Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Ações e projetos inspiradores
18/08/2021 (Nº 76) PROJETO PREMIADO DE ALUNOS DA USP VAI PROMOVER NUTRIÇÃO SAUDÁVEL COM HORTA COMUNITÁRIA
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PROJETO PREMIADO DE ALUNOS DA USP VAI PROMOVER NUTRIÇÃO SAUDÁVEL COM HORTA COMUNITÁRIA



Ideia de estudantes da USP em Ribeirão Preto envolve a sociedade em geral, além de criar espaço de convivência, aprendizagem e alimentação; base de cultivo serão as Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc)



Por Robert Siqueira

Projeto vai beneficiar comunidade externa com cultivo de plantas alimentícias não convencionais – Foto: Divulgação / Horta Comunitária USP-RP

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Um concurso de projetos sobre sustentabilidade serviu de estímulo para um grupo de estudantes universitários criar no campus da USP, em Ribeirão Preto, uma horta comunitária. E a ideia foi além da horta, ganhando status de centro de convivência, aprendizagem e alimentação para estudantes, professores, funcionários e, também, comunidade externa.

O Projeto Horta Comunitária da USP foi destaque internacional no prêmio Diplomacia Verde, promovido pela União Europeia, que estimula o protagonismo de jovens, a partir de projetos relacionados a soluções para um futuro mais sustentável, verde e inclusivo. Em 2021, a cidade de Lahti, na Finlândia, venceu a competição, que premiou outros dois grupos ao redor do mundo. O projeto da USP, em Ribeirão Preto, foi um dos que receberam menção honrosa, além de uma câmera fotográfica profissional que será usada para documentar ações e incentivar jovens a promover iniciativas para ajudar o meio ambiente.

Idealizada por alunos e egressos de diversos cursos da USP, além de um estudante da Unesp, a horta será instalada no horto medicinal da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, com base, principalmente, no cultivo das Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc), como amor-perfeito, dente-de-leão e taioba. As Panc da horta comunitária vão fornecer frutas, flores, legumes, folhas, tubérculos e temperos medicinais. O terreno já está sendo preparado.



Benefícios para a sociedade



Os benefícios da horta são diversos, tanto para a comunidade uspiana quanto para a sociedade em geral. “A expectativa é colaborar para a difusão e extensão do conhecimento sobre alimentação saudável”, conta Marcel Vinícius Gulla, aluno da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Unesp e um dos idealizadores do projeto na USP.

Foto: Divulgação / Horta Comunitária USP-RP



E a comunidade externa ao campus ficará por dentro dos benefícios relacionados à segurança alimentar e terá acesso a alimentos de menor cultivo, mas ricos em nutrientes, aprendendo técnicas de manejo e tecnologias mais acessíveis e eficientes para enriquecer a saúde do solo e, consequentemente, a das pessoas.

Para o futuro, a equipe da horta pretende abrir o projeto para que pessoas da comunidade externa trabalhem no local e possam levar para suas casas a produção. “Mas o principal é motivar as pessoas a conhecerem melhor os alimentos consumidos”, diz o estudante. Ele acredita que, com mais informação, os consumidores se tornam mais exigentes, buscando fornecedores que trazem produtos de mais qualidade.

Gulla conta que o grupo planeja realizar oficinas de culinária, ensinando formas mais práticas de usar as Panc, além de organizar campanhas e cozinhas comunitárias. Mas lembra que só o contato com a natureza já vale a pena, com cheiros, formas e sabores naturais. “As formas e interações da natureza têm muito a nos inspirar e ensinar a levar mais harmonia no nosso dia a dia”, ensina.

Ouça no player a entrevista com o acadêmico Marcel Vinícius Gulla, da Unesp, e as professoras Regina Yoneko Dakuzaku Carretta, da FMRP, e Simone de Pádua Teixeira, da FCFRP, ao Jornal da USP no Ar, Edição Regional. (Para escutar, acesse o link da fonte, no final deste texto.)


Projeto destaca a autonomia dos estudantes



Tão importantes quanto todos esses benefícios, a iniciativa e a autonomia dos estudantes são consideradas fundamentais por Regina Yoneko Dakuzaku Carretta, professora do curso de Terapia Ocupacional e do Departamento de Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, além de vice-coordenadora do projeto. “Eles estão pensando não só na formação profissional, mas também na contribuição para a sociedade.”

Já a coordenadora do projeto, a professora Simone de Pádua Teixeira, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, enfatiza a importância do ambiente multidisciplinar que foi formado para colocar a ideia em prática. É que o projeto precisou reunir informações das áreas de agronomia, botânica e nutrição, mostrando “que todas as informações, de todas as áreas, são importantes”, destaca Simone.

E o trabalho interprofissional, assinala Regina, acaba reunindo pessoas com diferentes formações e experiências na construção de um projeto comum de forma integrada. “Nós trabalhamos com ações colaborativas, buscando atingir da melhor forma os objetivos do projeto”, comemora.



Fonte: encurtador.com.br/hvyZ9



Ilustrações: Silvana Santos