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ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Relatos de Experiências
08/06/2020 (Nº 71) PALESTRAS PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM PROPOSTA DE TIPO IDEAL NA SERRA DO PERIPERI EM VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA, NORDESTE DO BRASIL
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PALESTRAS PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM PROPOSTA DE TIPO IDEAL NA SERRA DO PERIPERI EM VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA, NORDESTE DO BRASIL



Mauricio de Oliveira Silva¹



¹ Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Especialista em Educação e Direitos Humanos pelo Instituto Interclasse, Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). m.osilva@hotmail.com



RESUMO: A Serra do Periperi em Vitória da Conquista, Bahia, Nordeste do Brasil, é uma Unidade de Conservação em um espaço urbano. É constituída por uma Floresta Estacional Semidecidual Montana, uma reserva florestal de transição entre Mata Atlântica e Caatinga, a reserva do Poço Escuro, uma reserva para conservação da espécie endêmica Melocactus conoideus e uma praça, a Praça da Juventude. Esse relato é sobre palestras realizadas no ano de 2019 para Educação Ambiental com diferentes grupos da sociedade conquistense a fim de sensibilizar sobre a importância dessa Unidade de Conservação e todos seus recursos ambientais e a partir das discussões durante as palestras propor um tipo ideal para a Reserva do Poço Escuro.

Palavras-chave: Conservação. Melocactus conoideus. Poço Escuro.Reserva.



ABSTRACT: Serra do Periperi in Vitória da Conquista, Bahia, northeastern Brazil, is a Conservation Unit in an urban space. It consists of a seasonal semi-deciduous montane forest, a forest reserve between the Atlantic and Caatinga forests, the Poço Escuro reserve, a conservation reserve for the endemic species Melocactus conoideus and a square, the Praça da Juventude. This report is about lectures held in 2019 for environmental education with different groups from the society in order to raise awareness about the importance of this Conservation Unit and all its environmental resources and from the discussions during the lectures to propose an ideal type for the Poço Escuro Reserve.

Key word: Conservation. Melocactus conoideus. Poço Escuro. Reserve.



INTRODUÇÃO

As áreas verdes, dentre elas as Unidades de Conservação (UC), servem como espaços de recreação e contato com a natureza. Essas áreas como um dos componentes fundamentais da paisagem urbana têm uma função social, serve como um ponto de equilíbrio do meio ambiente urbano, contribui como um suporte psicológico, de reconstituição de tranquilidade, de recomposição do temperamento (ARFELLI, 2004).

As Unidades de Conservação também servem como uma importante fonte e espaço para a Educação Ambiental. A Educação Ambiental visa à consolidação de uma nova maneira do ser humano se relacionar com o meio ambiente (RODRIGUES, SANTOS e PEREIRA, 2016).

Dentro da UC pode-se desenvolver atividades de interpretação, ressignificação e pertencimento ambiental, podendo serem feitas por meio de trilhas interpretativas, palestras ao ar livre dentro da UC, aulas de contemplação da fauna e da flora, entre outros. As trilhas ecológicas são utilizadas como uma metodologia de ensino para a sensibilização quanto a Educação Ambiental (COSTA-FILHO, AMARAL e ABREU, 2014; CÂMARA e LIMA, 2017; ROCHA, PIN e GOÉS, 2017).

Palestras em Educação Ambiental servem para despertar a visão holística do meio ambiente, por meio de debates interdisciplinares e olhares de interdependência homem e natureza, sendo o homem componente da natureza. Dessa maneira, devem ser promovidos debates sobre problemas ambientais como estímulo a compressão dos riscos atuais e futuros de degradação a natureza e a real identificação dos agentes de degradação (MORGENSTERN e FRANCISCHETT, 2008).

Assim, esse relato é sobre palestras e trilhas realizadas entre os anos de 2019 e 2020 sobre a Serra do Periperi em Vitória da Conquista - BA, para a sensibilização e promoção da Educação Ambiental e a partir das visitas, palestras, artigos científicos e debates propor um tipo ideal para a Reserva do Poço Escuro, parte estruturante do Parque Municipal da Serra do Periperi.



METODOLOGIA

As palestras foram realizadas em dois ambientes distintos, sendo que quatro foram realizadas dentro do Poço Escuro, no Parque Municipal da Serra do Periperi e uma foi realizada na Escola Municipal Ridalva Correa de Melo Figueiredo.

As palestras foram feitas para professores, estudantes, funcionários públicos das redes estadual e municipal e para policiais militares. Foram 40 professores das redes municipal e estadual de Vitória da Conquista, 380 alunos e professores da Escola Municipal Ridalva Correa de Melo Figueiredo, 20 professores do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial -SENAC e 11 policiais militares, o que soma um total de 451 pessoas.



Área de estudo: Serra do Periperi

O estudo foi realizado no Parque Municipal Serra do Periperi (PMSP) no município de Vitória da Conquista, Bahia, Nordeste do Brasil. O PMSP, criado pelo decreto n° 9.480/99, tem aproximadamente 16 hectares. O Poço Escuro abriga as principais nascentes do Rio Verruga e uma elevada biodiversidade (BONFIM et al., 2012; VITÓRIA DA CONQUISTA, 2018). A região possui clima subúmido a seco, temperatura média de 20,2 C° com pluviosidade anual de 733,9 mm, solos latossolos e luvissolos (SOARES FILHO et al., 1998, MARINHO e AZEVEDO, 2013; SANTOS e MARTINEZ, 2015). A vegetação é do tipo Floresta Estacional Semidecidual Montana, com manchas de Cerrado, Caatinga Arbórea Aberta e sem palmeiras (SEI BAHIA, 2010).



RESULTADOS E DISCUSSÃO



  1. Palestra para professores da rede municipal e estadual pelo projeto Eco Kids e Eco Teens (Figura 1)



Figura 1 – Momento da palestra com demonstração de espécies vegetais presentes na reserva ambiental.

Fonte: Luciana Cristina, 2019.



No dia 09 de abril de 2019 foi realizada uma visita ao Poço Escuro com 40 professores da educação básica de Vitória da Conquista – BA. O objetivo foi conhecer o ambiente protegido e aprender como utilizar os conhecimentos adquiridos durante a trilha ecológica como recurso pedagógico para posterior produção dos jornais e do EcoGibi do projeto Eco Kids e Eco Teens do Ministério Público da Bahia.

Durante a realização da trilha de aproximadamente 1.200 metros foi feita uma parada para a palestra sobre as características do ecossistema visitado, sua fauna, flora e fatores abióticos. Entre as informações importantes estão que a Serra do Periperi abriga duas espécies endêmicas, a saber, o cacto Melocactus conoideus (SILVA e SANTOS, 2007) e a Orthophytum conquistense, uma bromélia (LOUZADA et al., 2014), que o rio Verruga, que tem pontos de nascente na serra e uma classificação péssima quanto a poluição, sendo um dos rios mais poluídos do Brasil (SOS MATA ATLÂNTICA, 2011), que os animais mais comuns de serem encontrados são os macacos-prego (Sapajus libidinosus, Sapajus xanthosternus e Sapajus robustus) (SANTOS e MARTINEZ, 2015), o mico-preto, saruês, cutias, preguiças, borboletas e aves diversas, os ecossistemas em transição são a Mata Atlântica e a Caatinga que geram uma formação ecossistêmica conhecida como mata-de-cipó.

Outras informações importantes são referentes a imagem do Cristo Crucificado do artista Mário Cravo no alto da Serra do Periperi. Além disso, a palestra serviu para fazer explicações acerca dos serviços ecossistêmicos como reoxigenarão do ar, diminuição do calor, reserva de material genético e sensação de bem-estar pela presença da natureza e também, deu para elencar a presença de espécies exóticas, resíduos sólidos e falta de cuidados com o meio ambiente no PMSP e como todos esses temas poderiam ser abordados para a produção de histórias em quadrinhos e jornais informativos sobre temáticas ambientais.

Durante a palestra houve uma grande participação dos professores, com perguntas, compartilhamento de experiências e debates sobre os temas levantados, o que demonstrou um bom envolvimento dos participantes.

As informações levantadas sobre o PMSP e o Poço Escuro serviram como material para a confecção dos jornais do projeto Eco Kids e Eco Teens e como inspiração para as tirinhas do Ecogibi, ano 2019, realizados por alunos da rede pública e privada da cidade e que concorrem a uma premiação mantida por meio de multas ambientais revestidas em projeto de Educação Ambiental.



  1. Palestras na Escola Municipal Ridalva Correa de Melo Figueiredo

As palestras (Figura 2) foram realizadas nos dias 21 e 26 de julho e tiveram como objetivo apresentar a Serra do Periperi e o Poço Escuro aos estudantes da escola. Além disso, houve a problematização das questões ambientais da cidade e do mundo.

Figura2 – Palestra com crianças e adolescentes do ensino fundamental II na Escola Ridalva Correa de Melo Figueiredo.

Fonte: Rosane Chagas, 2019.

Inicialmente, foi apresentado o artigo 225 da Constituição Federal Brasileira de 1988 diz: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” (BRASIL,1988). A intenção era apresentar o direito e dever de cuidar natureza, sendo este, um dever de todas e todos.

Depois dessa explicação houve a apresentação dos dados da cidade de Vitória da Conquista, sua população, temperatura média e atrativos turísticos. Foi apresentado a foto do Cristo Crucificado de Mário Cravo, feito entre os anos de 1980 e 1983, com 15 metros de altura e 12 de largura e tido como o maior Cristo crucificado do mundo, a obra encontra-se no alto da Unidade de Conservação da Serra do Periperi e serve como manifesto as mazelas e o sofrimento das populações mais pobres, tendo o Cristo exposto feições magras e esfomeadas.

Houve também a discussão sobre a poluição do rio Verruga, da extração de areia que ameaça a espécie endêmica M. conoideus, da presença de espécies exóticas que podem tornar-se invasoras, da presença de resíduos sólidos jogados dentro da reserva e das possibilidades de ecoturismo na reserva caso exista investimentos para melhoras estruturais e projetos de educação ambiental.

Outras informações importantes foram as questões socioambientais do Poço Escuro, sua área, presença de fauna, flora e componentes abióticos. Para tornar mais atrativo foram apresentadas fotos de animais, fungos e plantas encontradas na reserva ambiental (Figura 3) e apresentado o papel do Centro de Triagem de Animais Silvestres – CETAS, que recebe animais vítimas de maus tratos, tráfico, de pessoas que entregam animais por livre vontade ou animais que são capturados ao “invadir” suas casas.

Figura 3 – A) macaco-prego (Sapajus sp.). B) Fungo sobre árvore. C) pardal (Passer domesticus). D) tuim (Forpus xanthopterygius). E) coroa-de-frade-do-periperi (Melocactus conoideus). F) facheiro-azul (Pilosocereus pentaedrophorus). G) cutia (Dasyprocta sp.). H) joão-de-barro (Furnarius rufus). I) canarinho-da-terra (Sicalis flaveola).

Fonte: Figuras A, C, D, F, G, H e I; Mauricio de Oliveira, 2019. Figura B; Luciana Cristina, 2019. Figura E; Joabe Meira, 2019.



Para finalizar, foram apresentados quadrinhos e charges sobre a temática ambiental (Figura 4) e os oito R´s, sendo eles: refletir, reduzir, reutilizar, reciclar, respeitar, reparar, responsabilizar e repassar. Todas essas informações serviram como discussão e inspiração aos estudantes para produção do Ecogibi (2019) do projeto Eco Kids e Eco Teens do Ministério Público da Bahia (Figura 5), no qual a escola era uma das participantes.

Figura 4 – Quadrinho Armandinho para reflexão.

Fonte: Alexandre Beck, 20--.



Figura 5 – Material promocional II Concurso de HQs do Eco Kids e Eco Teens.

Fonte: Mauricio de Oliveira, 2019.



C) Palestra com professores do SENAC

Realizada em 02 de outubro de 2019, a trilha interpretativa seguida de palestra foi composta por 20 professores do SENAC de Vitória da Conquista. Foi iniciado com a trilha principal da reserva que leva a um pequeno acúmulo de água no leito do Rio Verruga, o ponto de parada para as explicações do guia local. Nesse momento houve explicações sobre a história do PMSP, apresentação das problemáticas socioambientais e outras informações como a geografia e a vegetação do Poço Escuro.

Durante o trajeto, foi feito uma trilha interpretativa, apresentando plantas nativas, plantas exóticas, indícios de resíduos sólidos, houve também explicações de relações ecológicas, como o parasitismo, que ocorre entre as ervas-de-passarinho e várias árvores parasitadas dentro da reserva.

Por fim, a última parada, no espaço de lazer do Poço Escuro, foi feita uma explicação final sobre a reserva por meio de uma palestra com participação dos visitantes. Nesse momento foi feito um breve histórico da institucionalização do Parque Municipal da Serra do Periperi e da Reserva Florestal do Poço Escuro e das benesses que a manutenção do espaço pode trazer para a população, dentre elas o controle de microclima, a reserva da biodiversidade, o bem-estar que o espaço verde traz a mente humana, além da contemplação paisagística.

A atividade teve uma boa participação dos professores visitantes, que trouxeram uma discussão enriquecedora com sugestões, dúvidas e informações sobre o PMSP e o PE.



D) Palestra para policiais militares

A última palestra foi realizada em 11 de dezembro de 2019 e contou com a presença de policiais militares em treinamento de turismo, em um curso de 40 horas, pelo SENAC, com a finalidade de implantação de ecoturismo no espaço do Poço Escuro.

A convite do professor Luiz Ferraz, a aula com trilha e palestra foi conduzida na reserva do Poço Escuro para aprendizagem do histórico, fauna, flora e outras questões socioambientais da reserva.

O projeto de formação dos policiais militares surgiu a partir de uma parceira da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista (PMVC) e a Polícia Militar da Bahia (PM-BA). No ano de 2019, o policial Mauro Junior, iniciou o Projeto “Pôr do Sol no Cristo”, realizado na Serra do Periperi com visitação ao Cristo Crucificado de Mário Cravo (Figura 6), em 2020, o projeto teve seu nome modificado para “PM no Pôr do Sol”.

A partir do sucesso do projeto entre a prefeitura e a polícia militar a intenção é estender com visitações a Reserva do Poço Escuro, sendo que estas já são feitas em menor escala, porém muitas pessoas da própria cidade não visitam a área verde por medo da falta de segurança no local.

Figura 6 – Cristo Crucificado de Mário Cravo no alto da Serra do Periperi, Vitória da Conquista Bahia. A obra é considerada o maior Cristo Crucificado do mundo e atrai turistas e moradores para eventos como o Pôr do Sol no Cristo, o Conquista Moto Rock, festas religiosas, entre outras.

Fonte: A) Conquista Moto Rock: Alex Rocha, 2019, B) Pôr do Sol No Cristo: Mauricio de Oliveira, 2020.



Condições de conservação da Reserva do Poço Escuro

Para traçar o tipo ideal weberiano utilizou-se como dados estruturantes as percepções coletadas nas trilhas, a participação dos visitantes durante a palestra e as fotografias que evidenciam o estado atual da reserva. A partir disso pretende-se criar um tipo ideal de UC para visitação.

Inicialmente, surge a ideia que a mais valia do local que é dado a partir da quadra e dos bairros adjacentes, ou seja, com a presença da PJ e do PE entre bairros é possível gerar renda por meio de atividades de lazer, de ecoturismo e venda de produtos aos visitantes, sejam eles produtos com estampas de espécies da fauna e flora local, formação de condutores da natureza ou por formação em Educação Ambiental para atuarem na reserva promovendo minicursos, palestras, observação e fotografia de aves, caminhadas ecológicas com coleta de resíduos sólidos, passeios ciclísticos em trilhas da Serra do Periperi ou atividades em áreas verdes com baixo impacto no ecossistema.

Um outro ponto percebido foi que a Praça da Juventude permite a contemplação dos subespaços pelos visitantes e que com pequenos ajustes o espaço poderia ser aperfeiçoado, como melhorias em iluminação para a noite, disposição de lixeiras, floreiras e intervenções artísticas, como pinturas, grafittis, paredões de paisagem, lago natural, entre outros.

Os espaços entre a Praça da Juventude e o Poço Escuro devem ser melhor integrados, a atual dinâmica de visitação é desconexa. Deveria haver uma entrada via Praça da Juventude, iniciada no Módulo de Educação Ambiental e seguido por uma trilha por dentro da própria reserva, nas visitas atuais havia um deslocamento por fora da Unidade de Conservação, em uma via pública, o que causa perda de tempo e dispersão da atividade na área verde.

Devido ao clima da cidade de Vitória da Conquista ser tropical de altitude e suas temperaturas serem amenas, há o favorecimento de atividades ao ar livre, pois existe um bom conforto térmico. "A zona de conforto representa aquele ponto no qual a pessoa necessita de consumir a menor quantidade de energia para se adaptar ao ambiente circunstante." (OLYGAY, 1973 apud SILVA et al., 2015). Dessa forma, as atividades de caminhada, arborismo, parkour, trilhas interpretativas e outros passeios são agradáveis e facilmente executados dentro da reserva ou em seus subespaços.

A segurança dos espaços analisados não é das melhores, todas as visitas agendadas via MEA tem escolta da polícia militar o que garante as visitações. Por muito tempo a reserva ficou abandonada e fora de políticas públicas de integração da Unidade de Conservação ao potencial turístico da cidade, além de não ter o devido valor pelos próprios conquistenses. O estudo de Oliveira (2018), já havia apontado a área verde do Poço Escuro com um não-lugar, ou seja, um espaço desprovido de identidade, histórico e vivencial (BINDE, 2008).

Em 2019, houve uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista (PMVC) e a Polícia Militar da Bahia (PMBA), o Projeto Pôr do Sol no Cristo, que foi avaliado como um sucesso e levou milhares de pessoas a visitar o espaço na Serra do Periperi, o que demonstra que a presença de agentes de segurança leva as pessoas a frequentarem os espaços (VITÓRIA DA CONQUISTA, 2019). Oliveira (2018), havia apontado a falta de segurança como empecilho à visitação ao Poço Escuro para projetos de Educação Ambiental, o que ação da PMVC e a PMBA confirma ao atrair visitantes com a disposição de agentes de segurança no Cristo Crucificado.

Sobre atendimento ao visitante, a colocação de estabelecimentos comerciais, mesmo que removíveis, podem ser benéficos ao espaço e para atração de visitantes, como em eventos temporários voltados a cultura, meio ambiente e lazer. Uma sugestão de atendimento aos visitantes, são locais para comer, beber e usar banheiros.

Referente ao serviço de Educação Ambiental, quanto as normas de visitação e boas práticas durante as visitas ao Poço Escuro. O Módulo de Educação Ambiental (MEA) desenvolve as atividades de EA e realiza palestras e aulas em escolas da cidade, além de ser responsável por receber e acompanhar os visitantes do Poço Escuro. Para cada mês existe uma temática a ser trabalhada, por meio das visitas foi possível ter acesso as temáticas do ano de 2017 (Quadro 1).

Os espaços verdes da Praça da Juventude poderiam ter mais floreiras, canteiros e espécies da flora nativa. Os animais da reserva devem ter suas necessidades naturais garantidas, como alimentação, tratamento e mata preservada para sua reprodução e equilíbrio ecológico. Há o registro que há uma superpopulação de saruês no parque (VITÓRIA DA CONQUISTA, 2018), o que pode gerar sobreposição da espécie sobre outras, além disso, Santos e Martinez (2015), relatam a falta de alimentos aos macacos-prego (Sapajus sp.) durante os períodos de seca, o que os fazem sair da reserva e entrar em casas de moradores da vizinhança.

Espaços de observação de animais, como minizoológicos, borboletário, serpentários ou herbários, jardins de cactáceas, orquidáceas e outras plantas nativas poderiam ser feitas para o conhecimento das espécies da região, obviamente seguindo as normas ambientais e sem captura desnecessária de espécies do seu habitat natural. Em um estudo realizado por Silva e Oliveira (2019), entrevistaram 52 pessoas em Vitória da Conquista e apontou que 57% das pessoas estavam dispostas a pagar para visitar um zoológico caso o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) da cidade fornecesse animais que não podem ser devolvidos a natureza fossem usados como atração. Um outro dado fornecido pelo IBGE (19--), mostra que Vitória da Conquista já teve um minizoológico, a Cidade dos Pássaros, que era um viveiro para observação de aves, onde atualmente fica a Praça Tancredo Neves.

A cactácea coroa-de-frade-do-periperi (Melocactus conoideus) pode ser uma mascote, juntamente com os macacos-prego, sendo importantes para o marketing verde para ações de meio ambiente da prefeitura e de políticas públicas voltadas a reserva. A espécie endêmica, foi sim, importante na intuição da UC, como mostra Vitória da Conquista (1999), sendo uma das funções proteger a flora local, apesar de não ser encontrada na área do Poço Escuro é uma espécie-chave para políticas ambientais.

O estudo de Santos e Martinez (2015), já apontava para os macacos como atração turística, porém, que deveriam haver intervenções para melhorar a vida dos animais, como a construção de plataformas para alimentos aos animais, placas informativas do comportamento e biologia e o plantio de árvores frutíferas.

O Rio Verruga é outro componente importante da reserva. Por meio das visitas e leituras, como apontado pelo SOS Mata Atlântica (2011) de que suas águas estão criticamente poluídas. A fotografia mostrou que há um espaço com uma bica, onde ainda há utilização para lavar roupas, banhar-se, descartar resíduos sólidos e que trechos de seu leito secam em períodos sazonais, na Praça da Juventude o rio foi encanado por baixo da estrutura construída (Figuras 7 e 8).

Pelas visitas realizadas, a praça foi bem pensada, porém, faltam lixeiras, mais bancos para acomodação, a iluminação noturna está precária e falta manutenção. Referente as condições de estadia e vivência social, as estruturas e as condições permitirem a convívio. “Praças são espaços livres públicos urbanos destinados ao lazer e ao convívio da população, acessíveis aos cidadãos e livres de veículos” (MACEDO e ROBBA, p.17).

Assim, a utilização da PJ pelos usuários é uma forma política e social de manutenção dos direitos ao lazer, a cultura e ao esporte. Como havia dito Castro Alves, “a praça é do povo, assim como o céu é do condor” (ALVES, 1870). Tanto a PJ quanto o PE têm condições para receber eventos esporádicos. Como exemplo, o alto da Serra do Periperi já recebeu eventos de festa de rock, o Conquista Moto Rock que fez um passeio motociclístico na Serra do Periperi e levou turistas a conhecerem o Cristo Crucificado de Mário Cravo (VITÓRIA DA CONQUISTA, 2019), também já houve shows religiosos, palestras e ações sociais, como vacinação de cães e gatos, feiras de saúde, entre outros. O Cristo Crucificado apresenta boas características atrativas e está em um local onde pode receber pessoas interessadas em turismo religioso, que com devida organização pode incluir o PE durante a visita.

Figura 7 - A) Ponto de parada da trilha, água do Rio Verruga em estação fria. B) lixo jogado na água do ponto de parada. C) bica com encanamento, pessoas utilizam para banho e lavar utensílios domésticos, D) Ponto de parada em estação seca. E) água do Rio Verruga antes de chegar a Praça da Juventude, F) após sua chegada a Praça da Juventude, a água é encanada por baixo de toda a construção.

Fonte: Mauricio de Oliveira, 2019.

O Cristo Crucificado é, dessa forma, um signo com poder simbólico; o poder simbólico é um poder da construção da realidade que tende a estabelecer uma ordem gnoseológica: o sentido imediato do mundo, particularmente do mundo social (BURDIEU,1998, p. 09). A partir desse símbolo e sua mensagem social e religiosa pode-se construir um plano de visitação que una meio ambiente, turismo e geração de economia, um turismo “ecorreligioso”.

A observação dos pavimentos e questões ligadas a mobilidade demonstraram que faltam investimentos neste quesito. Moriwaki e Neiman (2011), aponta que a necessidade de adaptação de lugares públicos ainda é pouco reconhecida, especialmente em Unidades de Conservação, onde pouca ou nenhuma estrutura é adequada para receber este público.

Figura 8 - A) Rio Verruga após sair do encanamento da cidade, aqui observa-se desmatamento em suas margens. Atualmente essa área é do Parque Ambiental do Rio Verruga na avenida Bartolomeu de Gusmão, coordenadas: 14°51'41.7"S, 40°50'38.8"W. B) Phrynops geoffroanus, espécie de Testudinata encontrada no rio.

Fonte: Mauricio de Oliveira, 2019.

O tipo ideal para a Reserva do Poço Escuro

Aqui, firma-se o tipo ideal formulado para a Reserva do Poço Escuro, para tal, Weber explica que

Obtém-se um tipo ideal mediante a acentuação unilateral de um ou vários pontos de vista, e mediante o encadeamento de grande quantidade de fenômenos isolados dados, difusos e discretos, que se podem dar em maior ou menor número ou mesmo faltar por completo, e que se ordenam segundo pontos de vista unilateralmente acentuados, a fim de formar um quadro homogêneo de pensamento (WEBER, 1999, p. 106).



Com base nesses dados para ter-se um Parque Municipal da Serra do Periperi e seus subespaços Poço Escuro e Praça da Juventude próximos ao ideal, estes devem apresentar as seguintes características: Estar bem interligado aos bairros adjacentes que dão mais valia aos espaços, os espaços e subespaços devem estar interligados de forma harmônica para que haja a contemplação dos espaços e nenhum visitante se sinta isolado, ou seja, deve haver harmonia da reserva com os espaços que a rodeiam para que haja sustentabilidade (ambiental, econômica, política).

Seu acesso deve atender aos diversos usuários que estejam a trabalho, em turismo, moradores e demais visitantes. O seu clima é uma característica agradável e incentiva a realização de trilhas e passeios. No quesito segurança precisa melhorar para que as pessoas se sintam seguras em visitar os dois espaços e para que fiquem confortáveis.

A PJ deve ter características convidativas para que as pessoas transitem em seu centro, devem haver espaços comerciais, mesmo que removíveis para atender as necessidades dos visitantes, os locais de fixação de horários de shows e eventos devem ser melhor demarcados, bem como espaços de alimentação e utilização de telefones. O serviço de Educação Ambiental (MEA) deve permanecer fazendo o bom trabalho que realiza e, se possível, ser ampliado.

Os espaços verdes devem ser ampliados, deve-se também haver uma adequação de espécies vegetais plantadas na área, floreiras devem ser colocadas e adequadas a arquitetura da PJ, os animais devem ter suas necessidades naturais supridas com vegetação, alimentação e habitat propenso a seu desenvolvimento e conservação, espaços como minizoológicos, borboletário ou serpentários, por exemplo, seriam bem recebidos pela população.

O M. conoideus deve ser conservado por manter influência na conservação dos espaços verdes e da Unidade de Conservação da Serra do Periperi, os macacos-prego (Sapajus sp.) são importantes para a atração dos turistas e devem ter melhoras no tratamento para sua efetiva conservação, além do Rio Verruga que precisar ser melhor cuidado com obras de limpeza, recuperação e restauração de seu ecossistema hídrico, com políticas públicas mais sérias.

Deve-se melhor incorporar as obras de arte, a mobília pública, os desníveis, lixeiras, bancos e demais componentes do espaço físico. A realização de eventos para o convívio social deve ser realizada para criar identidade e pertencimento com as áreas da Serra do Periperi (Praça da Juventude, Poço Escuro e Cristo Crucificado de Mário Cravo) e vencer a ideia de não-lugar, deve-se atender as necessidades especiais e deficiências de possíveis visitantes como, por exemplo, rampas, escadas, pavimento e desnível.

Obras de arte deveriam ser implantadas na PJ e PE, como estátuas, grafites, pinturas, paredões artísticos, bem como uma fonte ou lago para lembrar da importância do Rio Verruga e da sua necessidade de conservação. Por fim, as pessoas e os governos devem dar mais importância aos espaços públicos analisados.



AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Módulo de Educação, especialmente a Karla Brandão e Seu Aírton pelos atendimentos durante as palestras e visitas ao Poço Escuro. Ao professor Luiz Ferraz pelo convite a palestra pelo SENAC, aos meus amigos Ueriton e Felipe por me acompanharem nas visitas e a Luciana Cristina por me ajudar com as fotografias.



REFERÊNCIAS



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Ilustrações: Silvana Santos