; já aquelas que não correspondiam a nenhuma das opções acima foram classificadas como insatisfatórias.

      Após a aplicação do questionário sobre a percepção ambiental foram proferidas duas aulas expositivas dialogadas, nas quais foi utilizado um conjunto de transparências, com ilustrações obtidas a partir de imagens disponibilizadas na Internet, contemplando características gerais sobre o manguezal, sua composição biológica e importância bioecológica e socioeconômica, baseados na observação prévia no ambiente, intentando integrar os temas tratados na disciplina Biologia, relativamente aos conteúdos programáticos de “Ecologia”, “Educação Ambiental”, “Biosfera e Ação Humana” e “Seres Vivos” (vegetais superiores e animais).

      A apresentação foi interativa, intercalando exposição oral e resgate do conhecimento dos alunos numa estratégia de abordagem, onde se buscou implementar instrumentos de reflexão e discussão, diálogos e debates, para que os alunos pudessem participar ativamente dos assuntos abordados e se corrigissem os conceitos inadequados sobre o ambiente em questão advindos da análise de sua percepção.

      A concepção do alunado sobre o manguezal, após a apresentação oral, foi avaliada através da análise do trabalho acadêmico proposto, tendo sido solicitado que fosse apresentada uma pesquisa sobre o ecossistema de manguezal, dando-lhes liberdade para que escrevessem sobre o que mais havia chamado atenção sobre o assunto, devendo pesquisar na Internet ou em livros e, obrigatoriamente, observar o ambiente natural do entorno para confrontar sua realidade com a exposição oral. As informações foram tabeladas agrupando-as em assertivas semelhantes, algumas delas constam transcritas nos resultados.

 

RESULTADOS

 

      Os manguezais visitados possuem baixa diversidade de vegetais (uma única espécie de mangue Laguncularia racemosa) e de animais (apenas alguns raros caranguejos e moluscos) e suas margens são entulhadas de lixo doméstico (sofás, eletrodomésticos, animais mortos, plásticos, latas, papéis e restos alimentares); como conseqüência da ausência de saneamento, as águas têm grande teor de matéria orgânica, tipificada pelo cheiro característico.

      Na avaliação da percepção sobre o manguezal os indicadores de avaliação pré-estabelecidos revelaram que há uma evidente desinformação sobre a caracterização do mesmo enquanto ecossistema, um relativo conhecimento sobre sua fauna e flora típicas e uma noção satisfatória sobre seu papel econômico-social para a comunidade. A Figura 1 apresenta comparativamente as categorias utilizadas para agrupamento das respostas.

Figura 1. Não pode ser incluída por problema de edição - contate e solicite para os autores.

 

      Dentre as respostas obtidas nesta caracterização do ecossistema observou-se que 46% dos alunos entrevistados têm uma visão insatisfatória, 38% responderam de forma parcialmente satisfatória e apenas 16% têm uma percepção satisfatória do ambiente (Figura 1). Merecem destaque duas respostas que o sinalizaram como “um movimento cultural” e “uma música”, refletindo a divulgação do trabalho e as letras da música de Chico Science, inspiradas na abordagem do sociólogo pernambucano Josué de castro (movimento Mangue Beat, que divulgou de forma ampla a relação do homem com o manguezal através da fusão de sons típicos do Nordeste). Além destas, a maioria das respostas insatisfatórias apontaram o ambiente como um local cheio de lama e lixo, ou confundiram o ambiente com o vegetal típico da área (os mangues).

      Em relação à comunidade biológica do manguezal, integrando as questões sobre a flora e fauna típicas, 67% responderam de forma parcialmente satisfatória, reconhecendo um dos elementos do ambiente (animais ou mangues), 13% responderam satisfatoriamente indicando ambos os elementos e 20% apresentaram respostas insatisfatórias (Figura 1). Uma resposta mereceu destaque, com o aluno respondendo erroneamente perante a ciência, mas acertadamente, olhando sua realidade, ao apontar a situação urbana onde a escola e sua periferia está inserida, indicando como animais típicos, urubus, ratos e baratas (presentes nos lixos depositados nas margens do rio).

      Com referência ao entendimento dos alunos sobre a função social e econômica do manguezal para a subsistência humana, 65% responderam satisfatoriamente, indicando que a comunidade de baixa renda tira seu sustento daquele local; 22% possuem uma visão parcialmente satisfatória, contra apenas 13% apresentando respostas insatisfatórias (Figura 1). Dentre estas últimas, ressaltaram-se aquelas que refletem a realidade local, sinalizando que existem pessoas que dependem do manguezal para sobreviver, retirando as latas, vidros e papéis dos “mangues” para vender na feira. A maioria, entretanto, aponta a importância do ambiente para os pescadores e marisqueiros da região, que retiram os alimentos para sua subsistência e para comercializarem nas feiras livres e mercados.

      Após a sistematização dos resultados da percepção, os conceitos bio-ecológicos errôneos sobre o ambiente foram minimizados durante a exposição didática interativa na sala de aula, trabalhando a ressignificação dos seus conceitos, propiciando um aproveitamento satisfatório no que diz respeito à sistematização dos conteúdos abordados na disciplina e, sobretudo, refletindo em sua motivação escolar.

      Na análise dos trabalhos individuais considerou-se que houve uma aprendizagem bastante satisfatória observando que a maioria dos alunos sinalizou reconhecer as características do manguezal quanto à sua localização, informando a área geográfica do litoral brasileiro, a área de influência das marés e/ou os solos lamosos e alagados; sua importância ecológica, como habitat para os animais e responsável pela produção de alimentos para os animais e homens também estiveram presentes nos textos; outras informações indicadas pelos alunos foram relativas aos tipos de mangues, suas adaptações alguns animais característicos e sua importância socioeconômica e preocupações com a conservação do ambiente.

      Em todos os textos constatou-se que eles adquiriram novos conhecimentos após a intervenção didática e/ou apresentaram uma acentuada melhoria na visão dos elementos. Apenas um aluno sinalizou equivocadamente uma importância dos manguezais para o homem, comentando que “...a sociedade também se beneficia com o manguezal, por exemplo, as pessoas que moram em palafitas, depositam suas fezes no manguezal e os caranguejos comem essas fezes; as pessoas nem imaginam o favor que eles prestam à sociedade...” (frase que pareceu mostrar que esta atividade antropogênica beneficia o ambiente- quando é ao contrário). A maioria dos comentários demonstrou a importância ecológica, destacando o comentário: “o manguezal funciona como um berçário onde vários animais o procuram para a ‘desova’, pois o manguezal é um local calmo, com águas tranqüilas e com difícil ‘acesso’ para o homem...” e consciência ecológica: “...os manguezais deveriam ter o seu devido respeito, pois antes de nós existirmos eles já estavam lá e agora nós estamos acabando com eles e com as várias espécies de vidas que existem lá...”; “...deveria ter uma lei que impedisse que invadam essas áreas, pois sem os manguezais muitas pessoas vão sofrer, pois tiram dali o seu sustento...” .

      Outras citações que merecem registro refletem a conscientização ecológica sobre a ação do lixo no ambiente e sua preocupação com seus efeitos no manguezal: ”... as pessoas jogam o lixo no mangue, interrompendo que ele sugue a água da chuva, causando assim os alagamentos em bairros e cidades...”; “... todos nós produzimos muito lixo; diariamente nos desfazemos de papéis, latas e embalagens e, dependendo de onde esse lixo for colocado, ele pode poluir a água e o solo...”; e “... o primeiro passo para a conservação é a conscientização geral de que o lixo deve ser jogado no lixo e não nas ruas e encostas, que acabam indo para o mangue. Cuidar do mangue é preservar a vida...”.

           

DISCUSSÃO

 

      Diante a necessidade de contribuir para a formação global dos alunos, é importante conduzi-los à prática de reflexão e análise de seus próprios valores e atitudes com relação ao meio ambiente, despertando os sensos críticos, possibilitando que os mesmos abandonem práticas destrutivas ou pacíficas e adotando novos hábitos a fim de atuarem ativamente na sociedade. Brasil (2001) considera essencial desenvolver um trabalho educativo pautado em atividades e valores construtivos fazendo com que a temática ambiental se torne objeto de reflexão e estudo em todos os espaços da comunidade educativa.

      Neste sentido, destaca-se a percepção positiva dos alunos da Escola quanto ao reconhecimento da importância do manguezal para as comunidades de baixa renda que tiram seu sustento daquele local, refletindo uma situação justificável, considerando que tanto a escola quanto a sua moradia localizam-se em torno dos manguezais dos rios Tejipió e Jiquiá. Alguns deles, mesmo sendo usuários dos recursos biológicos oriundos do ambiente, apresentaram respostas preocupantes enquadradas como parcialmente satisfatórias ou mesmo insatisfatórias em relação à caracterização e biodiversidade. Pereira (2005), estudando a percepção de alunos das redes públicas de Recife, Olinda e Itapissuma, constatou que a comunidade estudantil do Recife apresentou um conhecimento prévio relativo intermediário, apesar do contato cotidiano dos mesmos com o ecossistema manguezal. Rodrigues (2006) realizando trabalho semelhante com estudantes da mesma cidade também percebeu que, em geral, a percepção ecológica dos alunos não foi muito satisfatória e que a maioria havia assinalado a importância social-econômica dos manguezais para os pescadores, constatação igual à obtida no presente trabalho.

      A inclusão de ratos, cobras e urubus na relação de animais típicos do manguezal, também observado por Rodrigues (op.cit.) é um fato que pode ser explicado por serem freqüentes em lugares próximos aos manguezais urbanos, associados aos lixões e depósitos diversos, na maioria dos casos. De acordo com SILVA et al. (1996), os núcleos habitacionais de baixa renda e as palafitas do Recife acrescentam lixo orgânico ao estuário, enquanto que bares e residências de padrão mais elevado lançam inúmeros resíduos plásticos no mesmo.

      Em contraposição à percepção insatisfatória a parcialmente satisfatória sobre o manguezal da comunidade estudantil entrevistada, Carneiro (2006), realizando trabalho semelhante junto à comunidade estudantil de Itapissuma (uma comunidade basicamente pesqueira de Pernambuco), notaram um conhecimento bastante razoável sobre o manguezal, com 82% dos entrevistados descrevendo-o apropriadamente. Pode-se atribuir esta realidade ao fato de que mais de 80% da população pesqueira do Canal de Santa Cruz concentra-se em Itapissuma (LIMA & QUINAMO, 2000). Este fato corrobora com as observações de Alves & Nishida (2002) que ressaltaram que as comunidades tradicionais que vivem próximas aos manguezais e dependem de recursos oriundos desses ambientes, apresentam um amplo conhecimento acerca dos componentes bióticos e abióticos que integram esse ecossistema.

      A intervenção didática intervalada com os debates na turma de alunos repassando o conteúdo formal, mas resgatando suas experiências e observações de vida durante o período da ação educativa demonstrou que se conseguiu contextualizar os temas tratados na disciplina Biologia, relativamente à “Ecologia”; no reconhecimento do bioma presente nas proximidades de suas casas e escola; “Educação Ambiental”, no desenvolvimento da consciência ecológica; “Biosfera e Ação Humana”, na observação da ação antropogênica relativa à poluição orgânica e inorgânica; e “Seres Vivos”, com a abordagem dos vegetais e animais dos manguezais, com suas adaptações morfo-fisiológicas. Esta contextualização foi mais interessante porque se embasou na vivência prática que os alunos têm no ecossistema, propiciando um aproveitamento satisfatório no que diz respeito à sistematização dos conteúdos ora trabalhados.

      O método educativo adotado encontra eco na afirmação de Oliveira Neto (2005), para o qual a nova função do professor é a de somar seu tradicional método de aulas expositivas com a inovação da dinâmica educacional de incentivar a pesquisa e coordenar os resultados, tudo com muita flexibilidade e estímulo a seus educandos, subsidiando o aluno no processo de construção do saber. Para tanto, é imprescindível que domine não apenas o conteúdo de seu campo específico, mas também a metodologia e a didática eficientes na missão de organizar o acesso ao saber dos alunos (DI SANTO, 2006).

      A notável alteração da visão dos alunos sobre o ambiente, demonstrada em seus trabalhos sobre o tema, antes depreciativa também foi observada por Pereira (2005) relativamente à comunidade estudantil de Recife, que após a ação educativa, apresentou uma satisfatória avaliação individual da aprendizagem sobre a importância dos manguezais. A aprendizagem propiciou também o desenvolvimento de uma concepção conservacionista, corroborando com as observações de Moran (2000), segundo o qual se aprende quando se descobre novas dimensões de significação que antes escapavam, quando se amplia o círculo de compreensão e são estabelecidas pontes entre a reflexão e a ação, entre a experiência e a conceituação, entre a teoria e a prática e quando ambas se alimentam mutuamente.

      Uma vez conhecendo o que sabem os alunos e admitindo-se a complexidade de sua realidade social, a escola se vê incapaz de isoladamente mudar a sociedade ou de garantir saúde a todos, mas torna-se capaz de fornecer instrumentos que auxiliem seus alunos na formação de atitudes (cobrança de coleta de lixo e esgotamento sanitário) e valores (conservação ambiental, vida saudável), possibilitando a aproximação entre os saberes escolares e extra-escolares, dando o significado e funcionalidade necessários aos conteúdos de aprendizagem (BRASIL, 1998).

      Também trabalhando com alunos de escolas localizadas próximas a manguezais Oliveira & Oliveira (2006), observaram que a vivência de um estudo prático no ambiente proporcionou a construção do conhecimento com experiências significativas, possibilitando uma nova leitura da realidade na qual estava inserido. Frattolillo et al. (2004) ressaltaram que a educação ambiental tendo como tema este ecossistema tratado em ambiente escolar é intrinsecamente ligado à transmissão de um conhecimento científico vinculado à realidade cotidiana dos alunos, o que sem dúvida leva a ações concretas iniciadoras de uma mudança comportamental individual e coletiva, conforme ficou demonstrado nas redações dos trabalhos dos alunos e sua manifestação de consciência ecológica.

      Neste estudo, o aprendizado dos alunos após a experiência didática sobre o manguezal os fez ver este ambiente com outros olhos, corroborando com as idéias de Soares (2003), que afirma que é necessário que o professor aprenda a se colocar do lado da gênese dos saberes e não só de seus resultados, para que ele seja capaz de observar os conhecimentos antes de sua sedimentação histórica.

      A partir do que foi apresentado, a principal conclusão desse trabalho foi que a ação didática proposta se mostrou bastante proveitosa, tanto por proporcionar aos alunos uma reflexão sobre o ecossistema manguezal, como por apresentá-lo numa perspectiva que considera sua importância para suas vidas, contextualizando o ensino de Biologia de forma prática e integrada. A estratégia metodológica de apresentação do tema de forma interativa e participativa proporcionou resultados significativos, relativamente ao desenvolvimento de uma concepção mais completa sobre o ambiente em questão e de conscientização ecológica.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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Ilustrações: Silvana Santos