Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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03/09/2020 (Nº 72) COMPARTILHANDO SABERES E EXPERIÊNCIAS: COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS AGROECOLÓGICOS EM FEIRA LIVRE DA AGRICULTURA FAMILIAR DE ALDEIAS ALTAS-MA
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COMPARTILHANDO SABERES E EXPERIÊNCIAS: COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS AGROECOLÓGICOS EM FEIRA LIVRE DA AGRICULTURA FAMILIAR DE ALDEIAS ALTAS-MA



Talytha Ravenna de Melo Souza¹, Lorenna Kamila de Melo Souza², Valéria Melo Costa³, Adeval Alexandre Cavalcante Neto⁴, Thiago Coelho Silveira5, Daniel Fernandes Rodrigues Barroso6



¹ Universidade Federal do Ceará, departamento de pós-graduação, Fortaleza - Brasil. E-mail: taly_raven@hotmail.com;

² Instituto Federal do Maranhão- IFMA Campus Codó, departamento de Ensino, Aldeias Altas – Brasil; Email:lorennakamila@hotmail.com;

³ Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, Departamento de Ensino, Balsas - Brasil; Email:lerinhamelo@hotmail.com;

Doutor em Engenharia e Ciência de Alimentos (UNESP). Professor do Instituto Federal do Maranhão (IFMA). Líder do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Rural, Ambiental e Social (GDAS/IFMA). E-mail:adeval@ifma.edu.br.

Doutor em História (UNISINOS). Professor do Instituto Federal do Maranhão (IFMA). Membro do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Rural, Ambiental e Social (GDAS/IFMA). E-mail: thiago.silveira@ifma.edu.br.

6 Mestre em Ciências Ambientais (UFPA). Professor do Instituto Federal do Maranhão (IFMA). Membro do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Rural, Ambiental e Social (GDAS/IFMA). E-mail: daniel.rodrigues@ifma.edu.br





RESUMO

A feira da agricultura familiar é de suma importância para o desenvolvimento do pequeno agricultor. Buscou-se com essa pesquisa obter informações sobre a comercialização de produtos agroecológicos na feira livre da agricultura familiar de Aldeias Altas - MA, por meio da coleta de dados com 20 produtores beneficiados com o programa da Feira da Agricultura Familiar. A pesquisa apresenta dados sobre o gênero, os produtos mais vendidos, valor médio arrecado por feirante, quantidade de sobra por feira e o destino da sobra. Dentre os resultados alcançados, destaca-se que 80% dos feirantes são do gênero feminino, 54% contém apenas o ensino fundamental incompleto, estão na faixa etária entre 30 e 65 anos e apresentam como os produtos mais vendidos os ovos caipiras, coentro com cebolinha, puba, pimenta, farinha, macaxeira e azeite. Os produtos não comercializados são retornados aos feirantes que utilizam para a sua alimentação ou revendem em programas governais como o PAA e o PNAE.

Palavras-chave: feirantes, agricultura familiar, produtor, comercialização.



ABSTRACT

The family farming fair is very importance for the development of small farmers. This research sought to obtain information about the commercialization of agroecological products at the free market for family farming in Aldeias Altas-MA, through the collection of data with 20 producers who benefited from the Family Farming Fair program. The survey presents data about the genre, the most sold products, the average value collected per marketer, the amount of leftover per fair and the destination of the leftover. Among the results achieved, it is noteworthy that 80% of the marketers are female, 54% contain only incomplete elementary education, the marketers are in the age group between 30 and 65 years old and have as the best-selling products: free-range eggs, coriander with chives , puba, pepper, flour, cassava and olive oil. Unmarketed products are returned to marketers who use them for food or resell them in government programs such as PAA and PNAE.

Keywords: marketers, family farming, producer, commercialization.

INTRODUÇÃO

A agricultura familiar tem grande importância econômica e social, sendo uma motivadora de políticas públicas (OLIVEIRA; RIBEIRO, 2002). A produção da agricultura familiar é bastante diversificada, contrariando a agricultura convencional que é normalmente em monocultivo, buscando assim o equilíbrio com o uso dos recursos naturais atuando ativamente no processo de transição para uma agricultura sustentável (TOMASETTO et al., 2009).

O uso de práticas agroecológicas e sustentáveis estão entrelaçadas, proporcionando baixo impacto ambiental e redução de custo energéticos, pois os produtores se adaptam às tecnologias locais desenvolvidas (SANTOS; CHALUB-MARTINS, 2012). Aponta-se, assim, a importância da educação não formal, a qual se caracteriza por ocorre fora dos muros da escola. Gohn (2014) destaca que essas aprendizagens ocorrem em espaços coletivos como podemos perceber no caso das feiras da agricultura familiar.

Os agricultores familiares produzem a maior parte dos seus alimentos para a sua subsistência, sendo o excedente comercializado em feiras livres e no mercado local. Os seus produtos são perecíveis e por não possuírem uma estrutura de armazenamento capaz de conservá-los, precisam vender na primeira oportunidade para não perder a produção (BRASIL, 2010).

A feira é um local que influencia na melhoria de vida das pessoas, tanto por gerar renda familiar, como por trazer novas ideias e ser um espaço de socialização, carregado de narrativas e símbolos sociais. Neste ambiente, circulam as informações sobre as condições de trabalho, organização, consumo, origem, destino dos produtos potenciais de comercialização e nível de satisfação (ÂNGULO, 2003).

As feiras livres se apresentam como uma ação estratégica de promoção do desenvolvimento rural (PECCINI et al., 2015), ao mesmo tempo em que podem ser caracterizadas como espaços de educação não formal na medida em que nela ocorrem um universo de trocas simbólicas, de saberes e experiências, promovendo uma aprendizagem pela vivência de mundo e pelo compartilhamento de modos de produzir sem agredir o meio ambiente. Oliveira e Dias (2017) apontam para o fato de que a educação não formal se dá no cotidiano das comunidades, de forma que podemos perceber nas feiras essa característica.

A feira da agricultura familiar do estado do Maranhão é realizada pelo Sistema SAF (Secretaria de Agricultura Familiar), juntamente com o MAIS IDH (Programa Estadual), a AGERP (Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão) e a Secretaria Municipal de Agricultura que prestam assistência técnica ao pequeno produtor que produz para o sustento de sua família e, além disso, oferece estrutura para comercialização do excedente oportunizando qualidade de vida e dignidade a esses agricultores, através da feirinha da agricultura familiar (MARANHÃO, 2018).

Portanto, a feira da agricultura familiar é de suma importância para o desenvolvimento do pequeno agricultor familiar, para a circulação de ideias e para o compartilhamento de experiências de sucesso. Assim, este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa desenvolvida para avaliar o sistema de comercialização dos principais produtos dispostos na feira da agricultura familiar de Aldeias Altas - MA.

Dessa forma, intentamos contribuir para a educação ambiental por meio da propagação de experiências agrícolas que encontram na sustentabilidade ambiental um dos seus principais pilares.



METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada no município de Aldeias Altas - MA, que fica localizado na Mesorregião Leste Maranhense, na Microrregião de Coelho Neto (Figura 1), possuindo uma área de 1.942 km e uma população estimada de 26.302 habitantes (IBGE, 2019). O município Limita-se ao Norte com os municípios de Coelho Neto e Afonso Cunha, ao Sul com os municípios de Caxias e Codó, a Leste com o município de Caxias e a Oeste com o município de Codó (BRASIL, 2011).



Figura 1: Mapa de localização do município de Aldeias Altas, MA.

Fonte: Brasil (2011).



Buscando alcançar o objetivo da pesquisa, elaborou-se questionários e entrevistas, seguindo as orientações presentes em Gil (2008) e Marcones e Lakatos (2001). A pesquisa de campo com a coleta dos dados e registro digital por meio de fotos ocorreu na Feira da Agricultura Familiar de Aldeias Altas - MA, no dia 10 de julho de 2019, na parte da manhã. Os dados foram coletados no início e no final da feira, permitindo obter informações sobre gênero, faixa etária, grau de escolaridade, produtos agroecológicos mais vendidos, o valor médio arrecadado por feirante e o destino das sobras.

Os sujeitos da pesquisa foram produtores rurais, que se enquadram como agricultores familiares que produziam e comercializavam seus produtos de forma agroecológica e sustentável, degradando o mínimo possível o meio ambiente. As feiras ocorriam mensalmente (Figura 2), em um ponto estratégico na rua Aniceto Pereira, próximo à praça Gonçalves Dias, local de grande circulação de pessoas. Neste contexto, a população pesquisada consistiu em todos os produtores rurais que comercializavam seus produtos agroecológicos na feira, perfazendo um total de 20 (vinte) agricultores familiares.



Figura 2: Feirantes comercializando seus produtos.

Fonte: Arquivo próprio, 2019.



RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verificou-se que 80% dos entrevistados são do sexo feminino e 20% são do sexo masculino, o que demonstra que as mulheres são mais ativas na parte de comercialização dos produtos.

Dados similares foram encontrados por Gomes (2013) em seu estudo com feiras livres no interior da Bahia, no qual também foi efetiva a participação das mulheres no mundo do trabalho informal, destacando-se a comercialização de produtos populares em feiras livres em centros urbanos.

Pereira et al. (2017) também verificaram em sua pesquisa que a maior parte dos feirantes era do sexo feminino, correspondendo a 73%. Os autores destacam a importância das mulheres na comercialização dos produtos na feira, espaço que se configura como um ambiente que propicia a possibilidade de autonomia para elas, ratificando o seu importante papel no desenvolvimento rural.

Os dados evidenciados na pesquisa demostram o protagonismo que as mulheres possuem no processo de geração de renda familiar, participando das diversas etapas da produção, estendendo-se até a comercialização. Santos Neto e Lima (2016) destacam que esta participação mais efetiva das mulheres está atrelada à luta histórica que estas têm travado por condições de igualdades de gênero do meio rural e demonstram seu papel relevante na melhoria da qualidade de vida da família, quanto na localidade que se encontram inseridas.

Os dados apontaram que os feirantes possuíam a faixa etária entre 30-65 anos, sendo as mulheres na faixa de 30-58 anos e os homens de 40-65 anos. De maneira mais detalhada, detectamos que a faixa etária de 30-40 anos abarca 46% dos feirantes, de 40-50 anos são 27%, 50-60 anos são 18% e entre 60-70 anos é equivalente a 9%.

A maioria dos feirantes possui baixo grau de escolaridade. Deste modo, o grau de escolaridade dos feirantes distribui-se da seguinte forma: 55 % contém apenas o ensino fundamento incompleto, correspondendo o maior percentual da pesquisa, enquanto 45% confirmaram ter concluído o Ensino Fundamental. Portanto, a grande maioria dos feirantes se encontra dentro do perfil de “analfabetos funcionais”, nos termos colocados pelo IBGE. Nota-se que mesmo com todas as limitações enfrentadas pela ausência de uma educação formal, isso não os impedem de realizar atividades tais como a comercialização e produção dos seus alimentos.

Esse cenário mostra a importância das aprendizagens que ocorrem no âmbito da educação não formal. Concordamos com Gohn (2014) quando trata da importância das aprendizagens que ocorrem fora do mundo da escola, sobretudo pensando nas múltiplas formas pelas quais o conhecimento pode ser produzido. As feiras assim, longe do espaço disciplina da escola, exercem a nosso ver um duplo papel, pois tanto são importantes para a comercialização dos produtos agrícolas e para o sustento das famílias, como também servem para promover uma circulação informal de saberes e experiências acerca do que é produzido e vendido.

Verificou ainda que os produtos comercializados na feira livre são bastante diversificados, destacando-se hortaliças, frutas e produtos processados como azeite, os quais contribuem para a melhoria da renda dos agricultores/feirantes.



PRODUTOS COMERCIALIZADOS

UNIDADES DE MEDIDAS

QUANTIDADE VENDIDA

PREÇO UNITÁRIO (R$)

RENDA (R$)

AZEITE

LITRO

27

10,00

270,00






MACAXEIRA

KG

38

3,00

114,00

PIMENTA

PACOTE (PEQUENO)

41

1,00

41,00

FARINHA

KG

36

3,00

108,00

PUBA

KG

27

3,00

81,00

OVOS CAIPIRA

UNIDADE

65

0,50

32,50

COENTRO COM CEBOLINHA

MAÇO

51

2,00

102,00



Tabela 1: Quantidade dos produtos agroecológicos mais vendidos na feira da agricultura Familiar de Aldeias Altas - MA.



Verificou-se também que os consumidores da feira buscam por produtos mais rústicos, naturais e agroecológicos, os quais podem ser encontrados nas zonas rurais e que, geralmente, são difíceis de serem encontrados nos centro urbanos. Na Tabela 1 encontram-se apresentados os produtos agroecológicos comercializados em maior volume na feira da agricultura familiar no município.

Após a comercialização dos produtos foi possível constatar que os produtores conseguiram uma venda média de R$ 109,00 (cento e nove reais) por feirante, o que pode ser considerada uma média satisfatória, pois as chuvas já haviam cessado na região e eles estavam com uma menor diversidade de produtos. Ressaltamos que nem todos os agricultores têm acesso a sistemas de irrigação e outras tecnologias mais avançadas, sendo muito importante o uso de formas alternativas.

No final da feira os produtos não comercializados são retornados aos feirantes que utilizam para a sua alimentação ou revendem em programas governais como o PAA (Programa de Aquisição de Alimento) e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) que adquirem 30% dos seus alimentos da agricultura local.

No PAA, são utilizados mecanismos de comercialização para a aquisição direta de alimentos produzidos no campo, por agricultores familiares, assentados da reforma agrária, comunidades indígenas e demais comunidades tradicionais. Importante frisar que a compra dos produtos pode ser feita sem licitação e os preços são os mesmos praticados no mercado local (BIANCARDI et al., 2017).

Por sua vez, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é uma política governamental que contribui para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem, o rendimento escolar dos estudantes e a formação de hábitos alimentares saudáveis, por meio da oferta da alimentação escolar e de ações de educação alimentar e nutricional.

Segundo Peixinho (2011) o objetivo do PNAE é contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, para a aprendizagem, rendimento escolar e formação de práticas alimentares saudáveis dos alunos, por meio de ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições que cubram as suas necessidades nutricionais durante o período letivo. Esta política pública, gerenciada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), atende todos os alunos matriculados na Educação Básica das escolas públicas, filantrópicas, comunitárias e confessionais do país, segundo os princípios do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), ao mesmo tempo em que são utilizados produtos agrícolas produzidos seguindo os padrões da sustentabilidade ambiental (BRASIL, 2015).

Melão (2012) aponta três pilares que caracterizam a sustentabilidade ambiental do PNAE: o primeiro pela aquisição de alimentos básicos oriundos da agricultura familiar, pois se sabe que atividade é responsável pela maioria dos empregos no campo e pelo abastecimento do mercado interno; segundo pela ideia de adquirir alimentos saudáveis de base agroecológica e de produção orgânica; e terceiro pelo contexto da educação como ferramenta pedagógica nas escolas, incluindo ações de Educação Ambiental com a finalidade de discutir vários temas relacionados à alimentação saudável, hábitos e estilos de vida para a promoção da qualidade de vida, agricultura sustentável, dentre outros.

De acordo com os dados aprestados pelos agricultores, apenas 20% do que é levado para a feira não é vendido, mas o que sobra é sempre reaproveitado. Isso mostra que os agricultores possuem consciência da qualidade dos seus produtos, bem como da necessidade de promover o uso racional dos recursos ambientais. Considerando o perfil de escolaridade apresentado pelo grupo investigado, é possível inferir que a construção dessa visão por parte dos feirantes se dá nos espaços da educação não formal.

Freire (2014), pensando nos educandos, destaca a importância da compreensão do meio cultural para o sucesso do método a ser aplicado. Se transpormos essa perspectiva para a realidade dos feirantes, pode-se afirmar que a aprendizagem e saberes que carregam ao longo da vida são resultado do conjunto de interações que realizam em seu meio social e cultural. Portanto, o conhecimento que possuem e produzem vai sendo compartilhado de geração a geração, mas também entre membros de uma mesma geração a partir dos espaços coletivos que desfrutam, como ocorre nas feiras.

Cerca de 50% dos agricultores/feirantes participam de programas como o PAA, 10% do PNAE que são programas incentivadores e fazem com que não haja tanta perda na comercialização, apesar que muitos dos produtos levados a feira não são de rápida perecibilidade, como o azeite, a farinha, a puba e os ovos caipiras.



CONCLUSÃO

A comercialização dos produtos agroecológicos oriundos da agricultura familiar no município de Aldeias Altas, Maranhão é realizada principalmente por mulheres. A maioria dos feirantes possui baixa escolaridade tendo estudando apenas o ensino fundamental (completo ou incompleto) denotando a importância das aprendizagens não formais na execução das atividades laborais que desempenham.

Os produtos mais vendidos são ovos caipira, coentro com cebolinha, pimenta, macaxeira, farinha, azeite e puba. Os produtos não comercializados na feira são consumidos pelos próprios feirantes nas suas unidades familiares (40%) ou revendidos em programas governais como o PAA (50%) e o PNAE (10%), demonstrando dessa forma o papel fundamental dos agricultores no reaproveitamento de alimentos, contribuindo dessa forma para promoção da gestão dos recursos naturais e para a sustentabilidade ambiental.

A pesquisa denotou que os feirantes possuem consciência atenta para o uso dos recursos naturais de forma sustentável, o que indica que as aprendizagens cotidianas, construídas fora dos padrões formais da escola também são necessárias e exercem papel significativo na forma como os agricultores lidam com o meio ambiente.



REFERÊNCIAS

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Ilustrações: Silvana Santos