Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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03/09/2020 (Nº 72) IMPLANTAÇÃO DE UMA HORTA MEDICINAL ESCOLAR COM APROVEITAMENTO DA ÁGUA EFLUENTE DE BEBEDOUROS: UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E RESGATE DE UMA CULTURA POPULAR
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IMPLANTAÇÃO DE UMA HORTA MEDICINAL ESCOLAR COM APROVEITAMENTO DA ÁGUA EFLUENTE DE BEBEDOUROS: uma proposta de educação ambiental e resgate de uma cultura popular

José Eduardo da Silva1, Magnólia Carla Conceição dos Santos2, James Alex da Silva3, Kelly Cristina Barbosa Silva Santos4, Saskya Araújo Fonseca5, Thiago José Matos Rocha5,6, Jessé Marques da Silva Junior Pavão6 e Aldenir Feitosa dos Santos6,7

1. Aluno de 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Manoel André, Arapiraca – AL.

2. Prof.ª da Escola Estadual Manoel André, Arapiraca – AL. Licenciada em Química pela Universidade Estadual de Alagoas – Uneal.

3. Prof.ª da Escola de Educação Básica Prof.ª Izaura Antônia de Lisboa - Arapiraca – AL. Licenciado em Química pela Universidade Estadual de Alagoas – Uneal.

4. Aluno do Programa de Pós-graduação em Análise de Sistemas Ambientais do Centro Universitário Cesmac, Maceió-AL.

5. Prof. e pesquisador do Curso de Farmácia do Centro Universitário Cesmac, Maceió-AL.

6. Prof. e pesquisador do Programa de Pós-graduação em Análise de Sistemas Ambientais do Centro Universitário Cesmac, Maceió-AL.

7. Prof. e pesquisador dos Curso de Licenciatura em Química e de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Alagoas, Arapiraca – AL.

E-mail para correspondência: aldenirfeitosa@gmail.com



Resumo. Diversos estudos afirmam que o uso de plantas medicinais está relacionado à cultura popular que é passada de geração para geração nas comunidades tradicionais. A população do século XXI tem trocado os hábitos tradicionais pelos modernos, substituindo os remédios caseiros, preparados a partir de plantas medicinais, por medicamentos alopáticos, encontrados em farmácias e drogarias. A horta medicinal escolar pode ser um laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em educação ambiental e saúde, unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem e estreitando relações através da promoção do trabalho coletivo e cooperado entre os atores sociais envolvidos. Neste contexto o objetivo deste trabalho é promover a educação ambiental e o resgate do uso tradicional e correto de plantas medicais através da implantação de uma horta medicinal escolar com irrigação com água de reuso a partir de bebedouros. A pesquisa foi desenvolvida na Escola Estadual Manoel André, localizada na região urbana do município de Arapiraca - Alagoas, em parceria com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL. Para isto, foi realizada rodas de conversas com os gestores, professores e alunos da escola para explicar a realização das atividades, que foram dividas da seguinte maneira: escolha do local para montagem da horta, estratégia para coleta de água a partir dos bebedouros, montagem da horta suspensa com pallets e garrafas PET, escolha das espécies de plantas medicinais e aulas de campo. Nas rodas de conversa com os alunos foi possível perceber que muitos já tinham conhecimento empírico sobre o uso de plantas medicinais e sobre a importância do reuso da água. Sobre o uso das plantas medicinais conhecidas pelos alunos, foi identificado que o conhecimento popular estava condizente com o científico com relação ao modo de preparo e indicação terapêutica das plantas. Foi identificado uma média de 50 litros diários de água de bebedouro que seriam desperdiçados, e que o seu maior fluxo ocorre no turno escolar matutino. A horta de plantas serviu de contextualização para as aulas de ciências, biologia, geografia, história, química e matemática em seus conteúdos curriculares, possibilitando a educação ambiental de forma interdisciplinar. A implantação da horta medicinal com o reuso da água efluente de bebedouro, além de promover na comunidade escolar a conscientização em relação as formas de economizar a água e as simples alternativas de suas reutilizações, também mostrar a importância das plantas medicinais e da manutenção desta cultura milenar.

Palavras-chave: Resgate cultural. Conhecimento empírico. Plantas Medicinais. Sustentabilidade.



Abstract. Several studies claim that the use of medicinal plants is related to popular culture that is passed from generation to generation in traditional communities. The population of the 21st century has changed from traditional to modern habits, replacing home remedies, prepared from medicinal plants, with allopathic medicines, found in pharmacies and drugstores. The school medicine garden can be a living laboratory that allows the development of several pedagogical activities in environmental education and health, uniting theory and practice in a contextualized way, assisting in the teaching-learning process and strengthening relationships through the promotion of collective and cooperative work between the social actors involved. In this context, the objective of this work is to promote environmental education and rescue the traditional and correct use of medical plants through the implantation of a school medicinal garden with irrigation with reuse water from drinking fountains. The research was developed at the Manoel André State School, located in the urban region of the city of Arapiraca - Alagoas, in partnership with the Institutional Program for Teaching Initiation Scholarships at the State University of Alagoas / UNEAL. For this, circle of conversation were held with the school's managers, teachers and students to explain the activities, which were divided as follows: choice of location for setting up the vegetable garden, strategy for collecting water from drinking fountains, assembly from the suspended garden with pallets and PET bottles, choice of medicinal plant species and field classes. In the conversation circles with the students, it was possible to notice that many already had empirical knowledge about the use of medicinal plants and about the importance of reusing water. Regarding the use of medicinal plants used by the students, it was identified that popular knowledge was available with scientific knowledge regarding the method of preparation and therapeutic indication of the plants. It was identified an average of 50 litres of drinking water daily that would be wasted, and that its greatest flow occurs in the morning school shift. The vegetable garden served as a context for science, biology, geography, history, chemistry and mathematics classes in its curricular contents, enabling environmental education in an interdisciplinary way. The implementation of the medicinal garden with reuse of effluent water from the drinking fountain, in addition to promoting the school community and raising awareness of how to save water and as simple alternatives for reuse, also shows the importance of medicinal plants and the maintenance of this ancient culture.

Keywords: Cultural rescue. Empirical knowledge. Medicinal plants. Sustainability.



1 INTRODUÇÃO

O uso da natureza para fins medicinais é tão antigo quanto à civilização humana e por muito tempo produtos de origem mineral, vegetal e animais foram as principais fontes de drogas para a cura ou amenização dos males que afligiam o homem (SIVIERO et al., 2012). A utilização popular de plantas medicinais é uma prática milenar que ainda está presente atualmente (LORENZI et., al. 2002).

Diversos estudos afirmam que o uso de plantas medicinais está relacionado à cultura popular que é transmitida de geração para geração nas comunidades tradicionais (OLIVEIRA, MEZZOMO, MORAES, 2018). Segundo RAJ et al. (2018), o uso de plantas medicinais com intuito de tratar várias doenças é algo explícito que faz parte da cultura humana e, por este motivo a utilização de plantas medicinais é um processo de produção e reprodução de diversos saberes e práticas, resultante de diferentes culturas, decorrente da organização social e produtiva de comunidades tradicionais (SALES, 2015).

Com a modernidade, facilidade de compra e aumento do poder aquisitivo das famílias, os costumes das populações têm sido modificados, interferindo diretamente na sua cultura e seus hábitos. A população troca os hábitos tradicionais pelos modernos, substitui os remédios caseiros, preparados a partir de plantas medicinais, por medicamentos alopáticos, encontrados em farmácias e drogarias. O que resulta na diminuição gradativa do uso de plantas medicinais e na perda dos conhecimentos tradicionais sobre a sua utilização na prevenção e tratamento de enfermidades (ENO; LUNA; LIMA, 2015).

É de primordial importância o resgate desta cultura popular para que a tradição do uso de plantas medicinais não se perca com o passar das gerações. Aliado a esta importância destaca-se também a necessidade do caminhar paralelo entre a tradição cultural do uso das plantas medicinais e o estudo científico que comprova a eficácia e a segurança do seu uso. Pois a indicação do uso correto e seguro da prática da utilização terapêutica das plantas medicinais deverá ser sempre embasada em estudos científicos, garantindo a qualidade, a segurança e eficácia para promover atenção à saúde integral (BIESKI; DE LA CRUZ, 2005; MACHADO et al., 2018).

A horta medicinal inserida no ambiente escolar pode ser um laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em educação ambiental e saúde unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem e estreitando relações através da promoção do trabalho coletivo e cooperado entre os agentes sociais envolvidos. A Educação Ambiental contribui fortemente com esse processo, levando a mudanças de hábitos e atitudes do homem e sua relação com o ambiente (TAVARES; MOREIRA; LIMA, 2018).

Considerando a importância da Educação Ambiental sobressaem-se as escolas, como espaços privilegiados para a implementação de atividades que propiciem reflexão como a importância da integração homem-ambiente-sociedade, com atividades de sala de aula e de campo, com ações orientadas em projetos e em processos de participação que levem à autoconfiança, a atitudes positivas e ao comprometimento pessoal com a proteção ambiental implementados de modo interdisciplinar (DIAS, 1992). Certamente as gerações assim formadas terão novas visões do que é o planeta Terra e como o homem se posiciona no dever de protegê-la e preservá-la para as gerações futuras.

No Brasil a educação ambiental foi regulamentada pela Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), instituída pela Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que estabelece e define seus princípios básicos, incorporando oficialmente a Educação Ambiental nos sistemas de ensino. Todavia na realidade do ensino formal a educação ambiental ainda não cumpre o seu papel, tanto do ponto de vista de educacional (nível didático) como de seu tratamento interdisciplinar (nível epistemológico).

Os PCNs sugerem que os conteúdos de educação ambiental e saúde sejam tratados nos temas transversais de maneira interdisciplinar na educação formal, ou seja, que as questões ambientais e de saúde permeiem os objetivos, conteúdos e orientações didáticas em todas as disciplinas, não passando, necessariamente, para o objetivo das aulas (ZUCCHI, 2002).

E por este motivo, envolver alunos e professores em atividades relacionadas a implantação de uma horta medicinal escolar com reuso de água de bebedouro caracteriza-se como uma ótima oportunidade para trabalhar a educação ambiental em diferentes disciplinas dentro de pelo menos dois eixos transversais: uso racional de plantas medicinais e, água como um recurso natural limitado. E, desta forma

A prática da implantação de uma horta medicinal escolar com reuso de água efluente de bebedouro pode proporcionar várias atividades didáticas, oferecendo diversas vantagens para a comunidade escolar. Como o resgate do uso tradicional e correto das plantas medicinais e a visibilização da importância da implementação de práticas que evitem o desperdício de água. Portanto, o envolvimento da escola com propostas pedagógicas nesse projeto auxilia na promoção da saúde e efetiva a sensibilização da relação entre o meio ambiente e a sociedade (ENO; LUNA; LIMA, 2015; TAVARES; MOREIRA; LIMA, 2018) promovendo com isso a educação ambiental.

Neste contexto o objetivo deste trabalho é promover a educação ambiental e o resgate do uso tradicional e correto de plantas medicais através da implantação de um a horta medicinal escolar e o reuso da água efluente de bebedouros.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Educação ambiental

No Brasil nas décadas de 60 e 70 não havia uma preocupação fundamental com aspectos ambientais, expressando um conjunto de contradições entre o domínio do modelo de desenvolvimento econômico industrial e a realidade socioambiental (LIMA et al 2020). A institucionalização da educação ambiental ocorre no Brasil desde a década de 1980, estabelecendo-se na forma de leis, políticas públicas, redes de educação ambiental e articulação entre instituições. A articulação entre educação e ambiente é imprescindível pelo fato da educação mediar todas as relações sociais humanas. É necessário que a educação ambiental se institucionalize em outros setores sociais (IARED, OLIVEIRA, 2011).

Segundo Freire (1987), o processo educativo se configura como um “pensar de forma independente”, que exige de seus participantes uma reflexão crítica da prática e do contexto histórico, político e cultural no qual se encontra inserido, indo além do que o educador pensa e ensina, transpassando as barreiras escolares e transcendendo aos limites da sociedade. O ato de “Educar é um processo que constrói e liberta o ser humano das cadeias do determinismo social, que reconhece no processo histórico um tempo de possibilidades inesgotáveis.

A Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, dispõe sobre a Educação ambiental, e institui a Política Nacional de Educação Ambiental. A educação ambiental engloba os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal (BRASIL, 1999).

Nesse contexto, de um mundo globalizado, agravado pela emergência de problemas planetários, como as mudanças climáticas, a Educação ambiental tem o papel de desenvolver teorias e práticas para ser crítica, transformadora e emancipatória; construir conhecimentos, habilidades, valores e atitudes. No processo de organização social e da participação popular deve ocorrer a qualificação dos grupos sociais para que se apropriem dos instrumentos de gestão ambiental pública para uma atuação cidadã em prol da melhoria da qualidade socioambiental de nosso país (BRASIL, 2008).

Uma das maiores preocupações é quanto a escassez da água potável. O mundo pode superar esse problema através da conscientização das futuras gerações. Há a necessidade de novos hábitos de conservação da água, sendo uma das alternativas a água de reuso, uma forma de reaproveitar e reduzir o consumo excessivo (MENDES et al, 2019).

Em um mundo globalizado, a EA tem o papel de desenvolver teorias e práticas para ser crítica, transformadora e emancipatória; construir conhecimentos, habilidades, valores e atitudes. No processo de organização social e da participação popular deve ocorrer a qualificação dos grupos sociais para que se apropriem dos instrumentos de gestão ambiental pública para uma atuação cidadã em prol da melhoria da qualidade socioambiental (BRASIL, 2008).

As ações de EA vêm sendo palco das discussões diante da atual crise ambiental que brota na história contemporânea marcando os limites da racionalidade sócio-econômica. Percebe-se, dessa forma, o aumento na degradação ambiental, riscos de esgotamento ecológico e crescimento de desigualdades sociais, consideradas conseqüências desta crise ambiental (LEFF, 2001).

Carvalho (2004) destaca que a EA traz consigo uma série de práticas e ações, que ultrapassam as barreiras ou fronteiras existentes entre a educação-formal e não-formal, estabelecendo vínculos e ligações, integrando a escola e a comunidade em torno dela. Estas ações normalmente são concretizadas através de atividades que envolvem diretamente alunos, dentro e fora da escola. A reflexão dos problemas ambientais locais estabelece este tipo de ligação, gerando novas relações entre a escola e a comunidade, proporcionando a compreensão da realidade sócio ambiental que se apresenta em torno das mesmas. Em vista disto, tanto no ensino-formal quanto no ensino não-formal, a EA objetiva mudanças sociais e culturais no conjunto da sociedade, tanto no que se refere à questão da sensibilização, como também na tomada de decisões e ações frente aos problemas socioambientais enfrentados.

Trabalhar a educação ambiental de forma inter e multidisciplinar sem que interrompam as aulas, sem que sejam em forma de projetos específicos também é um desafio enfrentado atualmente pelas Instituições ensino, visto que se constitui em uma nova forma de pensar a educação, integrando formação, conhecimento, desenvolvimento social do aluno, proporcionando uma educação básica sólida, ou seja, a formação integral do educando (BRASIL, 1998).

As práticas de EA nas escolas estão fundamentadas na construção de sociedades justas e sustentáveis, nos valores da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade, sustentabilidade e educação como direito de todos e todas. Entretanto o conhecimento tem mais valor quando construído coletivamente, no qual ocorre uma troca de saberes, com que sabemos e o que aprendemos. É com esta construção coletiva que o ensino deve se preocupar mais. (MEDEIROS et al., 2011).

Dessa forma, a escola é o local que pode contribuir na construção de novos conceitos e relações socioambientais. Então, como permanecer na "velha" educação, se os caminhos para um novo conhecimento são insaciáveis, indicando uma educação do futuro, em que o conjunto de princípios construídos se faz presente por meio de seus atores sociais? Leff (2001) vê o desenvolvimento dessas novas perspectivas e práticas pedagógicas como um desafio educacional em busca de uma educação do futuro transformadora, integradora e interdisciplinar.

2.2 Uso de plantas medicinais

A utilização das plantas acompanha a história da humanidade, desde os primórdios, os homens buscam na natureza recursos para melhorar suas próprias condições de vida, aumentando suas chances de sobrevivência. Essa conexão é fortemente evidenciada na relação entre seres humanos e plantas, com utilizações na alimentação, na construção de moradias, confecção de vestimentas e com finalidades medicinais (GIRALDI, HANAZAKI, 2010).

Ao longo da história as plantas medicinais têm sido um recurso ao alcance do ser humano. Durante milênios, o homem aprofundou seus conhecimentos em busca da cura para suas enfermidades, demonstrando estreita inter-relação entre o uso das plantas e sua evolução. Essas enfermidades eram tratadas pelos xamãs, índios, negros e curandeiros. Para eles o poder da cura se dava através dos elementos da natureza e do contato direto com seus deuses, a interação entre esses povos influenciou no uso e no cultivo das diversas espécies vegetais no país (MOREIRA; OLIVEIRA, 2017).

As plantas são utilizadas em práticas populares e tradicionais como remédios caseiros e comunitários, processo conhecido como medicina tradicional, além de serem utilizadas na fabricação industrial de medicamentos (Lorenzi & Matos 2008). Além desse acervo genético, o Brasil é detentor de rica diversidade cultural e étnica que resultou em um acúmulo considerável de conhecimentos e tecnologias tradicionais, passados de geração a geração, entre os quais se destaca o manejo e uso de plantas medicinais (BRASIL, 2006).

Os povos indígenas desde os tempos anteriores à colonização europeia possuem seus sistemas tradicionais de saúde indígena, que articulam os diversos aspectos da sua organização social e da sua cultura, a partir do uso das plantas medicinais, rituais de cura, e práticas diversas de promoção da saúde (RICARDO, 2010).

No Brasil, as primeiras referências sobre as plantas medicinais são atribuídas ao Padre José de Anchieta e a outros jesuítas. Eles formularam receitas chamadas “Boticas dos Colégios”, à base de plantas para o tratamento de doenças. Várias comunidades indígenas faziam uso significativo dessas plantas, eles compartilharam muitas informações acerca do uso das plantas medicinais (LAMEIRA, PINTO, 2008).

A partir da relação existente entre a espécie humana e as plantas e o modo como essas plantas são usadas como recursos surgiu a etnobotânica. As pesquisas etnobotânicas são promissoras para o desenvolvimento local de comunidades tradicionais e podem fornecer respostas importantes para problemas de conservação biológica e para questões direcionadas para o desenvolvimento local (ROCHA, BOSCOLO, FERNANDES, 2015).

As comunidades tradicionais são grupos culturalmente diferenciados que possuem conhecimento ímpar sobre plantas medicinais, com formas próprias de organização social, religiosa, ancestral e econômica (DIEGUES; ARRUDA, 2001). Essas comunidades sofrem ameaça com os processos econômicos e culturais do mundo moderno: maior facilidade no acesso de medicamentos convencionais, o desinteresse dos jovens pelo conhecimento tradicional e a degradação dos ambientes naturais (BRITO; MARIN; CRUZ, 2017).

No século XX a importância da biodiversidade para o bem-estar e à saúde humana ganhou destaque quando o processo de perda da diversidade ecossistêmica alertou a humanidade para a necessidade da conservação e do uso racional dos recursos naturais (ALHO, 2012).

Nesse contexto, o Brasil possui a maior biodiversidade do planeta, contemplada em seis macro biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Com toda essa riqueza natural, torna-se favorável que haja o maior incentivo para a difusão do uso das plantas medicinais encontradas ao longo dos biomas nacionais. A inclusão das plantas medicinais no SUS e a criação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos têm potencial para gerar transformações na área da saúde, como uma opção de tratamento que apresenta um significado de cura, prevenção e tratamento diferente da práticas médicas convencionais (CASTRO e FIGUEIREDO, 2019).

No contexto da temática “Plantas Medicinais” é uma forma de favorecer a aprendizagem, sendo reconhecida a necessidade da valorização das práticas tradicionais/populares (SANTOS e CAMPOS, 2019). Essa valorização pode ocorrer através de projetos educativos utilizando plantas medicinais. As plantas medicinais podem ser empregadas como tema gerador e integrador na Educação Ambiental no meio pedagógico. Seu estudo no ambiente escolar serve para conscientizar os escolares sobre a importância da cultura e da preservação do meio ambiente, colaborando para integração da escola com a comunidade (SANTOS e IORI, 2017).

As escolas podem agir como mediadoras no resgate do conhecimento sobre plantas medicinais, através da implantação do espaço verde no ambiente escolar que pode promover a interação entre diversas disciplinas, além de promover o respeito à cultura popular brasileira e à valorização das plantas. O projeto da horta só apresenta resultados favoráveis, quando é realizado em parceria com toda a comunidade escolar e os professores envolvidos (SANTOS e IORI, 2017).

Escolares em contato com o verde demonstram um comportamento mais harmonioso e maior consciência em preservar o ambiente onde vivem. A implantação de espaços verdes medicinais nas escolas, viabilizam a transformação individual e coletiva da comunidade, melhorando a qualidade de vida dos envolvidos Os conhecimentos das diferentes culturas sobre as plantas medicinais existentes no Brasil devem ser resgatados e valorizados, viabilizando uma associação de aprendizagem entre os diversos saberes dos (MATOS; QUEIROZ, 2009).

3 METODOLOGIA

3.1 Local da pesquisa

A presente pesquisa foi desenvolvida na Escola Estadual Manoel André, localizada na região urbana do município de Arapiraca/AL, em parceria com o programa PIBID da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL. A escola atende um percentual de 858 alunos, no qual 535 alunos são pertencentes ao ensino fundamental II e 323 compõem o ensino médio.

3.2 Socialização da pesquisa e rodas de conversa

Foi realizada a apresentação da pesquisa à equipe diretiva e pedagógica da escola, e socialização com os demais professores em reunião. Logo após ocorreu o momento de sensibilização junto aos alunos e a comunidade escolar, com a realização de rodas de conversa sobre os temas: preservação do meio ambiente, o uso adequado dos recursos hídricos e desperdício de água dos bebedouros da escola, o monitoramento e a captação da água efluente do bebedouro, a importância da implantação de uma horta medicinal na escola, e o cultivo de plantas medicinais de maneira orgânica.

3.3 Montagem do sistema de captação da água do bebedouro

Duas bombonas de plástico galão de 50 litros foram colocadas próximo ao bebedouro e conectadas a mangueira de saída de água dele, para viabilizar a coleta e acondicionamento da água que seria jogada para o esgoto (Figura 1). A quantificação da água armazenada foi realizada com o auxílio de béqueres.

Figura 1 - Montagem de sistema de captação de efluente de bebedouro

3.4 Implantação da horta medicinal com irrigação da água efluente do bebedouro

Após a escolha do local para implantação da horta, a área foi capinada e limpa. Pallets cedidos por comerciantes do Mercado Municipal de Arapiraca – AL foram limpos, pintados e fixados nas paredes da escola juntamente com as jardineiras (Figura 2). A opção por canteiros verticais ocorreu em função da dimensão do espaço cedido para a horta medicinal na escola. Todas estas etapas contaram com a participação voluntária dos alunos e professores.

Figura 2 - Montagem da horta medicina

Através de roda de conversa com alunos e professores foram identificadas as plantas medicinais conhecidas pela comunidade escolar e a sua forma de uso popular. Em seguida os alunos foram orientados a pesquisar em livros e artigos científicos sobre estas espécies vegetais e confrontar o “saber popular” com indicação terapêutica cientificamente comprovada. Mudas destas espécies vegetais forma cedidas pelo herbário do Centro Universitário Cesmac e da Universidade Federal de Alagoas.

Durante o plantio de cada espécies foram estimulados momentos de discussão sobre as técnicas de cultivo orgânico, identificação botânica do vegetal, reprodução vegetal, a indicação terapêutica das plantas e a forma de preparo da mesma (Figura 3). Para a irrigação foi utilizado um regador de mão que foi abastecido com a água coletada pelo sistema captação do bebedouro. Os alunos foram organizados em grupos e se responsabilizaram por regar todos os dias os canteiros verticais em seus horários livres, de forma a não atrapalhar sua rotina de aulas e promover a irrigação duas vezes por dia. Nesta atividade eles também foram orientados a quantificar a água armazenada nas bombonas.

Figura 3 - Roda de conversa para discussão dos temas transversais

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a apresentação da pesquisa à equipe pedagógica, diretiva e de professores, os mesmos se engajaram nas atividades incluindo dentro dos planejamentos dos trabalhos e das aulas, temáticas que abordassem a EA como: a importância da preservação do meio ambiente, doenças e plantas úteis para o seu combate, o reuso da água e técnicas de cultivo orgânico. Desta forma cada disciplina tratou sobre EA em suas diferentes abordagens e especificidades de forma prática e contextualizada, como a composição química de substratos utilizados no cultivo orgânico (disciplina de química), o uso milenar das plantas medicinais (disciplina de história), transformação de unidades volumétricas e variáveis de massa e de volume (disciplina de matemática), partes da planta e sua reprodução (disciplinas de ciências e de biologia), recursos naturais renováveis e não renováveis (ciências), entre outros. De acordo com Arruda; Arruda e Ferronatto (2013), o emprego de aulas diversificadas, que estimule o aluno sobre o que está fazendo e qual a sua relação com o conteúdo teórico, pode trazer uma melhoria na qualidade de ensino, promovendo uma relação dos conteúdos teóricos (como solo, água, meio ambiente, sustentabilidade, plantas medicinais, cultivo de plantas, o reino plantae, temperatura, entre outros) com a prática.

O projeto foi abraçado e executado por toda a comunidade escolar, e uma justificativa para isso pode ser o fato de que de acordo com Serrano (2003) uma forma de romper o desafio do descompasso entre a teoria e a prática que os temas transversais tem apresentado na EA é através da implementação de projetos simples, objetivos, ajustados à vivência do cotidiano casa-escola-comunidade do aluno, desenvolvidos interdisciplinarmente, com uma fundamentação teórica por parte dos docentes e o rompimento com o modelo educacional cartesiano, dando espaço para o questionamento e a reflexão, que são próprios desses temas.

Nas rodas de conversa com os alunos foi observado que muitos já tinham conhecimento empírico sobre o uso de plantas medicinais e sobre a importância do reuso da água. Este conhecimento prévio apresentado pelo aluno foi de extrema importância para o processo de aprendizagem dos conteúdos tratados. De acordo com Ausubel (AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN, 1980) a assimilação de conhecimentos ocorre sempre que uma nova informação interage com outra existente na estrutura cognitiva do aluno. O debate produtivo com os alunos gerou algumas colocações que expõem a temática e o seu elo com o cotidiano do aluno: Na minha casa, minha mãe reutiliza a água da máquina de lavar roupas, para lavar a calçada? Eu fecho a torneira para escovar os dentes ou quando me ensaboo no banho? O chá que minha avó faz realmente serve? É correto ferver as folhas da planta para obter o chá? Tais questionamentos podem ser no mínimo considerados como indicadores do despertar do aluno para os temas debatidos.

Como resultado da pesquisa em bases de dados científicas sobre o uso correto e racional das plantas medicinais conhecidas pelo aluno, foi identificado que o conhecimento popular estava condizente com o científico com relação ao uso e indicação terapêutica das plantas (Tabela 1).



Tabela 1. Plantas medicinais selecionadas para o plantio na horta medicinal escolar

Nome Popular

Nome científico

Parte usada -modo de uso

Indicação Terapêutica

Referências

Anador

Justicia sp.

Folha - chá

Dores em geral, dor de cabeça

RIBEIRO, 2014

Boldo

Plectranthus barbatus

Folha - chá

Dor no estômago, dor de barriga, diarréia e gases

LINS, 2015

SANTOS et al., 2015

Camomila

Matricaria chamomilla

Flores - chá

Gastrite, úlcera, má digestão

LINS, 2015

Hortelã da Folha Larga

Plectranthus amboinicus (Lour,) Spreng.

Folha – chá, lambedor, gargarejo

Tosse, dor de garganta, inflamação do útero, vermífugo

SILVA, 2015

Hortelã da Folha Miúda

Mentha piperita L.

Folha - Chá

Vermífugo, calmante

SILVA, 2015

Manjericão

Ocimum basilicum L

Folha - chá

Dor de cabeça, propriedades tônicas e digestivas

SILVA, 2015

SANTOS et al., 2015

Erva- doce

Foeniculum vulgare Mill.

Folha - chá

Calmante, cicatrizante, diurética, estimulante, expectorante

SILVA, 2015

Vick

Mentha arvensis L.

Folha – chá, lambedor

Tosse, expectorante

SILVA, 2015

Capim Santo

Cymbopogon citratus

Folha - chá

Calmante, gripe, má digestão

SILVA, 2015



As mudas das plantas medicinais (Tabela 1) foram replantadas pelos alunos nos canteiros suspensos e em garrafas PET (Figura 4). A opção por usar também garrafas PET objetivou dar uma outra finalidade a esse material, uma vez que o plástico é um material de decomposição extremamente lenta, ocupando grandes espaços no ambiente, causando poluição e complicando práticas de limpeza. Martins (2015) sugere a reutilização de garrafas PET na construção de canteiros em hortas sustentáveis como forma de estimular a conservação dos recursos naturais e a amenização do impacto ambiental (TAVARES; MOREIRA; LIMA, 2018).

Figura 4 – Plantio das plantas medicinais

Além de coletar a água efluente de bebedouro para irrigação manual dos canteiros, os alunos também a quantificaram volumetricamente. Foi identificado que uma média de 50 litros de água seria desperdiçada por dia pelo bebedouro e, que o maior fluxo de água ocorria no turno matutino, certamente devido ser o horário com maior número de alunos estudando (Figura 5).

Figura 5 – Quantificação da água captada do bebedouro

Esta atividade prática serviu de contextualização para as aulas de matemática nos conteúdos de unidades volumétricas de medida, cálculo da média, elaboração e interpretação de gráficos. Além disto, os resultados evidenciaram o desperdício de água que teria ocorrido se não fosse implantado o sistema reaproveitamento da mesma, caracterizando para o aluno que ações simples podem promover grandes mudanças no nosso ambiente. O trabalho desenvolvido despertou nos alunos diversas possibilidades de temas para a feira de ciências que a escola promove todo ano, o que possibilitou além do aprofundamento de conteúdo, diferentes abordagens e a continuidade de discussões inter e multidisciplinares sobre educação ambiental. Morgado (2006) descrevem o engajamento dos educandos e docentes na luta pedagógica da interdisciplinaridade e implantação de projetos como de horta na escola, e destacam que a educação ambiental deve ser inserida no currículo do ensino médio e trabalhada de forma interdisciplinar, buscando contextualizar com a realidade local.

As rodas de conversas possibilitaram que fossem formadas equipes de trabalhos entre os alunos, que se responsabilizaram por atuar como agentes multiplicadores do conhecimento obtido, promovendo em aulas de campo (Figura 6) apresentações sobre os conteúdos trabalhados como: o manejo para o plantio, quais plantas medicinais estão na horta vertical, suas propriedades terapêuticas, a importância de valorizar os recursos naturais, formas de evitar o desperdício de água, entre outras ações. Não deixando de enfatizar que a horta vertical escolar estava sendo regadas com a água do bebedouro, mostrando a importância da reutilização da mesma e esclarecendo a dinâmica da sustentabilidade. A aula de campo foi com os alunos do 9º ano do fundamental e 1º ano do ensino médio.

Figura 6 – Aula de campo

A utilização de metodologias diversificadas e aulas práticas nas aulas de biologia, química, matemática, geografia, entre outras podem trazer um enriquecimento do pensar intelectual dos alunos, devido à possibilidade de participação do educando na aula. Além de possibilitar um melhor entendimento do conteúdo teórico, devido à participação ativa do aluno. Destacando, ainda, que aulas práticas são indispensáveis às disciplinas por tratarem assuntos muito relacionados ao dia a dia do estudante, mostrando a importância da utilização de didáticas variadas que possam melhorar o entendimento nas diferentes áreas do conhecimento (ARRUDA; ARRUDA; FERRONATTO, 2013).

Um projeto como horta medicinal na escola serve como objeto de estudo multi, inter e transdisciplinar. Os estudantes discutem temas como alimentação, nutrição e ecologia que aliados ao trato com a terra e plantas, geram situações de aprendizagem reais e diversificadas (TAVARES; MOREIRA; LIMA, 2018).

5 CONCLUSÃO

Para que a educação ambiental aconteça são necessárias propostas pedagógicas de sensibilização da relação entre o meio ambiente, sustentabilidade e sociedade. A implantação da horta medicinal com o reuso da água efluente de bebedouro, além de promover na comunidade escolar a conscientização em relação as formas de economizar a água e as simples alternativas de suas reutilizações, também visibilizou a importância das plantas medicinais e da manutenção desta cultura milenar. A horta medicinal, com todos os temas que puderam ser tratados no contexto, passou a ser um espaço de aula prática e exemplo vivo para discussão de vários conteúdos da grade curricular do aluno no âmbito da sustentabilidade social, econômica e ambiental. Podendo ser utilizado formação de indivíduos com pensamento crítico e consciência socioambiental.

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Ilustrações: Silvana Santos