Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Apresentação
23/05/2006 (Nº 17) Editorial - Solange T. de Lima
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EDITORIAL

 

"O significado das coisas não está nas coisas em si, mas sim em nossa atitude com relação a elas"  - Antoine de Saint-Exupéry

 

 

Muitas pessoas costumam perguntar o que precisamos fazer para mudarmos nossas atitudes e hábitos em relação à conservação do meio ambiente, e sempre fico pensando que não precisamos fazer grandes coisas, isto é, não precisamos fazer nada de excepcional.  Precisamos somente fazer aquilo que está ao alcance de nossas mãos, de nossas competências, de nossas possibilidades.

 

Se cada um de nós tivesse em conta estas ações, certamente conseguiríamos promover mudanças significativas em nosso entorno, mudanças que estariam incorporadas na habituidade cotidiana, refletindo nossas atitudes a respeito daquilo que valorizamos, e por esta razão, procuramos conservar e preservar tendo em vista os referenciais de nossa própria história de vida.

 

Mudar a atitude é mudar a forma como enxergamos o mundo, é sermos conscienciosos quando não basta apenas conscientização, é trazer nas pequenas e simples ações, uma lição maior e mais complexa permitindo que alcancemos outros significados, num diálogo pleno de sentido entre o ser humano e seus ambientes e ambiências...

 

E então me lembro de minha melhor lição de educação ambiental, recebida de Janise [uma brasileira com um lindo sorriso que morava em Angola e iluminava a vida de muitas crianças de lá], a propósito do dia em que fui lavar tomates na pia da cozinha do alojamento do Corpo de Paz... Descuidadamente, e de forma desperdiçada abri a torneira, e um jorro forte de água saiu respingando para muitos cantos... E eu, tranqüilamente, continuei a lavar os tomates...

 

Janise, acostumada a caminhadas de muitos quilômetros com latas de água nas mãos e na cabeça, devido aos obstáculos causados pelo período da guerra civil, e a conseqüente escassez de recursos, olhou-me indignada e correndo em direção à torneira, disse “Basta um fiozinho...

 

Até hoje lembro da lição e procuro repassá-la aos meus alunos, amigos e outros a quem tenho a chance de compartilhar histórias... “Basta um fiozinho...”, foi o ponto de partida para uma mudança de muitos aspectos em minha vida, para a compreensão de que precisamos de muitas pequenas ações diárias, rotineiras, simples para que novos hábitos sejam incorporados, pouco a pouco, em nossas comunidades no que tange à proteção e valorização do meio ambiente, a exemplo da economia de recursos naturais.  Somadas, com certeza, serão significativas em um contexto mais amplo, pois contribuíram com eficiência na reconstrução mais justa e equânime do meio ambiente que desejamos, sonhamos e queremos deixar como herança aos nossos filhos, àqueles que virão depois de nós.

 

Então, deixo aqui um convite a você em relação a pequenas e simples atitudes que fazem a diferença para várias realidades ambientais vividas no presente, representando um presente e uma cura para nosso planeta:

 

Espalhe sementes saudáveis e escolha seu solo, e o futuro irá recompensá-lo com colheitas inesperadas.” [Cartas dos Mestres da Sabedoria]

 

Solange T. de Lima, maio/2006.

Ilustrações: Silvana Santos