Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Reflexão
05/12/2005 (Nº 14) Quem é o responsável?
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Quem é o responsável?

Marina Strachman


Estava na sala de aula esta semana, pois aos 39 anos ainda não parei de estudar, já sou mestre, mas quero mais, aliás, quero muito mais, de tudo e do melhor!

Bem voltando...

Estava na sala de aula esta semana, e estávamos discutindo relações entre o Ser Humano x Natureza.

E de repente surge mais uma vez a discussão de que são “os engenheiros e arquitetos os maiores responsáveis por esse mundo caótico em que vivemos, pois constroem desordenadamente...”

Não é a primeira vez que me pego “discutindo” por conta desta frase. Como devem saber, sou arquiteta e urbanista, mas não é esse o ponto que quero conversar com vocês.

O ponto que eu acho que é preciso refletir antes de soltar este tipo de afirmação é, como responsabilizar algum profissional, generalizar, qualquer que seja o profissional ou a profissão, pelo estado de caos em que se encontra o planeta?

Como é possível não enxergar que somos TODOS responsáveis e ao mesmo tempo ninguém o é?!

Estão atribuindo fatos a nós humanos que são fatores naturais das mudanças que ocorrem no planeta, a ciência está confirmando diversos fatos, “ah, mas nós estamos acelerando o tempo destas ocorrências”, mas é óbvio, afinal contamos hoje com mais de 6 bilhões de habitantes em todo o planeta, e pior aglomerados em cidades enormes e caóticas.

Vocês já imaginaram se tivéssemos dados as mesmas condições para que qualquer outro ser vivo estivesse se reproduzido da mesma maneira? Que tal imaginar o oceano com bilhões de baleias? Ou a savana africana com bilhões de elefantes? Ou a China com bilhões de pandas gigantes? A Austrália já teve o “desprazer” de conviver com uma grande “infestação” de cangurus e o resultado também foi caótico.

Será que a grande quantidade de seres humanos pode ser considerada como “uma infestação”? Não sei.

De qualquer forma, nunca fomos tantos.

Portanto é necessário de nossa parte que tenhamos um maior cuidado com tudo. Esse é o ponto aonde queria chegar, vamos amar o nosso Planeta, nosso Continente, nosso País, nosso Estado, Município, Escola, Bairro, quadra, casa, e PRINCIPALMENTE aos nossos familiares, vizinhos, colegas de classe...vamos ensinar ao nossos governantes que se eles não amarem a terra em que vivem, eles não são bem vindos, e que não é da boca para fora que podem demonstrar que podem cuidar de nós, é com atitude, a mesma atitude que nós precisamos demonstrar ao Planeta Terra.

Vamos cuidar com carinho do que é nosso.

Um beijo, Marina.



Marina Strachman - arquiteta e urbanista, mestre em desenvolvimento regional e meio ambiente e especialista em educação ambiental. marinastrachman@yahoo.com.br
Ilustrações: Silvana Santos